A Má Influência escrita por British


Capítulo 3
O boato


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii! Se você gosta desta história, deixe seu comentário com a sua visão sobre o capítulo! Para você, pode parecer pouco, mas o seu comentário é MUITO importante pra mim e fará uma imensa diferença no meu dia e (quem sabe) até no rumo que a história pode seguir! É isso! Divirta-se! Boa leitura! :)



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Madara tinha razão. Aliás, sempre tinha. Por isso, a decisão de afastar Sasuke da empresa logo que o viaduto caiu foi a mais certa a se tomar. No dia seguinte à tragédia, o boato de que um erro de cálculo cometido por Sasuke poderia ter sido o motivo daquele desabamento caiu nos ouvidos da imprensa. O boato foi noticiado e depois reproduzido durante o dia inteiro, o que assustou Madara, Sasuke e até Sakura.

Por conta da proximidade com a Fashion Week em Nova York, Sakura sabia que, até o resultado da perícia sair e inocentar Sasuke, ela deveria permanecer calada sobre o assunto. Mas, é claro, que os pedidos de entrevistas com ela aumentaram depois do estouro do boato e a imprensa não estava a fim de saber sobre qual seria a temática da sua próxima coleção, mas se ela acreditava na inocência do marido.  Com isso, Sakura pediu para Shizune manter sua agenda fechada até o dia da Fashion Week. Só daria alguma declaração sobre o assunto lá, pois não teria outro jeito.

— Eu estou te atrapalhando, amor? – Peguntou Sasuke para Sakura, após ouvir a conversa da esposa com Shizune no telefone.

— Você? Me atrapalhando?  É claro que não, Sasuke! – Disse Sakura, abaixando-se para se sentar no chão junto com os filhos.

— Não foi o que pareceu. Cancelou todos os seus compromissos. – Apontou Sasuke.

— Eu não cancelei nada. Só não permiti que nada fosse marcado. – Corrigiu.

— A mãe está certa em fazer isso. – Disse Sarada se intrometendo na conversa enquanto montava um quebra-cabeça com Indra e Ashura no chão da sala.

— Sei que sua mãe está tentando me proteger, mas não precisa. Eu não sou culpado. – Disse Sasuke.

— Sasuke, a imprensa quer colocar todos nós contra a parede. Você viu o tom acusatório dos telejornais, não? Fora os sites de fofoca que estão aumentando tudo. Até o resultado da perícia sair, o melhor é não falar. – Afirmou Sakura.

— Acha que o resultado sai antes da sua Fashion Week? – Perguntou Sasuke.

— Eu espero que sim. Assim, não vou falar bobagem. – Disse Sakura encaixando mais uma peça no quebra-cabeça.

— Do que estão acusando o papai mesmo? – Perguntou Ashura.

— De ter errado um cálculo. – Informou Sarada.

— Pior filho, de ter matado uma pessoa. – Completou Sasuke.

— Papai matou alguém? – Questionou Indra confuso.

— Claro que não, filho! Estão cometendo uma grande injustiça com seu pai e isso será provado. – Afirmou Sakura.

— Ataaaa. – Disserem Indra e Ashura ao mesmo tempo.

— Nosso pai seria incapaz de cometer um erro dessa magnitude. – Disse Sarada convicta.

[...]

Mais tarde, Sakura estava escrevendo um post no quarto, quando viu Sasuke entrar agitado. Ela estranhou a inquietude do marido, então parou o que estava fazendo e perguntou se alguma coisa tinha acontecido com as crianças, mas Sasuke Negou.

— Eles estão com Sarada na sala. Estão vendo um filme qualquer. – Respondeu Sasuke.

— Então, o que houve? – Perguntou Sakura preocupada.

— Recebi um e-mail lá da Universidade e me afastaram de lá também.  – Contou Sasuke desanimado.

— Querido, que terrível! Estão te julgando antes mesmo que saia o resultado da perícia! Isso é errado. – Falou Sakura.

