Electus escrita por Khaleesi


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo, como vão?
Pode-se dizer que faz uma porrada de tempo que não apareço mais por aqui, não é mesmo?
Devo dizer que minha vida deu uma reviravolta desde o último capítulo amores, fui demitida, precisei arrumar um novo emprego que me fez ralar muito até pegar o jeito das coisas, minha faculdade ficou mais puxada e eu tenho um relacionamento a zelar. Tudo isso fez com que as fanfics ficassem de molho por um tempo, mas sabiam que em momento algum pensei em desistir. Jamais.
Amo demais escrever essas fanfics para pensar em desistir.
E sabiam também que pensei em Electus todos os dias antes de dormir, formulando cenários e fechando os pontos em aberto do enredo.
E vou começar 2019 (que está logo ai) de maneira diferente. Não vou me comprometer em fazer caps uma vez por mês. Qual o motivo? Eu sempre frusto meus objetivos quando coloco pressão neles, assim não vou fazer promessas, e espero que isso me ajude a atualizar com mais frequência.
No mais, quero pedir desculpas pela demora e agradecer a todos que ficaram me mandando mensagens, pedindo att. Ela chegou e espero não tardar mais.
Enfim... vou lhes deixar com o capítulo!
Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716929/chapter/21

Capítulo 20

 

Dizer que Leiftan não gostou do meu plano foi brincadeira, ele praticamente me surrou com suas palavras devido ao perigo que estava me expondo ao trazer o interesse de Kreis para mim. Então lhe respondi que se queria alguém dócil e fácil para proteger que procurasse um familiar e não a mim. O que, talvez, não deveria ter dito. Ele simplesmente aumentou o nível de exigência dos treinos com magia.

Mas, eu não reclamaria. Por mais que minha cabeça parecesse que ia explodir e meu corpo tremesse ao mínimo esforço, eu não abriria a boca para pedir arrego. Eu não melhoraria se fosse fácil, por isso continuei seguindo em frente, um teste após o outro, um exercício após o outro.

Contudo não me impedia de xingar meu guerreiro mentalmente a cada passo que descia pela escada da praça central. O calçado confortável e a túnica mais solta escondiam meus músculos protestantes, sem dar qualquer indício para o grupo de guardas que me seguia a uma distância respeitosa.

Com exceção de Darius, que eu havia solicitado que andasse ao meu lado.

— Então, você só fala quando solicitado ou tem algum livre arbítrio? - falei, olhando de canto de olho para o Daemon, como preferiam ser referidos no lugar de Demônios.

Meu discreto companheiro deu um pequeno sorriso.

— Possuo meus próprios pensamentos, Milady. Apenas prefiro não expressá-los – respondeu.

Precisei de força de vontade para não fazer uma careta diante o modo como se referiam a mim atualmente. Milady. Uh.

— Imagino o porquê – repliquei, pausando a caminhada a sombra de uma esbelta árvore que ladeava a entrada do Mercado – não deve ser fácil ter suas palavras medidas por todos devido seu passado.

Sua maldição era jamais contar outra mentira. Já havia presenciado nos últimos dias as pessoas se esquivarem dele com medo do que pudesse falar. As pessoas tendiam a preferir palavras doces e falsas às espinhentas verdades.

Quanto a mim, mentiras demais me foram contatas para que começasse a preferir as verdades, mesmo que dolorosas.

— E posso presumir que a senhorita seja uma exceção? - ele questionou, levantando uma sobrancelha. Vi em seu olhar a desconfiança.

Era algo que já esperava também. Darius detinha sua atual posição devido sua particularidade, o que devia lhe ser uma tremenda dor na bunda. Enquanto haviam aqueles que se afastavam dele por medo, existiam aqueles que se aproximavam para se aproveitar de seu dom.

— Isso é algo que você mesmo deve descobrir. O que quer que eu lhe fale vai ser alvo de estudo, então por que deveria fazer um discurso sobre meus motivos? - respondi com sinceridade.

Darius não era algo que havia incluído em meus planos. Não. Eu apenas queria conversar com o mesmo normalmente, entender os motivos que o levou a omitir a informação a Kreis. Tinha estabelecido naquele mesmo dia que não o usaria, não importando o quão vantajoso pudesse ser tê-lo ao meu lado.

