Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 36
Jasão


Notas iniciais do capítulo

Orfeu estabelece uma condição a Jasão: Leve-me à entrada do mundo dos mortos!
Enquanto Jasão se recorda de seu passado, uma esperança preenche o coração do cavaleiro de prata, que tenta rever um ente querido. Enquanto isso, um intrigante cosmo se aproxima do grupo de Marin...



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[ 2 de Julho de 1963 ]

Em uma aldeia xamã, numa uma obscura noite de lua crescente, uma mulher está em trabalho de parto. A parteira da aldeia socorre rapidamente a mulher, que solta altos gritos de dor. Era uma gritaria anormal, já que haviam tentado todos os anestésicos disponíveis.

— Rápido, chame o médium! Não é um parto normal! – Diz a parteira.

— Por favor, me livre desse bebê! Ele não é o que estão pensando! – Implora a mulher em gritos.

— Tsc... O que está havendo aqui? – Responde a parteira.

Com ramos de diversas ervas e um colar de sementes, chega o médium. Logo que adentra o pequeno quarto, o velho homem se vê incomodado:

— São... muitos....

— Muitos? – Questiona a parteira.

O médium acende duas velas ao lado da mulher e inicia um pequeno ritual, enquanto explica a situação à parteira:

— Incontáveis espíritos aguardam o nascimento deste bebê. Não sei explicar essa situação, mas são almas boas e almas ruins, ambas reunidas neste pequeno quarto. A atmosfera está densa. Não é qualquer ser humano que está nascendo, temos que nos preparar.

...

Alguns minutos depois, a pequena criança nasce. De olhos e cabelos azul-claro, parecia um pequeno anjo iluminando toda aquela escuridão. Porém, algo acontecera.

— Parteira, envolva rapidamente a criança em faixas abençoadas. Isso não pode acontecer a mais ninguém desta vila.

A parteira, com as mãos tremendo, receia segurar o pequeno recém-nascido. Risadas atípicas emanavam da pequena criança, que curiosamente não chorou durante o parto. A mãe desaparecera como num truque de mágica assim que dera a luz.

...

Onde... onde estou? Onde está a criança? Eu morri? – Questiona-se a mãe, embebida em sangue em um local sombrio. Se tratava do Seikishiki, a entrada do mundo dos mortos.

[  Em algum momento de 1979 ]

— HAHAHAHAHAAHAHAH! Então era isso! Você somente queria morrer, Orfeu? Porque não me disse isso antes?

— Jasão, os fios irão continuar a apertar cada vez mais. Nos envie logo para o Seikishiki, senão nós dois iremos morrer aqui.

— Mas é claro. Aceitarei sua condição. ONDAS DO INFERNO!

Jasão estica seu dedo indicador ao céu, com uma expressão extremamente confiante. A atmosfera do Labirynth se altera, ao mesmo tempo que ondas obscuras emanam do braço do réquiem. Rapidamente, o corpo dos dois é envolvido por estas ondas. Os fios do ataque de Orfeu começam a desaparecer dos membros de Jasão. O corpo do réquiem cai desfalecido ao lado do cadáver de Orfeu.

— Pronto, estamos aqui, cavaleiro.

— Obrigado por esse favor, Jasão. Mas antes que eu possa seguir meu caminho, terei que te derrotar para que não possa atrapalhar os planos de Marin e as outras!

— Não fique se achando, Orfeu. Se acha que me igualo a você neste mundo, está bastante enganado. É verdade que agora ambos estamos em estado espectral, então seus ataques conseguirão me atingir. Mas você também deveria saber que meu poder aqui aumenta em 100%. Com a Sagrada nota de Usba, meu poder pode até superar o daquele homem...

[ Em algum momento de 1970 ]

A entrada para o mundo dos mortos é um lugar conhecido como o fim de toda a esperança. Se trata de uma colina onde as almas se enfileiram para cair no poço do inferno, de onde não poderão retornar mais. Neste local, é comum encontrarmos almas esquecidas, almas de guerreiros que não conseguiram morrer e almas que não obtém perdão. É um lugar vago, sombrio e circular, onde a única saída é o centro: o precipício do inferno. Neste lugar, duas crianças extremamente machucadas são deixadas para morrer.

— Tsssc, eu não consigo mais me movimentar. Terei que rastejar à procura da armadura. – Diz um deles, extremamente machucado, com fraturas expostas na perna.

— Seu tolo, não me conte seu plano. Sou seu adversário, não terei piedade nenhuma de uma alma fraca como a sua. – Diz o outro, na mesma situação.

