Poucos dias depois da surra que os cupidos deram no Dean, eu resolvi deixar esse acontecimento de lado. Apesar de ter me assustado, Dean agora estava no passado. Procurei me focar em fazer o meu papel, até um dia, encontrar o meu escolhido.

De tarde Hayley e Stacy vieram até a casa dos cupidos para me fazer um convite. Disseram que passariam em algum pub para beber e queriam muito que eu fosse. Fiquei surpresa quando vi que as duas estavam realmente levando a ideia de se tornarem amigas a sério. Algo me diz que à partir de agora elas vão se tornar inseparáveis.

— Vamos, Cassie! — Hayley implorou. — Vai ser legal. Vamos beber e comer alguma coisa. Talvez a gente vá para o Bar dos Cupidos.

— E vamos reclamar sobre a droga da vida. Vai ser legal. — Stacy completou. Ambas estavam na porta da casa dos cupidos, implorando para que eu saísse com elas. As duas estavam belíssimas. Stacy vestia uma roupa um tanto descolada, blusa larga com a estampa "I Love Brooklyn" e um jeans branco. Na sua cabeça tinha um óculos escuro, que ela levantou. Hayley usava um short simples e blusa social. Estavam incríveis. Eram exatamente o tipo de garotas que os cupidos procuravam.

— Não posso. Tenho que ficar e resolver algumas coisas. — Lamentei.

— Sério? — Stacy revirou os olhos.

O que eu poderia dizer? "Não posso sair porque corro o risco de ser morta por um cupido superior a qualquer momento sem David por perto."

— Está bem, então... — Hayley disse.

— É... O Bruce está aí? — Stacy perguntou antes de sair. Era evidente a curiosidade em seu olhar. 

Olhei para trás.

— Não, ele... Ele saiu com o Franklin. Não sei quando volta.

Stacy apenas assentiu, me lançou um sorriso e partiu com a Hayley.

Seria bom sair com elas. Mas estou evitando qualquer chance de ser morta, e sair de casa sem a companhia de um cupido, é com certeza uma delas.

As minhas tardes têm sido vazias. Normalmente me tranco no quarto do David e observo sua decoração. Às vezes tento fritar alguma coisa na cozinha deles, numa tentativa frustrada de me sentir no Kismet Diner outra vez. Também falo sozinha quando os cupidos não estão por perto, faço diálogos comigo mesma... E de vez em quando, sinto medo. Sinto que a qualquer momento uma criatura com asas e dentes afiados vai invadir a janela do quarto do David e me estraçalhar. Já tive tantos sonhos assim... Ontem acordei suando por conta de um pesadelo.

Quando chegou a noite, por volta das sete, todos os cupidos ainda estavam fora. Depois que o Colin formou o seu primeiro par, Franklin pareceu irritado por ser o úncio que ainda não formou nenhum — e ele sempre culpa a escolhida dele por isso, diz que ela é uma burra — então ele tem pegado mais pesado, à procura do escolhido dela.

Não sei onde Bruce está. Se ele não está com a Stacy, deve estar aprontando por aí... Louis é um amor e tem se dedicado à sua escolhida. 

E David, não o vejo desde à tarde. Ficar sozinha contribuía para que eu tivesse meus pensamentos ruins. Então comecei a procurá-lo pela casa. Primeiro olhei na cozinha e depois subi as escadas. Quando cheguei até o corredor e vi que a porta de seu quarto estava entreaberta, caminhei até ali.

— David? — Chamei, mas tive certeza de que ele não me ouviu. Então me coloquei de frente com a porta e espiei ali dentro.

Quase gritei quando o vi nu dentro do quarto.

Fechei os meus olhos, para não continuar olhando, mas depois abri de novo.

Ele estava de costas para mim, então tive uma ampla visão de suas costas bem formadas e de todo o resto. Tentei me repreender e sair correndo, mas me prendi àquela cena.

A visão da tatuagem que ele fez nas costas, em formato de asas. Estava ali, perfeitamente desenhada em suas costas. O desenho que representava o que ele era e o que tínhamos.

