A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen
Anchorage, Alaska dezembro de 1949 - PDV da Autora
Carlisle e os outros dois médicos do hospital foram chamados para uma reunião pela diretoria para organizar o cronograma de plantão de fim de ano. Todos estão reunidos na sala principal do hospital.
— Bem, todos já devem imaginar porque eu os convoquei para essa reunião. É para definir o cronograma de escalas de plantão de final de ano. Principalmente Natal e Ano Novo – diz o diretor do hospital, Dr. Smith que é também um dos doutores que compõem a equipe médica.
— Eu posso trabalhar nos dois feriados – prontamente se oferece Carlisle. Ele sabe que tem tempo – a eternidade toda – para ficar com a família, não precisa esperar um feriado, mas os humanos precisam aproveitar as oportunidades porque tem uma vida muito curta, efêmera, que passa como a sombra e tem de aproveitar o máximo possível.
Ele se sente bem fazendo o melhor que pode para ajudar as pessoas e poder ficar no lugar de um médico humano para que este possa estar em casa com sua família faz com que ele se sinta bem consigo mesmo, a consciência tranquila e paz interior. Ele não é o monstro que era suposto ser. Onde está escrito, qual é a lei que diz que os vampiros só podem ser maus? Não há; por isso ele escolheu ser bom.
— Não precisa se sobrecarregar Dr. Cullen – diz o Dr. Thyme – É claro que você é competente para isso, não estou falando o contrário, só não posso deixar você se prejudicar. Eu posso ficar no Ano Novo.
Dr. Thyme libriano!
— Eu entendi o que você quis dizer Dr. E eu agradeço sua preocupação, mas não precisa se preocupar comigo – retruca Carlisle. – São dois feriados relativamente distantes, bem espaçados. Tudo bem eu ficar com os dois, não me incomodo.
— Tem certeza Dr. Cullen? – pergunta o Dr. Smith.
— Sim, por mim sem problemas.
— Você não vai pensar que estamos abusando de você?
Carlisle se contém para não rir.
— Claro que não! – ele diz contente, esfuziante. Ele adora se sentir útil e foi para isso que estudou durante tantos anos. Se dedicou com tanto esmero e afinco e hoje se tornou um exímio médico.
— Mas e a sua família? Não pensa neles?
— Eles me conhecem, sabem que eu sou assim. – Carlisle finge retomar o fôlego e complementa. – Nós não celebramos o Natal. Meu pai não comemorava e eu não me incomodo por isso. Não sinto falta – na época em que Carlisle era humano a comemoração do Natal foi mesmo banida por Cromwell.
— Mas e o Ano Novo? – questiona o Dr. Thyme ainda com muita vontade de trabalhar ao menos nesse feriado e com esperança de que Carlisle abra mão.
— É um dia como qualquer outro. Como o último dia de um mês para o primeiro do próximo. Não me importo estar trabalhando enquanto os outros festejam. Quero estar de prontidão para caso precisarem e que possam festejar tranquilamente, sem nenhuma preocupação - a verdade é que ele não percebe mais a passagem do tempo como os humanos. Ele nunca mais dormiu desde 1663, então é um longo e único dia. Só sabe do passar do tempo através do relógio e do calendário.
— OK então – diz o Dr. Smith, como um juiz promulgando uma sentença. O Dr. Thyme fica um pouco triste, mas Carlisle sabe que fez o bem. Um dia seu colega vai entender e agradecer. Carlisle sabe que pela expressão o diretor do hospital vai dizer algo mais, mas o que será? Só resta esperar para ver. – No entanto, como você se dispôs e ninguém o coagiu a fazer isso, merece um prêmio.
— Não precisa, eu não fiz isso pensando em ganhar nada em troca – na verdade, sua recompensa é a consciência tranquila e sensação de ter ajudado alguém. – O bem estar dos pacientes é a minha gratificação.
— Mas eu quero fazer uma coisa por você que tem sido tão bom para meu hospital. Me deixe fazer, por favor – ele não necessitaria implorar, nem sequer pedir pois ele é o chefe.
— Você é o chefe, me submeto ao que você decidir.
— Somos iguais. Falo agora como seu colega de profissão não o dono desse hospital.
— Está bem, o que você propõe? – Carlisle diz, se rendendo. Não adianta fazer o bem para as pessoas disfarçadamente, em silêncio, ou fisicamente apenas e não ajudar também psicologicamente.
— Quero que depois da noite de Natal, dia 25 e até dia 31 você tire folga, está bem?
— Mas eu... – Carlisle esboça um protesto, mas se silencia mordendo o lábio inferior assim que nota a expressão do diretor. Magoado.
— Mas nada; sem reclamações ou desculpas. – ele diz quase ríspido, autoritariamente. - Você merece Dr. Cullen. Você está sempre solícito quando o hospital necessita e essa é a forma de retribuirmos pelos bons serviços prestados – Todos sabem que ano que vem Carlisle pretende se mudar então será como um presente de despedida.
— Eu aceito se não tem outro jeito, Dr. Smith.
— Não tem não, amigo. Mas por favor, aceite – ele segura as mãos de Carlisle e sente como ‘estão’ frias.
— Que mãos geladas!
— Ah, me desculpe. Eu tirei as luvas, mas não deveria – diz Carlisle naturalmente, não mentindo, mas apenas dizendo algo que eles entenderiam e que seria razoável, crível, pois estão no inverno no hemisfério norte. além disso, no Alasca é frio o ano inteiro.
— O aquecedor está desligado? - reflete o Dr. Thyme.
— Tudo bem! Então está dividido assim: o Dr. Cullen vai trabalhar nas noites de Natal e Ano Novo enquanto eu e o Dr. Thyme vamos nos revezar durante a semana entre os feriados.
— Certo – acena afirmativamente o Dr. Thyme.
Os médicos se levantam e cumprimentam o Dr. Cullen por ter assumido essa responsabilidade, em seguida todos retornam ao trabalho.
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Feliz Natal e Boas Festas!
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