Eu poderia manipular situações, ações e discursos, porém as pessoas era algo além do meu limite autoimposto.

— Hoje é um dia tranquilo, acredito que os guardas não precisam ser tão presentes em sua caminhada – comentou, casualmente colocando as mãos nos bolsos da calça.

Era uma oferta, um lance jogado para pesar minhas palavras. E também uma brecha para que pudesse agir como eu bem quisesse longe dos olhos substitutos de Kreis.

— Já experimentou o suco da alegria de Céline? Eu não sei o que essa mulher coloca nele, mas faz meu coração palpitar – sorri-lhe, indicando a barraca a poucos metros de nós.

Ainda sem tirar a mão do bolso, Darius me ofereceu seu braço direito.

— Parece fascinante.

E simples assim acabei passando a manhã, o almoço e parte da tarde na presença do Comandante das forças térreas do Mestre, coisa que aprendi em meio as nossas conversas. Era intrigante como acabei por esquecer completamente sua habilidade, mantendo a mesma postura que tratava com qualquer um no QG. Se ele havia reparado nisso não mencionou.

Darius era seu primeiro nome, mas ele se recusou a me falar o segundo apesar de minhas tentativas falhas de persuasão. Ele gostava de doces e era um pouco arisco com comidas mais apimentadas, devido uma situação constrangedora que tinha passado a alguns anos.

O engraçado era que em nenhum momento do passeio por meio das barracas, provando tudo o que tinha pela frente seja tanto por meu incentivo ou pelo dele, não senti a energia pesada e venenosa que presenciei junto de Kreis e seus seguidores. O que me deixava ainda mais intrigada em relação a Darius.

O Comandante era limpo.

E isso me deixava com uma pulga atrás da orelha, além de um sentimento de peso em meu coração. Eu julgara que todos comandados pelo Mestre eram corrompidos, malvados e tinham descaso com os demais em Eldarya. Meu coração quase quebrou ao vê-lo ajudar duas senhoras que tinham se machucado em seu serviço de produzir um bom terreno para plantio de plantas medicinais.

Empurrando meus preconceitos para o lado, pousei minha mão em seu ombro, parando o ato de inspecionar os ferimentos nos joelhos das duas. E sem lhe olhar, pedi que me ajudasse a levar as senhoras até a loja delas a poucos metros dali.

Enquanto ele fazia o que lhe pedi, andei um pouco mais a frente onde tinha identificado uma moça com um masso de camomila seca, onde comprei um punhado e garanti de escorregar algumas moedas a mais para sua mão antes de voltar até Darius.

Lembrando dos ensinamentos de minha avó e as dicas de Ewelein, aqueci a água num recipiente e coloquei a camomila dentro para infundir as propriedades da planta, enquanto Darius conversava com as senhoras sobre o seu dia. Estava concentrada no que fazia que mal notei o Comandante se aproximar.

— Não imaginava que sabia a arte da cura – comentou, analisando meus afazeres.

— Minha avó acredita que todos deveriam saber o básico para que possam cuidar de si mesmos ou dos demais quando necessário – respondi, verificando o recipiente.

O ruivo inclinou a cabeça, pensativo.

— E o que os demais diriam da Jovem Dama cuidando de feridas dos outros, principalmente quando são apenas trabalhadoras? - indagou, em voz baixa para que as senhoras sentadas a poucos passos de nós não nos ouvissem.

— Acredito que o mesmo sobre um certo Comandante limpando as mesmas feridas – respondi, olhando-o nos olhos, firme.

— Que bom que ninguém tagarela tenha visto essa situação, então.

Pisquei para ele, levantando as sobrancelhas. Sua resposta foi um piscar de olhos e tomar o recipiente de minhas mãos, molhando um pano limpo na água quente.

— E a senhorita não foi a única a ser ensinada sobre as propriedades da camomila – sussurrou, antes de virar-se para as senhoras.

Que os Deuses me salvem de entendê-lo.

 

(…)

 

— Talvez eu devesse lhe punir com mais treinamentos se soubesse que bateria pernas pelo Mercado inteiro hoje – Leiftan resmungou.

Impedi um gemido de subir pela minha boca quando seu dedo apertou um calombo em minha panturrilha.

— E talvez eu devesse ter aceitado o convite de Ewelein de me massagear, invés de você – retruquei.

