Por sua causa escrita por Elie


Capítulo 18
Janaína


Notas iniciais do capítulo

A vida é isso.



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Nunca tive a intenção se ser aquela pessoa que atrapalha um grupo de amigos, mas eu sempre era essa pessoa. Agora que Felipe estava mais distante de nós e mais próximo de Beatriz, ficou mais óbvio que eu era a vela entre Renan e Vera. E com Silas e as meninas a situação era parecida. Bastava eu me aproximar do grupo para que Nina e Rafaela começassem a cochichar ou fazer cara de quem não gosta da situação. A situação, no caso, era eu. Só entendi o porquê quando Silas se afastou um pouco para ir ao banheiro e me deixou a sós com elas.

— O Sil não é mais o mesmo. Algo aconteceu com ele — Nina mandou essa indireta assim que percebeu que Silas não poderia mais nos escutar.

— Ou alguém — Rafaela falou isso olhando diretamente nos meus olhos.

Dei um sorriso escancarado para que elas entendessem que eu não estava nem aí para o que elas achavam.

— Talvez ele só esteja agindo assim porque ele quer — revidei.

— Isso não faz sentido — Rafaela parecia indignada. — Neste último mês eu ganhei vários ingressos grátis para o Refúgio. Silas negou todos os meus convites. Não é normal, ele não é assim. Estou até ficando preocupada.

— Por que ele negou seus convites para o Refúgio? — perguntei de forma irônica.

— Sim. E várias outras coisas. Sil está falando menos, brincando menos. Outro dia ele estava conversando com a Elisa sobre futebol! Acho que meu amigo deve ter sofrido algum preconceito e está tentando parecer menos... — Nina nem conseguiu terminar.

— Gay? É isso que você quer falar? —minha indignação só aumentava.

As duas cruzaram os braços quase que simultaneamente e ficaram olhando para mim de modo desafiador, sem falar nada. Ergui as sobrancelhas calmamente, pensei um pouco e continuei.

— Não sei o que é que tem a ver. Talvez esse seja quem ele quer ser. O fato de Silas ser gay só quer dizer que ele gosta de meninos. E isso não o impede de ter seus momentos. Além do mais, as pessoas mudam.

— Avisei para você — Rafaela parecia ignorar minha presença ali.

— Quer saber? — eu me irritei. — Em vez de vocês ficarem preocupadas se o Silas vai ou não para o Refúgio, parem um pouco e reflitam por que ele tem andado diferente. Perguntem diretamente se ele está bem. Parem de ficar comentando coisas que vocês nem entendem. Sejam amigas de verdade pela primeira vez.

Então eu me retirei daquele antro e saí, sorrindo comigo mesma e satisfeita com cada frase que tinha dito.

***

— O que você falou para elas? — Silas perguntou.

Fiz um gesto de negação e permaneci em silêncio. Já era a quinta vez que ele estava perguntando isso nesse dia. Afastei-me do seu grupinho desde quando mandei Nina e Rafaela serem amigas de verdade. Arrependi-me um pouco depois, pois sou do tipo de pessoa que evita confrontos, mas na hora eu senti um grande prazer em dizer o que elas estavam precisando ouvir.

— Sério, Jana. Algo aconteceu. Elas estão diferentes.

Eu estava olhando minhas rede sociais, mas não contive uma risadinha de satisfação quando ouvi Silas dizer aquilo.

— Eu sabia! Janaína! O que você fez, Janaína?

— Nada demais. Só falei umas verdades.

Meu amigo apertou os olhos e deixou transparecer a sua preocupação.

— Como elas estão? — questionei.

— Bem... Elas estão... — ele pensou por algum tempo. — Menos chatas.

Dei uma gargalhada alta. Não era uma coisa que achei que fosse possível.

— Elas estavam mandando indiretas para mim, achando que eu estava te influenciando negativamente — expliquei.

Dessa vez foi Silas quem deu uma gargalhada alta. Nós dois sabíamos que ele seria a má influência, se fosse para apontar dedos.

