A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 43
Capitulo 43




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Angeline PDV

Flashback – 1940

Eu tinha apenas cinco anos de idade como vampira e ainda tinha dificuldade em controlar meu desejo por sangue humano. Havia passado tanto tempo eu não devia ser assim, mas ainda era.

Não matei ninguém, disso eu tenho orgulho, mas eu provei o sangue humano. A pessoa já estava morta quando eu não resisti e bebi seu sangue. Não aguentei ver tanto sangue fresco e não pude evitar. Ao menos não fui a assassina, estou com a consciência tranquila.

Era uma rara noite em que papai não estava trabalhando em seu plantão no hospital e ele e mamãe saíram comigo para caçar. Edward não havia voltado para casa ainda. Ele e mamãe haviam ido na frente enquanto eu os seguia de perto. Eles sabiam. Mas de repente a brisa virou, o vento trouxe um cheiro inebriante e instantaneamente inflou minhas narinas. Eu estaquei ao sentir aquele doce aroma. Sem perceber eu fui na direção em que meus sentidos me guiavam.

— Filha – ainda ouvi o grito de apelo de mamãe que foi cada vez ficando mais e mais baixo conforme eu me deslocava na direção contrária.

Logo eu sai da floresta e entrei na cidade por uma das ruas estreitas e imediatamente vi o que havia sucedido. Um corpo inerte no chão jorrando sangue ainda quente. Alguém havia matado aquele homem com uma facada no abdômen. Talvez por dívida de jogo ou briga de bar. Não importa quem fez isso deve estar correndo até agora e foi se esconder deixando o corpo da vitima exposto no meio da rua.

Rapidamente eu me lancei em direção e fui abocanhar o corpo, podia sentir a pele começando a esfriar, porém o sangue ainda estava quente. Bebi aplacando a ardência urgente em minha garganta sedenta pelo líquido vital. Aquela vida havia se perdido e não havia como recuperá-la, mas ao menos o sangue serviria para aplacar momentaneamente a minha sede.

Mais rápido do que eu gostaria aquela sensação doce, como deve se sentir um bebê ao ser amamentado pela mãe, foi se esgotando. Quase queria lamber o chão, teria feito isso se meus pais não chegassem naquela hora, ou eles já estavam ali e eu só percebi a presença deles agora:

— Mãe... Pai... me desculpem, foi mais forte do que eu; não consegui evitar - digo sem ousar levantar os olhos para encará-los.

— Meu bebê – diz Esme e ela vinha me abraçar se eu não tivesse me afastado.

— Não, eu não mereço - digo.

— Filha, está tudo bem. Seu pai me disse que já sabia que o homem estava morto antes de você chegar. Você não matou ninguém.

— Mas eu poderia... – digo ainda arrependida.

— Está tudo bem, criança. Você não matou ninguém - diz papai.

— Mas não deveria ter feito isso.

— Nós já sabíamos que isso poderia acontecer.

Me sinto traída, como se eles já contassem que isso iria acontecer.

— Nós esperávamos, mas claro que também acreditávamos que você pudesse superar isso e não precisar de sangue humano. Não foi fraqueza, minha filha – diz Esme com a voz doce e maternal. – todos nós estamos sujeitos a fazer isso. A cometer um deslize. Não é errado, filha.

— É errado, eu sei que é. Eu já deveria ter mais controle.

— Não é fácil viver a vida que levamos – diz Carlisle. - Está tudo bem, filha. Só teremos que cuidar mais de você pelos próximos meses.

— Eu não quero matar ninguém, vou me esforçar para não fazê-lo.

— Tenho certeza que sim, filha.

— Não quero decepcionar vocês dois de novo. Me desculpem.

— Tudo bem filha. Você não matou ninguém.

— Graças a Deus. Mas eu me sinto mal mesmo assim.

— Isso vai passar, querida – diz Carlisle.

— Por favor, me ajudem.

— É claro que vamos te ajudar, meu amor – diz Esme.

Voltamos os três para casa depois de caçarmos. Eu cacei mais por medo de ficar tentada pelo cheiro de sangue humano e para me recuperar logo do ocorrido. Queria poder de alguma forma esquecer o que aconteceu, mas essa mancha vai sempre estar na minha consciência.

Lembro mais claramente o que aconteceu agora nessa vida do que o que ocorreu quando eu era humana. A memória impecável de vampira nunca vai me deixar esquecer o que eu fiz mesmo por mais desagradável que seja recordar. Preciso lembrar disso para nunca mais cometer esse erro novamente.

Não esquecer o que preferíamos esquecer não é uma exclusividade dos vampiros. Quando eu era humana queria dormir e esquecer o que Charles havia feito comigo, mas não era assim que funcionava. Quem dera que fosse.

...XXX...


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