Suas costas estavam molhadas e o vi enxugando o cabelo com a toalha preta. As gotas espirravam rapidamente. 

Me senti péssima por espiá-lo completamente sem roupa. Mas queria continuar contemplando a tatuagem e seu corpo. Só por mais um segundo. 

Ele logo amarrou a toalha na cintura e se virou em direção à porta. Agora eu podia ver seu peitoral e o abdômen. Arfei e me concentrei. Foi quando gritaram meu nome na porta inicial. David rapidamente olhou em direção de onde eu estava, e eu saí correndo, descendo as escadas tentando não fazer barulho.

Naquele momento tive quase certeza de que ele me viu.

Me recompus e fui atender a porta. Eram vozes femininas.

— Surpresa! — Stacy e Hayley gritaram assim que apareci na porta. Elas carregavam duas caixas de pizza e garrafas de cerveja. 

Hayley balançou as garrafas e sorriu, enquanto Stacy já foi entrando segurando as caixas.

— Queríamos fazer uma surpresa para você, já que não pôde ir com a gente.

— Ah! — Fingi empolgação, respirando fundo e ainda tentando recuperar o fôlego por ter espiado David se vestindo e corrido dele feito louca. — Entrem. Entrem. — Engoli um seco, colocando os meus fios de cabelo que escaparam atrás da orelha.

— Cadê os meninos? — Stacy perguntou, olhando de um lado para o outro.

— Ainda não voltaram. Estão... Por aí. — Sorri falso outra vez, ofegando e colocando minhas mãos na cintura. — Querem beber alguma coisa?

— Se acalma aí, Cassie. — Stacy falou. — O quê estava fazendo? — Ela me analisou de cima a baixo. Não sei se ela estava surpresa em me ver tão ofegante ou chocada com meu visual extremamente brega comparado ao dela. Minha blusa de lã colorida, meu jeans surrado e o meu clássico all star.

— Nada. Correndo. — Respondi as duas coisas rapidamente.

— Tem alguém aí em cima? — Hayley perguntou olhando para a escada.

Assim que ela fez a pergunta, David apareceu descendo a escada, carregando um sorriso no rosto.

— Olha só. — Ele olhou para as meninas. — Estão dando uma festa e não me convidaram?

— Só para garotas. — Stacy respondeu. — Eu estou subindo, Cassie. — Stacy foi em direção à escada. — Onde fica seu quarto?

— Isso é sério? — David se fez ofendido. — Vão me excluir?

Eu e Hayley rimos e Stacy deu de ombros. 

— Tudo bem. Vou deixar as três sozinhas por um tempo.

Para me livrar da tensão de ficar perto do David, corri até a Stacy e a guiei até o quarto onde minutos atrás David estava completamente sem roupa.

Enquanto subíamos, Hayley se aproximava dele com um sorrisão no rosto e iniciava uma conversa.

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Quando Hayley finalmente largou o David, estávamos nós três no quarto dele, trancadas e descalças em cima da grande cama dele, com as caixas de pizza espalhadas e garrafas de cerveja para todos os lados.

— Como foi que a gente chegou até aqui? — Stacy perguntou, tirando a boca do bico da garrafa e fazendo um barulho engraçado. — É tão estranha a forma como vamos parar em determinados lugares. 

— Eu gosto de estar aqui com vocês. Não tenho amigas há um bom tempo... No máximo foram rivais lá no bar. — Disse Hayley.

— Confesso que estou aqui por causa do Bruce. Se não fosse por ele, acho que eu continuaria me drogando todas as noites. É bom ter um lugar para ir.

— Não vou negar que estou aqui por causa do David. — Hayley colocou a boca na garrafa também e olhou para mim e para a Stacy — Mas também pela Cassie.

— E você, Cassie? O que te trouxe até aqui? Por quê decidiu morar com cinco garanhões? — Stacy perguntou. Era a minha vez.

Pensei na resposta.

— Eu acho que... Fiz essa escolha pelo meu próprio bem. A verdade é que eu não sei o que seria de mim sem esses meninos. Faço parte da vida deles, entende? Estamos conectados. — Olhei para baixo, deslizando meus dedos sobre o bico da garrafa.

