Back to New Orleans escrita por America Jackson Potter


Capítulo 8
VIII - Extra


Notas iniciais do capítulo

E com vocês o que se passa na cabeça dos tios de Hope ♥



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Mais um dia se iniciava. A casa, longe da cidade que Freya criou, era iluminada pelos primeiros raios de sol. Não havia movimentação na casa, os donos ainda estavam dormindo. Freya em seu quarto, Rebekah em seu, Elijah também no seu e Kol no sofá.

O primeiro a acordar foi Kol. Uma faixa de luz se direcionou em cara, fazendo a sala inteira ficar iluminada. O homem resmungou e remexeu no sofá procurando um ponto onde a luz não o incomodaria. Fracassou.

Por fim, Kol levantou-se do sofá e foi para a cozinha. Iria preparar alguma coisa para comer, mas sua barriga roncou alto. Não era comida que ele estava precisando, ele precisava de outra coisa. Sangue.

Desde que Freya construiu aquele lugar, Kol prometeu que iria tentar se controlar. Dava certo, alguns dias. Bebia sempre o estoque inteiro de bebidas e vinhos que tinha na casa para tentar esquecer-se da fome, mas no dia seguinte ela ainda estava lá, junto com a adega.

— Acordou cedo. — a voz de sua irmã mais nova o tirou de seus pensamentos. — Pensei que demoraria o Sol te incomodar.

Kol não deu uma resposta, apenas foi em direção à geladeira e pegou um suco com dois copos.

— Bom dia para você também, Bekah. — ele falou a servindo. — Quer panquecas?

— Bom dia, Kol. — ela forçou o sorriso. — Não obrigada, fico apenas com o suco mesmo. — Bekah pegou o copo e tomou todo o conteúdo. — Dormiu no sofá, de novo?

— Sim, fiquei vendo se a televisão prestava. — Kol sentou-se de frente para a irmã. — Mais um dia longo e chato vai começar.

— Não seja pessimista. — Rebekah tentou sorrir. — Hayley está tentando, ela e a pequena Hope.

— Não é querendo colocar a culpa na minha única sobrinha, mas tudo isso começou por causa dela. — Kol tomou seu suco e recebeu um beliscão de sua irmã. — O que foi?

— Você fala sem pensar direito. E se não fosse a gravidez de Hayley, você nunca teria conhecido Davina.

Kol abriu a boca para falar alguma coisa, mas a fechou. Não teria argumentos contra esse fato. Davina foi a melhor coisa que aconteceu com ele, tentou ser uma pessoa melhor para a garota. Tentou. Sua sede de sangue a matou e a fez ser banida, tento seu espirito destruído.

Rebekah percebeu o que seu comentário havia feito com o irmão. Não era isso que ela queria. Queria apenas mostrar que Hope seria alguém melhor, que sua vinda tinha sido muito boa. Usar Davina como exemplo parecia ter sido algo bom, no inicio. Pensava que seu irmão a havia superado, mas não. Kol ainda estava se culpando pela morte de Davina. E Rebekah o fez lembrar-se disso.

— Bom dia. — a voz de Freya os fez voltar para a Terra. — Elijah ainda não acordou?

— Ele vai demorar. — Rebekah respondeu. — Ficou até tarde tentando sair desse lugar. Nada contra a esse mundo que você criou, só que...

— Os dias são repetitivos. — Freya cortou a irmã. — Eu sei. Mas é melhor do que morrer lá fora.

— Nick está morrendo lá fora. — Bekah falou baixo.

— Várias pessoas estão morrendo lá fora. — Kol tentou parecer firme. — O pior é que os dias aqui são os mesmos e não podemos fazer nada. Nossa esperança de acordar está em uma garota que não sabe o que estamos passando aqui.

— Desculpe se isso não se parece com algo normal. — Freya rebateu. — Isso sou eu tentando reconquistar o tempo perdido. Isso tudo não passa de ilusões, okay? Não é algo para todo o sempre.

— Desculpe, não era esse o ponto que queria tocar. — Kol respondeu dando um copo para Freya e a servindo com o suco. A mais velha pegou uma torrada no pote mais próximo.

— Isso vai acabar um dia. — ela respondeu. — É só esperarmos que Hayley ache as curas e solte Klaus.

— Por que acha que ela vai fazer isso por ele? — Rebekah perguntou.