— Mas.... neste lugar... não teremos escolha senão coperarmos...

Neste momento, várias almas de soldados se juntam nos dois e começam a ataca-los. Os dois, indefesos, só conseguem sentir mais machucados se formando em cada um de seus membros.

— Tenho... tenho que procurar... a sagrada armadura de ouro de câncer...

— Eu.... a acharei.... a acharei primeiro....

Neste momento, os dois avistam um imenso brilho dourado. Naquele mundo sombrio, a luz dourada chegava a ofuscar os olhos dos dois. Ela vinha exatamente do precipício do inferno.

— Então é lá... que está a armadura!

Os dois rapidamente derrotam os soldados com um último resquício de cosmo. Imediatamente, as crianças começam a rastejar, disputando quem pegaria primeiro a armadura. Juntos, os dois chegam até a beirada do precipício:

— Olhe, lá está ela! É a sagrada armadura de ouro de câncer!

— Mas... ela está lá embaixo! Se formos pegá-la, iremos cair diretamente no inferno.

O desespero toma conta dos jovens aprendizes de cavaleiro. Não podiam abrir mão do rigoroso treinamento que os levaram até lá, mas ambos pensavam em uma maneira de chegar primeiro à armadura, sem que caíssem diretamente no inferno. Com os ossos quebrados e os ferimentos, não conseguiriam sequer se agarrarem a qualquer coisa para descerem. Foi então, que uma das crianças toma uma decisão:

— Jasão.... vá até a armadura. Eu segurarei seus pés, de forma que você não caia. Você venceu, é o cavaleiro de câncer agora.

— Mas...

— Não se preocupe comigo, eu reconheço que você será um melhor cavaleiro que eu. Seu cosmo sempre foi maior.

— Você... eu sabia Mephisto... você tem um bom coração!

— Ande Jasão, pegue a armadura e vamos logo sair daqui!

Jasão então rasteja até o precipício, e Mephisto agarra um de seus pés. Com alguma força, a criança consegue se pendurar na mão do amigo, que faz uma grande força para segurá-lo.

— Ande, Jasão... pegue logo a armadura...

— Estou.. estou quase lá Mephisto... Só mais um pou...

Neste momento, a expressão de Mephisto muda completamente. De um ar sereno, a criança passa para uma feição cruel. Ela rapidamente abre sua mão, deixando Jasão cair no precipício do inferno.

— Me... Mephisto... Por que... me soltou?

Uma aura dourada cobre o corpo de Mephisto, enquanto Jasão cai rapidamente no precipício. Numa expressão maligna, seu cosmo transborda. A armadura de câncer então se desmonta, e cobre todas as partes do seu corpo.

— Você foi fraco, Jasão. É claro que nunca poderia ser um cavaleiro de ouro. A partir de hoje, meu nome será MÁSCARA DA MORTE! – Diz Mephisto, ou melhor, Máscara da Morte de Câncer.

O novo cavaleiro de ouro facilmente deixa o local, retornando ao mundo dos vivos. Enquanto isso, Jasão reflete em queda livre sobre sua derrota:

— Eu... eu fui muito fraco... Eu acreditei no meu inimigo e por isso não mereci a sagrada armadura... eu mereço mesmo cair no inferno!

Porém, quando Jasão já estava se dando por vencido, um brilho prateado surge da escuridão. Se tratava da sagrada armadura de prata de retículo.

— O que.. está acontecendo?

A armadura então cobre o corpo de Jasão, enquanto o novo cavaleiro se confunde:

— Eu não... não mereço ser um cavaleiro... aquele homem... ele me pagará

...

[ De volta a 1979 ]

— Não fique se achando, Jasão. Há um grande abismo entre o seu cosmo e o dos cavaleiros de ouro. Não será uma Nota de Prometheus que te dará poder para se comparar a eles.

— É o que vamos ver. Venha KRUNG, A LANÇA DO PECADO ORIGINAL!

Novamente Jasão materializa sua lança de almas. Mas desta vez, a forma de Krung era diferente: Ela possuía duas pontas e tinha o dobro do tamanho original, com três caveiras acopladas em sua extremidade. O cosmo sombrio que a lança emanava era muito denso, capaz de reduzir a pó tudo aquilo que tocasse.

Rapidamente, o réquiem começa a golpear Orfeu, que desvia facilmente de todas as investidas.

— Vamos Orfeu, me diga o motivo de querer ter vindo a esse lugar! – Diz o réquiem enquanto desfere os ataques na velocidade da luz.

