Rock the baby escrita por Nanahoshi


Capítulo 9
A aposta errada


Notas iniciais do capítulo

MEUS LINDOS LEITORES OLHA SÓ QUEM RESOLVEU DAR AS CARASS!!! Eu mesma AUHSAUHSAH
Peço mil perdões por deixado essa fanfic em um hiatus tão grande. Imaginei que eu postaria com mais frequência, mas a faculdade se mostrou realmente um empecilho. Eu fiz uma atualização no meu perfil, contando o motivo de estar completamente afastada do SS e das demais redes sociais de fanfictions e livros. Caso você se interesse em saber o que houve, é só entrar no meu perfil e ler a descrição *-*. No mais, eu agradeço do fundo do coração quem está lendo essas notas agora. Você é um leitor que merece todo o amor do mundo e eu agradeço demais por não ter me abandonado mesmo com a ausência. Infelizmente, minha situação é um pouquinho mais complicada do que parece.
Eu finalmente consegui finalizar esse capítulo depois de meses sem conseguir escrever praticamente nada, e isso me deixou feliz demais! E, depois de passar por essa experiência, percebi que estou permitindo que as minhas obrigações me sufoquem novamente. É claro que agora está ficando cada vez mais difícil, pois eu estou em um meio em que as pessoas não são exatamente compreensivas e são fissuradas em trabalho/estudo de uma forma completamente maluca. Só que se permitirmos que essas pessoas venenosas nos amarrem, nunca vamos fazer que queremos fazer e pior: ficaremos doentes. Por isso, peço a vocês que, independente se vc está estudando na universidade/faculdade, escola (principalmente no terceiro ano ou cursinho) ou trabalhando, não deixe que as obrigações tomem tudo de você. Não deixe que o stress te derrube no chão. Existem pessoas doentias que acham q vivemos na base de sacrificar nossa saúde e nosso bem estar. Fujam disso!
No mais, espero que possam estar aproveitando esse capítulo num momento de descanso, e que toda a fofura dele encha vcs de muitos surtos *0* Pq sério, esse capítulo está particularmente CHEIO DE FLUFFY! Um beijão para você, meu(minha) leitor(a) maravilhoso(a) e desejo tudo de bom para você Boa leitura!



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Mitsui subiu as escadas saltando de dois em dois degraus. Enquanto corria na direção do banheiro do segundo andar, várias pensamentos zumbiam em sua cabeça. 
“Miyamoto…! Droga, tem alguma coisa errada!”.
Mitsui tentou mentalizar Mika atacando as cinco amigas de Anri, mas a visão lhe parecia completamente ridícula e incoerente. 
“A Miyamoto jamais faria uma coisa dessas!” 
O garoto saltou para o corredor e parou por um instante. Uma aglomeração de alunos relativamente grande se amontoava na porta do banheiro feminino. Sentindo um frio na barriga e um mau pressentimento se embolando no fundo de seu estômago, Mitsui tornou a correr freneticamente para o final do corredor. 
“Por favor, Miyamoto! Não faça nada com elas. Não faça nada com elas…”
A frase lhe soou como uma piada de mal gosto, o que impulsionou ainda mais os passos do garoto. Mitsui finalmente alcançou a massa de alunos e começou a empurrá-los, forçando passagem. 
— Saiam da frente! Saiam da frente! — berrava ele sem sequer olhar para quem estava em seu caminho. A única coisa que preenchia sua visão era o vão retangular que demarcava a entrada do banheiro. Ele avançou lentamente pela multidão, recebendo xingamentos e empurrões, mas que mal registrava em sua mente. A visão de Mika batendo nas amigas de Anri, por mais irreal que fosse, nublava completamente seus sentidos. À medida que a entrada se aproximava, o mau pressentimento que se formara em seu estômago se adensava de forma nauseante. Quando estava quase alcançando a porta, um novo som alcançou seus ouvidos. 
Pancadas. Golpes. Gemidos de dor. 
