Royalty escrita por Bella Aurora


Capítulo 5
Minha mãe e seu espírito casamenteiro


Notas iniciais do capítulo

Hey aimers S2 Tudo bem?

Sei que o último capítulo não ficou muito bom (desculpa) e bem pequeno pra falar bem a verdade, mas eu escrevi aquele capítulo pra tentar voltar para o ritmo de escrita, já que fazia bastante tempo que eu não escrevia nada.

Bom, chega de blá. blá. blá e vamos ao que interessa.

Enjoy! *-*

*E qualquer dúvida, be free to ask!!



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Que fique claro que eu tentei ir pro meu quarto, tranquila, sem causar nenhuma confusão.

Que também fique bem claro pra vocês, leitores, que eu usei sabiamente a palavra tentei. Até porque, eu não consegui.

É, não deu muito certo.

Eu caminhava pelo jardim sul, tranquilamente em direção a entrada principal do castelo, passando por um pequeno corredor escuro que levava a frente do lugar. Foi exatamente nesse corredor que eu fui prensada contra a parede lateral tão rápido que meus olhos não conseguiram capturar o movimento.

Eu deveria ter surtado. Eu sei disso. Deveria ter ficado amedrontada como a boa princesa que sou, frágil e incapaz, e ter gritado por socorro, pedido ajuda ou começado a chorar.

Mas a questão é, eu sabia muito bem quem era que estava me prendendo.

Não sei dizer se foi o cheiro do perfume que eu consegui reconhecer como algo entre grama molhada e um cheiro no ar que vem antes de uma tempestade, ou se foi a forma como ele havia me segurado. Com um antebraço prendendo minha barriga contra a parede de pedra gelada, e o outro próximo a minha cabeça. Os pés entre os meus, onde eu parecia não ter chance alguma de me desprender.

Suspirei cansada. Eu nem tentaria argumentar com ele.

— Pode me soltar? – perguntei tentando soar o mais doce possível

— Temos que conversar. – ele sussurrou entre dentes

Deixei um de meus braços cair ao lado do corpo.

— Eu literalmente não estou em uma posição confortável para isso agora. Obrigada. – eu disse ironicamente

Ele riu.

— Mas olha só, a tigresa mostrando as garrinhas.

Virei lentamente minha cabeça avaliando a situação.

— Você já pode me soltar.

Observei Justin ponderar o meu pedido. Ele era dois palmos mais alto que eu, então eu tinha que olhar para cima para conseguir olhar seu rosto.

— É, não. – ele sorriu pra mim novamente, quase um sorriso de escárnio

Suspirei novamente.

— O que você quer, babaca real?

Ele riu. Literalmente. Como se eu tivesse contado uma piada e não tentado ofender ele, como fiz.

Deixando claro, não que essa fosse a minha intenção.

Longe de mim ofender alguém.

Continuando.

— Eu só queria tirar algumas dúvidas sobre a nossa situação. – ele disse afrouxando o aperto da minha cintura

— Nossa situação? – perguntei, e não foi só pelo fato de ele ter usado a palavra nossa como se existisse um ‘nós’

— É. A sua festa, o aniversário, a coroação. – ele disse enquanto lentamente me soltava – Eu não sou burro, sei que a sua família quer a todo custo um príncipe pra casar com a princesinha da família. – ele riu em deboche – Mas, aimer, eu não pretendo me casar tão cedo.

Eu sorri pra ele.

— Que bom, porque somos dois. Ser forçada a casar já está fora de questão, casar com você então – balancei a mão apontando pro céu – fora de órbita.

— Mas você é bem atrevida para uma princesa, não?

Ele sorriu de voltar e se afastou de mim o suficiente pra eu conseguir respirar normalmente e buscar um pouco da minha dignidade de volta.

— Que bom que estamos entendidos. Não vai haver casamento algum.

Eu sorri de lado pra ele.

— Eu não disse isso. Disse que com você não ia acontecer.

Ele abriu a boca, mas não soube como me responder. Sorri internamente com a minha pequena vitória.

— Mas que bom que estamos entendidos. – eu disse já começando a me afastar

Vi ele passar as mãos pelos cabelos castanhos e antes que ele pudesse retrucar completei sorrindo.