Digamos que meu passeio com Darius não ajudou em nada meus músculos já doloridos dos treinos com Leiftan, o que levou a ser despachada para a enfermaria ao final da tarde aos cuidados de Ewelein, que foi mantida no QG por ser a chefe dos curandeiros da Guarda de Eel. Local onde Leiftan me encontrou alguns minutos depois e dispensou os cuidados de minha amiga, alegando que deveria ser ele a me castigar por tê-lo abandonado o dia inteiro.

— E perder a oportunidade de me ver aos seus pés, querida? - Leiftan ronronou, antes de pressionar dolorosamente outro calombo.

Apertei meus dentes e segurei a vontade de chutar seu belo rosto, pois o ato só me traria mais câimbras. De fato ele estava aos meus pés, ajoelhado ao lado da cama enquanto eu me escorava nos travesseiros. Mas, isso parecia lhe divertir mais do que a mim.

Sádico.

Devo ter lhe enviado o pensamento, pois o diabo riu e massageou com mais força.

— Acho que vou espalhar alguma fofoca sobre você deixar as mulheres aos pedaços, assim nenhuma jovem vai querer esbarrar em você nos corredores – praticamente lati para ele.

Minha réplica era uma mistura de indignação pela sua diversão e um leve e mordido ciúmes de ver aquelas sacerdotisas de araque darem em cima dele descarradamente. E o pior foi o filho da mãe ter usado aquilo para me provocar nos treinos corpo a corpo.

Ultimamente o QG estava infestado de sacerdotisas daemons para prestigiar algum evento anual de sua espécie daqui alguns dias.

— Tão ciumenta essa minha senhora – ele riu, me fazendo lhe olhar feio – mas, eu também posso querer espalhar alguns boatos ao seu respeito. Quem sabe assim um determinado comandante também lhe deixe em paz.

Oh.

— Quem é o ciumento agora? - respondi, erguendo as sobrancelhas.

Leiftan rolou os olhos, fazendo pouco-caso.

— Sou pragmático. Não confio nele e sei que você costuma enxergar o melhor nas pessoas mesmo quando não existe nada.

Olhei para a tapeçaria no meio do quarto, evitando seu olhar. Sabia que poderiam me achar ingênua demais por começar a dar um voto de confiança em Darius pelos seus atos durante o passeio de hoje, mas como explicar que não senti vibração negativa vindo dele?

— As pessoas podem esconder seus reais rostos por detrás de máscaras – falei, suavemente – conheço alguém que sabe muito bem sobre isso.

O Drarosh inclinou a cabeça, descansando a testa em meu tornozelo.

— Queria ter um coração igual ao seu.

— Ingênuo? - repliquei.

Um pequeno sorriso, discreto, que duvido que muitos algum dia já tiveram o prazer de ver, apareceu em seu rosto. Era em momentos como este que eu queria lhe abraçar e afastar qualquer dor sobre seu passado, limpar a mácula de culpa que via em seu olhar.

— Que ainda acredita no melhor – ele falou.

Estendi minha mão para que ele se levantasse e então se sentasse ao meu lado.

— Bom, então deixe esse coração lhe dizer que acredito que você seja uma pessoa ainda melhor do que eu – comecei após ele se ajeitar na cama – não acho que eu teria a mesma coragem que a sua de enfrentar o inimigo de frente, enganá-lo e doar-se por inteira para proteger aqueles que estimo. Sinto-me extremamente sortuda e abençoada por lhe ter como meu guerreiro, jamais duvide de si mesmo outra vez, ok?

Prendi minha respiração quando voltei-me para Leiftan. Seu olhar estava marejado, a emoção brilhava nas esmeraldas que me fitavam com tanto carinho. Ignorando a dor de minhas pernas, mexi-me e o abracei com força. Senti seu corpo estremecer, segurando a emoção.

— De todas as decisões que tomei, você é a que jamais irei me arrepender – ele sussurrou, rouco.

Permanecemos assim por um tempo, simplesmente respirando. O silêncio era calmo, aconchegante, tranquilo. O horário da janta veio e foi sem que ligássemos, presos em nossa bolha de paz. Eu contentemente continuaria assim, mas Leiftan tinha estabelecido limites em nossa proximidade.