O garoto parou por apenas um instante, processando a informação, mas logo seu corpo se mexeu, violenta, brusca e puramente por instinto. Empurrou os alunos que estavam mais próximos da entrada com força e avançou para dentro do banheiro enquanto um pensamento soava em sua cabeça:
“Miyamoto, não faça isso ou você será ex-”
A mente de Mitsui ficou completamente em branco assim que seus olhos focalizaram a cena diante de si. De início, tudo lhe pareceu bizarro demais, mas a medida que os segundos se arrastaram e nada mudou, Mitsui percebeu que aquilo era real. Seu corpo congelou enquanto ele tentava absorver os detalhes daquele cenário grotesco. Primeiro, havia as expressões de choque no rosto das cinco garotas que o encaravam. A mais próxima agarrava os braços de uma outra como se quisesse puxá-la para longe. Uma estava agachada e uma outra de joelhos sobre um vulto caído de bruços no chão. Lentamente, seus olhos correram pelo corpo caído, reparando em todos os cortes, inchaços e hematomas, até chegar na cabeleira escura que se esparramava pelo chão. Mesmo sem poder ver o rosto da garota, Mitsui sabia quem era… ele só não conseguia aceitar. 
Caída aos seus pés, ferida, molestada, espancada e completamente imóvel estava Miyamoto Mika. 
— Miyamoto! — o grito de Mitsui ecoou contra as paredes do banheiro, tomado por desespero.
Ele avançou sem pensar, empurrando todas as garotas que rodeavam Mika com violência. Jogou-se no chão ajoelhado e começou a apalpar, desesperado, o tronco da menina enquanto repetia seu nome:
— Miyamoto! Miyamoto! Miyamoto, por favor, responde! 
Por mais frenético que fosse o toque de Mitsui, Mika não reagia. Sentindo o desespero engolfando sua garganta, o garoto apoiou-se nas mãos e nos joelhos e passou a perna direita por cima do corpo de Mika de forma que ela ficasse no meio de suas pernas. Noriko, que despertara parcialmente de seu torpor, observou os movimentos de Mitsui e percebeu imediatamente o que ele ia fazer. Seu corpo se precipitou por reflexo na direção do garoto, enquanto uma exclamação urgente explodia em seus lábios:
— Não mova o corpo del- — mas era tarde demais. Mitsui havia firmado o braço esquerdo nas costas de Mika e, com o direito, virou o corpo dela num único movimento firme, mas gradual e gentil, da direita para a esquerda. Os fios negros e desgrenhados do cabelo de Mika tamparam seu rosto, impedindo que o estudante o visse de imediato. Tirando o braço esquerdo cuidadosamente debaixo do corpo da garota, Mitsui se posicionou rapidamente sentado com a perna esquerda flexionada logo acima da cabeça da garota. Com os olhos e mãos trêmulos, o garoto fez o último movimento para puxar  o busto de Mika para seu colo, mantendo o braço esquerdo apoiando seus ombros. Assim que sentiu segurança na posição em que estava, Mitsui tirou delicadamente os cabelos do rosto de Mika. Sua garganta se fechou e seus olhos se arregalaram à medida que sua mente processava o que via. 
Mika estava quase irreconhecível. Havia pelo menos três hematomas muito inchados: um na sobrancelha esquerda, um na face direita e um abaixo do canto da boca esquerdo. Um corte enorme de aspecto doloroso abrira sua testa no canto direito, do qual saiam várias trilhas sanguinolentas que escorriam até sua mandíbula. Vários outros cortes menores e manchas roxo-azuladas se espalhavam de forma aleatória por seu rosto, e rastros ainda úmidos de lágrimas marcavam os cantos dos olhos de Mika. 
— Mi… Miyamoto? — a voz de Mitsui saiu num sussurro embargado, e seus dedos subiram involuntariamente para tocar de leve a superfície dos ferimentos da garota. Ele ainda não conseguia acreditar. O choque tomara cada centímetro de seu corpo. 