— Você é incrível. — Stacy apontou a garrafa para mim. Eu já pude perceber o álcool alterando um pouco da sua sanidade.

— Acho que estamos todas conectadas. — Hayley disse.

— Um brinde à essa nossa nova conexão? — Stacy perguntou.

Fizemos um brinde. Hayley bebeu mais da garrafa e riu enquanto o fazia. Acabou derrubando uma pequena quantidade de cerveja na cama.

Stacy riu junto, e eu também.

Conversamos sobre um bocado de coisas, até o assunto ser a coisa mais louca que já fizemos. Hayley disse que em um momento de adrenalina e álcool tirou a blusa no meio da rua às dez da noite, no meio do trânsito. Stacy disse ter "seduzido" dois caras em uma única noite, somente para pegar suas carteiras. E eu... Tirei as opções sobrenaturais da minha lista. Minha vida antes de conhecer o David não era nem um pouco interessante.

— Derrubei dez pratos de uma só vez na lanchonete em que trabalhava. Queria enterrar minha cabeça em um buraco. — Respondi, elas riram.

Mas senti que devia contar algo mais interessante. Bebi um gole da cerveja e disse:

— E fiz uma tatuagem de última hora no meio da noite, junto com o David.

— Você o quê? — Hayley gritou e largou o pedaço da pizza que carregava.

Apenas assenti.

— Demais. O que vocês tatuaram? — Stacy perguntou, toda folgada na cama.

— Eu um arco e flecha. Foi pequena. A do David foi maior...

— O que ele desenhou e por quê eu ainda não vi?! — Hayley estava mais interessada do que chocada.

— Ele tatuou asas nas costas. — Dei uma pausa e mordisquei minha pizza. — Ficou incrível... — Suspirei, me lembrando da cena em seu quarto. A tatuagem.

Hayley fez bico. 

— Eu queria muito ver isso. Vou contar os segundos para que ele tire a camisa em um dia desses.

Stacy balançou a cabeça.

— Podemos ver a sua, Cassie? — Stacy perguntou.

Rapidamente fiquei vermelha.

— Eu não sei... É que... Eu tatuei praticamente em meu seio. Então eu teria que tirar o sutiã e...

— Ah, qual é! Estamos entre meninas! É noite das garotas!

— Eu quero ver, Cassie! — Hayley sacudiu a cama.

Respirei fundo, procurando coragem para mostrar a elas.

— Afinal, qual o significado das tatuagens? Quem vai até um estúdio e tatua um arco e flecha no seio? — Stacy desistiu de querer ver.

Sorri.

— Nós só achamos legais.

Minha resposta não as convenceu, mas deixamos o assunto das tatuagens de lado.

— Então... Que tal a gente sair da rotina essa noite? — Stacy propôs.

— O que quer dizer com isso? — Hayley perguntou.

— Sei lá... Transar com algum dos cinco que moram aqui?

Congelei com a pizza na boca. 

— Isso é sério? — Hayley riu.

— É... Na verdade, eu te desafio, Hayley. Se você gosta do David, então aproveita, garota! O cara é solteiro, gato e mora aqui. Por quê não?

— É que... Nós temos uma relação meio complicada. Às vezes ele deixa bem claro que é só meu amigo e eu tenho medo de estragar isso. E se ele nunca mais querer me ver? E se pensar que eu sou uma tarada?

— Você me falou que ele já te beijou, então a última coisa que você é dele é uma amiga. — Stacy encorajou a Hayley.

Hayley colocou os fios loiros atrás da orelha e os olhos azuis brilharam.

— Acha que consigo, Cassie?

Fiz que não e depois que sim com a cabeça, ainda com a pizza na boca.

— Viu, até a Cassie concorda. — Stacy deu um tapinha na Hayley — É melhor você ir antes que outra vá primeiro.

— Tá... E se eu conseguir? O que eu ganho? — Hayley perguntou, agora tão interessada que deixou a garrafa e a pizza de lado.