— Porque ela sabe que Hope precisa de um pai. — Elijah surgiu na porta da cozinha. Rebekah sorriu ao vê-lo. — Ela disse que já as achou, mas ainda não sabe se vai funcionar.

— Falou com ela? — Freya ergueu uma sobrancelha encarando o irmão.

— Sim, o amuleto que você a deu funciona. — Elijah se aproximou. — Hayley está com medo das curas não funcionarem.

— Como ela as conseguiu? — Kol perguntou.

— Por meio de Dahlia e Esther. — Elijah respondeu. Freya se assustou com o fato e já ia abrir a boca para falar, mas Elijah prosseguiu. — Ela não sabe como e nem porque, mas elas conversaram Hope.

— Faz sentindo. — Kol observou. — As duas são ancestrais da garota. Mas elas foram banidas, igual Davina.

— Todos os Mikaelson que já gastaram as “segundas chances” são banidos de exercer o poder de Ancestral. — Freya falou. — Como elas conseguiram isso?

— Não sei. — Elijah sentou-se a mesa. — Hayley também quer essa resposta, acha que um de vocês saiba como.

— Se eu soubesse, não iria falar com mamãe. — Kol rebateu. Todos ali sabiam com quem ele iria falar.

— Não devo nada aquelas duas. — Freya deu de ombros. — Mas quando se é expulsa do cemitério, a bruxa ainda será Ancestral para aquela família, deve ter sido assim. Ou por um chá, elas estavam bebendo?

— Hope não quis dar detalhes. — Elijah balançou a cabeça. — A pequena conseguiria entrar em contato conosco?

— Apenas pelo o amuleto. — a mais velha falou.

— E pelos nossos corpos? Ela é metade bruxa, não se esqueça. — lembrou Rebekah. — Quero tanto ver minha sobrinha.

— Já estou vendo que vai mima-la muito. — Kol falou rindo.

— Obvio, ela será minha única, tenho que aproveitar. — todos riram da loira. — Mas é verdade. É uma pena ninguém ter visto suas primeiras palavras.

— Não chore, Bekah, vai ter o momento certo dessa lágrima. — Rebekah revirou os olhos com o comentário de Kol.

— Elijah, Hayley falou mais alguma coisa? — Freya perguntou ignorando os mais novos.

— Ainda estão recrutando as sete matilhas. — Elijah falou. — Se passaram dezoito anos, isso é algo terrível.

— Elas vão conseguir, precisam conseguir. — Freya murmurou.

— Hayley comentou também que ultimamente alguém vem as delatando para Marcel, que já mandou várias bruxas e vampiras atrás delas. — Elijah falou.

— Como tem tanta certeza de que foi ele? — Rebekah ergueu uma sobrancelha. — Essas garotas que podem estar indo por conta própria para tentar se mostrar a Marcel. Aposto que ele mesmo já se arrependeu disso tudo.

— Não confunda seus sentimentos, Bekah. — Elijah falou pacientemente. — Marcel mudou depois eu lhe arranquei o coração.

— Talvez isso tudo tenha sido a sua culpa e não de Hope. — a loira rebateu. — Nada disso estaria acontecendo se você não tivesse feito de Marcel a besta.

Elijah não falou nada, apenas suspirou e se levantou. Caminhou devagar até seu quarto. Isso sempre acontecia. Eles sempre viviam brigando. Sempre alguém voltava para o quarto sem dizer uma só palavra, e ninguém impendia ninguém.

Elijah olhou por sua janela a paisagem lá fora, o sol estava quase alcançando o seu máximo. Os poucos minutos que ficou com seus irmãos haviam rendido muito, mas não foi o suficiente para eles não terem uma discussão.

Nos últimos anos, Elijah vem se culpando muito. Dezoito anos longe de Hayley, longe de Hope, longe de Klaus. Tudo isso estava acontecendo por ele ter tirado o coração de Marcel. Elijah sabia que era para ele estar com aquela adaga em seu peito, não o irmão.

E agora estava dormindo com uma mordida de um super hibrido no pescoço sem poder fazer nada para ajudar Hayley e Hope. Elijah estava sendo um inútil. Um Original muito inútil.

— Não se chateie por Rebekah. — Freya apareceu na porta de seu quarto. Demorou alguns segundos para o homem perceber a presença da irmã. — Você sabe que não tem cul...

— Não minta para si mesma. Nem para mim. — Elijah manteve os olhos fixos na janela. — Estamos aqui por minha culpa sim.

