Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 37
Recordação


Notas iniciais do capítulo

Marin e Prometheus finalmente se encaram frente a frente. Marin tem a oportunidade de acabar de vez com a batalha, porém o titã não parece estar interessado em lutar, mas em entender a determinação da garota.



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As televisões noticiam um rigoroso inverno, algumas horas após o sol ser totalmente coberto. Desastres naturais e guerras já começaram a acontecer, além de um grande prejuízo na economia. Em alguns países, pessoas guerreiam por agasalhos e comida, enquanto em países tropicais ocorrem lutas por território. O planeta está um caos.

No santuário, um grande cavaleiro com armadura dourada observa atentamente o relógio do santuário:

— O fogo da casa de gêmeos acaba de se extinguir... A Terra também está em profunda escuridão há algum tempo.

O cavaleiro cruza os braços e continua a pensar:

— Me parece que o cavaleiro de Áries não está presente. Por esse motivo, tenho que me manter alerta. É bem provável que este eclipse seja causado por Hades. A contagem do relógio indica que cavaleiros de bronze e prata já devem estar lutando contra espectros. É uma questão de tempo até algum inimigo poderoso chegar aqui, na casa de Touro!

...

Enquanto isso, nos cinco picos antigos, Mu e o Mestre Ancião continuam a queimar seus cosmos na intenção de equilibrar minimamente a temperatura da Terra:

— Mestre... três horas já se passaram. Será que Marin e os outros conseguirão resolver este problema a tempo? Acha que não deveríamos ir ajuda-los?

— Tenha confiança, Mu. Todos os oitenta e oito cavaleiros de Athena foram escolhidos por um motivo, e todos terão que enfrentar um inimigo poderoso em algum momento. Além disso, se largarmos nossa meditação, a Terra irá congelar mais rapidamente.

— Certo, mestre. Vamos confiar neles.

...

De volta ao Cáucaso, Marin se encontrava frente a frente com o Titã Prometheus. O inimigo paralisara o tempo ao redor da amazona, congelando por completo o tempo da cordilheira.

— Então você é a amazona que pretende me enfrentar. – Diz a grossa voz do titã.

— Pro... Prometheus... O que você... fez com minhas amigas??? – Diz Marin, surpreendida pelo súbito aparecimento do inimigo.

— Não se preocupe. Apenas fiz o tempo passar muito mais devagar. Ou melhor, o fiz parar. Só nós dois estamos na mesma linha temporal.

Pressionada pela presença do forte inimigo, Marin apenas observa o gigantesco cosmo de Prometheus, enquanto pensa em alguma maneira de escapar daquela condição levando suas amigas. A amazona chega a esboçar um passo, mas percebe que o titã está completamente atento aos seus movimentos:

— Não perca tempo tentando fugir. Você não está aqui para isso. Além do mais, seu poder atual não te dá capacidade sequer de se esquivar de qualquer ataque meu.

— Eu... eu preciso tentar!

Marin então percebe a situação e avança um chute em direção ao inimigo, cautelosa. Prometheus sequer se meche, apenas bloqueia o ataque com sua aura.

— Está vendo, amazona. Você não é capaz nem de chegar perto de mim. Não deve ter muito tempo que você ganhou esta armadura, certo? Seu cosmo ainda é muito imaturo.

— Prometheus... você vindo até aqui irá adiantar muito nossa missão! Tome isto, LAMPEJO DA ÁGUIA!

Marin tenta novamente acertar um forte chute em Prometheus, mas o ataque sequer chega perto do titã envolvido em uma aura divina.

— Seu nome é Marin, não é? Deixe-me te perguntar uma coisa: Por que está aqui? Por que quer me derrotar?

Marin estremece por alguns instantes. Ela nunca havia se perguntado sobre isso. Pérola, a antiga mestra da vila das amazonas onde Marin encontrou abrigo, havia sido morta por um dos réquiens de Prometheus. Acontecera o mesmo com Asaho, um de seus amigos, que a havia salvado em várias ocasiões. A Terra estava em perigo, mas Aiolia ou qualquer outro cavaleiro de ouro com certeza teria mais facilidade para derrotar Prometheus, inclusive de forma mais rápida e sem sacrificar muitas vidas. Todos estes pensamentos passavam pela cabeça de Marin, que a cada segundo acreditava ser mais inútil.

— Marin, veja as amazonas paralisadas ao seu lado. – Diz Prometheus, dirigindo-se a Mayura e Shaina.

