Back to New Orleans escrita por America Jackson Potter


Capítulo 9
IX


Notas iniciais do capítulo

Tive uma explosão de ideias e resolvi postar mais cedo ♥
Espero que gostem, pois esse cap. ficou realmente bom!



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Quando minha mãe finalmente abriu a porta, ela tinha uma expressão meio estranha.

— O que foi? — Hayley forçou o sorriso.

— Nada, é só que as gêmeas precisam de você para estender a cama. — dei de ombros. — Elas não sabem onde estão as cobertas.

— Ah sim, tudo bem. — mamãe apertou meus ombros. Havia algo acontecendo, mas ela não iria me falar. Isso estava estampado em sua cara. — Como está Pietro no sofá?

Depois das longas horas a procura de uma casa de aluguel barata e na hora, apenas conseguimos alugar uma pequena cabana com dois quartos e uma garagem. A garagem, obvio, fica trancada toda hora, pois os caixões estão lá.

Acho que passaram uns quatro dias depois que Pietro ficou melhor comigo. E minha mãe sempre adiando para testarmos as curas. Mas não passará de hoje. Preciso saber se elas funcionam, preciso saber isso.

Esperei minha mãe arrumar tudo para dormirmos e ir com Jô e Lize para a garagem.

— Ondem vão? — droga, esqueci-me do Pietro.

— Na garagem, ué. — Lize respondeu sem dar muita importância.

— Sua mãe te proibiu. — ele olhou para mim. Estava com algumas velas na mão e isso dificultava eu prestar atenção nele.

— Ela só vem adiando, preciso saber se algum deles sabe se isso tudo vai dar certo. — falei apontando para os potes na mão de Jô. — Se não quiser ajudar, não atrapalhe.

— Não falei nada. — ele sorriu.

— Mas está fazendo: impedindo-nos de entrar. — Jô falou com um sorriso. — Vamos Pietro, nos deixe passar.

O garoto revirou os olhos e saiu da frente da porta, as gêmeas passaram primeiro. Ia passar, mas ele segurou em meu braço.

— Sinto algo ruim. — ele sussurrou. — Me deixe entrar.

Uma parte do feitiço era que apenas Lize, Jô e eu passássemos. Os outros teriam que se convidados. Minha mãe eu já convidei, mas faltava apenas Pietro.

— Agora lobos conseguem sentir isso também? — ergui uma sobrancelha.

— Perto da Lua Cheia sim. — ah, a Lua Cheia. Algo que eu pensei que nunca teria problema, que eu seria transformada em hibrida de uma vez para não ter a influência. — Ei, não é algo tão ruim.

— Você já está acostumado. — respondi abaixando a cabeça. — Se eu precisar de você, eu te grito. E acordo a casa toda.

Ele riu e soltou meu braço me deixando ir.

— É sério, eu vou vir correndo. — revirei os olhos entrando na garagem.

— Okay, Mercúrio.

Bati o pé para fechar a porta e tudo ficou em breu.

— Ninguém acendeu a luz? — minha resposta foi respondida por mim mesma. A vela que estava mais em pé – e longe de meu rosto – foi acesa por mim, revelando as garotas rindo de mim próximo a um caixão. Tia Freya.

Posicionei as velas nos quatro cantos da garagem e isso a iluminou o bastante para vermos onde estávamos pisando.

— Como isso vai funcionar? — Lize perguntou.

— Boa pergunta. — abri o caixão de tia Freya e a observei. Uma mulher mais velha, muito bonita, porém desidratada. — Eu já os vi uma vez, mas não pude conversar.

— Você os via, mas eles não te viam? — Jô perguntou e afirmei com a cabeça. — Então é só usarmos mais poder. Você é metade loba, agora, talvez consiga. Se não conseguir, vamos estar aqui para te fornecer.

— Claro obrigada. — apenas sorri. Peguei a mão de tia Freya. Imaginei-me ao seu lado, podendo ouvi-la conversar comigo. Abri meus olhos e a vi, ela de fato estava conversando com alguém, com Elijah.

Eles continuaram a conversar. E eu a observar. Tinha certeza que eu ainda não estava visível para eles, pois não me notaram. No lugar onde eles estavam, era noite também. A luz acesa da sala e as janelas com um enorme breu apontavam isso.