— Cidade pequena é assim. Os boatos crescem com força numa piscar de olhos. Lembra quando você se separou do Kakashi e veio pra cá? Logo falaram também... – Lembrou Sasuke.

— Ok, mas inventarem coisas graves dessa vez. Estão dizendo que um erro seu matou aquela moça e deixou aquela gente toda ferida Sasuke! Você foi afastado de seus dois empregos por isso! Você está trancado dentro de casa há dois dias por causa disso! – Revoltou-se.

— Eu sei, Sakura. Mas o que posso fazer agora é esperar a perícia. Deve sair até a próxima semana. Aí tudo volta ao normal. – Garantiu Sasuke.

— Você me garante que não cometeu esse erro, né Sasuke? – Questionou Sakura.

— Confia em mim? – Pediu Sasuke.

— Eu confio. – Sakura abraça Sasuke – Eu só to com medo por causa do que estão fazendo.

— Pelo menos, ninguém veio até aqui atrás da gente ainda.

— Eles não podem fazer isso até porque não há nenhuma acusação formal contra você. É só um boato maldoso. – Advertiu Sakura.

— Sakura, as crianças vão continuar faltando aula?

— Amor, não acho seguro a gente deixar eles na escola. Melhor ficarem em casa conosco. Eles são tão pequenos que faltar aula agora não vai fazer mal.

— E Sarada?

— Bem, ela quer ficar aqui. Nossa filha já avisou na pós e na orquestra que vai ficar longe por enquanto.

— Eu só quero que isso se resolva logo, Sakura. Um único boato já conseguiu ter esse efeito negativo na nossa vida. Não quero nem imaginar qual rumo isso aqui pode tomar...

— Vem cá, você tem alguma dúvida sobre o tal cálculo? – Perguntou novamente Sakura.

— Eu já disse que não! – Rosnou irritado.

— Não precisava gritar. – Disse Sakura e Sasuke a abraçou.

— Desculpa. Eu também to com medo. – Confessou Sasuke.

— Eu sei que assusta, mas vai passar. Logo essa tormenta toda vai passar. E nós vamos ficar bem de novo, Sasuke. Eu juro meu amor. – Prometeu Sakura abraçando o marido com força e o cobrindo com beijos, já que ela sabia que agora ele só precisava de seu colo.

— Você é a minha fortaleza, Sakura. – Disse Sasuke.

— Então, se apoie em mim e se erga. Eu não vou sair do seu lado. – Disse Sakura.

— Obrigado, meu amor. – Sussurrou Sasuke.

[...]

No fim daquele dia, a campainha na casa de Sasuke tocou. Ele, a esposa e os filhos não sabiam quem poderia ser. Então, Sakura olhou pelo sistema se segurança e ficou aliviada ao se dar conta de que eram Boruto e Naruto ali. Assim, sorriu aliviada e informou a Sasuke, que a acompanhou até a porta para receber às visitas. Sarada ouviu sua mãe falar sobre a presença de Boruto, então pediu licença aos pais, pegou Indra e Ashura pelas mãos e os levou até seu quarto. O plano dela era ficar ali, longe de seu antigo amor, o quanto pudesse.  Então, Sasuke e Sakura abriram a porta para os amigos.

O abraço de Naruto em Sasuke foi de consolo. O juiz achava muito injusto o que estavam fazendo com seu melhor amigo. Estavam culpando Sasuke antes de terem uma prova concreta, uma vez que o resultado da perícia não tinha saído. Após as primeiras palavras trocadas ainda na porta, todos caminharam até o sofá.

— Assim que o resultado da perícia sair  e provar que você, meu amigo, não é culpado, você poderá processar toda essa imprensa por calúnia e difamação. Boruto poderá ajuda-lo nisso. – Afirmou Naruto.

— Exatamente, padrinho. Estou aqui para ajudá-lo no que for necessário. – reiterou Boruto.

— Eu agradeço. Certamente, farei isso. – Concordou Sasuke.