— Esta aqui possui um cosmo três vezes maior que o seu.  – O titã aponta para Shaina.

— E esta, acredito que tenha um cosmo pelo menos dez vezes maior que o seu. É uma guerreira interessante, já deve ter passado por muita coisa. -  Diz novamente, apontando para Mayura.

Marin permanece em estado catatônico, enquanto absorve as palavras de Prometheus. Um flash com vários rostos conhecidos vêm à sua mente: Seu irmão, com seu rosto totalmente borrado. Ryuku, seu pai adotivo. Asaho, Pérola, Tyro, Misty, Babel, Algol, Shaina, Aiolia, Mayura, Orfeu, os réquiens...

 

 

A pergunta de Prometheus fez a amazona entrar em um grande impasse interno: Por qu~e estava ali? Seria para procurar seu irmão? Para vingar seus amigos e entes queridos que morreram nesta batalha?

Ela de fato não tinha nada contra o titã. Entrara nesta batalha de modo inesperado e aleatório, apenas seguindo os passos das pessoas que conhecera. Com sorte, fora salva por Pérola e conseguiu sobreviver ao grande extermínio da vila das amazonas, junto de Shaina e Mayura. Estas duas eram amizades ocasionais, feitas somente por necessidade. Shaina nunca a tratara bem, sempre implicava com Marin por ser iniciante. Mayura era muito misteriosa, e apesar de tê-la salvado, carregava a sina de ter “traído o santuário”. Seriam realmente pessoas cconfiáveis? Marin estaria mesmo do lado certo?

— Amazona de águia, deixe-me contar uma coisa. – Prometheus senta-se calmamente no chão e cruza suas pernas, num ato totalmente inesperado e despojado.

— Conhece a mitologia por trás da sua armadura? A constelação de águia?

Marin observa o titã, ainda catatônica.

— Na era mitológica, eu era um jovem aspirante a titã, com idéias revolucionárias ao tempo. Para mim, os humanos eram extremamente promissores: vocês conseguiam superar os deuses apenas com a força de vontade, e isto era fascinante!

Então tive a idéia perfeita: Eu roubaria a tocha da deusa Héstia, que continha o poder de queimar todo o universo. A tocha de onde viera todo o conceito de cosmo. Eu derramaria este fogo pela Terra, despertando o cosmo de todos os seres vivos, fazendo assim todos os humanos terem potencial de se tornarem deuses. Eu queria ver onde ia dar, onde vocês, seres humanos animalescos e selvagens chegariam!

Marin continua absorvendo a história contada por Prometheus. Não havia nenhum cosmo agressivo no local, tanto a amazona quanto o titã estavam cheios de abertura. Marin ainda tentava entender o motivo de estar ali, enquanto aguardava o desenrolar do mito contado por Prometheus:

— E assim foi feito. Derramei a tocha de Héstia sobre a humanidade por alguns segundos, fazendo o fogo se alastrar pelo mundo inteiro. Pouco tempo depois, os seres humanos começaram a evoluir e despertar seu cosmo!

Meus irmãos titãs e alguns deuses não gostaram da idéia. Para eles, eu tinha cometido um crime e devia ser punido. Todo o panteão se reuniu e Zeus decretou: Eu seria preso para toda eternidade no topo deste monte, o Cáucaso, e aqui eu seria punido por uma águia, que comeria meus órgãos por toda eternidade.

...

A expressão de Prometheus altera drasticamente, se tornando extremamente sério e centrado:

— Marin, ouça. Muita coisa aconteceu desde essa época. Athena nasceu e defendeu os humanos no meu lugar. Mas vocês humanos não fizeram bom proveito do meu sacrifício. É por isso que estou aqui.

— Você... quer vingança... de nós humanos?

— Você entendeu errado. Não quero vingança. Eu ainda acredito em vocês!

— O... o que??

— Sim! Há pouco tempo meus irmãos lutaram contra os humanos, e foram completamente derrotados pelos cavaleiros de ouro. Eu decidi lutar apenas agora, para me certificar de uma coisa:

Os humanos fétidos e imorais conseguiram destruir o planeta. Poluição, traições, pobreza. Isso tudo só aconteceu depois que vocês tiveram contato com o fogo divino, o cosmo. Eu estou aqui, Marin, para que vocês possam me provar se continuam merecendo meu sacrifício. EU PRECISO VER COM MEUS PRÓPRIOS OLHOS QUE VOCÊS PODEM LUTAR CONTRA SEUS PRÓPRIOS DESTINOS! HUMANOS, ME MOSTREM QUE EU ESTAVA CERTO ENQUANTO DEFENDIA VOCÊS! ME MOSTREM QUE MEU SACRIFÍCIO NÃO FOI EM VÃO!