— Além de prazer e mais prazer? Hum... — Stacy enfiou a mão no bolso traseiro de sua calça e tirou uma nota amassada de cinquenta dólares. — Cinquenta. — Stacy tentou desamassar a nota e estendeu na cama.

Hayley tomou a nota e a colocou no bolso.

— Eu vou tentar. Mas e quanto a você?

— Bruce. — Ela respondeu, simplesmente, enquanto eu estava ainda assustada, as observando — Se eu me deitar com ele, eu venço e fico com meu dinheiro.

— Ah! — Hayley gritou. — Você se deita com ele o tempo todo!

Stacy ficou calada.

— Na verdade, não...

Eu e Hayley nos entreolhamos.

— O quê? Vocês acham que eu e o Bruce estamos nos deitando?

— Pensávamos que sim. — Hayley respondeu por mim.

Stacy riu, desanimada.

— Ainda não chegamos lá. Na verdade, chegamos perto, mas... Sempre tem algo que nos impede. Às vezes é ele, às vezes sou eu... Na maioria da vezes é ele. É como se ele me respeitasse o bastante para não ir mais afundo. — Uma expressão indescritível invadiu o rosto da Stacy.

Isso me surpreendeu. Era difícil acreditar.

— Mas hoje vai! — Stacy quebrou o clima. — Decidi que vou dar esse passo com ele. E você precisa fazer o mesmo com o David! — Stacy retomou sua postura, e logo se virou para mim — E você, Cassie? Vai participar, né.

— Não. De jeito nenhum. — Não hesitei. — Os meninos são minha família, eu nunca...

— Não! Não fale isso! Nós duas sabemos que eles não são. — Stacy me interrompeu.

Hayley me olhava rindo.

— Me fala, qual deles você gosta mais? Colin? — Ela mexeu as sobrancelhas.

Franzi a testa e fechei os olhos.

— Não... — quase implorei para ela parar e comecei a rir.

— Franklin? — Stacy continuou.

— Ele me odeia!

— Louis?

— Somos amigos! Eu nunca faria isso!

Ela soltou uma grande quantidade de ar pela boca.

— Pois eu acho que você está mentindo para a gente. — Stacy concluiu.

— Eu também acho. Vamos lá, Cassie. Temos o direito de nos divertir essa noite. Escolha um!

— E eu acho que essa noite precisa acabar. — Fiz um movimento para sair da cama.

— Pois ela só está começando, meu bem. — Stacy me lançou um olhar que me deixou com medo. Já a Hayley estava adorando aquilo.

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É, estava só começando.

As meninas decidiram dar uma festa entre nós. Todas descemos para a sala inicial, elas encontraram algumas músicas e colocaram para tocar. Ficaram dançando sensualmente, enquanto eu bebia um pouco e ria de vez em quando. David apareceu e ficou surpreso, assim como os outros quatro que chegaram juntos.

Franklin, Bruce e Colin gritaram um "Oh..." assim que viram as meninas dançando. Já chegaram curtindo, mordendo os lábios e batendo palminhas. Todos sem vergonha.

Bruce se aproximou da Stacy durante a dança e Colin correu ao meu lado atacar os pedaços de pizza que sobraram, assim como o Louis.

— Não vai dançar, Cassie? — Colin perguntou, mordendo e observando as garotas.

— Não é pra mim... Olha só. — Apontei para Hayley se aproximando do David. — Você me imagina dançando assim? — Falei em seu ouvido.

— Talvez. — Colin cerrou os olhos para mim.

Em segundos Hayley estava cumprindo com o que prometeu. Dançava sensualmente ao lado do meu cupido, e eu sentia que ele não parecia confortável. Talvez porque eu observava tudo.

Nossa casa lotou um pouco mais às onze e quarenta da noite. Os caras chamaram mais alguns cupidos e outras garotas do bar para participar. Apagaram as luzes e poucas partes da casa ficaram iluminadas. Virou uma verdadeira festa.

Mais pizza chegou e outros tipos de bebidas também.

Consegui distinguir algumas coisas. Uma delas era que Stacy e Bruce se pegando escondidos em um canto escuro, e outra era Franklin trocando beijos com duas garotas. Duas!

