Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 32
Magia Negra




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Sturbridge, Massachusetts

Depois de chegar de uma péssima festa, o casal Dutton estava se preparando para dormir. Enquanto Poul estava trocando de roupa no quarto, sua esposa Janet estava no banheiro escovando os dentes. A porta do banheiro se tranca sozinha, e Janet começa a engasgar com seu próprio sangue, ao cuspir seus dentes. No momento em que Paul escuta os gritos de sua esposa, tenta abrir a porta, mas não consegue, e só depois que Janet cai morta no chão do banheiro, a porta se abre sozinha.

***

Horas depois...

— Então a mulher morreu engasgada pelo próprio sangue? – Dean perguntou ao parar o Impala em frente a uma casa em um bairro rico da cidade.

— É cuspiu seus dentes também. – Prue completou saindo do impala.

Os três se passaram por oficiais do centro de controle de doenças, enquanto Dean e Prue interrogam Poul sobre a morte de Janet. Sam acaba encontrando no banheiro do casal, um pequeno saco de pano.

— Você achou esse cara estranho? – Dean perguntou ao sair da casa.

— Considerando o que ele acabou de passar. Eu diria confuso. – Prue deu de ombros.

— Não sei. Acho que ele está escondendo algo.

— Pode ser. – Sam disse ao entrar no carro. – Mas achei isso, embaixo da pia no banheiro do casal. – mostrou o saquinho de pano.

— Uma Hex bag? – Prue soltou surpresa.

— Uma o que? – Dean pegou o saquinho das mãos do irmão.

— É um saco de bruxa. É um composto de ervas, talismãs e outros ingredientes sobrenaturais, colocados em pedaço de pano e amarrados com uma tira de couro.

— O que é isso? – Dean perguntou ao abrir o saco de bruxa.

— Ossos de passarinho, dentes de coelho. O pano deve ser de alguma roupa da Janet

— Como sabe disso? – Sam a olhou surpreso.

— Às vezes eu acho que vocês se esquecem que eu sou bruxa. – Prue riu. – O fato é que minha tratará avó Melinda criou um saco de bruxa para proteção. Mas ao longo dos anos outras bruxas descobriram o poder que a Hex bag tinha, e passou usar para magia negra.

— Como sua tratará avó deixou isso em aberto? – Dean a olhou surpreso.

— Não me faz pergunta difícil. – ela deu de ombros. – Na página sobre Melinda no Livro, dizia sobre a Hex bag, mas não mencionava que ainda era usado. Lá dizia que depois que um clã de bruxas do mal, começou a usar esse tipo de feitiço para matar pessoas, ele foi erradicado.

— Então estamos falando de bruxaria velha. – Sam a olhou.

— Sim!

— E como destruímos isso? – Sam perguntou.

— Bom, tem três jeitos. O primeiro e encontrar a bruxa que fez o feitiço e ela desfazer. O segundo é encontrar um contrafeitiço poderoso. E o terceiro que na minha opinião é o mais rápido e fácil, que é queimar o saquinho.

Dean revirou os olhos, e olhou pra Prue pelo retrovisor.

— Porque não se pode ter só bruxas boas?! – ele sorriu, dando partida no carro.

Eles voltaram ao motel, para começar a pesquisa. Uma hora depois, e Dean começou a andar impaciente pelo o quarto.

—Então vamos procurar tipo a Bruxa de Blair, na floresta?

— Dean, pode ser qualquer um. Um vizinho, homem, mulher. Esse é o problema. – Prue disse fechando o Livro das Sombras.

—Como vamos achar então?

—Não foi aleatório. – a ruiva disse séria. – Alguém na vida de Janet quis acertar as contas com ela.

—Se acharmos o motivo...

—Acharemos o assassino. – Dean completou o irmão.

Naquela noite, uma mulher chamada Amanda, lançou um feitiço para Poul. Ele quase morre ao comer um sanduiche infestado de larvas. Ele é salvo por pelos Winchesters e a Prue que conseguiram chegar e queimar o hexbag que estava em sua sala. Como o feitiço foi interrompido, Amanda entra em pânico antes de ser atacada por uma força misteriosa. Em sua casa, Poul acaba confessando que teve um caso com Amanda, mas que ele tinha acabado tudo há uma semana.

Ao chegarem a casa de Amanda, eles a encontram morta, com os pulsos cortados, e rodeada de objetos que usava para a magia negra.

