A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 40
Capítulo 40




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Assim que chegamos em casa, desço do carro e entro na sala já falando alto, procurando por Esme:

— Mamãe! Mamãe!

— Lá vai ela contar tudo pra Esme.

— Está com medo, Rose? – pergunta Edward em tom de deboche. – Você sabe que não deveria ter feito o que fez. Mesmo se ela não fosse nossa irmã, não deveria ser tratada daquela maneira. Você não sabe o quanto ela sofreu...

— Não; é claro que não tenho medo da Esme - ela responde. - Por que deveria?

— Então tem medo de perder seu lugar para nossa irmã?

— Hahaha Edward, isso não aconteceria nem em um milhão de anos. Ela não pode me substituir. Ninguém se compara a mim - diz arrogante.

— Isso é verdade, ursinha. Você é mesmo insubstituível – diz Emmett.

— Deixe ela procurar aconchego, é só isso que ela quer agora.

— Ah ‘tá’ Edward. Você e o seu dom de leitor de mentes.

— Você é incorrigível, Rose – diz Edward balançando a cabeça em negativa.

— Estou aqui, querida – Esme aparece vindo da cozinha.

Eu lhe dou um forte abraço, ela se assusta com a minha atitude inesperada:

— Oh, querida! O que foi? Você nunca ficou assim.

— Verdade, eu nunca estive triste antes nessa nova vida, mas Rosalie...

Nesse instante Edward, Emmett e Rosalie chegam.

— Rosalie! Emmett! Sabia que haviam chegado, meu olfato não podia estar enganado. – ela olha para mim. – Posso abraçar seus irmãos, filha?

Ela tem que pedir permissão para mim?!

— Claro - eu não iria impedir. Sou magnânima o suficiente.

Vejo com o canto do olho Rosalie sorrindo em triunfo, ela não ganhou nada. Eu é que deixei. A vitoriosa fui eu.

— Edward, o que aconteceu? – Esme pergunta assim que termina de abraçar os dois filhos que acabaram de voltar para casa.

— Mãe, eu não queria me meter nisso...

— Edward, por favor. Quero uma opinião imparcial. Pelo estado que Angel entrou em casa deduzo que aconteceu algo com ela...

— Certo, mãe. Rose a tratou mal.

— Como assim?

— Sabe que Rose tem esse jeito meio durão e Angel é delicada.

— Sei; mas diga logo o que aconteceu, filho. Está me deixando preocupada. Elas ão lutaram, não é? - não há nenhuma marca em nenhuma das filhas. Mesmo porque já teriam se recuperado antes de chegarem em casa.

— Não foi nada Esme – Rose diz se interpondo.

Esme olha de lado a filha suspeita.

— Nada?... Não é isso o que diz o estado em que está sua irmã.

— Eu não fiz nada de mais – Rose ainda se finge de inocente. – Só disse a verdade para ela e às vezes a verdade dói.

— Não é a verdade que dói, mas como você diz a verdade – Esme rebate.

— Não quero discutir com você Esme. Eu acho que não fiz nada.

Rosalie segura na mão de Emmett e o leva para o quarto, pois sabe onde é porque essa casa é a mesma que moravam quando ela despertou há quase quinze anos. Eles se mudaram depois, mas voltaram.

— Edward, o que foi que aconteceu? – Esme se vira para o filho mais novo/velho.

— Rose mandou Angel calar a boca quando ela tentou te defender quando dizíamos que você nos tinha adotado e deveríamos respeitá-la e sabe como Rose não aceita isso. E disse mais, disse também que Angel deve se contentar em ser a filha biológica, pois com certeza será sua preferida e tratada diferente. Eu tentei explicar que vocês foram separadas, mas a Rose não quis ouvir...

Não foi o que Rosalie pensava que deixou a irmã entristecida, foi por ela não ter dado a mínima para o que Angel passou.

— Entendo... – diz Esme sentando no sofá pensativa, segundos depois ela ergue a cabeça para olhar direto para mim. – Filha...