Continuei próxima à mesa com pizza e álcool, sentada no meio do chão e conversando com o Louis. Algumas garotas se aproximavam dele de vez em quando. Com certeza sentiam atração por ele assim como pelos outros. Mas ele sempre recusava...

— Por que as rejeita? — Decido perguntar.

— Lilian. — Respondeu sem pestanejar.

— Lilian? Sua antiga namorada?

— Sim. Me sinto conectado a ela há muito tempo.

Assenti, ouvindo o som abafado da música e os cheiros misturados da casa.

Olhei para o David. Hayley continuava ao lado dele, e parece que tinha outra garota também. 

— Por que olha tanto para ele? — Louis perguntou.

— Quem?

— David. Por que olha tanto para ele?

Ri.

— Estou olhando para todos... E bem, é errado querer saber o que meu cupido está aprontando?

— Certo. — Colin fingiu acreditar e assentiu, bebendo sua tequila. — Sabe o que eu acho? Que você deveria dançar e aproveitar. Você é demais para ficar sentada aqui.

— Obrigada. Mas não acho que devo.

Louis deu de ombros e saiu dali.

Ainda sentada em um canto da festa, me senti pior do que nunca. Por quê ver David com a Hayley me deixa tão mal? Não posso me sentir assim, tenho motivos para não sentir ciúmes de algo que nem é meu.

Que raios eu quero, afinal? Qualquer chance de  eu me aproximar dele é impossível. O simples fato de estar perto dele já é perigoso demais para mim. 

Larguei tudo no chão e corri até a escada principal, pronta para ir até os corredores que estavam vazios. Eu poderia desabafar lá.

Corri e me vi no corredor escuro. Tudo juntou naquele momento. Meus medos, dúvidas, saudades... Algo errado estava acontecendo comigo. Se eu estivesse mesmo nutrindo sentimentos pelo meu cupido, eu seria a garota mais idiota do mundo todo.

Encostada na parede do corredor, respirei fundo. Por algum milagre, as lágrimas ainda não desceram. Respirei fundo outra vez e contei até três. Costumava fazer isso quando estava nervosa.

Me assustando, no corredor apareceu alguém. Rapidamente olhei para o lado, e para minha surpresa era David. Parecia estar procurando algo, e quando me viu, se acalmou.

— Cassie.

Sorri para ele, mas ainda querendo chorar. Minha expressão não era nada boa.

— O que faz aqui? — Ele ficou bem perto, e seus olhos encontraram os meus e me analisaram.

— Nada. — Foi a única coisa que consegui dizer e tentei fugir dele, olhando para outros lados.

Me contrariando, com um movimento David segurou meu rosto para que o encarasse.

Os olhos. Aquela sensação esquisita...

Cerrei meus olhos e franzi minhas sobrancelhas tentando resistir àquilo. Me perguntei o motivo de ele ter deixado Hayley e ter vindo me procurar. Ela pode aparecer aqui a qualquer momento...

— Eu te vi na porta hoje mais cedo. — Foi o que ele disse. Estava tão colado a mim que estávamos quase nos abraçando.

Queria desmaiar. Ele me viu espiando... Eu sabia. Nunca me senti tão envergonhada. O que ele deve estar pensando?

Após dizer isso ele abriu um sorriso no cantinho dos lábios. Aposto que estava se divertindo com a situação.

— Mas eu...

— Senti sua presença ali. — Completou, agora acariciando levemente minha bochecha. — É impossível resistir quando você está me olhando, Cassie... — Seu tom de voz acabou comigo. Aquilo se tornou uma guerra. Eu estava encontrando forças de algum lugar para resistir àquele desejo. Arfei e tentei me afastar um pouco mais. Mas estava sem saída.

Estávamos tão próximos, perto de nos beijar. Mas o som de risadas nos deu um choque. Nos afastamos rapidamente, quando Bruce e Stacy apareceram.

Stacy parou de rir quando me viu, e Bruce também ficou sério. Nos pegaram no flagra quase tocando nossos lábios. Droga... Ela não tirou os olhos de mim e do David. Bruce a puxou para o quarto, e ela foi, hesitando.