Rebeldes Sem Causa: Nova Geração escrita por autorasantiis


Capítulo 34
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Skyler Rinaldi

A chuva começou a cair assim que deixei o carro, me apressei até me abrigar no prédio da universidade, bem, o prédio da administração para ser mais exata. Assim que passei pela porta, vi uma cabeleira vermelha intensa e em seguida cabelos loiros. Dou de ombros sem me atentar muito ao detalhe de achar a ruiva familiar, e volto a olhar para meus papeis, a peça será apresentada em uma semana e tudo está aqui, e como o diretor Clovis vai narrar, apenas vim traze-las.

— Skyler? – ouço e me viro para ver quem era a dona da voz.

— Tia Roberta? – sorrio e a abraço, agora sei porque o cabelo me era tão familiar – não sabia que estava aqui, houve alguma coisa com a Madison?

— Além dela ter voltado para casa um pouco mais revoltada? Não, ela está bem.

Contive minha vontade de revirar os olhos, depois do desastre no baile, não voltamos a vê-la ou falar com ela.

— Bom te ver – ela fala e eu assinto animada – cadê o Aaron?

— Ah, nós não estamos mais juntos – conto – terminamos há um tempo atrás.

— Eu lamento.

— Está tudo bem.

Ela sorri solidária.

— Bom, eu tenho que ir agora, tenho que organizar o funeral.

— Funeral? – pergunto completamente confusa e ela franze o cenho para mim, mais confusa ainda.

— Madison não te contou? – pergunta e eu nego com a cabeça.

— Não estamos exatamente muito bem – mordo o lábio apreensiva, não queria mais problemas – e depois do baile, não a vimos mais, Madison tem sido agressiva conosco e nós preferimos manter a distância para não acabar machucando ninguém.

— Oh querida, sinto muito – tia Roberta segura minha mão livre – a Madison não fez por querer, o avô dela faleceu.

— O pai da tia Mia ou o de sangue?

— O de sangue, meu papito – ela sorri triste – o pai da Mia continua vivo e mais ranzinza que nunca, e juntando com a Alma, fica pior ainda.

— Eu lamento muito, eu não sabia.

— Ele esteve muito doente no último mês e no dia do baile, teve uma parada cardíaca e hoje veio a falecer, com certeza sua mãe deve te ligar para falar sobre isso, toda a família vai estar presente.

Assinto e ela me lança um sorriso triste, saindo em seguida. Mordo o lábio inferior, pensando em tudo que a Madison passou nesse último tempo, sem contar nada para ninguém, apenas, se escondendo atras de uma máscara. Não demorou muito para o diretor Clovis aparecer e eu lhe entregar os papeis da peça a ele que logo ficou animado e saiu às pressas. Volto para o carro e dirijo de volta para a KKT, ainda chovia muito, entro às pressas em casa e vejo as meninas correndo de um lado para o outro, mais um dia normal na fraternidade. Vou para o meu quarto e assim que entro, Lydia e Clover me olham confusas, me jogo na cama e suspiro.

— Vai abrir o bico ou precisa de um convite? – Lydia pergunta e eu olho para ela, a fazendo franzir o cenho – porque está triste?

— O senhor Martin faleceu – falo e elas arregalam os olhos, chocadas.

— Quando? – Lydia pergunta, seus olhos brilhavam com lagrimas presas.

— Hoje – suspiro, deixando a cabeça pesar no travesseiro.

— Nós iremos? – Clover pergunta com receio, talvez o mesmo que eu, será que Madison iria querer nos ver lá? Aliás, será que estamos preparadas para vê-la depois de todas aquelas palavras?

— A família inteira vai estar lá, é uma última homenagem, acho que ela precisa que estejamos.

O quarto entrou em um silencio absoluto, cada uma de nós presas nos nossos próprios pensamentos, apenas, decidindo e brigando com nossos sentimentos. Madison nos virou as costas, mas nós não somos assim, e talvez não devamos virar as costas para ela.

[...]

Caminhamos pelo jardim, enquanto nos dirigíamos ao lugar onde o senhor Martin seria enterrado. Jack estava ao meu lado, com as mãos entrelaçadas a minha, igualmente estavam Lydia e Cameron. Clover estava de braços dados com o Chris e Hayes ao meu outro lado. Assim que chegamos perto, vimos alguns membros da família espalhado por ali, perdidos em seus próprios pensamentos. Madison estava em um canto, enquanto agarrava o paletó do pai, provavelmente chorando. Vi quando seu pai a cutucou e sussurrou algo, fazendo-a olhar para nós. Dava para ver o quanto estava sofrendo, e depois de um incentivo do tio Diego, ela caminhou até nós, estava mais magra e com olheiras.