— Nós estamos muito felizes pela visita de vocês. – Disse Sakura.

— Nós imaginamos que vocês fossem querer preservar a imagem uma vez que a imprensa os expôs tanto. Apesar do fato ter acontecido no trabalho do Sasuke, sei que, por causa da sua influência Sakura, essa história acabou respingando em você também. – Disse Naruto.

— Sim, eu estou sendo “convocada” pela imprensa para comentar sobre o assunto, mas isso só aumentaria o circo em torno do caso e não é o que quero. Após o resultado da perícia, darei uma declaração só para fechar o assunto, depois que a inocência de Sasuke ser provada. – Contou Sakura.

— Sakura tem uma excelente visão da situação, padrinho. – Disse Boruto.

— Ela consegue ser maravilhosa até nas situações mais difíceis. Sakura tem me ajudado a manter a calma nesses dois dias. – Confessou Sasuke.

— E as crianças? – Perguntou Naruto.

— Optamos por afastá-las da escola nesses dias em que os boatos estão correndo soltos. Precaução. – Disse Sasuke.

— E Sarada? – Perguntou Boruto com seu costumeiro interesse pela ex-namorada.

— Sarada é uma fortaleza. Está nos ajudando a tomar conta dos gêmeos e mantê-los entretidos dentro de casa. – Contou Sakura.

— Eu sinto muito por estar atrapalhando a rotina da minha família, mas Sakura achou que era o mais prudente.- Disse Sasuke.

— Besteira, Sasuke! Nós todos só escolhemos ficar do seu lado. – Garantiu Sakura.

— Não tema, Sasuke! Esses malditos vão ver que erraram ao te pregarem pra cristo! – Afirmou Naruto.

— Só quero acordar desse pesadelo e voltar para a minha vida normal. – Afirmou Sasuke.

— Madara te afastar da empresa é compreensível, mas por que a Universidade fez isso também? – Perguntou Naruto.

— Eles alegaram que até o resultado da perícia sair não me querem lá por medo de algum protesto que acabe em confusão dentro da Universidade. Estão sendo precavidos também. Mas já avisei aos meus alunos por e-mail que irei repor todas as aulas. – Disse Sasuke.

— Claro. Mas, Sasuke, você, como engenheiro experiente, acha que o erro que causou a queda do viaduto em construção vem de onde? – Questionou Naruto.

— Meu palpite é erro na fiscalização da obra. Até porque algo que vai cair dá indícios como rachaduras ou até mesmo barulho. Nada disso foi relatado na empresa. Então, pra mim, houve um erro na hora de fiscalizar. Com certeza, essa tragédia poderia ter sido evitada.

— Mas um erro na fiscalização não elimina um erro de cálculo, certo? – Questionou Boruto.

— Verdade. Erro na fiscalização não elimina cem por cento um erro de cálculo ou um erro na hora da execução, mas isso só a perícia dirá. – Afirmou Sasuke.

— Então, seu palpite é que tiveram dois erros. – Concluiu Naruto.

— Sim, um erro de execução primeiro e depois um erro de fiscalização. Ambos, culminaram na tragédia da queda do viaduto. É o meu palpite. – Disse Sasuke.

— Vai dar tudo certo, Sasuke. – Disse Naruto.

— Bem, vocês estão com fome? Vou servir um lanche pra gente. – Disse Sakura ao se levantar e ir em direção a cozinha.

— Um cafezinho ia cair muito bem. – Disse Naruto.

— Boruto, pode ir chamar Sarada e as crianças no quarto? – Pediu Sasuke.

— Claro, padrinho. – Assentiu Boruto.

Boruto foi até o quarto em passos lentos. Viu a porta entreaberta e observou Sarada brincando com os dois irmãos que estavam pulando na cama em cima dela. Indra e Ashura estavam fazendo cócegas em Sarada e a garota não parava de rir. Ele mesmo riu com a cena, então sua presença foi percebida pelos três, o que fez os gêmeos pararem e perguntarem quem estava li. Então, Sarada se levantou e Boruto tomou coragem de entrar no quarto.