— Não podemos ficar aqui sem respostas. — meu tio falou apoiando a cabeça no sofá. — Me sinto inútil.

— Acredite, Elijah, você é. — minha tia brincou me fazendo rir. — Mas não vamos ficar sem respostas, Hayley irá nos dar.

Opa, volta nessa história. Minha mãe? Como ela vai ajudar vocês! Só eu posso ver vocês assim, ela não pode. Como ela vai ajuda-los assim, então?

— Ela ainda está longe de New Orleans. — meu tio respondeu respirando fundo.

Então estamos indo para New Orleans? — abri a boca. E isso fez com que eles olhassem para mim, agora eu estava visível. Freya ficou em choque, mas Elijah se aproximou de mim.

— Hope?

— Oi, tio Elijah. — sorri e o abracei. Por um momento ele hesitou, mas quando percebeu que eu era de verdade, que ele podia me tocar, ele retribuiu o abraço. Senti lágrimas brotarem.

— Como é possível? — ele segurou meus ombros e me encarou sorrindo. E virou-se para Freya, que já tinha suas bochechas molhadas pelas lágrimas.

Soltei-me de Elijah e fui abraçar minha tia mais velha. Freya era realmente bonita quando não estava desidratada. Deixei as lágrimas rolarem mesmo, podia senti-los e ouvi-los e eles podiam me ver e me tocar. Aquilo era realmente algo bom.

— Que chororô é esse? — Kol chegou à sala com uma garrafa de whisky, sorri por cima do ombro de minha tia ao vê-lo. — Minha nossa. — ele sorriu ao me notar. Limpei algumas lágrimas e o encarei sorrindo.

Kol se aproximou de mim, deixando sua garrafa na mesa do centro. Ele me analisou antes de dar um sorriso. Retribuiu o gesto e o maior me puxou do sofá.

— Você é a cara de sua mãe. — ele comentou.

— Todos dizem isso. — ri o abraçando. Faltava apenas uma: Rebekah. Não demorou muito para ela notar o que estava realmente acontecendo ali. Acho que ela foi a que mais chorou e ficou abraçada comigo mais tempo. De acordo com Kol, ela havia se apegado muito quando cuidou de mim.

— Você está enorme, minha nossa. — ela apertou meus ombros e limpou uma lágrima minha. — Como está aqui?

— Sou metade bruxa. — sorri e ela me apertou.

Ficamos horas conversando. Horas contando sobre tudo o que estava acontecendo lá fora. Rebekah ficava fascinada cada hora que eu mencionava um nome de um rapaz. E cada minuto percebia que ela é o tipo de tia coruja que iria ficar perguntando tudo sobre os “namoradinhos”. Foi bom passar esse tempo com eles, eu estava me sentindo parte da família de novo. Havia meus tios ao meu redor e a partir daquele dia, eles sempre ficariam.

— Não é querendo cortar toda essa alegria e nem nada, mas ainda não me responderam: estamos indo para New Orleans? — perguntei com um brilho no olhar.

— Sua mãe não lhe contou? — Freya perguntou erguendo uma sobrancelha. Olhei para Elijah que estava com uma cara de preocupação.

— Espera, como vocês sabem? — erguei uma sobrancelha. Parecia que estava percebendo algo que não deveria pelas caras deles.

— Hope... — tia Bekah começou. — Existem coisas que...

— Existem coisas que sua mãe escondeu de você. Uma delas é que ela vem aqui conversar conosco. — Kol falou mais rápido do que sua irmã. Aquilo foi uma facada para mim: minha mãe estava me privando de minha família. Olhei para cada um deles, suas caras estavam voltadas para mim e Kol. Elijah foi o primeiro a abaixar a cabeça.

— Não a culpe, ela...

— Para. Você e ela só se preocupam com ambos. — falei entre dentes. Respirei fundo. — Desde quando ela conversa com vocês?

— Hope... — Freya falou calma.

— Desde quando? — me mantive firme. Não queria ouvir as explicações, não agora. — Só isso que eu quero saber.

— Desde quando você tinha dois anos. — Kol respondeu. Ele parecia o único interessado em me dar as respostas. — Desde que viemos para cá.

— Kol! — Rebekah o cutucou.

— O que foi, Bekah? Ela deveria saber, somos os tios dela, Hayley é a mãe e Nick o pai. — ele deu de ombros. — Ela deve saber todos os segredos, até os que jurarmos ir conosco para o tumulo.