— Essa é uma bola curva. – Dean disse.

— Sim! – Sam disse.

— Sabe, pessoas leigas não devem brincar de bruxas. – Prue bufou.

— Ah, credo! – Dean gritou quando se virou e deu de cara com um coelho morto, pendurado no teto. – Malditas bruxas! – gritou. – Fala sério, cara, qual é! Paul sabe escolher mulheres, não? – Dean revirou os olhos. – Que nem Atração Fatal, igualzinho.

— Dessa vez vou concordar com você. – Prue soltou um risinho.

— Sabe o que não entendo? Se ela queria se vingar, por que assim? – Sam perguntou.

— Bom, ela matou Janet, e ela tentou matar o Paul. Resolveu se suicidar para bancar a amante desprezada.

— Não. Eu não acho que foi isso. – Prue disse olhando para o corpo de Amanda. – O feitiço foi interrompido, mas não diz em lugar nenhum que o feitiço se vira para a pessoa que o fez. Ela deveria estar viva.

— Pode ser, mas temos isso! – Sam jogou um saco de pano para o irmão.

— Outro saco de bruxa? Qual é! Isso é uma briga de bruxas?

— Pode ser. – Sam e Prue responderam juntos.

— E porque elas estão brigando entre si?

— Também adoraria saber! Mas isso não é coisa de bruxa. Bruxa atacaria de outra forma.... – Prue cruzou os braços. – Eu disse e repito, isso é coisa de leigo que está mexendo com magia pela primeira vez.

***

Prue ficou no motel pesquisando sobre a Amanda, ela queria encontrar algo que ajudasse entender esse caso. Sam e Dean foram até o bairro onde Amanda moravam e acabaram conhecendo três mulheres: Tammi, Elizabeth e Renee. Que eram amigas de Amanda.

Depois de algumas horas de pesquisa, eles descobriram que a Amanda, Tammi, Elizabeth e Renee não estavam tendo sorte com seus trabalhos. Até que misteriosamente de um dia para o outro a sorte das quatro amigas, mudou da água para o vinho.

— Isso é o que dizemos de ganho próprio. Não leva uma bruxa a morte, mas ela aprende a lição da pior forma possível. – Prue disse andando de um lado para o outro.

— Então basicamente temos bruxas leigas, que estão fazendo magia para ganho próprio?! – Dean perguntou.

— Bem isso.

— E onde se encaixa a morte de Janet e Amanda? – Sam perguntou.

— Bom Amanda era amante de Poul, uma mulher desprezada pode fazer coisas horríveis se não tiver a cabeça boa, e com magia então.... Agora a Amanda....

— Elas a mataram para manter as aparências. – Dean se levantou. – Se elas mataram uma louca, deveríamos agradecer?!

— Elas usam magia negra também – Sam deu de ombros. – Precisam ser detidas.

— Detidas como? Morta? – Dean perguntou surpreso.  – Elas são humanas.

— São assassinas!

— Antes de pensarmos em matar alguém, deveríamos tirar o que dá poderes a elas. – Prue os interrompeu. – Com toda certeza, elas devem ter um livro das sombras do mal.

— Tirando o livro delas, acabamos com elas? – Dean perguntou.

— Evitamos que elas matem mais alguém, e que a magia não seja usada por quem não se deve.

***

Dean estava dirigindo o impala, em direção a casa das “Bruxas”, quando o carro começou a engasgar, e parar de andar.

— Mas que droga é essa?! – Dean perguntou soltando o volante.

O carro parou bem perto de uma mulher loira, que estava parada no meio da rua. Sam desceu do carro, assim que viu que a tal mulher era a Ruby. Dean e Prue também saíram do carro, querendo saber quem diabos era aquela louca. Então Ruby disse, que era para eles saírem da cidade, imediatamente, porque um demônio está controlando as bruxas.

—  Ruby! Por quê? Que história é essa? – Sam perguntou.

— Então, está é a Ruby, é? – Dean apontou a colt para ela.  – Nunca tive o prazer.

— Aponte a arma para outro lugar! – ela disse, cruzando os braços. – Vejo que está com uma das Halliwell.

— Porque não me surpreende que um demônio saiba quem eu sou. – Prue revirou os olhos.

— Sam, por favor, entre no carro e não olhe para trás. – Ruby disse séria.