Depois de alguns segundos parado observando o rosto ferido de Mika, Mitsui percebeu que uma voz esganiçada e nervosa ecoava no banheiro. Ele parou para escutá-la, por um instante:
—…Nós fizemos pra livrar você dela! Não precisa se preocupar com uma futura perseguição. Depois disso, ela nunca mais vai encostar um dedo em ninguém e você vai poder voltar a viver livre de ameaças… — a voz minguou subitamente quando um movimento chamou a atenção de Mitsui. 
Ele voltou a olhar para baixo e viu que o braço direito de Mika, que antes estivera caído ao lado de corpo, agora tinha subido e tentava alcançar sua mão, que estava pousada em seu colo*. Mitsui estendeu os dedos de forma delicada que a garota o alcançasse, mas assim que os dedos de Mika roçaram os seus, um movimento brusco o fez arfar. A mão de Mika agarrara seu antebraço com firmeza. Pelo canto do olho, Mitsui percebeu que os lábios de Mika começaram a tremer, o que o fez se remexer afobado e chamá-la novamente:
— Miyamoto! — sua voz era urgente. 
Os olhos do garoto se arregalaram quando ela uniu os lábios e, com muito esforço, chamou-o:
Mi… tsui…
Quando a última letra de seu nome escapou da boca de Mika, Mitsui sentiu um aperto mais forte em seu antebraço, e foi aí que  percebeu que havia um objeto redondo sendo pressionado contra sua pele. Os lábios de Mika permaneceram imóveis, mas Mitsui pôde ouvir claramente a sua voz através daquele toque:
“Me ajude!”. 
E então o aperto se foi. A mão de Mika tornou a escorregar para a lateral de seu corpo, e um estalido denunciou a queda do objeto que ela tinha pressionado contra seu braço. Baixando os olhos, Mitsui fixou o círculo de metal escuro caído no chão, ao seu lado. 
Uma moeda de 500 ienes. 
Imediatamente sua visão nublou e fui substituída pelas imagens das várias expressões que vira no rosto de Mika no dia anterior. Viu seus olhos fechados enquanto ela sugava o caldo doce de sua raspadinha de tuti-fruti, o entortar de sobrancelhas diante da afirmação de Mitsui sobre raspadinha de limão ser a melhor, o arregalar de seus olhos ao provar sua raspadinha, seu biquinho emburrado quando percebeu que tinha se entregado pela expressão e, enfim, o sorriso quando ele começara a fazer graça enfiando sua raspadinha debaixo de seu nariz insistindo para que ela tomasse mais. 
“Quanto foi a raspadinha?”, ele ouviu novamente a voz de Mika perguntando sobre quanto lhe devia. 
“Ah, não esquenta com isso, Miyamoto! Dessa vez é por minha conta”, ele respondera. 
“Ah não!”, protestara ela. “Você me disse que eu podia pagar depois! Anda, diga o preço!”. 
“Nem pensar”.
“Eu vou voltar lá e perguntar!”, ela ameaçara parando de caminhar e dando meia volta. 
“Ei, ei!”, ele exclamara inclinando-se para segurar o braço dela. “Tá bom, não precisa! Foram 300 ienes.”
Mika tornara a dar meia volta e sorrira, satisfeita. 
“Eu te pago amanhã sem falta, tá?” 
A lembrança minguou diante de seus olhos, sendo substituída pela imagem da moeda de 500 ienes caída no chão. A voz irritante voltou a chamar-lhe a atenção, chiando em seus ouvidos:
— Oi, Mitsui-kun! Você está ouvindo? 
O garoto baixou a cabeça e cerrou os punhos. O mal estar no fundo de seus estômago foi substituído por uma ardência familiar. A raiva borbulhou em suas veias e logo, todo o seu corpo tremia. Ignorando completamente os chamados da voz nervosa, Mitsui ergueu um pouco a cabeça e sussurrou:
— Qual é o problema de vocês? 
A voz silenciou por um instante para depois soar ainda mais nervosa:
—O-oi? 
Trincando os dentes, Mitsui sentiu a explosão de raiva subindo por seu peito e, completamente incapaz de contê-la, gritou:
—Eu perguntei… qual é o problema de vocês!? Que merda vocês fizeram com a Miyamoto!? Vocês são loucas!? 