— Deve ser porque eu estou cumprindo nosso acordo. Mas o acordo foi ideia minha, então você é a menos culpada nessa história. Sinto muito por te fazer passar por isso.

— Não foi nada. Falei para elas que você faz o que quer. E mandei perguntar diretamente se estavam tão incomodadas. E aí? Perguntaram?

— Elas perguntaram se estava acontecendo algo e eu falei que eu estou tentando descobrir quem sou nesse mundo, minha identidade. Falei que não deveriam se preocupar. E... — Silas olhou para mim com aquela expressão de quem aprontou alguma coisa e eu arregalei os olhos imaginando o que ele falaria. — E pedi para que, pelo amor, não me chamassem nunca mais para o Refúgio.

Então demos mais gargalhadas altas. Sil é dessas pessoas que conseguem animar qualquer um, principalmente quando ele não se esforçava. Lembrei-me do tal do Thomas e refleti que o garoto tinha sido um grande idiota em ter deixado uma pessoa como Silas ir embora. Admirei a coragem do meu amigo em mostrar quem era de verdade e fiquei com certo medo por lembrar que prometi fazer o mesmo.

A pouco metros de nós, Vera e Renan conversavam um pouco. Percebi que ela estava meio distante, fazia tempos que não conversávamos sozinhas. A verdade é que funcionávamos bem em quarteto, mas sempre ficávamos sem ter o que falar caso alguém se retirasse. Quem olhava para ela entedia por que Renan gostava tanto da garota: olhos verdes, pele sem nenhuma evidência de espinhas, bochecha rosada, cabelos longos e escuros que quase sempre estavam numa longa trança lateral. Quem a conhecia não tinha dúvidas dos motivos dele. Lembro que a chamavam de Branca de Neve antigamente, pois seu sobrenome é Neves, ainda por cima. Ultimamente os grandes olhos verdes andavam meio tristes, mas isso só lhe conferia certo ar misterioso.

Renan, por sua vez, não mudara nada desde quando nos conhecemos. Lembro que Felipe e eu éramos os novatos no intervalo, quando Renan veio nos cumprimentar e fazer companhia. Acho que já gostei dele desde o primeiro segundo, quando me perguntei por que alguém cheio de amigos se daria ao trabalho de socializar com dois novos estranhos. Minutos depois, Vera veio em nossa direção e desde então éramos o quarteto. O fato de ninguém nunca ter revelado os sentimentos para ninguém era o que fazia funcionar. Todos sabiam que o Renan gostava da Vera, menos ela. Espero que nunca tenham desconfiado de mim, só que a hora de quebrar aquele ciclo estava chegando. Pelo menos era o final da escola, caso tudo desse errado.

Olhei para Silas e senti meu coração acelerar. Acho que eu já estava me preparando para o que estava por vir.

— Agora? — ele perguntou.

Respondi afirmativamente com um movimento de cabeça. Silas e eu tínhamos feito um acordo, mas ele nunca me cobrou nada desde aquele dia, confiou em mim sem pedir provas.

— Oi, Renan — aproveitei quando Vera se afastou por uns segundos para conversar com Felipe e Beatriz, que estavam a uns cinco metros de nós.

— Oi, Jana — Renan sempre respondia com um sorriso de orelha a orelha.

— Eu gostaria de fazer um convite... — meu coração quase pulou pela boca.

— Sim, claro.

— Sexta vai lançar aquele filme que falamos semana passada. Sabe? Velozes... Furiosos? Eu acho?

Acho que até ele se surpreendeu com o meu convite. Eu preferia assistir um musical, mas sabia que Renan gostava dessa franquia. Quis que ele dissesse sim ou não de uma vez, mas ele ficou sem dizer nada por algum tempo.

— Eu quero ir! Estou louca para ver esse filme! — Vera chegou, animada, sem ter dado sinais de que estava ouvindo a conversa.

— Combinado, então. Sexta-feira — ele respondeu. Parecia aliviado de algum jeito. — Acho que o Felipe vai passar essa. Vocês já sabem, né?

