Ariel ’

—Mais rápido! – gritei, checando o retrovisor.

Nossa missão de fuga estava se saindo incrivelmente bem. Depois de terminarmos a garrafa de Bourbon, eu estava me sentindo eufórica, e com uma vontade enorme de dançar. Então Mia teve a brilhante idéia de escaparmos, conhecer a cidade, talvez ir a alguma festa.

Luke dirigia, acelerando cada vez mais.

Eu adoro a sensação do vento no meu rosto.

Tecnicamente eu deveria estar sob a proteção de Rebeka, mas graças a Deus, Hayley foi útil pra alguma coisa, servindo de distração. Mia e Luke estavam proibidos de ir a cidade, algo sobre vampiros e bruxas loucas, mas eles não gostam de regras assim como eu.

—Nada de se meter em encrencas- Luke advertiu, assim que descemos do carro.

—Nada de encrencas - concordei, encantada com a animação nas ruas- eu quero beber, e dançar, muito mesmo!

—Assim que se fala garota- Mia sorriu, entrelaçando seu braço no meu- vamos nos divertir.

O lugar era grande, escuro, e cheio de luzes coloridas. Depois de algumas bebidas azuis com um gosto estranho, Luke eu dançávamos como se não houvesse amanhã.

Sem culpa, tristeza, saudade, ou qualquer frustração, eu estava flutuando, me sentindo tão leve.

Os olhos de Luke pareciam brilhar, estavam tão azuis, tão lindos.

Não sei se foi a musica, o álcool, ou todas aquelas luzes, não pensei, só o beijei.

E não houve surpresa, ou rejeição, apenas seus lábios se movendo contra os meus numa deliciosa sincronia.

Quando finalmente paramos, ele descansou sua testa na minha, e sorriu.

—Qual é?! Sanguessuga idiota, me solta!

Como que,surgida do inferno, pra acabar com o momento, a voz de Mia se fez presente.

—Solta ela - Luke disse, encarando o moreno que segurava o braço de Mia.

—Até que durou bastante- murmurei, me pondo ao lado de Luke.

—A conversa ainda não chegou no canil- o moreno sorriu ironicamente- isso é entre mim e essa vadia.

Ele não devia ter dito isso, ainda mais para uma loba como ela.

Mia acertou o soco no nariz do vampiro, se soltando dele.

—Estava tudo sob controle – ela disse, dando de ombros.

Foi nesse momento que eu percebi o quanto estávamos encrencados.

O lugar estava infestado de vampiros, e todos ali não pareciam gostar nenhum um pouco de lobisomens.

O moreno pegou Mia pelo pescoço, tirando seus pés do chão.

—Nós não queremos briga, solte ela e nós iremos embora – disse, tentando evitar o confronto.

—Tarde demais pra isso - o moreno disse, lançando Mia contra parede.

Eu quase entrei em pânico quando percebi Luke avançando contra eles.

Ergui a mão contra o vampiro que vinha na minha direção, o feitiço não precisava de muita concentração, apenas um pouquinho de magia. Derrubar alguns vampiros foi fácil, mas aquilo não duraria pra sempre.

Fiz meu melhor pra chegar a Mia, mas fui pega no meio do caminho.

—Vai há algum lugar, gatinha?- ele sorriu.

Só com um movimento, ele me prendeu minhas mãos, fiquei incapaz de fazer qualquer feitiço. Me debati, incapaz de me defender.

Ele revelou suas presas, estava prestes a me morder, quando um vulto apareceu.

Ele quebrou o pescoço de quase todos os vampiros ali, os que ainda sobraram, fugiram.

Elijah, lindo como sempre, me encarou, eu raramente via aquela expressão. Eu estava encrencada.

—Eu não sou muito de agradecer, ainda mais vampiros – Luke ainda estava meio ofegante- mas valeu cara.

—Você vem comigo - Elijah disse, é, ele estava irritado- agora.

—Nos vemos depois- Luke disse, levando Mia consigo.

Espera, eu não queria ficar sozinha com Elijah, não agora. Fiquei parada, encarando ele.

—Você tem noção do quanto isso foi estupidez? – ele vociferou- você podia ter morrido, Ariel.

Sem pequena, ou querida, apenas Ariel. Será que isso era bom ou ruim?

—Você não pensou que eu ficaria trancada naquela casa, como princesa trancada numa torre, a espera do meu príncipe encantado, não é, Elih ? -disse, usando toda minha ironia.

—Eu estou tentando te proteger – ele disse calmo.

—Eu não preciso da sua proteção – disse, mesmo sabendo que era mentira.

—Não foi o que pareceu – ele rebateu - eu entendo que você esteja...magoada, mas arriscar sua vida...

—Não, você não entende – criei coragem e retribui seu olhar- as coisas estão diferentes agora, da pra ver nos seus olhos. Eu não quero que as coisas sejam diferentes.

—Bem, isso foi comovente – uma voz carregada de um sotaque inglês, disse das sombras.

Elijah fitou um ponto nas sombras, atrás de mim, ele estava tenso. Me virei, encarando a pessoa que surgia das sombras. Senti um arrepio, que gelou meu corpo todo.

—Olá, Ariel - ele se aproximou- não fomos apresentados ainda, eu sou Klaus Mikaelson.

Algo me dizia que eu estava ferrada. Mas não estava com medo, o que restava de álcool nas minhas veias, me fazia corajosa.

—O idiota paranóico que mandou aqueles vampiros me matarem – sorri sarcástica- nós temo coisas pra acertar.

—Nisso nós concordamos- ele sorriu.

—Niklaus – Elijah disse, em questão de segundos estava entre nós dois.

—Nós só estamos conversando, irmão – Klaus ergueu as mãos em sinal de paz, mas seu olhar dizia o contrario.

—Ela é minha família também, Niklaus –os dois irmãos se encararam num momento de pura tensão- se a ferir, estará me ferindo também.

Klaus me encarou, me analisando por inteira, então voltou seu olhar a Elijah.

—Se ela...

—Ele não vai - Elijah garantiu.

Klaus passou por Elijah, e parou a minha frente, parecia estar se divertindo com algo.

—Você é uma Mikaelson agora – ele sorriu abertamente- deixe-me dar as boas vindas, tenho Bourbon esperando por nós.

Elijah assistia tudo, ainda desconfiado. Sorri pra ele, e acompanhei Klaus.