As cinco encararam Mitsui completamente chocadas. Elas nunca tinham ouvido alguém soar tão furioso, e o fato de Mitsui ser normalmente bem-humorado tornou tudo ainda mais chocante. Depois de alguns instantes de silêncio, Yumi piscou, tentando encontrar novamente sua voz. A confiança que tinha reunido enquanto espancava Mika agora minguara para uma chama tímida quase extinta no fundo de seu peito. O olhar e o tom de Mitsui não pareciam em nada com alguém que estaria com medo de ser punido pela Akaoni depois do ocorrido… Muito pelo contrário. Ele soava como se tivessem acabado de atacar a pessoa mais preciosa para ele. 
Reunindo o resto de coragem que lhe restava, Yumi tentou explicar:
— Como eu estava dizendo, nós descobrimos que a Akaoni andava te ameaçando e forçando você a andar com ela. Como estamos de saco cheio de vê-la conseguindo as coisas pela força, nós decidimos dar ela do próprio remédi- 
— Miyamoto Mika. — cortou Mitsui soando mais furioso que nunca. 
— O-o quê? — gaguejou Yumi olhando atônita para Mitsui. 
Baixando novamente a cabeça, para depois erguê-la com violência, Mitsui gritou, tomado pela raiva:
— O nome dela… é Miyamoto Mika!
Os olhos de Yumi se arregalaram diante da forma como Mitsui pronunciou o nome completo de Mika. A pouca confiança que lhe restara esvaiu-se, e a verdade baixou como uma maldição sobre seus ombros. Paralisada e imersa num estado profundo de choque, a única coisa que lhe restou foi assistir ao surto de fúria de Mitsui:
Qual é o  problema de vocês!? — repetiu ele. — Vocês ficam repetindo e repetindo esse apelido ridículo, sem sequer saberem quem ela é de verdade! Já pararam para conversar por cinco minutos com ela? Já perguntaram algo para ela? Pelo menos já deram bom dia para ela? 
Mitsui fez uma pausa, esperando uma resposta que não veio. As cinco permaneciam imóveis, encarando-o. Percebendo que suas deduções eram mais óbvias do que gostaria que fossem, prosseguiu:
— Se tivessem feito qualquer uma dessas coisas pelo menos uma vez, iam perceber logo de cara que a Mika é a última pessoa que merece ser chamada de demônio! — o sorriso de Mika tomou conta de sua visão por um segundo, mas assim que piscou, viu que havia abaixado o rosto e, diante de si, viu o rosto desfigurado da garota. 
Franzindo as sobrancelhas de forma sombria, ele tornou a erguer a cabeça e, encarando demoradamente cada um dos rostos assustados virados para ele, cuspiu:
— Os que merecem ser chamados de demônios… são pessoas como vocês!
Todas as garotas emudeceram, mal ousando respirar. O único som que se ouviu por longos segundos que se arrastaram foi o chiar das vozes do lado de fora. Mitsui voltou sua atenção para Miyamoto, desorientado. O rosto machucado da garota preenchia toda a extensão dos seus pensamentos, minando sua capacidade de decisão. Quando o desespero de não saber o que fazer se tornou insuportável, duas vozes se destacaram da multidão. Não era possível saber exatamente o que diziam, mas pareciam gritar ordens. As vozes foram ficando cada vez mais altas, até que passos soaram no pequeno corredor da entrada do banheiro. No exato momento em que as duas silhuetas se precipitaram para dentro do recinto, um som agudo e longo cortou o ar. Era o sinal anunciando o término do intervalo. 
— O que está acontecendo aqui? — quis saber a silhueta mais alta gritando com autoridade. Era Fushida, o professor de Educação Física. 
— Mitsui-kun! — a segunda voz soou alarmada, mas gentil. — O que você está fazendo no banheiro feminino? 
—Fuyutsuki-sensei! — exclamou Mitsui ao reconhecer sua professora de matemática. — Por favor, me ajude! 
