A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 25
Capítulo 25




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Angeline PDV

Quando eu acordei no dia seguinte, não foi com as badaladas do sino da igreja, foi com a luz do sol iluminando o quarto intensamente. Eu estava tão cansada que já deveriam ser umas dez horas da manhã.

Charles não me acordou. Ele não veio me bater para levantar e fazer o café-da-manhã para ele. Isso é bom. Talvez ele tenha realmente se satisfeito com a noite de ontem. Se eu tiver de fazer isso todos os dias eu não vou conseguir. Eu estou em frangalhos. Dormi todo esse tempo, mas ainda não descansei, não me recuperei ainda. Resolvo me levantar e ir tomar um banho antes de descer para preparar o almoço.

Depois que tomei banho voltei ao quarto e vejo que o lençol está sujo de sangue onde eu estava deitada. Será que eu estou machucada? Fico um pouco assustada, mas penso: Não me admira que Charles tenha me ferido com a seu entrada repentina e forçada.

Tiro a cobertura, mas o colchão também está manchado.

Decido voltar ao banheiro e colocar uma toalha dobrada dentro da calça e entre as pernas para caso o vazamento ainda persista. O pano é grande e incomoda o andar, mas depois eu corto ele.

Voltando ao quarto tiro o colchão da cama e arrasto até a luz do sol o iluminar, tento lavar com água e sabão até a mancha ficar menos evidente. Deixo secando no sol.

Desço as escadas com o lençol enrolado debaixo dos braços para colocar de molho em um balde. Arrumo a água e o sabão para depois mais tarde lavar.

Vou para a cozinha preparar o almoço.

Ligo o rádio para ouvir a hora. E de fato entre uma música e outra fala que já são 10:30 da manhã, hoje é dia 23 de setembro e nesse momento faz 80° F em Columbus.

— Oh! – exclamo. – Hoje é dia do meu aniversário.

— Parabéns Angeline – digo para mim mesma. Ninguém vai lembrar da data, quem lembraria está longe, minha mãe. Ou morta, minha avó.

...XXX...

 

Quando estou quase terminando de fazer o almoço, Charles chega. Me entrega um buque de rosas brancas como leite e vermelhas como sangue.

— Feliz aniversário, Charlotte.

— O quê? – fui pega de surpresa. – Pensei que você nem lembrasse. Obrigada.

— Minha mulher merece.

— Mulher? Eu sou uma menina ainda. Nem posso ser mãe.

— Não é mais e ainda bem que não pode. Mas, você viu o colchão?

— Sim, eu vi. Estou assustada, Charles. O que aconteceu ou está acontecendo comigo?

— Não precisa temer, Charlotte. – quando ele me chama pelo nome da mãe eu não consigo evitar pensar que ele tinha algum desejo pela própria mãe. Mas que não pode satisfazer, e por isso me chama assim. – Está tudo bem com você. Você não é mais uma menina virgem.

— Como?

— É isso mesmo que você ouviu. Você não é mais virgem. Não é mais pura, inocente, etc. Eu fiz você se tornar mulher. EU – diz ele triunfante como se tivesse ganhado um trofeu.

Eu queria ter entregado a minha pureza paras um homem que eu amasse e também me amasse, mas o meu destino foi diferente e não permitiu que eu fizesse isso.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto devido a compreensão do que aconteceu. Eu não sou mais pura. Não sou mais virgem. Não sou mais um anjo como meu nome verdadeiro. Charles pensa que estou chorando por causa da emoção de ele ter lembrado meu aniversário. Também é por isso, é claro. Ele lembrou! É inacreditável, mas ele só lembrou por causa da noite de ontem e o que aconteceu.

Em nenhum dos anos anteriores ele havia se lembrado da data, ou fingia não se lembrar e nem fazia nenhum comentário. Não me dava nem parabéns, nem nada. Muito menos um presente. E agora ele me entrega um buquê?! Estou surpresa com esse gesto. No mínimo. Eu estou chocada, na verdade.

Sei que ele está tão contente que deve ter contado para seus colegas de trabalho. Não me importo de ser o assunto dos policiais de Columbus. Minha vida não tem privacidade, é um livro aberto. Mais do que isso, só se Charles me tomasse na rua. Mas eu não costumo sair muito, ele não deixa. Ao menos isso ele sabe esconder muito bem.

— Mas, e se eu tiver machucada, Charles? – Ainda estou preocupada e com medo. Abraço ele me aconchegando em seu peito.

— Está tudo bem, Charlotte. Você vai ficar bem – ele diz afagando meus cabelos. As mudanças constantes de humor dele me deixam desnorteada, sem saber como ele vai agir ou reagir. É sempre uma loteria, jogar a sorte. Isso me deixa exausta e constantemente aflita. Com os nervos em constante tensão.

— Me sinto estranha hoje – eu estou cansada, sinto como se fosse desabar a qualquer momento. Não sinto minhas pernas. Na verdade, quase nada da cintura para baixo. É como se eu estivesse andando sem tocar o chão. Flutuando.

— Vai passar.

Almoçamos e ele sai para voltar ao trabalho.

Ao menos Charles não me bateu ainda. Mas não se sabe até quando vai ser assim. Nem aconteceu o que eu temia que acontecesse como foi com a mamãe naquele dia. E nem com aquela outra mulher da vida. Eu não sou uma mulher da vida. Não quero ser comparada e nem tratada como uma prostituta, eu não sou isso.

No entanto, às vezes Charles parece considerar as mulheres brinquedinhos que só servem para satisfação sexual masculina. Eu não sou dessas, não quero ser tratada assim dessa maneira.

Sou uma mulher agora. Mulher, eu? Vou precisar de um tempo para me acostumar com a ideia.

...XXX...


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