— E quais seriam? — ergui uma sobrancelha. Kol deu um sorriso triste.

Ele está sofrendo, ele tem uma adaga em seu peito que faz isso. — Elijah falou primeiro. — E é por minha culpa.

Mais lágrimas surgiram. Não sabia quais ali eram de triste ou quais eram de raiva. Eu entendi que ele, era o meu pai. O grande poderoso hibrido original estava sofrendo com uma adaga em seu coração. E isso era por causa de seu irmão. O que Elijah fez para colocar meu pai assim? Não sei e no momento tenho raiva de quem sabe. Apenas sei que tudo isso está acontecendo por causa dele.

— Como consegue dormir à noite sabendo que minha vida foi arruinada por você? — gritei.

— Hope, calma. — Freya segurou meus braços e me fez encara-la. — Não brigue assim, sabe que...

— Para! Eu não quero suas explicações! Nem suas e nem de nenhum de vocês! — me levantei. — Vocês são culpados por tudo isso estar acontecendo, não é?

— Cada um tem um pouco de culpa. — Kol falou cruzando os braços. — Pergunte o que quiser querida, nenhum tem as mãos limpas nesse caso.

— E o que você fez? — minha voz saiu ameaçadora. Encarei Kol com um olhar ameaçador. Ele demorou a me responder.

— Coisas que me arrependo. — ele falou rouco. — Matei a pessoa que poderia fazer Marcel desistir de tudo isso.

Ótimo. A chance deu conseguir transformar Marcel em um homem arrependido havia ido por água a baixo. Encarei minhas tias. O que elas haviam feito?

— Eu o condenei. — Rebekah falou baixio olhando para baixo.

— Meu sangue está na criação da Besta. — Freya me encarou. Aquilo estava me dando uma ideia.

— Se eu te matar, ele morre. Você fez uma linhagem sem querer. — tentei soar ameaçadora e consegui. Freya me fuzilou com o olhar.

— Se isso fosse verdade, todos nós teríamos morrido quando Esther morreu. — Elijah falou. — Não vai matar ninguém aqui, sabe que não pode, vai ficar com a consciência pesada.

— Acha que eu não tenho? — Elijah levantou uma sobrancelha. — Acha que eu não paro de pensar como eu arruinei a vida da minha sobrinha como escolha? Culpo-me todo momento por estar aqui, por você estar longe do seu pai. Não é fácil esquecer as mortes. Minhas mãos estão mais sujas do que você pensa, Hope. Não me orgulho disso, principalmente o fato deu ter estrago a sua vida. Eu privei tudo o que você poderia ter com seu pai. Não culpe ninguém, apenas eu.

— Você é o principal culpado. — o fuzilei com o olhar. — Depois minha mãe e depois vocês. — estava falando entre os dentes, estava com o sangue borbulhando. Não dava para aceitar as verdades ali empostas. Meu pai estava sofrendo. “Até lá, meu sacrifício permitirá que você cresça”, isso era o que minha mãe estava guardando de mim. Meu pai estava sofrendo para eu crescer. Não dava para aceitar aquilo. Olhei para meus tios mais uma vez. — Adeus.

Fechei meus olhos novamente e sai daquela visão.

As gêmeas estavam ainda lá, porém dormiam. Iria me preocupar com elas, mas precisava das explicações de minha mãe, tinha que saber o porquê ela estava escondendo isso tudo de mim. Hayley tinha medo de que?

Sai da garagem e fui direto para o meu quarto e o dela. Tentei não acordar Pietro, mas parece que não deu certo. Ele me puxou antes deu poder bater e me levou para o sofá.

— Estava chorando? — ele notou minhas bochechas rosadas e meus olhos vermelhos.

— Não te interessa. — enxuguei o nariz virando o rosto. — Me deixa ir para o meu quarto.

— Não, você tem cara que vai fazer alguma coisa ruim. — ele virou meu rosto me fazendo o encarar. — O que aconteceu? Elas...

— Meus tios. As meninas não têm nada haver. — balancei a cabeça. — Eles me falaram tudo, me contaram as verdades. — as lágrimas voltaram a escorrer. Pietro me abraçou e enterrei minha cara em seu peito.