A mulher de meia-idade precipitou-se na direção do aluno, agachando-se ao lado do corpo de Mika. Assim que o rosto da garota entrou em seu campo de visão, abafou uma exclamação muda com as mãos enquanto seus olhos se arregalavam com horror. O professor Fushida interrogava as outras garotas, mas logo seus rosnados foram cortados pela ordem urgente de Fuyutsuki:
— Fushida-san! Chame o pessoal da enfermaria e providencie uma maca. Deixe os interrogatórios para depois! 
O professor de Educação Física demorou alguns segundos para se recuperar do constrangimento de ser interrompido no meio de seu interrogatório acalorado, mas logo acatou as ordens. Disparou como um raio para fora do banheiro e em menos de dois minutos estava de volta com dois enfermeiros e a maca. A mulher avançou para onde Mitsui estava sentado com Mika ainda apoiada parcialmente em seu colo. Assim que a enfermeira começou a averiguar os danos, a professora Fuyutsuki se levantou silenciosamente e dirigiu-se para as cinco garotas que ainda permaneciam congeladas em seus lugares desde o surto de fúria de Mitsui. 
— Todas vocês: encaminhem-se para a diretoria agora. — ordenou baixa, mas autoritariamente. 
Sem dizer palavra, as cinco assentiram e saíram em fila, seguidas pela professora. Noriko, que estava por último, hesitou por segundos suficientes para lançar um olhar triste para Mika e depois para Mitsui. Seu rosto, antes furioso, estava contorcido por agonia indescritível, que parecia se intensificar a cada segundo. 
“Parece… que erramos feio sobre os dois…”, pensou antes de virar-se e sair do banheiro em direção à sala diretora. 
Nesse instante, a enfermeira terminava de prestar os primeiros socorros à Mika, mas sua expressão não era nada animadora. Virando-se para o professor Fushida, disse:
— Precisamos levá-la para o hospital. Chamem uma ambulância. 
O professor Fushida assentiu e tornou a sair do banheiro. Mitsui sentiu seu coração sendo comprimido dentro do peito. Aflito, perguntou:
— O estado dela é muito grave? 
— Não é nada que não possa ser resolvido. — explicou a enfermeira. — Mas ela precisa de atendimento médico o mais rápido possível. Além disso, só com o que tenho aqui, não consigo avaliar todos os danos… Mas não se preocupe. Cuidaremos dela a partir de agora. Você pode ir. Murai! 
O enfermeiro, que havia ficado esperando ao lado da maca já montada em seu suporte, deu um salto, colocando-se em alerta. Deu a volta rapidamente por trás de Mitsui, empurrando a maca até que esta se alinhasse com o corpo de Mika, ficando de frente para sua colega. 
— Apoie bem as pernas dela. — instruiu a enfermeira agachando-se ao lado de Mitsui. — Pode me dar licença, querido? 
O garoto se mexeu mais por instinto do que conscientemente. Arrastou-se para trás, os olhos arregalados fitando o corpo de Mika enquanto ela era erguida num único movimento para ser pousada na maca. O único sinal de vida que a garota demonstrava era um leve tremor dos músculos de sua face e o sutil movimento de seu peito subindo e descendo com a respiração. Ela parecia tão… indefesa…
No momento em que o enfermeiro se posicionou para empurrar a maca, uma estalido indicou que alguém havia agarrado a borda do anteparo de metal com força. Aturdidos, os enfermeiros encararam Mitsui, que estava de pé, o rosto vincado de ansiedade. 
— Qual o problema? — perguntou Murai. — A Suzuki já disse que está tudo bem. Vamos cuidar de- 
Não. — cortou Mitsui levando a outra mão para segurar a borda de metal. — Eu vou com vocês. 
Murai abriu a boca para contestar, mas sua colega fez um leve aceno com a mão para que o garoto seguisse com eles. Cuidando para não se afastar e nem atrapalhar os enfermeiros, Mitsui apertou os dedos ao redor da barra metálica e ajudou a guiar a maca. 
“Eu já tinha decidido isso antes. Não vou mais deixar que a Miyamoto fique sozinha… De jeito nenhum”. 