— Sou eu. Sakura e Sasuke estão chamando vocês pro lanche.  – Disse Boruto sorrindo.

—  COMIDAAAAA! – Indra e Ashura gritaram e saíram correndo, deixando Sarada para trás.

— Nem parece que eles almoçaram né? – Comentou Sarada ao ver o desespero dos irmãos por comida.

— Crianças em fase de crescimento comem muito. Além disso, eles precisam ter energia. – Disse Boruto.

— Mais energia? Eles não param por um minuto. Sério! Dois dias com eles em casa e eu estou oficialmente exausta. – Declarou Sarada, então Boruto se sentou ao lado dela na cama.

— Uma casa com crianças é uma alegria. Eu preferia mil vezes estar exausto do que conviver com o silêncio da minha casa. – Confessou Boruto.

— Boruto, não vai demorar e Yodo vai conseguir engravidar de novo. – Sarada tentou ser positiva.

— Nós conversamos e vamos parar de tentar por um tempo. – Admitiu Boruto.

— Por que?

— Yodo quer fazer uma nova especialização. Uma gravidez nesse momento atrapalharia esse plano.

— Pensei que a prioridade de vocês fosse um bebê.

— Era Sarada. Mas os dois abortos espontâneos desanimaram Yodo. Ela está com medo de perder um bebê de novo.

— Eu entendo o medo dela. Já fizeram exames e tá tudo bem com ela? Com você?

— Sim, nós não temos nenhum problema. É que Yodo trabalha demais. Não repousa. E descobrimos que apesar de gravidez não ser doença, a dela é um pouco mais delicada.

— Eu entendo, mas vocês têm tempo. São jovens. Você só tem 23 anos, Boruto! Não tá querendo filhos muito cedo?

— Nossos pais tiveram filhos com 18 anos.

— Eles foram precoces! É diferente. Você pode esperar mais um pouco.

— Eu quero ter energia para curtir os meus filhos, Sarada.

— Eu sei, mas tudo tem seu tempo. Você e Yodo terão seus filhos na hora certa.

— E você?

— Eu o que?

— Quando vai querer ser mãe?

— Ah, Boruto... Eu não tenho nem namorado.

— Independentemente de namorado... Você nunca pensou em quando queria ter filhos? Quantos? Se preferia menino ou menina?

— Não quero ter filho antes dos 30. Acho importante viver plenamente a minha vida adulta antes. Acho lindo que existam pessoas que nem você que desejam ser pais logo, mas não quero isso pra mim. Até porque eu sou musicista e para isso eu preciso rodar o mundo. Não dá pra rodar um mundo com um bebê no colo. – Advertiu Sarada.

— Quer rodar o mundo com a orquestra sinfônica?

— A orquestra sinfônica de Konoha viaja pelo país apenas. Já é bastante coisa. Estou pensando em fazer apresentações solo ou em duo. – Contou Sarada.

— Duo com quem?

— Conheci um músico interessante chamado Mitsuki. Embora na orquestra ele toque violino, falou que poderia ficar com o violoncelo para me acompanhar nos concertos. – Revelou Sarada.

— Mal conheceu e já faz planos para se tornarem uma dupla?

— Tive empatia por ele. – Deu de ombros.

— Só empatia? – Perguntou curioso.

— É. Só empatia. Bem, to ouvindo a voz da minha mãe daqui. É melhor irmos comer. – Desconversou Sarada e saiu andando.

— Ei, a gente pode sair qualquer dia desses pra conversar como nos velhos tempos? – Perguntou Boruto parado no corredor.

— Claro! Só chame o Inojin também porque aí Yodo não terá motivo para sentir ciúme.

— Ela já superou essa fase. – Disse Boruto.

— Claro que superou, afinal nós nos afastamos. Mas se você voltar a ficar na minha companhia, ela não vai gostar.

