No oceano do amor escrita por Alyssa Sullivan


Capítulo 7
Capítulo 7 (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de pedir desculpa por não ter conseguido postar na quarta. A semana foi muito corrida e realmente não tive como. Mas, para compensar e ainda comemorar o mês de fic, vou postar amanhã também :)



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PARTE I

O vilarejo das amazonas era composto por um conjunto arquitetônico de pelo menos umas 80 casinhas. Elas formavam o que parecia ser uma pequena cidade localizada ao norte da ilha. Entretanto, maneira como a obra estava organizada não se resumia a um modelo linear, pois também haviam ruas perpendiculares, becos diagonais e vielas. Um verdadeiro labirinto para quem não conhecesse o lugar.

 É notório saber que nem todas as casas eram habitadas e muitas já estavam abandonadas há bastante tempo devido à escassez de moradores. O último censo dava conta que haviam pelo menos 68 mulheres, diferentemente de outras épocas em que haviam bem mais delas. Algumas tinham morrido e outras apenas desaparecido, assim como as poucas crianças que simplesmente haviam chegado. Tudo sem nenhuma explicação coerente.

Sempre que Bella tentava fazer algum questionamento as respostas eram muito vazias ou cheias de misticismos. Mas agora ela estava determinada a obtê-las custasse o que custar.

Não existiam portões no vilarejo e foi Ângela a primeira a passar pela cancela, seguida de Jéssica e por último Bella. Assim que adentraram, uma mulher morena de cabelos escuros e lisos e estatura mediana, aparentando ter uns cinquenta e poucos anos, largou uma bacia de roupas e veio ao encontro das moças, caminhando a passos largos.

 – Menina! Aonde você esteve? – Indagou se referindo a Bella enquanto franzia a testa.

 – Eu estava apenas dando uma volta Nanny e acabei ficando presa na chuva – a moça respondeu descendo de seu cavalo e em seguida ficou a alisar o seu pelo por alguns instantes – Acho que o Trovão precisa descansar. Vou leva-lo para o estábulo.

— A Renné ficou muito preocupada com você.

— E onde ela está? Preciso falar com ela.

— Não sei. – Nanny tornou a pegar a bacia de roupas – Talvez esteja treinando.

— Tá certo. Eu vou guardar o Trovão primeiro e depois a procuro. – Ela olhou para o animal e começou a falar com ele a fim de que a seguisse – Vamos garoto! Vamos Iah!

 – Bella, eu vou com você. – Sobressaltou-se Ângela também descendo de seu cavalo – Você vem também Jéssica?

— Ah! Eu não vou poder ir agora. Tenho umas tarefas para fazer. Fica para a próxima.

— Vamos agora?! – Disse Bella já se adiantando.

 – Ah, sim. Tchau Jess! Depois a gente se vê – Ângela se apressou para acompanhar os passos largos de Bella que seguia mais à frente.

**********

As duas amigas caminharam juntas até chegarem ao estábulo.

 – Bella, está acontecendo alguma coisa? – Perguntou Ângela enquanto dava comida para seu cavalo.

— Porque você está perguntando isso? – Bella estava fazendo o mesmo que a amiga e não parou para olhá-la.

— Porque desde que você chegou você tem andado meio estranha.

— Estranha como? – Ela agora alisava o pelo de Trovão.

A menina parou de alimentar o animal e prosseguiu:

— Ah, sei lá. Você está muito séria e veio o caminho todo sem dizer nenhuma palavra. Como se estivesse distante. – Ângela observou a amiga parar o que estava fazendo e, pela primeira vez na conversa, encará-la.

— Você já se perguntou por que só existem mulheres na ilha?

— Pergunta estranha. – Ângela franziu o cenho como se estivesse tentando se lembrar de algo –  Mas quem mais poderia estar aqui?

— Tipo... – Bella fez uma pequena pausa antes de continuar – tipo... um homem. Por que aqui não tem homens?

— A única coisa que eu sei é o que todo mundo sabe, que não existem mais homens na ilha. E que eles eram muito cruéis e morreram todos em um desastre.

— Mas e se existissem em algum outro lugar?

— Outro lugar onde? – A expressão agora era de espanto – Eu não entendo.

— Outro lugar que não fosse a ilha. Não sei. Talvez uma outra ilha. Um lugar aonde exista outros homens.

— Você está falando que pode existir uma ilha cheia de homens por aí? – A moça balançava a cabeça descrente – Desculpa, mas isso parece tão absurdo.

— Eu vou te contar uma coisa que você promete não contar para ninguém.

— Prometo.

— É sério. Você não pode contar isso que eu vou te dizer para ninguém.

— Bella. Até parece que não pode confiar em mim.

— Tudo bem. – Bella fez uma pausa para respirar e então prosseguiu – Quando eu era criança. Tinha uns oito anos. Eu estava brincando em uma das casas abandonadas. Uma daquelas usada para fazer as reuniões do conselho.

— E daí?

— E daí que de repente as conselheiras entraram lá e eu tive que me esconder. E elas começaram uma conversa estranha.

— Bella você sabe que as reuniões são proibidas.

— É. Eu sei. Mas eu estava muito assustada. Então eu tive que ficar lá escondida.

— E sobre o que elas conversaram?

— Elas falavam alguma coisa sobre um homem. Sobre ter um homem na ilha e não ter o que fazer com ele.

— Meu Deus!  - Ângela deixou sair um suspiro de espanto – Sério? E o que elas fizeram com ele?

— Não deu para saber, porque eu fui descoberta em flagrante.

— E por que você nunca contou isso para ninguém?

— Porque a Renné me fez prometer nunca contar nada para ninguém.

— Eu estou perplexa.

— Isso não é o mais estranho. Ela também disse que se um dia eu encontrasse algum homem deveria comunicar ao conselho imediatamente ou, caso contrário, nossas vidas estariam em risco.

— Eu... eu estou tão chocada que não sei nem o que dizer.

— Isso mesmo. E você não acha muito esquisita essa história de que todos os homens desapareceram da ilha como que por mágica? De que não existam outros? Na verdade, não existe nada que comprove que um dia sequer eles estiveram aqui.

— Realmente. Agora faz todo o sentido. Mas por que você está tão preocupada com isso agora? Já faz tanto tempo que isso aconteceu. – A garota fez uma pausa – Meu Deus! Você encontrou um homem?

— Não. – Respondeu de ímpeto – Claro que não. Eu apenas comecei a me perguntar bastante sobre isso. Sinto que preciso de respostas.

— Eu sei tanto quanto você.

— Por isso que preciso encontrar a Renné. Ela pode me dar as respostas que eu preciso. Vou ter que esperar ela voltar.

— Você não precisa esperar ela voltar.

— Não? Mas você disse que não sabia muita coisa.

— Não é isso. Por que você não procura na velha casa aonde tinha aquelas reuniões? A mesma que você foi quando era criança. Lá deve ter alguma coisa que possa te ajudar.

— Nossa. Como eu não pensei nisso antes. É realmente uma ótima ideia. Eu vou agora mesmo. Você vem comigo?

— Eu não sei. – Falou encolhendo os ombros – Aquela casa me dá arrepios.

— Tudo bem. – Bella guardou o cavalo e limpou as mãos uma na outra – Então eu vou agora mesmo.

— Desculpa Bell.

— Não precisa se preocupar. Eu te vejo depois.

Bella deixou o estábulo em direção a casa.

TO BE CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Oi gente. Amanhã posto a continuação bjos ♥