Nenhuma palavra foi dita, ela apenas deitou a cabeça no meu ombro, e as outras duas se juntaram a nós, formando um abraço em grupo, éramos assim e se depender de mim, sempre seremos. Madison passou um tempo chorando, sendo acolhida por nós, os meninos haviam se dispersado para outro canto, para nos dar privacidade. Minutos depois, a levamos e a colocamos sentada na mesma fileira que nós, atrás de seus pais, e os meninos se sentaram atrás da gente. Hayes, de minuto em minuto me perguntava silenciosamente se ela já havia dito alguma coisa e eu em todas as vezes o respondi que não.

O velório começou quando o padre começou a dizer suas palavras bonitas, algumas pessoas da família fizeram seus pequenos discursos para falar quem era Martin e Madison apenas se manteve grudada em mim. No final nós quatro fomos convidadas a jogar um pouco de terra no caixão e apenas Lydia e Clover foram porque Madison mal conseguia se manter de pé. Quando finalmente o caixão foi enterrado e os convidados começaram a prestar condolências, tia Roberta acenou para mim e pediu silenciosamente que eu levasse Madison comigo, ela não precisava ouvir as pessoas falando a mesma coisa repetidas vezes.

— Mad – chamei baixinho, fazendo a levantar o olhar para meu rosto – posso pedir que o Jack te carregue e leve para o carro?

Ela apenas assentiu com a cabeça e eu virei o rosto para o moreno, que não questionou ou disse nada, ele apenas a carregou e juntos fomos para o estacionamento, como o Cam e o Jack haviam vindo dirigindo, nos dividimos e voltamos para a fraternidade. Madison desmaiou no meio do caminho, provavelmente de fraqueza. Assim que chegamos a KKT, Jack a levou para meu quarto e o resto de nós apenas nos espalhamos por ali.

— Foi legal da parte de vocês – Cameron fala de repente, ele estava sentado no chão, encostado na parede, enquanto tinha a Lydia entre suas pernas, franzi o cenho para ele – terem ficado ao lado dela.

— Ela teve os momentos dela, não acho que devemos condená-la – dou de ombros e deito minha cabeça no colo do Jack, que alisou meus cabelos de forma gostosa.

— O que faremos agora? – Clover pergunta – quero dizer, ela...

— Ela vai precisar de ajuda e apoio, não podemos virar as costas para ela, como ela fez com a gente – Lydia fala e eu assinto, pensamos da mesma forma.

Ficamos em silencio, até Hayes iniciar outra conversa, ele havia ido até a cozinha fazer uma sopa para a Madison quando finalmente acordasse. Agora parece que está só dormindo, talvez ela precise um pouco.

— Entregou os papeis ao Clovis? – pergunta e eu assinto.

— Só faltou saltitar e virar a fada madrinha – sorrio debochada, fazendo todos rirem.

— Cam não gostou, porque vai apanhar – Lydia ri e Cameron revira os olhos.

— Não vejo porque eu tenho que apanhar, fala sério – ele faz um biquinho, fazendo-nos rir divertidas.

— Ficou irritadinho neném? – pergunto fazendo um biquinho debochado – problema seu, eu escrevi essa merda e é melhor você fazer esse caralho direito.

Todos riem da careta de indignado dele.

— Como ficou seu vestido Loli? – Lydia pergunta.

— Ficou ótimo, a Sky deu um jeitinho na simplicidade dele – Clover fala animada.

— Espera só até ver ele piscando – rio piscando e ela me joga uma almofada, que foi agarrada pelo Jack, meu boy é o melhor. Dou língua e ela me mostra o dedo do meio.

— Sinto que essa peça vai ser a melhor de todos os anos – Christian fala animado, parece que alguém está gostando de interpretar um príncipe.

— Bem melhor do que interpretar uma mulher em senhor dos anéis – Jack fala rindo e Cameron joga as mãos para cima, balançando em seguida.

— Quem eu sou? – pergunta enquanto ria.

— Es tu, menina que pede ajuda – Jack imitou o gesto do Cam, me fazendo levantar irritada.

— Parem, eu fiz o melhor que pude – Chris resmunga e nós rimos.

— Meio nada a ver – Cameron dá de ombros, parando de se balançar como o Jack.

— O que acham de uma sessão cine? – Clover propõe e nós concordamos.

— As seis? – Lydia sugere e novamente assentimos.

— Vamos comprar besteira, tomar um banho e voltamos – Jack se levanta, e os outros meninos também.