— Por que acha isso Sarada?

— Bem, se eu fosse casada com você, não ia gostar de te ver ao lado da sua ex-namorada. Ainda mais com todo nosso histórico.

— Tem razão. Vou chamar Inojin no nosso próximo encontro. – Disse Boruto.

— Vem! Vamos nos juntar aos outros! – Disse Sarada se afastando.

[...]

Quando Boruto chegou em casa, acendeu às luzes e percebeu que novamente estava sozinho. O som do silêncio o incomodava. Lentamente, ele caminhou até a cozinha e, no lugar de sempre, achou o bilhetinho gentil de Yodo justificando sua ausência.

“Meu amor, um médico faltou o plantão e eu vou ter que substituí-lo hoje. Sei que você já disse que é para eu não ceder sempre, mas é que hoje a minha presença seria muito necessária! Por causa da queda do viaduto, estamos com muitos feridos e os médicos não são tantos assim no hospital. Enfim, espero que me perdoe por não ter ficado para o jantar! Mas sua comida está pronta no forno! É só esquentar! Eu te amo! Yodo Uzumaki”

Boruto não sabia nem sentir raiva dela. Como recriminá-la por querer ajudar o próximo? Yodo levava sua profissão muito a sério, mas Boruto já tinha dito para a esposa que ela deveria se impor um pouco mais para poder aproveitar a sua vida. O Uzumaki pensou até em reclamar com Itachi ou Fugaku que são os donos do hospital, mas Yodo disse que não era necessário, pois todas as vezes que ela cobriu um plantão, diminuiu o período de férias ou não folgou foi por opção própria e não por exigência do hospital. O Uzumaki ainda lembrava da briga que tiveram sobre o assunto. A primeira discussão do casal depois de casado. No fim, Boruto pediu desculpas para Yodo e disse que estava sendo egoísta. Por sua vez, Yodo também se desculpou e disse que a culpa na verdade era dela e que ia tentar melhorar.

Às vezes, Boruto se perguntava se ter casado não tinha sido uma escolha ruim. Mas a verdade é que Boruto queria muito construir uma vida à dois ao lado de Yodo. Ele verdadeiramente queria. Ela também. Mas esqueceram de avisar aos dois que isso não era fácil.

Após tomar um banho e trocar de roupa, Boruto deitou na cama de casal e pegou o telefone. Pensou em ligar para Sarada e chamá-la para ir ao cinema, mas se recriminou ao lembrar do a amiga de infância o disse sobre Yodo sentir ciúmes. É claro que Yodo nunca foi neurótica, mas também não tinha sangue de barata. Por isso, desistiu de falar com a Uchiha e ligou para a esposa.

— Me diz que tá tudo um porre aí sem mim. – Pediu Boruto ao ouvir o alô de Yodo do outro lado da linha.

— Está!!! Eu prometo te compensar de alguma forma, meu amor! Já jantou? – Perguntou Yodo.

— Ainda não. Só tomei um banho e to na nossa cama. – Contou Boruto.

— Você não sabe o quanto eu queria estar aí com você. – Disse Yodo.

— Você podia ter ficado. – Jogou Boruto como quem não queria nada.

— Não é bem assim! Precisam de mim aqui também.

— Eu sei. – Concordou Boruto e suspirou.

— Você acha que eu esqueci da promessa que te fiz né? – Perguntou Yodo.

— Fica difícil acreditar que você não esqueceu quando continua cobrindo plantão dos outros. – Admitiu Boruto.

— Meu trabalho é diferente do seu, Boruto. Meus pacientes não são como pilhas de papel. São gente! Uma pilha de papel pode esperar o dia seguinte, um doente na emergência não. Pensei que já tivesse entendido. – Disse Yodo.

— E nós?

— O que tem nós, Boruto?

— Aí que tá... Acho que não existe mais.

— Você ligou pra brigar comigo ou pra dizer que sente a minha falta?

— Desculpa. Liguei pra dizer que to com saudade.