— Acho que podemos dar jeito nas bruxas. – Dean disse ainda com a Colt apontada para ela.

— Eu não estou falando de bruxas, seu imbecil. – Ruby gritou. – Elas não são nada. Estou falando de quem elas servem.

— Demônios?! – Sam soltou surpreso.

— O poder delas em de um demônio? – Prue perguntou igualmente surpresa.

— Sim. E tem um aqui agora, ele sabe que você está na cidade e virá atrás de você.  O poder dele é demais pra você.

— Por favor, não me diga que vocês dois vão cair no que essa aí, diz. – Dean alterou seu tom de voz.

— Ponha uma coleira no seu irmão, se quiser ficar com ele. – Ruby gritou. – Você se importa tão com Sam. E é por isso que vai embora daqui em alguns meses, e vai deixá-lo sozinho?

— Cala a boca! – Dean gritou.

Ruby e Dean começaram a discutir, até que Prue não aguentou mais e tirou a arma do Dean com seus poderes.

— Já chega! – ela gritou, no momento que Sam impediu que Dean atirasse em Ruby. – Ela sumiu!

De volta ao motel, Dean briga de novo com seu irmão por causa da Ruby. Prue já estava ficando cansada dessa briga. Era sempre por esse motivo, e depois que Dean a conheceu, ficou pior.

— Ela é um demônio, Sam. Eles querem nos matar, e nós queremos mata-los.

— Engraçado. Lembro-me daquele em Ohio. Você não queria matar ela.  – Sam gritou. 

— Pois é, ela não estava me fisgando como um peixe num anzol. – Dean disse tirando o casaco.

— Será que vocês poderiam para de brigar por um minuto?! – Prue gritou, farta daquela discussão.

— Olha, eu sei que é perigoso, que ela é perigosa. – Sam ignorou o pedido da amiga. – Mas goste ou não, ela é útil.

— Não! Vamos matá-la antes que elas nos mate.

— Se ela quisesse nos matar, ela só precisaria parar de salvar nossas vidas! – Sam disse mais calmo. 

— Será que poderíamos resolver esse problema depois? – Prue revirou os olhos. – Temos que impedir bruxas de seguir um demônio!

Dean questiona seu irmão por que ele não está preocupado em matar três mulheres. Sam admite que está tentando agir mais como Dean, e se preparar para lidar com a guerra de demônios depois que seu irmão estivesse morto. Prue não gostava quando eles tocavam nesse assunto, ela sabia que esse dia estava cada dia mais próximo, mas ouvir isso com todas as letras, a deixava mal e com o coração apertado. E se sentindo a pior das pessoas e das bruxas por não conseguir ajudar o cara de que ela amava. De repente, Dean começa a sentir uma intensa dor em seu abdômen.

— Dean está tudo bem? – Prue se levanta da cadeira, preocupada.

— Eu não sei! Tem algo errado! Parece um monte de facas me cortando por dentro.

Prue se ajoelhou na frente de Dean, e ele estava gemendo de dor.

— Sam, as bruxas...

Ela nem precisou terminar a frase, e Sam saiu procurando por todos os lados saquinhos de bruxa mas não o encontrou.

— Anda Sam, vá até a casa delas, eu fico com ele e procuro.

Sam pegou a Colt e a chave do carro, e saiu correndo em direção a casa das mulheres. Prue se levantou e começou a jogar tudo para o chão. Ela não ia perder o Dean agora, ainda mais por três mulheres estupidas. Então Dean começou a cuspir sangue, o que deixou Prue mais nervosa e com mais medo ainda.

— Aguenta firme, Dean. Você não vai morrer. – ela disse tirando um dos colchoes da cama. 

Mas Prue não conseguia encontrar aquele maldito saco de bruxa, e Dean estava ficando cada vez pior. Então a porta foi aberta bruscamente e Ruby entrou se aproximando de Dean.

— Guarde seus poderes para o que realmente precisa. – Ruby se aproximou de Dean e o fez abrir a boca, e então fez com ele tomasse um liquido verde.

Então Dean parou de cuspir sangue e de sentir as dores em seu abdômen. Prue pegou uma toalha molhada para que ele se limpasse. E quando estava prestes a agradecer a Ruby por ter salvado Dean...

— Não precisa. – Ruby disse, e então olhou para Dean. – Na próxima vez que apontar uma arma para mim, não vou desaparecer.

— Você salvou minha vida. Que negócio era aquele?