— Não se atrasem – aviso e ele assente se abaixando apenas para me deixar um beijo na testa, me deixando meio frustrada.

Chris dá um selinho na Loli, Cam na Ly e Hayes deixa um beijo na testa da Mad.

— O que há entre vocês? – Ly pergunta confusa e eu faço uma careta desgostosa.

— Não tenho certeza, no dia do baile ele passou a noite no celular, não me disse nada de concreto e acho que ele nem queria me beijar lá no campo – faço um biquinho triste.

— Porque diz isso? – Clover me olha confusa.

— Ele não estava tão concentrado no beijo e se afastou mais rápido do que eu esperava e bem, ele fica me olhando estranho, e tá sempre fugindo do assunto.

— Talvez ele não goste mais de você, não queira mais te namorar.

— Clover – Lydia fala a repreendendo e eu olho para a Lydia – é claro que o Jack gosta de você, talvez ele só esteja se habituando com o relacionamento e ache que está cedo demais? Você e o Aaron terminaram e você ainda teve que lidar com aquela revelação bombástica, então... talvez apenas esteja com medo de se envolver demais e estar sendo usado.

— Ou talvez ele só esteja com medo de vocês terminarem de novo – ouço a voz baixinha da ruiva e olho para a cama, onde ela já se sentava e tratava e pegar sua sopa.

— Como se sente? – Clover pergunta, mudando o foco do assunto e eu apenas agradeci mentalmente, não quero tantas teorias na minha cabeça, meus neurônios queimam.

— Não muito bem – ela sorri fraco – eu preciso pedir desculpa a vocês, fui tão estupida – suspira frustrada – vocês são minhas melhores amigas desde sempre, eu só...

— Nós sabemos – apenas digo, porque realmente sabemos, ela tem medo, medo de um dia a deixarmos, como o avô dela a deixou, medo do nosso Forever Us não ser eterno.

— Nós te perdoamos Mad – Lydia fala e ela assente chorosa – agora tome sua sopa, o Hayes quem fez.

— Obrigada meninas, eu amo vocês.

— Nós também te amamos – falamos em coro e sorrimos umas para as outras.

 

Lila Reynolds

— Lila, sua cara de macaco que acabou de sair do rabo da mãe – alguém grita, nossa quanta delicadeza para apelidar alguém, e me viro dando de cara com a Skyler, é claro que é ela, não poderia ser outra.

— Olha aqui sua piranha fora d’agua, eu ainda não acabei – grito, ouvindo a mesma rir em seguida.

Coloco à ultima tomada no encaixe, e vejo as luzes do cenário se acender, dando um lindo aspecto de contos de fadas.

— Está perfeito – Lydia grita, girando algo acima da cabeça.

—  Isso é...

— A cueca do Evan – ela ri e joga para mim, que a jogo no chão imediatamente, credo.

Caminho até o palco e admiro o nosso trabalho de perto.

— Nem acredito que é amanhã – Madison fala animada, já havia se passado uma semana desde que soubemos do avô dela, e mesmo ainda estando triste em tempo integral, ela parou de se isolar.

— Não acredito que vocês prenderam os meninos no banheiro masculino, sem toalhas e sem roupas – falo negando.

— É para dar sorte – Clover dá de ombros – a boxer do Christian é de patinho – ela estende a mesma e rimos.

— Ok, já chega – Katy fala, ainda rindo.

— Vocês acham que eles vão revidar? – Stacy pergunta.

— Fala sério, 24 meninos treinaram hoje, agora coloquem os 24 em um banheiro, nus, sem um jeito de sair – Lydia fala com orgulho – com certeza eles vão revidar.

— Skyler – ouvimos chamar e escondemos as cuecas.

— Sim Liv? – Skyler fala confusa, era a nossa professora de teatro, sim, nós temos uma, mesmo que o nosso curso não tenha nada a ver com teatro, ainda assim precisamos escolher uma matéria artística, dizem que é para liberar os artistas que vivem em nós, isso é papo de High School Musical, liga não.

— Você conseguiu – a professora Livia fala e vejo a Sky franzir o cenho confusa.

— Como assim, do que está falando?

— Sua peça, vai ser transmitida ao vivo, em um programa de TV – ela fala e Skyler arregala os olhos surpresa, logo começando a pular de alegria.

E nem preciso dizer que todas nós fizemos o mesmo né? Claro, isso é simplesmente surreal.

— Meu deus – Skyler fala com lagrimas nos olhos – RSC para sempre, meninas, nós fizemos isso, obrigada.

— Você merece – Lydia sorri – RSC para sempre.

— Vamos arrasar – Stacy grita e nós gritamos RSC para sempre logo em seguida.


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