No oceano do amor escrita por Alyssa Sullivan


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá gente , que bom revê-los. Tá aqui o cap. como prometido.



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Depois de saciar sua sede, o jovem se deitou por um tempo na terra molhada. Ele abriu os braços em posição de cristo e assim permaneceu por alguns instantes. Mesmo que não carregasse nada consigo, era como se houvesse uma carga enorme sobre o seu corpo que relutava em obedecer a qualquer comando. Era difícil até se mexer.

A região em que ele estava tinha uma vegetação tão alta e densa que dificultava a penetração dos raios solares.

Embora a tentação de ficar deitado completamente inerte fosse quase irresistível, o viajante sabia que precisava procurar por alguma coisa para se alimentar e recuperar as forças. Já não comia nada há dois dias e seu organismo padecia com isso.

Então Edward voltou para a choupana decidido a encontrar alguma coisa. Vestiu sua calça e camisa, ainda umedecidas, e saiu para explorar a região.

Analisando as circunstâncias, o rapaz decidiu que a melhor alternativa seria ficar próximo do rio, assim poderia se orientar e voltar para o abrigo caso necessitasse. Entretanto, era muito árduo caminhar naquele ambiente. Quanto mais ele adentrava na mata, mais se tornava vulnerável a uma natureza selvagem e desconhecida. Seus pés, totalmente desprotegidos, eram castigados pelos ferozes espinhos e pelas pontas de pontiagudas das pedras, que não eram muito diferentes dos galhos das plantas que cortavam a sua fina pele branca e a tingiam com o vermelho de seu sangue.

O jovem continuou caminhando sem um destino preciso. E a uma certa altura não sabia mais se teria sido uma boa ideia se ariscar tanto. Havia desperdiçado uma quantidade muito grande de energia e até agora não conseguira encontrar nada.

Sua única alternativa era procurar por insetos ou ter a sorte de encontrar alguma árvore frutífera. Contudo, cada vez mais o ambiente se mostrava inóspito para seres humanos.

Ele estava ficando muito fraco, começando a perder a noção do tempo e do espaço. Sabia que podia morrer naquele lugar e que aquela talvez tivesse sido uma péssima ideia. Começou a pensar na jovem da praia que o salvara antes. E se a mocinha tivesse voltado ao abrigo? E se ela tivesse trazido algo para ele?

“Você que eu venha lhe ajude de novo? ” Quase podia escutar a voz dela em sua cabeça.

Depois de abandonar seus devaneios, ele decidiu se concentrar em seu objetivo, só então decidiria o que fazer quando voltasse a choupana. Foi então que, de repente, alguns pássaros selvagens que sobrevoavam a região beliscaram a sua pele. Entretanto, o ataque era tão inofensivo que não lhe fazia mal além de um pequeno incomodo. Talvez quisessem proteger um ninho. E se tinha ninho, tinham ovos e isso seria uma boa fonte de proteínas.

 Edward olhou para frente e avistou o refúgio deles. Era uma árvore, não muito alta de galhos espaçados que estava numa região mais íngreme.

O rapaz calculou que não seria difícil subi-la, entretanto, a região aonde ela se encontrava era uns 10 metros de altura do seu nível, além de estar encoberta de lama.  Notou também que, para sua sorte, haviam muitas raízes que poderiam ser usadas como suporte para alcança-lo. Iria ser uma escalada difícil, mas o resultado valeria à pena.

Edward reuniu o máximo de forças que tinha e começou a trepar nos galhos das raízes afundando seus pés na lama.

Se caminhar pela floresta tinha sido árduo, aquilo sem dúvidas exigia uma força descomunal. Ele olhou para baixo e viu que já tinha subido boa parte do trajeto.

“Qual é Edward? Já subiu metade. Não seja frouxo. ”

Então segurou em um dos galhos que não estava bem alicerçado para suportar o seu peso e acabou despencando.

O jovem foi escorregando barranco abaixo e batendo em tudo que estava no caminho até cair em uma cama de folhas. Ele sentiu uma dor aguda e percebeu que um dos galhos tinha atravessado o lado direito do seu quadril enquanto o sangue escorria. O viajante, no entanto, não perdeu a consciência, embora desejasse, já que agora o seu destino se resumiria a uma morte lenta e dolorosa. Ninguém viria lhe ajudar. Estava completamente sozinho.

Algum tempo se passou e Edward já começara a perder as esperanças quando ouviu um barulho de cavalo se aproximando. Ele olhou na direção do som e viu um vulto em um cavalo negro. Não podia ser, mas era ela mesma. A moça da cabana. Rapidamente ela desceu da montaria e veio correndo em sua direção com o vestido esvoaçando.

Bella se agachou diante do homem e lhe deu um suave beijo na testa.

 – Você de novo? Como você soube que eu estava aqui? – Perguntou Edward ainda intrigado em vê-la. Entretanto, a moça não respondeu à pergunta. Em vez disso ela falou:

 – Preste atenção. Eu não tenho como tira-lo daqui – seus olhos castanhos o fitavam com ternura – Você precisa ser forte.

 – Eu.... Eu não sei se eu consigo. Não tenho mais forças para andar. Está doendo muito.

 – Então tire o galho e use a camisa para fazer um torniquete – ela segurou na mão do rapaz e voltou a encara-lo – Você consegue sim!

A garota emanava uma confiança tão grande que o fazia querer retribuir.

 – Tudo bem, eu vou tentar.

Edward se sentou dificultosamente e, com a respiração ofegante, hesitou alguns segundos antes de começar a retirar o galho.

A dor persistia fina e aguda como se estivessem enfiando uma faca na sua barriga, até que finalmente o galho saiu por completo derramando um pouco mais de sangue.

Ele colocou a camisa ao redor do quadril protegendo o ferimento.

“É isso aí! Muito bem”. Pensou consigo mesmo.

 – Você tinha razão. Eu consegui. – Ele olhou para o lado e não viu a garota.

Aonde ela tinha ido?

Foi então que o jovem se deu conta de que aquela imagem não passara de fruto da sua imaginação.

Ainda zonzo se levantou decidido a voltar ao topo da encosta. Os ovos seriam uma questão de honra. Ele reuniu suas últimas forças para retomar a escalada dessa vez sendo mais cuidado ao escolher os cipós.

Gotas de suor pingavam de seu rosto expressando um esforço que seu corpo já não conseguia mais suportar. Mas ele continuou perseverante até que chegou ao topo e lá obteve a sua recompensa.

O ninho estava repleto de ovinhos. Ele quebrou todos e bebe-os crus. O gosto era terrível, mas tinha o sabor da vitória dando-lhe forças o suficiente para descer a encosta sem agravar os seus ferimentos.

Aquela pequena conquista tinha lhe deixado mais forte psicologicamente.

Edward voltou para o abrigo.


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Notas finais do capítulo

O gente. E aí o que vcs acharam? Comentem please.
Dia 07 faz um mês de fanfic e eu estou pensando em postar um cap na quarta para comemorar. Vou tentar escrever até lá, mas qualquer coisa, sábado tem poste novo. Se tiver mais comentários isso incentivaria bastante.