— Para, não fica assim. — ele fazia carinho em meu cabelo. — Você não pode ficar assim, você sabe. — neguei com a cabeça. — Sh. Vai ficar tudo bem, vamos conseguir acabar com tudo isso.

— Ainda assim eu vou ter perdido dezesseis anos sem meu pai. — resmunguei contra sua camiseta.

— Para de ser pessimista. — ele alisou meu cabelo e tomou meu rosto em suas mãos. — Você não pode culpar ninguém. Todo ato tem sua consequência, ninguém pode prevê-las.

— E por quê? Quem eu devo culpar? — ele limpou uma lágrima minha.

— Ninguém. — ele me abraçou e retribui seu abraço.

— Desculpa, mas eu preciso culpar alguém. — sussurrei. — E esse alguém está sendo minha mãe. — sussurrei. — Immobilus.

Pietro não teve chance para nada. Ficou duro igual à pedra. Sai correndo do sofá e entrei no quarto. Meu lado da cama estava arrumado do jeito que eu sempre gostei: pertinho da parede, um lugar quentinho. Minha mãe estava do outro lado, dormia tranquilamente, parecia que tinha um sorriso estampado nos lábios. Sorri comigo mesma. Não se distraia, meu subconsciente gritou. Tinha que obter informações de minha mãe, tinha que ouvir suas explicações para não ter me contado tudo e me privado de meus tios. Era necessário isso, mas já não estava tão raivosa assim. Minha mãe estava tão tranquila ali dormindo e isso me fez pensar que ela só queria me proteger, não é? Odeio isso. Eu não consigo ficar brava com ela e vice-versa. Tenho ódio de mim mesma por ter odiado minha mãe.

Vai desistir? Vai mesmo? Pensei que você era herdeira de Klaus. A filha do impiedoso híbrido original estava desistindo de sua vingança. Não iria machucar minha mãe. Ela não merece. Sei que Hayley errou, mas machuca-la por isso eu não faço, ela é minha mãe.

— Droga. — revirei os olhos resmungando baixo e indo pegar meu pijama para me trocar. O coloquei e fui fazer minha higiene. Estava me preparando para dormir quando lembro de que Pietro está congelado no sofá e as gêmeas estão na garagem dormindo.

Fui primeiro nas gêmeas. Elas acordaram, mas ficaram com uma cara fechada. Não queriam que fossem acordadas, porém eu não as deixaria ali na garagem dormindo perto de caixões dos meus tios desidratados. Lize e Jô foram para o quarto e já deitaram na cama com as roupas que estavam. Voltei para o sofá e vi que Pietro estava começando a descongelar. Ri de sua cara.

— Não é legal tá. E da próxima vez, não desconte sua raiva me usando como bonequinho. — ele estalou as costas e respirou fundo me encarando. — E o que você fez?

— Desisti. — respondi dando de ombros. — Simplesmente achei que eu estava sendo uma garotinha de sete anos querendo tudo na mesma hora.

— Que bom que chegou a isso sozinha. — ele sorriu para mim deitando no sofá.

— Mas isso não muda o fato deu estar brava com todo mundo por estar escondendo coisas importantes de mim. — sorri cruzando os braços. Pietro em resposta jogou os seus para cima.

— Eu não fiz nada agora! Sou inocente. — revirei os olhos rindo.

— Okay, boa noite, senhor Inocente.

— Eu não era o Mercúrio?

— Isso também. — peguei a coberta da cadeira e lhe entreguei. Segui para meu quarto quando percebi que Pietro estava começando a fechar os olhos em sinal de rendição ao sono. No meu quarto, observei ainda poucos segundos minha mãe antes de me deitar ao seu lado. Hayley dormia tão ternamente que era muito bom ficar olhando. Dei-lhe um beijo em sua face e me deitei. O pensamento que me acompanhou o resto da noite até dormir foi: eu te amo, mamãe, mas você me enganou.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu fiz a referencia ao Pietro Maximoff, e sim, o Pietro da fic foi inspirado nele (nos dois Mercúrios - Peter e Pietro -)
E o feitiço para petrificar foi o de Harry Potter mesmo, pq eu não achei nenhum que encaixe no quesito "petrificação temporária até feitiço do sono".
Gostaram da atitude da Hope em relação a Hayley?
Desculpe qualquer erro!



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