Então quando deduziu que já era a hora de dormimos ele deslizou para longe, em direção ao sofá-cama a poucos metros dali. Entretanto lhe segurei a mão antes que pudesse escapar. Senti seu olhar questionador sobre minha atitude.

— Por favor, apenas fique aqui comigo hoje – sussurrei.

Sem me questionar os motivos, ele deslizou para debaixo dos cobertores novamente, embalando-me em seus braços com cuidado. Mantive meus olhos fechados e respirei fundo, acalmando meu coração. Sabia que Leiftan deve ter pressentido o medo que espreitou por meu coração ao cair da noite.

Não lhe incomodei sobre o assunto, mas presumia que ele tinha reparado o meu sono perturbado ultimamente. Desde que tive aquele encontro com a estranha mulher que dizia ser a guardiã de meus poderes vinha sendo assombrada com sonhos tão nítidos que pareciam visões. Reprimi o tremor em minhas mãos quando pequenas lembranças das praças encharcadas de sangue e os gritos de dor me vieram a mente.

Não, eu não queria dormir sozinha hoje.

Ainda sentia o cheiro característico de Leiftan, canela e algo mais profundo e rico, quando o cenário de meu sono sem sonhos foi alterado. A princípio acreditei que fosse mais uma reprise do encontro que tive, algo que já não era mais novidade para mim, mas fui percebendo aos poucos as mudanças no local.

Meu corpo estava envolto numa camisola longa e de estilo antigo, a cor branca contrastava com o gramado verde-escuro. Em minha mão pendia uma gargantilha de ouro antigo cujo pingente também dourado tinha formato de uma escada de dragão, parecidíssimo com as escamas que vi na estátua do templo.

Franzindo o cenho, sentei-me e examinei o local ao meu redor. Parecia uma clareira como qualquer outra, porém transmitia um estado de paz e serenidade, como um esconderijo digno de mestre samurai dos filmes que já assisti em minha curta vida.

Um pouco mais a frente, parcialmente escondido pelos galhos frondosos, existia um caminho de terra batida, como se fosse frequentemente utilizado impedindo o crescimento da grama selvagem. Reprimindo um gemido, fui em direção ao caminho já imaginando onde me levaria.

Mas ao contrário do que acreditei que encontraria, não vi a minha guardiã mágica sentada na relva ainda úmida. Incerta de seguir adiante, porém curiosa demais para deixar de lado segui o restante do caminho até uma cabana de madeira clara e de aparência bem cuidada. Quase como se fosse um lar de uma família feliz.

Subi os degraus até a varanda e espiei pela janela, esperando tirar uma pista do que se tratava esse sonho estranho. Antes que pudesse identificar algo, a porta se abriu como se me convidasse a entrar. Respirando fundo, cruzei a soleira da porta e rezei pra não ver algo macabro. Geralmente meus pesadelos se iniciam em cenas prazerosas, como um grupo de crianças reunidas, e terminava num banho de sangue e gritos de dor.

— Deuses, poderia estar vendo a versão mais nova de minha mãe – uma voz masculina soou das sombras ao meu lado direito.

Virando-me, apertei os olhos numa tentativa de ver melhor meu visitante inesperado. Imaginando o que eu fazia, ele deu dois passos e ficou sob um facho de luz que entrava pela janela, a mesma que tentei espiar anteriormente.

Ergui as sobrancelhas, surpresa. Se ele via a mãe dele mais nova, eu via uma versão melhorada de Valkyon e cia. Alto, forte, rosto marcante, cabelo platinado. Mas os olhos, ah, esses eram iguaizinhos aos meus.

— Olim Coração Valente – sussurrei.

O homem sorriu um pouco envergonhado.

— Prefiro apenas Olim, por favor – respondeu.

Continuei piscando e lhe encarando. Foi então que reparei na aura mais brilhante que lhe cercava, parecida com uma certa visita que recebi anteriormente. Cruzei os braços e lhe olhei um pouco mais atravessada.

— Não me diga que aquela mulher que bloqueou meus poderes é sua mãe – comentei.

Olim teve a audácia de rir de mim.

— Velorian tem meios próprios para proteger aqueles com quem ela se preocupa. Posso não concordar com esses meios, mas convenhamos que ela tem um ponto. Não acha?