As palavras do Titã entraram novamente como um tiro na alma de Marin. Aos poucos, a amazona ia se lembrando do motivo de estar ali:

...

— Por favor, não encoste no meu irmãozinho! – Diz Marin, tentando afastar um garoto que tentava espancar seu irmão.

— Saia da frente, garotinha. Esta luta é de homens. Ele nos roubou, precisa ser punido!

— Irmãzinha... não fique na frente!

Marin observa aos prantos o garoto maior espancando completamente seu pequeno e indefeso irmão, que tentava sem sucesso se defender dos chutes e socos.

— Tohma... por favor se defenda... eu não tenho forças... pra salvá-lo!

Neste momento, os punhos da pequena Marin começavam a arder. Uma forte sensação de proteger seu irmão a invadia, enquanto pássaros se reuniam nos fios dos postes ao seu redor.

Se afaste... DO MEU IRMÃO!!!

Ainda criança, Marin libera uma quantidade gigantesca de cosmo, que afasta o garoto de seu irmão.

— O... obrigado irmãzinha... por me proteger...

...

Eu... estou aqui... para proteger...

...

— Marin... proteja seu irmão...

— Marin, seus punhos são para proteger...

— Marin... essa armadura a escolheu para que você possa proteger os outros...

...

Marin acorda, diante de Prometheus:

— SEU TITÃ IDIOTA! Milhões de humanos estão sofrendo ao redor do mundo somente por um capricho seu! Acha que nós vivemos para satisfazer as vontades dos deuses? Eu irei acabar com você... para proteger toda a humanidade!

Prometheus dá um pequeno sorriso, enquanto Marin avança com um soco em direção ao titã. Ela consegue acertá-lo, enquanto queima uma grande quantidade de cosmo. O golpe é certeiro no peito de Prometheus, mas não o causa nenhum dano.

— Interessante. Era bem o que eu esperava de você, amazona de águia. Em breve nos veremos novamente.

A areia aos pés de Marin volta a afundar e o vento volta a bater.

— Descanse em paz, Orfeu. – Diz Shaina.

— Vamos logo, pessoal. Já devem ter se passado três horas. Temos que nos apressar. – Diz Mayura.

Marin percebe que o tempo voltou ao normal, e ela retornara ao ponto exato que estava antes do encontro com o titã. Prometheus desaparecera completamente. Era como se esse momento não tivesse existido, ou tivesse durado um milésimo de segundo. Enquanto Shaina e Mayura avançam, Marin para, dá três passos bem lentos, pega impulso e volta a correr, alcançando suas amigas.

— Marin, está tudo bem? – Pergunta Shaina.

— Sim, obrigado por perguntar. Vamos logo terminar esta batalha!

Mayura olha para Marin, entendendo que há algo diferente com a amazona. Marin prefere não comentar nada do que aconteceu com suas amigas, e apenas as acompanha em direção à próxima batalha.

No caminho, as três amazonas encontram uma trifurcação.

— É, meninas. Daqui pra frente teremos que nos separar. – Diz Mayura.

— Um destes caminhos deverá levar a Prometheus. – Diz Shaina.

Mayura sente um cosmo conhecido vindo por um dos três caminhos, e é a primeira que toma a decisão:

— Eu irei pelo caminho da direita. É uma descida, então pode ser que seja uma tentativa de enganarmos. Encontrarei vocês em breve, garotas. Fiquem vivas!

— O caminho da esquerda é uma subida. Se Prometheus está no topo deste monte, é o caminho que mais me parece viável. Irei por ele. – Decide-se Marin.

— Então eu irei pelo caminho do meio. É uma reta, mas não consigo ver nada adiante por causa desta neblina... Pessoal, se morrerem eu não as perdoarei. – Conclui Shaina.

As três decididas amazonas fazem a promessa de continuarem vivas, e então se separam, correndo cada uma em uma direção.


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Notas finais do capítulo

As três amazonas seguem em caminhos diferentes. Shaina é a primeira que chega diante de um inimigo, que possui uma aparência grotesca. Mayura segue um rastro de sangue com cosmo conhecido.



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