Do lado de fora do banheiro, ainda havia uma quantidade relativamente grande de curiosos. O alarde fora tanto em toda a escola, que nem todos os professores haviam conseguido organizar seus alunos para que voltassem para sala de aula. E dentre esses alunos, camuflada na multidão, estava Anri. A garota havia acompanhado o surto de fúria de Mitsui do lado de fora, porém,  por causa do barulho e do eco, não conseguira entender com clareza o que ele dizia. O seu horror, no entanto, veio quando viu… 
Suas amigas saindo do banheiro seguidas de perto pela professora Fuyutsuki. 
Ela nem sabe como conseguiu reprimir sua reação, já que esperava ver Mika saindo sob escolta direto para a diretoria. O que havia acontecido com seu plano? Ainda tentando dissimular, Anri acompanhou a movimentação do professor de Educação Física, que saiu em disparada pelos corredores, voltando minutos depois com dois enfermeiros e uma maca. O coração de Anri começou a saltar dentro de seu peito quando as peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar. Suas amigas haviam saído escoltadas direto para diretoria, o que significava que… as duas únicas pessoas restantes lá dentro com o professor Fushida e os enfermeiros eram Mika e Mitsui. 
Como que para concretizar o pior dos cenários, nesse exato momento, os dois enfermeiros saíram empurrando a maca e, agarrado a barra lateral, estava Mitsui.  Seus olhos estavam fixos na pessoa estirada na maca, e sua  expressão estava tomada por uma preocupação profunda. É claro que ela não precisou olhar para saber quem era. 
Anri agiu por impulso. Sem pensar, precipitou-se em meio a massa de alunos na direção de Mitsui. Quando o garoto finalmente ficou ao seu alcance, se atirou contra seu braço, agarrando-o com força. 
— Mitsui-kun! — exclamou com uma voz chorosa. 
Esperava um olhar assustado em sua direção, seguido de um de reconhecimento, mas não foi nada disso que recebeu.  Num gesto de nítida irritação, o garoto agitou de forma brusca o braço que ela segurava, empurrando-a contra os alunos mais próximos. Mitsui sequer a olhou.
— Me larga! — gritou enfurecido. Anri desabou sobre dois garotos, que se apressaram para ampará-la. Entretanto a garota não agradeceu ou sequer virou a cabeça para encará-los. A única coisa que preenchia sua mente eram as costas de Mitsui, que se distanciava dentre os curiosos. Com aquele gesto, ela entendera tudo que Mitsui queria dizer para ela. Não, não só para ela, mas para qualquer outra pessoa. 
Só havia uma coisa que importava para ele naquele momento… E que estava bem diante dos olhos dele. E independente do que acontecesse, ele não tiraria os olhos dela. 
Indignada e aturdida, Anri flagrou-se perguntando a si mesma o que tinha dado errado. O que ela jamais saberia, no entanto, era que havia sido puramente uma questão de fazer a aposta errada. Mesmo montando um plano perfeito, ele ruíra silenciosamente bem debaixo de seu nariz. Tudo isso porque Anri havia apostado na Akaoni… mas não contara com Miyamoto Mika. 


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Notas finais do capítulo

E aí meus mores? Gostaram??? Eu espero que essa fofura toda tenha aquecido o coraçãozinho de vocês *u*
A cena principal do capítulo foi trabalhosa de escrever, mas considero que foi uma das melhores que já escrevi ♥ Já estava esperando há seculos para escrevê-la e fiquei muito feliz com o resultado! Espero que vocês também tenham ficado! Como prometi a mim mesma de não parar minha produção criativa, vou escrevendo aos pouquinhos os próximos capítulos e estarei me esforçando ao máximo para postar! Muito obrigada de verdade a você que mesmo com todas as minhas ausências ainda me acompanha. Isso é impagável, indescritível! Pode ter certeza que terá sempre um lugarzinho reservado para você no meu coraçãozinho de escritora ♥
Beeeijos da Nana-chan e até o próximo capítulo!



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