Fiz um bico, não querendo dar o braço a torcer. Afinal, eu mal sabia o que era quando cheguei em Eldarya. Imagina a loucura que seria se eu tivesse meus poderes despertos antes de estar realmente pronta? Ia ser um desastre, tinha certeza.

— Velorian? Nome bonito – falei, mudando o assunto – Parece que vocês, Drarosh, tem um negócio em por L, M e N em seus nomes.

Leiftan, Lysandre, Valkyon, Rosalya, Olim, Velorian, e eu mesma, Olimpya. Listei os nomes que conhecia em minha mente.

— É quase um costume, dizem que nomes assim predizem pessoas fortes e com garra. Não garras literais, sabe.

Sem querer deixei um riso escapar da piada tosca.

Suspirei e lhe olhei com mais seriedade, fazendo-lhe entender a minha pergunta sem externá-la com palavras.

— Digamos que vim aqui para lhe dar um conselho – ele começou, olhando janela afora – mas não queria que interferir nos encontros de Velorian, então precisei esperar um tempo – ele voltou o olhar até mim – esperei até que sua mente estivesse aberta para que eu pudesse lhe chamar para um lugar intermediário, um limbo podemos dizer.

Dei um passo a frente, interessada.

— Então você não é real – sussurrei.

— Eu sou, apenas não no seu aspecto físico. Minha alma sempre vai ser ligada a Eldarya por conta da sua criação e da minha participação dela. Mas, como meu tempo em terra acabou não posso simplesmente conversar com você como minha mãe faz.

Não vou dizer que entendia tudo o que eles falavam, Velorian e Olim, mas conseguia captar a essência da situação. Os dois não estavam mais vivos, porém tinham amarras que os permitiam se conectar com outras pessoas através dos sonhos. Creio que se eu não estivesse apenas mentalmente presente, desligada das coisas mais crédulas do meu mundo, eu poderia pirar em conversar com antepassado e grande herói antigamente.

— Estou divagando, desculpe-me – Olim falou, pescando minha atenção novamente – o que eu queria falar contigo é sobre a profecia.

Reprimi um gemido, mas pela minha expressão ele conseguiu perceber meu desconforto com a bendita profecia.

— Vamos lá, diga – falei, querendo arrancar esse curativo o mais depressa possível.

Ele sorriu, parecendo orgulhoso.

— A profecia que meu povo passou a diante e que consequentemente chegou aos seus ouvidos está errada.

Pisquei, surpresa.

— Como?

— É compreensível por conta do passar dos anos algumas linhas ou palavras possam ter perdido o sentido, alterando seu significado. Por isso achei importante lhe contar como é a real profecia, já que tudo indica que ela venha a ser cumprida no seu tempo.

Assenti, demonstrando que estava lhe ouvindo atentamente.

— Essa profecia já existia no meu tempo, e como acontece contigo, acreditaram que eu seria a pessoa indicada por ela. Foi por causa dela que corri tanto atrás de uma maneira que acabasse com a guerra entre as espécies, para que tivéssemos paz. Mas, no final apenas adiei ela por um tempo – ele riu com amargura – e agora ela voltou e estão fazendo contigo o mesmo que aconteceu comigo.

Quando Olim me olhou novamente senti ali um frio na barriga. Percebi que ele estava fazendo mais do que me preparar para uma jornada, ele queria me proteger, me dar uma segurança. Precisei de força de vontade para não chorar, afinal tinham pouquíssimas pessoas que estavam pensando em mim antes de qualquer profecia.

Olim se aproximou e pegou minhas mãos nas suas. Apertei seus dedos involuntariamente, sentindo uma saudade terrível de minha família naquele momento.

— Você é sangue do meu sangue. E nós protegemos os nossos, sempre.

Assenti, incapaz de falar ou choraria igual criança. Ele sorriu, compreendendo-me.

— Bem, vamos ao ponto, certo? Está na hora de você ouvir a profecia autêntica.

E foi assim que ouvi as palavras que mudariam minha vida pra sempre.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, como vão as teorias? haha.
Um momento Leif x Olimpya pros que torcem pelo casal!!
E temos esse Darius ai pra dar pano pra manga galera.
Espero que estejam gostando!
E como uma breve despedida quero desejar feliz ano novo a todos, que 2019 seja um ano melhor para todos, e que nossas metas possam ser realizadas e nossos sonhos conquistados. Amo todos vocês.
Beijos e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Electus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.