— Sim. Ele está aproveitando o tempo dele de outra forma — Vera brincou.

Voltei a conversar com Silas depois que combinamos tudo sobre o cinema. Minha expressão facial deixou claro que nenhum progresso havia sido feito. Acho que ele já sabia disso quando percebeu Vera se aproximando de mim. Eu adorava minha amiga, mas precisava que ela se afastasse um pouco. As conversas com Sil me convenceram que eu não poderia passar a vida escondendo meus sentimentos, Renan gostando da Vera ou não. E ser honesta comigo mesma não significava que eu estava sendo desonesta com minha amiga. Um passo de cada vez e eu acabaria contando tudo para ela. 

— Fica para a próxima — Silas tentou me animar.


***

Sessão das quatro era o combinado. Coloquei uma camiseta de botões e uma calça jeans de cintura alta. Usei lentes de contato pela primeira vez em meses. Meus olhos pareciam maiores sem meus óculos. Coloquei hidratante nos lábios e um rímel, pois não queria exagerar nem ir desarrumada.

— Já comprei os ingressos — Renan já havia chegado.

Tentei pagar o meu ingresso, mas ele recusou múltiplas vezes. Falou que fazia questão de pagar nosso ingresso, que não era nada demais. Pensei em comprar pipoca, mas desisti ao pensar na possibilidade de beijá-lo, apesar das chances serem mínimas. Ficamos esperando Vera por alguns minutos, mas ela não deu sinal de vida.

Janaína (16:05) - Estamos entrando. Avise quando chegar.

Não consegui prestar atenção no filme. A história não conseguiu despertar um pingo de interesse e o fato dos braços de Renan estarem a centímetros dos meus me deixou nervosa. Olhei para ele, que estava com seus olhos escuros vidrados no filme.

Vera (16:17) - Infelizmente não poderei ir. Depois pago o ingresso. Desculpa.

Mostrei a mensagem para Renan, que falou "É uma pena!" no meu ouvido. Senti um arrepio na espinha quando ele se aproximou. Fiquei olhando para a mão dele, torcendo para que segurassem as minhas. Não prestei atenção em nenhuma cena do filme. Tentei não ser óbvia, mas olhar para ele era mais interessante. Não tinha muita gente no cinema para uma estreia. De vez em quando eu comentava algo no ouvido dele apenas para me aproximar.

— Gostei do filme! — ele disse, quando o filme acabou. — Quer comer alguma coisa?

Fomos comer em uma rede famosa de fast food. Mais uma vez, Renan fez questão de pagar os lanches. Algo nessa atitude me fez ter um pouco mais de esperança e me deu coragem para dizer as coisas que eu precisava dizer. Por algum motivo eu não estava mais nervosa. Era para ser ali, no meio daquela praça de alimentação cheia de gente indo e vindo.

— Renan? Preciso falar uma coisa.

De resposta, obtive mais um dos sorrisos imensos dele. Pelo jeito como ele abocanhava seu imenso sanduíche, duvido que desconfiou do que estava por vir.

— Não sei se já tem ideia do que vou falar, mas preciso falar há muito tempo. Eu gosto de você. Gosto mesmo de você.

Fui direto ao ponto. Percebi os olhos dele ficando cada vez mais surpresos.

— Mas... — ele tentou me interromper.

— Deixe-me terminar — pedi.

Renan assentiu e ficou em silêncio para o que eu pudesse falar tudo o que estava escondendo por muito tempo.

— Sim. É isso mesmo. Eu gosto de você. Provavelmente gosto de você desde o primeiro ano, quando a turma toda criticou o professor de matemática por ter me dado aquele ponto extra e você foi firme e disse para todo mundo que a nota foi merecida. Lembra? E gosto de você quando faz piadas sem graça que só você ri. Gosto quando discute com as pessoas por coisas bestas e depois vem pedir desculpa. Também gostei quando você me deu aquela vela com cheiro de madeira no meu aniversário. Quando ficamos bêbados com uma só dose de vodca no primeiro ano e demos um selinho sem querer para nunca mais falar disso, exceto agora. E talvez eu esteja pedindo para você ouvir um pouco mais do que está preparado para ouvir, eu sei, mas é que daqui a pouco mais de um mês não nos veremos mais.