— Eu também. Olha, estão me chamando aqui. Amanhã, a gente conversa tudo bem? Você vai ficar muito chateado?

— Não, Yodo. Afinal, seu trabalho não pode esperar. Eu sim.

— Ok. Boa noite, meu amor. – Despediu-se Yodo.

— Boa noite. – Desligaram.

[...]

Sakura estava massageando as costas de Sasuke. O marido estava tenso e ela gostaria de deixa-lo mais relaxado. Sasuke sempre havia sido uma pessoa meio travada, mas seu nível de estresse tinha sido aumentado consideravelmente por causa dos malditos boatos que o indicavam como culpado da queda do viaduto. Por isso, enquanto as mãos de Sakura passeavam pelas costas do Uchiha, o peso sobre seus ombros parecia reduzido.

— Quando você me toca, parece o paraíso. – Confessou Sasuke.

— Além de ótima esposa, sou uma massagista de primeira. Pode confessar! – Riu Sakura.

— Acho que não tem um dia da minha vida que eu não agradeça por você estar aqui. – Declarou-se.

— Ah, Sasuke! Eu ainda não me acostumei mesmo depois de todos esses anos juntos a ouvir você falando essas coisas! – Sorriu Sakura e então abraçou o marido.

— Às vezes, eu consigo ser romântico. – Sorriu Sasuke.

— Eu tirei a sorte grande! Tenho um homem incrível como marido! Querido, logo mais as pessoas vão ver que erraram com você ao acusá-lo! Mal vejo a hora desse resultado da perícia sair! – Disse Sakura saindo de cima de Sasuke.

— Essa história está me tirando o sono, mas é muito bom ver todo mundo que importa confiando na minha inocência.

— Nós acreditamos em você! Se você diz que não errou, não errou! – Sorriu Sakura.

— Sakura, agora mudando um pouco de assunto, você reparou que Boruto e Sarada ficaram bastante tempo conversando. – Comentou Sasuke.

— É. Eu notei também. Já faz alguns anos que eles não conversavam sozinhos né?

— Sabe o que eu acho? Esse casamento não fez bem por Boruto. Antes Yodo tivesse casado com o tal Nagato e virado rainha!

— Ah, Sasuke! Boruto parecia feliz!

— Exatamente, parecia... Viu a cara dele hoje? Não parece que o casamento vai bem... Ainda mais depois dela ter perdido os bebês.

— Bem, isso cabe só ao Boruto e a Yodo. Sarada tem que ficar no lugar dela, quieta e distante da vida conjugal deles!

— Não acho também que nossa filha tenha que se meter, mas eu reparei que Boruto ainda olha pra Sarada com interesse.

— Deve ter sido coisa da sua cabeça! Ele dispensou a Sarada, esqueceu?

— Não esqueci. Só acho que ele se arrependeu da decisão que tomou achando que a Yodo era a quinta maravilha do mundo.

— Ela é uma boa moça.

— Eu sei que é, mas também tem seus defeitos e Boruto está descobrindo que o casamento não é como o esperado.

— Naruto te falou alguma coisa?

— Ah, só por cima...

— Falou o que?

— Ah, que Boruto quer ser pai e ela não consegue engravidar mais, que Yodo parece muito mais comprometida com o trabalho do que com o casamento...

— Ela é uma jovem mulher independente que ama a profissão. É natural que ela queira se dedicar ao trabalho, da mesma forma que o Boruto faz...

— Mas ela deixa ele muito sozinho.

— Ele sabia que estava casando com uma médica. Não pode reclamar. Yodo nunca disse que ia bancar a dona de casa.

— Não digo que ele queira a dona de casa, mas uma esposa presente pelo menos...

— Olha, Sasuke, se Boruto tivesse casado com a Sarada teria os mesmos problemas. Sarada não quer filhos agora e também está se dedicando a música e passando muito tempo fora de casa.

— Não tava comparando as duas...

— Ah, claro que não! – disse em tom de ironia.


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