Parecia que ela estava zangada e que iria brigar comigo, mas me chama para seu colo com um gesto:

— Mamãe! – eu me ajoelho no chão e apoio a cabeça em seu colo. Eu não posso derramar lágrimas, mas choro soluçando como aprendi com ela.

Esme afaga as minhas costas:

— Oh, meu bebê! Não fique assim. Não gosto de ver você triste.

— Mamãe, me desculpe por ser assim... – olho para cima e percebo que Edward saiu para nos dar privacidade.

— Oh, minha filha! Você não tem culpa por ser tão sensível. Isso não é um defeito. Se alguém tem culpa, a culpa é minha. Eu sou tão sensível, você herdou essa característica de mim. ainda bem que não tem muito de seu pai.

— Graças a Deus! A única coisa que ele me deu foi a metade dos cromossomos, mesmo assim a sua metade a dominante. Sério mãe? Nem parece. – Acho difícil acreditar, como ela consegue? Ela é carinhosa sim, mas não imaginava que era tão sensível quanto eu.

— Isso porque eu aprendi a camuflar muito bem e só ser assim com quem merece e sabe respeitar. Foram anos aprendendo como fazer isso. Vou te ensinar também. Você precisa se proteger, não ter a auto-estima tão vulnerável para qualquer um atingir.

— Até agora ninguém tinha feito isso comigo. Quer dizer, nessa nova vida. Não conto Charles.

Esme fica tensa ao ouvir o nome do ex-marido, mas ambas concordamos em falar abertamente sobre ele. de qualquer forma ele foi meu pai e isso não pode e nem será apagado nunca. Por mais que eu ame Carlisle, não foi ele que me me fez em 1919. Carlisle me trouxe de volta a vida em 1936, serei eternamente grata a ele por isso.

 

Refeita do choque, mamãe diz:

— Sim, Carlisle e Edward são totalmente o contrário do tipo de homem que infelizmente conhecemos quando ainda éramos humanas. Eu sei que Charles nos fez mal a nós duas, mas graças a Deus não nos tornamos más por ter sofrido. Poderíamos e com razão, mas não vale a pena. Você ganha mais sendo bom. Olhe tudo que temos, nós não teríamos nada disso se fossemos maus. E quando digo tudo isso, quero dizer todos nós, filha, eu, você, seu pai e seus irmãos.

— Não consigo acreditar que Rosalie é uma boa pessoa.

— Mas é verdade, querida. No fundo ela é um doce. Isso é só a fachada que ela tem para os outros, quem a conhece de verdade percebe. Ela tem essa armadura porque também sofreu como nós duas.

— Ela também foi abusada, mamãe?

— Infelizmente sim. Foi o ex noivo dela que fez isso. Ele e os amigos dele estavam bêbados quando a viram voltando para casa e a estupraram, aqui mesmo em Rochester. Há quase 15 anos.

— Foi quando papai a encontrou?

— Exatamente minha querida. Carlisle a encontrou logo depois que aqueles cretinos fizeram isso com ela. Eles pensaram que ela estivesse morta e por isso abandonaram o corpo dela. Mas ela não estava morta ainda quando Carlisle a encontrou. Ela ainda estava respirando, mas logo iria morrer, pois não iria resistir aos ferimentos. Se pudesse, certamente Carlisle a teria levado para o hospital, mas não havia outra maneira de salvá-la. Carlisle agiu com a melhor das intenções, mas Rosalie o despreza até hoje. Não sei se vai perdoá-lo algum dia... – os olhos de Esme fitam o horizonte longínquo.

— Mas, mamãe, ela deveria perceber que se Carlisle não a tivesse transformado em vampira, ela teria morrido.

— Talvez ela preferia mesmo. Mesmo que nunca tivesse conhecido Emmett.

— Mas o que ela fez depois, mamãe? Eu ficaria revoltada com meu ex-noivo não contra papai.