— Bem, se for assim eu tenho culpa nisso. — Freya se aproximou do irmão. — Meu sangue que foi usado para a criação da besta.

— Você não podia fazer nada. — Elijah respondeu duro.

— Não pode se punir por tudo isso. — Freya entendeu que o mais novo não queria conversar, tinha que respeita-lo. — Quando entender que existe coisas boas e ruins nos nossos atos, aceite-as.

— Eu já entendo, apenas não quero aceita-las. As coisas ruins principalmente. — Freya deu um aperto no ombro do irmão e saiu o deixando mais uma vez sozinho.

A casa ficou com longos minutos de silêncio. Cada um em seu canto, até que tudo tremeu. Elijah gritou, a mordida de Marcel havia reaparecido, mas não foi apenas ele. Kol gritou também, a mordida em seu braço abriu. Rebekah percebeu que a caveira estava em seu braço. Freya ficou tonta ao perceber que o veneno estava circulando.

— O que está acontecendo? — Elijah apareceu no quarto de Freya. — Freya!

— Eu não sei! Ache os outros dois! — ela gritou. — Pegue o amuleto, faça alguma coisa! — Freya não conseguia mais ficar em pé. Felizmente, caiu em sua cama. Elijah não sabia se ia se preocupar com ela, ir ver seus irmãos ou pegar o amuleto.

— Volto rápido. — Elijah tentou correr o mais rápido para seu quarto, ignorar a dor era muita coisa. Pegou o amuleto e saiu em busca dos irmãos. Viu Rebekah levar Kol para o quarto de Freya.

— O que está esperando, chame logo Hayley. — Rebekah gritou tentando segurar Kol para parar de se debater.

Elijah segurou o amuleto forte e pensou em Hayley. Demorou alguns segundos para que sua figura aparecesse.

— Elijah. — ela falou sorrindo. Ele também tentou sorrir, mas a dor era muita. — O que está acontecendo?

— Alguém deve estar tentando acordar Nick. — Rebekah fechou os olhos, sentia que não iria ficar sã por muito tempo.

— Como? Marcel? — Hayley perguntou.

— Alguém, qualquer pessoa. — Elijah resmungou. — A lista de pessoas que querem ver as cinzas de Klaus é grande. Hayley faça alguma coisa.

— Mas o que eu posso fazer? Eu não posso encostar-me a vocês, não dá para fazer nada!

Mãe?

— Céus, ela não pode entrar aqui. — Hayley se virou para o nada naquela ilusão, mas em seu quarto improvisado se virava para a porta. — Hope não sabe que eu converso com vocês.

— Hayley. — Elijah gritou. — Hayley! — Rebekah parou de segurar Kol e fixou o olhar no outro irmão.

— Isso tudo é sua culpa sabia! — Rebekah gritou indo em direção à ele.

— Rebekah, fica calma. — Hayley disse se agachando perto dele.

— Você é outra também. — Rebekah se aproximando dos dois. — Eu não acredito que concordei em ficar aqui. Deveria estar lá fora, cuidando de minha sobrinha. Só você deveria estar aqui Elijah, você que arrancou o coração de Marcel. Você que está fazendo... — e tudo parou. Parecia que todos estavam bem agora. Os irmãos Mikaelson estavam ao normal de novo. Rebekah caiu em cima de Elijah que a pegou para não bater a cabeça.

Mãe? — a voz de Hope se intensificou.

— Hayley, vá logo para New Orlenas. — Rebekah falou assim que recuperou a consciência. — Precisa ver como o Nick está.

Hayley não respondeu a tempo. Elijah soltou o amuleto cortando a ligação. Se Klaus estivesse mesmo em perigo, os dias naquela ilusão não seriam mais os mesmos. Seriam iguais à aquele dia. Catástrofes, confusão, dor.

— Acho melhor esperar Hayley voltar com o contato. — Freya falou esfregando a testa. — E não acredito que ela não contou para Hope.

— Não podem culpa-la, ela sabe o que é melhor para Hope. — Elijah se levantou puxando Rebekah junto.

— Não dá para esperar elas resolverem isso tudo. — Kol resmungou. — Não há brechas nesse lugar? Interferir no mundo lá fora?

— Nada. — Freya balançou a cabeça. — Apenas podemos ficar aqui, sentados sem fazer nada e torcendo para que ninguém tire a adaga de Klaus.


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Notas finais do capítulo

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