— Mas, aproveite a estadia aimer, eu sei que vou aproveitar bastante com minhas companhias.

Dei as costas para um príncipe babaca, e segui meu caminho para dentro do castelo, quase fazendo uma dancinha da vitória.

Isabella 1 x 0 Justin

Por um segundo senti um tremor passar pelo corpo, agora que a adrenalina da conversa havia passado, eu não parecia decidir se havia sido uma boa ideia discutir com Justin. O que eu não precisava no momento era uma rixa com um país com poder.

Nota mental: Não comentar sobre isso com o meu pai, ele não ficaria nada contente.

Parei em frente a porta do meu quarto quase como em um modo automático.

A porta estava entreaberta.

Empurrei-a lentamente e dei de cara com um homem deitado esparramado em minha cama, segurando o controle da televisão e com os pés em botas em cima do meu cobertor de seda azul. Quando a abri totalmente seu olhar virou pra mim em um sorriso esplêndido e meus olhos marejaram de alegria.

— Richard!! – gritei e me joguei em seus braços caindo em cima dele de volta na cama

Ele me segurava em um abraço apertado enquanto eu o apertava até ouvi-lo reclamar de dor.

— Eu também estava com saudades Bella! – ele murmurou em meu ouvido rindo

Soltamos-nos e eu caí ao seu lado na cama, peguei o controle de sua mão e o bati em seu ombro.

— Nunca mais me deixe por tanto tempo sem notícias!

— Ouch. – ele disse apertando o ombro em que eu havia batido – Você ficou mais forte nesse últimos meses?

Bufei braba.

Esse era ele. Richard III da Grécia. Um palhaço em tempo integral, gentil e amoroso até os ossos e uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço.

Acontece que ele também é meu melhor amigo desde os quatro anos de idade, e ele é apenas três anos mais velho que eu, o que não é muita coisa.

— Você não podia ter me comunicado que ia viajar? Eu não valia nem ser avisada?

Ele riu novamente e me abraçou de lado.

— Você sabe que vem sempre em primeiro lugar, não sabe Bella? Eu tive que fazer uma pequena viagem à Alemanha pra resolver a história dos nossos imigrantes...

— Sem me avisar. – voltei a clicar naquela tecla tentando despertar culpa nele

O que não era muito difícil de se conseguir.

Ele suspira e abaixa a cabeça.

— Eu sei, desculpe.

Concordo com a cabeça.

— Tudo bem Rick, só não faça isso novamente. Quase tive um ataque cardíaco quando descobri que você tinha viajado sem me dizer nada. Você não quer sobre seus ombros a culpa de ter matado uma princesa antes de ela conseguir assumir o trono, certo? – eu brinquei empurrando um ombro no dele

Ele riu e concordou.

— Podemos dar uma volta? – ele perguntou se levantando da minha cama e me oferecendo uma mão para me ajudar a levantar

— Claro. – peguei sua mão e ele me arrastou para fora do quarto

Seguimos pelo corredor e ao virar para a esquerda no final dele, demos de cara com minha mãe e Patrícia.

— Senhora du’Paris. – ele cumprimentou minha mãe com uma vênia – Senhora Bieber. – ele outra vênia – Como vão as senhoras?

Minha mãe sorriu e o abraçou, fazendo-o soltar minha mão.

— Querido, como é bom tê-lo conosco. – minha mão o soltou e ele voltou para o meu lado.

— É um prazer estar aqui. Não perderia o aniversário de Bella por nada. – ele disse sorrindo pra mim

Sorri de volta. Como eu havia sentido sua falta.

— Vamos passear pelo jardim, as senhoras não gostariam de nos acompanhar? – ele perguntou para minha mãe e Patrícia

Patrícia sorriu e negou com a cabeça.

— Não querido, obrigada pela oferta.

Minha mãe concordou.

— Deixaremos vocês conversarem e colocar os assuntos em dia.

Antes de se virarem vi minha mãe piscar para mim.

Ela e seu espírito casamenteiro.

— Até mais tarde querida.

— Até mamãe.

Continuamos nosso caminho pelo corredor.

Dessa vez, sem intrusos em nosso passeio.


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Notas finais do capítulo

*aimers - uma tradução da palavra amor em francês, usada para se referir a alguém



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