— Sim. Foi isso mesmo que ela fez, mas ainda está chateada com Carlisle. Ela se vingou de um por um. Foi uma cena digna de cinema, ela se vestiu de noiva e partiu para atacar um a um, deixando seu ex-noivo, Royce King II, por último para que ele soubesse que ela estava indo e ficasse com medo.

'Ele fez de tudo para se proteger, mas é claro que foi em vão. Ele quis se desculpar quando viu Rosalie, mas nada feito. Ela quebrou seu pescoço apenas, rápido e indolor. Mesmo sendo uma vampira recém-criada Rosalie se orgulha por não ter tomado nenhuma gota de sangue deles. Acho que depois de ser violentada ela nunca mais queria ter alguma coisa deles dentro de seu corpo.'

— Ugh, mamãe!

— Eu sei, a historia dela é mesmo trágica.

— Mas eu não entendo porque ela não é como a gente.

— É devido à circunstãncia de sua morte. Seu ex-noivo não costumava tratá-la mal, não era da índole dele como de Charles, apesar de ele também não ser nenhuma ‘flor que se cheire’. Mas de qualquer forma se ele chegou a fazer isso quando bêbado é porque no fundo tinha inclinação..

— Você conhecia Royce, mamãe?

— Sim eu o conheci alguns dias antes do que aconteceu, num baile para arrecadar fundos para uma organização de caridade. Ele tentou dar em cima de mim, mesmo com a noiva por perto, sorte que ela não havia percebido, mas eu consegui me desviar dele. Ainda bem que Carlisle não ouviu também, se não eu não sei o que ele faria.

Carlisle chega de repente:

— Eu sabia que ele tinha feito alguma coisa com você, mas sabia que você poderia lidar.

— Você sempre soube, querido? E eu pensando esse tempo todo que você não sabia de nada.

— Me desculpe por esconder de você, querida – ele beija a fronte da esposa e o topo da minha cabeça. – Vou ao escritório para deixar vocês conversarem a sós.

Carlisle sai sem fazer nenhum ruído. Gosto desse nosso jeito de andar silencioso, sem fazer alarde.

— Mamãe, continua. Conta como o Emmett foi transformado. Foi o papai, não é?

— Acho que isso você pode pedir para ele. Ele certamente não irá se incomodar em dizer para você.

— Mas, então ele não vai se incomodar se você contar pra mim, mãe. Por favor – levanto o rosto com os olhos brilhando.

— Está bem querida – Esme diz por fim cedendo. – Ele foi mesmo transformado por Carlisle, mas foi Rosalie quem o encontrou quase morto na floresta depois de ter sido atacado por um urso. Ela pensava que não iria conseguir parar na hora certa, preferiu não arriscar e o trouxe para casa, para seu pai transformar ele para ela. Ela pediu, insistiu muito. Carlisle faria qualquer coisa para que a filha o odiasse menos então concordou. E assim Emmett se tornou o parceiro de Rosalie. Ele não ficou muito zangado quando acordou. Na verdade, ele ficou, digamos, até feliz.

Emmett aparece na sala.

— É verdade irmã - ele confirma o que Esme disse.

Levanto e corro para lhe dar um abraço. Ele me recebe.

Rosalie que não havia visto estava com ele escondida - é claro que ela estaria - atrás da pilastra perto e me olha com uma cara feia 'de poucos amigos', mas eu não me incomodo mais porque eu sei que é fachada. Mas isso não quer dizer que eu não entendo o alerta, ele é marido dela. Meu irmão, mas também marido dela. Eu sei que tenho que tomar cuidado e me aproximar com cautela. Respeitosamente.

Mas eu não vou fazer nada, não sou louca como seu ex-noivo para dar em cima de outra pessoa com a parceira presente. Eu nem teria jeito, sou muito desastrada, e além do mais eu nem gosto de Emmett desse jeito - nem sei como é se apaixonar por alguém, eu me casei forçada, sem amor -, apenas como irmão, para ser franca ele me dá um pouco de medo.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

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