— Se chama bruxaria. – ela disse.

Prue se aproximou de Dean, ainda olhando Ruby. Algo tinha passado em sua cabeça, mas duvidava muito que pudesse ser verdade. Depois que Ruby foi embora, Dean trocou de blusa, e foi atrás de seu irmão, sendo seguido pela Halliwell.

— Acha uma boa ideia, você ir? – Dean a olhou.

— Qual é. Das três mulheres, eu sou a única que sou bruxa de verdade. – Prue piscou o olho.

— Não se esqueça que tem...

— Um demônio. Eu sei, mas acho que vocês vão precisar da minha ajuda, afinal eu tenho meu poder. – ela riu.

***

Sam tenta atirar em Tammi com a Colt, mas ela para a bala no ar e, em seguida, usa seu poder para prender Sam a parede. Ela diz que um novo líder surgiu para levar os demônios e que ele quer Sam eliminado. E depois claro vai tratar de eliminar as Halliwell também, mas que tudo tinha seu tempo. Dean e Prue chegam para ajudar Sam, mas Tammi ataca Dean, e fica furiosa quando Prue parecia ser imune aos seus poderes.

— Então é imune aos meus poderes.

— O que eu posso dizer, bruxa de baixo calão, para sempre bruxa de baixo calão. – Prue riu. – Alguns tentam, mas você não é uma Halliwell! Agora solte os dois!

— Vai me matar?

— Talvez! – chamou a colt.

— Porque não se junta a mim? Poderemos coisas incri...

— E blá, blá, blá... eu passo. Agora solte eles!

Tammi riu e então começou a atacar o Dean. Ao ver que ele estava gritando de dor, Pruecomeçou a ficar furiosa. Ela não pensa nem duas vezes, e atira no demônio.

— Acho que chegou tarde demais. – a ruiva disse para Ruby.

— Fui impedida por demônios.  – Ruby disse olhando para o corpo de Tammi. – Anda se mandem, eu arrumo essa bagunça.

***

Depois de uma noite turbulenta, eles finalmente estavam de volta ao motel e dormindo. Que dizer nem todos, porque Dean estava acordado olhando para Prue dormindo em sua cama. A primeira coisa que veio em sua cabeça, foi o desespero dela quando o viu quase morrendo por culpa das bruxas. E já imaginava como ela ficaria no dia que ele realmente fosse para o inferno. Ele teria que evitar isso, não queria que Prue ficasse mal ou sofresse. Dean saiu do quarto para não acordá-la, e ao passar pelo quarto do irmão viu que ele também estava dormindo. Ele deu uma volta pela quadra do motel, e quando estava prestes a entrar no seu quarto, Ruby apareceu.

— Que noite doida. – Dean se aproximou. – Então já foi humana, morreu, foi para o inferno e se tornou um demônio? Há quanto tempo?

— Na época em que a peste era problema. Na mesma época de Melinda Halliwell.

— Conheceu ela? – Dean perguntou surpreso.

— Não. Mas a gente sabia quem ela era. – Ruby deu de ombros.

— Todos eles, todos os demônios já foram humanos?

— Todos que eu conheci.

— Bom, você não age como tal. – Dean deu de ombros.

— A maioria deles esqueceu o que significa. Ou o que eles já foram. É isso que acontece quando se vai para o inferno, Dean. – o olhou. – O inferno é isso, é esquecer o que você é.

— Uma aula de filosofia com um demônio. Dispenso, valeu. – Dean foi irônico.

— Não é filosofia. Não é uma metáfora. O fogo do inferno existe mesmo, agonias que nem imagina.

— Assisti Renascido do Inferno. Eu já entendi.

— Na verdade, eles foram bem fieis. Tirando toda aquela roupa de couro. – Ruby o olhou. – A propósito, a resposta é sim.

— Como?

— Sim, acontecerá o mesmo com você. Pode levar séculos, mas cedo ou tarde, o inferno acabará com a sua humanidade. Todas as almas no inferno, todas elas, todas se transformaram em outra coisa. Elas ficam como nós.  Então, sim. Pode contara com isso.

Dean parou um momento e pensou em tudo que Prue e Sam estavam fazendo para tentar salvá-lo do inferno. E sentiu que nada realmente pudesse salvá-lo.

— Não existe um meio de me salvar do inferno, não é?!

— Não.  Não existe!


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