— Jana... — não entendi se ele queria que eu parasse.

— Mas é verdade — dei de ombros quando, mal sentindo o resto do meu corpo, senti algumas lágrimas enchendo meus olhos, lutando para não deixá-las cair. — A verdade é que eu escondi essas coisas por muito tempo, mas eu preciso falar isso para você, não posso guardar isso comigo. Não é fácil para mim, mas é necessário.

Foi aí que engoli minhas lágrimas e torci para que ele fosse delicado em sua resposta. Pensei que eu provavelmente riria disso quando eu envelhecesse, mas ali era só desconfiança e arrependimento.

— É que...

Fiquei com raiva na demora do Renan em encontrar as palavras. Fui eu a pessoa exposta ali. "Não precisa enfiar a faca e girar devagar", pensei.

— Desculpa, Jana. Eu gosto de outra pessoa — poucas vezes o vi tão sem graça.

Surpreendentemente, eu me senti aliviada. Claro que eu estava triste, mas foi uma sensação libertadora ouvir aquilo de uma vez por todas.

— E eu também gosto de você... Como uma irmã.

"Girando a faca mais devagar", pensei, quando escutei aquilo. Meus olhos já não estavam mais lutando contra as lágrimas. Na verdade, poucas vezes me senti tão forte. Dei um sorriso sem graça e continuei.

— Desculpa, mas não é suficiente para mim — respondi.

— Sinto muito — ele pareceu triste.

— Não sinta, se é honesto. Aguento ficar longe de você, se for preciso, mas não aguento mais ficar longe de mim. Continue sendo quem você é, mas eu preciso de um espaço para mim. Fique em paz, amigo.

Arrumei minhas coisas rapidamente e saí, deixando Renan e o resto da minha comida para trás. Acho que estava séria quando caminhei a passos rápidos, peguei a escada rolante e avistei a saída, mas, no momento em que coloquei os pés para fora e vi o céu, eu sorri.


Jana (19:11) - Vera não foi. Acabei falando tudo.
Silas (19:12) - Como foi?
Jana (19:12) - Um desastre kkk
Silas (19:12) - Que pena :(
Jana (19:13) - Na verdade, não foi tão ruim. Estou mais leve :)
Silas (19:14) - Que bom :) O que está fazendo agora?
Jana (19:14) - Tomando dois litros de sorvete kkk
Silas (19:15) - Não se entupa de açúcar!
Silas (19:16) - Quer saber? Curta sua fossa. A vida é isso. É levar foras e se entupir de sorvete de vez em quando. Mas é também conhecer pessoas novas. Só não é se esconder do mundo.
Jana (19:18) - É mesmo ♥

 

***

O quarteto não existiu mais depois do dia no cinema. Felipe continuou com Beatriz e suas amigas, o que fez Vera se juntar ao grupo. Renan preferiu passar o último mês de colégio com os outros meninos da minha sala. Eu passei a maior parte do tempo conversando com Silas e ignorando as idiotices de Rafaela e Nina, mas nem foi tão difícil.

 

Renan (10:01) - Bom dia, Janaína. Não sei se sabe que estou organizando uma festa surpresa para Vera nesta sexta-feira. Ela anda um pouco desanimada ultimamente. Não queria te incomodar, mas acho que sua presença a faria feliz. Espero você no jardim da casa dela às 20h. Até mais!

Quando olhei a mensagem, me espantei com o nível de formalidade para uma mensagem de texto, mas acredito que era melhor assim, sem arrodeios.

— Como esse garoto é capaz de te chamar para a festa que ele vai organizar para a menina que ele gosta? — Silas ficou mais irritado que eu.