— Eu pretendo... cair no precipício do inferno... – Reponde Orfeu, desviando rapidamente dos golpes de Jasão.

— HAHAHAHAAHA, você é muito patético. E pensar que era tido no santuário como um cavaleiro honrado, cujo poder tangia o de um cavaleiro de ouro.

— Não se precipite, Jasão. Irei ao inferno buscar alguém que eu amo, e depois irei retornar à Terra. Não pretendo morrer assim facilmente.

— Você me faz rir muito, cavaleiro. Para descer por aquele buraco e chegar ao inferno vivo, somente despertando o OITAVO SENTIDO!

— Acha que não sei disso? Já vim aqui com essa intenção. Não serei vencido por você, e irei despertar o oitavo sentido para resgatar Eurídice!!!!

Durante este diálogo, Jasão completou milhares de milhares de golpes, e Orfeu conseguiu se desviar de todos eles, sem atacar uma única vez.

— Está na hora, Jasão. É agora que iremos decidir nossos destinos. É agora que nossa batalha de cosmos decidirá quem de nós dois vencerá esta batalha.

Em uma fração de segundo, Orfeu segura a cintura de Jasão, levando-o em direção ao poço do inferno. Sem que o réquiem possa revidar, os dois caem no precipício do inferno.

— Orfeu, seu idiota! Nós dois iremos morrer! – Desespera-se Jasão.

— Já disse para não se preocupar comigo. Eu irei despertar o oitavo sentido e resgatar Eurídice do inferno!

— Seu... maldito!!!

Durante a queda, Orfeu tem seu último pensamento:
“Marin, Mayura, Shaina, e... Asaho... me desculpem. Derrotar Jasão foi a única coisa que consegui fazer por vocês nesta batalha. Mas confio no coração de vocês, e tenho certeza que a Terra estará em boas mãos se depender de vocês, meus companheiros. Adeus...”

Orfeu desaparece por completo.

Enquanto isso, Jasão se desespera ainda mais:

— Essa sensação novamente... a impotência... é exatamente a mesma coisa que senti enquanto caía nesta mesma direção, quando fui derrotado por Máscara da Morte... Armadura de Retículo.. por favor... me salve mais uma vez....

...

Jasão caíra no esquecimento.

...

[ De volta ao Monte Cáucaso]

Marin, Mayura e Shaina seguem correndo em um estranho deserto, em direção ao próximo templo. Simultaneamente, as três param:

— Orfeu.. então você se decidiu... – Diz Shaina, olhando para trás.

— NÃO, ORFEU! – Grita Marin, dando alguns passos para trás.

— Marin, vamos em frente. Orfeu se sacrificou para que possamos seguir, então precisamos honrá-lo. – Diz Mayura, avançando.

— Mas... Mayura...

— Ele se foi, mas levou consigo um inimigo que não poderíamos vencer. Consegue imaginar o valor dessa ação?

— Sim, desculpe Mayura... Vamos seguir.

Marin dá alguns passos, enquanto ainda lamenta pela morte de seu querido amigo. Porém, logo percebe que Mayura e Shaina não a acompanharam.

— Pessoal, vamos seguir!

Neste momento, Marin percebe que Shaina e Mayura ficaram completamente paralisadas. O vento não batia mais, a areia em seus pés não mais afundava. O tempo ao seu redor estava paralisado.

— O que... está acontecendo... pessoal!?

Por alguns segundos Marin acreditava se tratar do poder do próximo inimigo. Mas a amazona de Águia não contava com uma presença esmagadora logo à sua frente.

— Então você é a amazona que pretende me enfrentar. – Diz um alto homem, de longos cabelos de cor roxa e armadura extremamente brilhante.

O homem dá largos e lentos passos durante essas palavras, enquanto Marin treme diante da diferença infinita entre seus cosmos.

— PRO... PROMETHEUS!????

 

 

...

 

 

A segunda nota a ser revelada é a de Usba, usada por Jasão na batalha contra Prometheus.


A Nota de Usba representa um altar de sacrifício de animais, elemento presente em rituais de várias culturas. O Réquiem que a veste pode controlar vários tipos de dimensões sombrias e obscuras, além de ter seu cosmo sombrio aumentado de forma gigantesca.


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Notas finais do capítulo

Marin e Prometheus se encontram no deserto do Cáucaso, no meio do caminho entre o templo de Jasão e o próximo templo. Será o fim da batalha? O que o futuro reserva para os cavaleiros de Athena? O que esperar do próximo inimigo?



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