— Sil... — repreendi. — Você sabe que ela é e sempre será minha amiga. Não vou deixar o Renan entrar no meio disso. A Verinha merece essa festa e ela anda meio desanimada ultimamente. Além do mais, ela não tem culpa de nada.

— Só você... — ele revirou os olhos. — Mas se vamos a essa festa, será do meu jeito.

Marquei de me arrumar na casa dele e escolhemos nossos looks juntos. Júlia me emprestou uma blusa preta justa com decote canoa e eu levei uma calça preta de cintura alta, que era praticamente meu uniforme de festa, sorte que eu não ia para muitas festas do colégio. Passei um batom vinho e rejeitei qualquer outra tentativa de Silas para que Júlia me maquiasse ainda mais.

— Estou confortável assim — expliquei.

— Pelo menos coloque suas lentes — ele retrucou.

Procurei por toda minha mochila pelas minhas lentes de contato, mas não achei. Retirei todos os objetos da minha necessaire, nem sinal delas.

— Terei que ir com meus fundos de garrafa — avisei.

— Na-na-ni-na-não — Silas reclamou. — Hoje você irá como uma modelo. Vai sem óculos mesmo.

— Mas eu não vejo nada sem meus óculos — quase chorei.

— Sinto muito, mas não tem problema, serei  seu guia — ele estava irredutível. Parecia que estava mais incomodado com a história de Renan que eu.

A mãe de Silas tirou uma foto nossa antes de sairmos. A família deles era adorável. Júlia me contou novidades sobre um garoto que a convidara para sair. Fiquei feliz que pelo menos uma de nós tinha sorte no amor. O pai de Silas, Leonardo, se ofereceu para nos levar. No caminho, perguntou se já tínhamos conhecido algum garoto de sorte.

— Pai! — Silas o repreendeu, sentindo mais vergonha do que achei que sentiria.

— Não, senhor. E hoje a noite é dos meus amigos — respondi.

Não sei o porquê, mas fiquei um pouco tensa antes de entrar na festa. Jorge nos recebeu e pediu para que aguardássemos em silêncio nos fundos do jardim. A maioria das pessoas já estava lá, escondida no escuro. Vera tinha sido enganada pelos seus pais para visitar sua avó no interior e chegaria em alguns minutos. Eu não enxergava um palmo à minha frente.

— Nossa. Você está... Diferente — Bruna comentou.

— Sim, está bonita — Tiago completou.

Acho que Bruna não gostou do comentário feito por seu namorado, mas agradeci do mesmo jeito.

— Caraca, Jana. Você está perfeita! Nem parece você — foi o que Nina disse ao me encontrar.

Acho que vi um relance de desprezo no rosto de Silas, que já não estava conseguindo esconder suas emoções como antes. Notei que Renan estava perto da gente neste momento. Sorri de leve para ele e recebi um breve aceno como resposta.

— Ela está vindo! Silêncio! — Jorge gritou.

Todos abaixaram e nos escondemos pelo Jardim. Ouvimos o barulho de conversa vindo de longe. Vera ligou a luz da varanda e todos gritamos de uma vez.

— Surpresa!

Ficou claro que ela não esperava uma festa surpresa, mas não acho que tenha ficado feliz. Algo muito estranho estava acontecendo com Vera e eu só me dei conta naquele momento. Quase fui correndo na direção dela em modo automático, mas Silas me puxou pelo braço.

— Espere aí — ele pediu.

Em seguida, meu amigo começou a vasculhar na minha bolsa até que achou o estojo onde meus óculos estavam. Silas abriu o estojo, pegou meus óculos, abriu as hastes e colocou em meu rosto de um jeito meio desajeitado. Franzi a testa, pois não entendi por que só ali naquele momento ele percebeu que eu precisava de óculos.

— Agora sim, perfeita — Silas falou.

Nesse momento, eu entendi tudo.


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Notas finais do capítulo

Cause I remember the rush, when forever was us
Before all of the winds of regret and mistrust
https://www.youtube.com/watch?v=XRNSan20Wpw



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