Novamente Alice escrita por Sol


Capítulo 2
Um estranho Ás de copas


Notas iniciais do capítulo

Hey, :3 estou trazendo o segundo capitulo da fic.
Espero que gostem floquinhos de neve :v



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Alice


Quando ele terminou de ler meu coração estava a mil, eu não sabia o que era maior: A dor ou o medo.


— Não, não, não pode... Ela está... - um choro incontrolável tomou conta de mim.


—Oh! Minha filha! – Vovó tremia e parecia tentar controlar a respiração.


— Ei - White se aproximou de nós, ele olhou nos meus olhos e falou da forma mais calma possível. — Eu realmente entendo o que está sentindo, mas eu tenho certeza que eles ainda estão por aqui, vamos logo nos esconder, pelo menos até passar o perigo, perder alguém é triste eu sei, mas não temos tempo mesmo.


Olhei novamente para minha mãe, o que eu poderia fazer? Tinha que haver outro jeito. Não era qualquer pessoa, era a minha mãe.


—Céus... Minha pobre filha... Eu...


White me ajudou a levantar e a me manter em pé, eu ainda encarava minha mãe, mas acima de tudo estava assustada. Não queria perder mais ninguém.


—Temos que achar os outros. – Consegui dizer, dando alguns passos para trás. Precisava do meu pai, do meu tio e até de Judith.


White ajudou minha avó a caminhar e eu os segui, sentindo cada passo pesar, meu coração gritava para voltar e permanecer com minha mãe, mas meu medo me empurrava para qualquer lugar mais seguro, quanto antes chegarmos dentro da minha casa mais lugares nós teríamos para nos esconder.


—A porta está aberta! – White reparou quando nos aproximamos. A porta na verdade estava... Não tinha porta, havia um buraco na parede.


—Depende da sua definição de porta. – Resmunguei e ele deu de ombros, minha avó estava estranhamente em silencio.

 

Logo ao entrarmos eu sai correndo de um lado para o outro chamando pelo meu pai ou até meu tio, mas nada.

 

— E agora White? Eles não respondem... Por quê? - E mais uma vez eu comecei a chorar, mas antes que eu piorasse White sinalizou para que fizéssemos silêncio.


Respirei fundo e tentei me acalmar, ouvi alguns passos vindos da cozinha, mas tive um mau pressentimento sobre eles, estavam apressados demais e pareciam ser muitos.


—Vamos para o outro lado. – Sussurrei e todos concordaram, começamos a caminhar o mais silenciosamente e rápido que podíamos.


Estávamos quase chegando, mas fomos cercados por um exercito de homens quase idênticos, todos estavam vestidos de preto, a maioria era composta por ruivos de olhos assustadoramente vermelhos.


Dentre eles surgiu um que julguei ser o líder, ele usava roupas pretas e uma capa longa também preta que continha o símbolo de copas bem no meio, possuía o cabelo preto com as pontas vermelhas e os olhos de ambas as cores, o homem se aproximavam de forma sutil, como um animal feroz prestes a atacar sua presa.


— Ora, ora vejamos se não é o coelhinho branco e suas doninhas irritantes!


White olhava-o de uma forma desafiadora e estava prestes a ataca-lo quando eu o interrompi.


— O que foi agora? - Ele pareceu estar calmo, mas era obvio que o homem incomodava.


— A minha avó... - Eu disse apavorada e nós nos viramos rapidamente, mas só deu tempo de ver minha avó desaparecendo nas mãos de dois dos soldados. — Não! Vó... -Como que por um impulso eu corri em direção do homem e tentei acerta-lhe um soco, o que foi em vão, pois ele desviou e me segurou pela gola do vestido.


— Vejam só esse projeto de Alice, até que é um pouco perigosa em.- Assim que ele terminou de falar os outros começam a gargalhar, logo em seguida ele me jogou para dois soldados que me seguraram com força.


—Me soltem seus monstros! Sorte de vocês que ninguém nunca quis me ensinar a lutar! – Ameacei chutar um deles, mas meus movimentos estavam limitados e eles eram bem mais fortes.
O líder deles apenas riu.


— Maldito insuportável, você se acha demais - White retirou do pescoço uma corrente transparente e a quebrou com a mão, a principio nada aconteceu, mas em poucos segundos elas passou a se transformar numa espada toda feita de cristal.


—Legal! – Comentei, ainda tentando chutar o soldado.
Sem perder tempo ele correu em direção ao Homem que novamente desviou, mas diferente de mim o coelho foi mais rápido e passou direto sem problemas, indo em direção aos soldados, cortando a mão de um deles e o braço do outro, ambos gritaram e desapareceram, me libertando.


— Como esperado coelhinho, mas sua destreza não foi suficiente não é mesmo, afinal eu já consegui o que queria. - O suposto líder começou a rir, me apavorando mais ainda, White segurou meu braço, nós aproveitamos que a formação deles havia sido desfeita para fugir na direção da saída, os soldados já iam atrás de nós quando o homem os impediu. — Deixe-os, eu disse que já consegui o que quero! Por enquanto eles não me interessam!


~ # ~

 

Nós corremos sem pensar muito, passamos longe dos jardins e nos enfiamos no meio do bosque que havia por perto, continuamos a correr até termos certeza de que realmente não estávamos sendo seguidos.


Quando paramos notei que White parecia desolado, ou melhor, irado.


Imaginei que era por ter falhado em sua missão, mas não me importei, eu estava preocupada com minha avó, meus familiares, eles desapareceram como... Mágica?


— White, tem algum jeito não tem? De salvar minha avó? – Minha voz quase falhou, eu não conseguia sequer entender o que aconteceu ou como. Mágica era coisa para show de circo, não para minha vida.


— Sim, até que tem, mas... - Ele hesitou por um instante e desistiu de falar.


— Mas nada, me fala logo como eu a salvo!


— Não é tão fácil assim, Alice. - Ele me encarou pela primeira vez desde que chegamos ali.


— Mesmo assim, por favor, White, me diga... Como?


— É perigoso, não é uma boa ideia.


— NÃO IMPORTA, É A MINHA AVÓ, POR FAVOR, ME FALA!


— O que você, Alice, poderia fazer contra um inimigo que nem ao menos conhece? Ou melhor, contra qualquer um? - Ele me encava em desafio, eu senti o medo e a raiva me consumirem, de certo modo ele tinha razão, mas mesmo assim juntei toda minha coragem e o respondi olhando nos olhos:


—Parece que não se importa com nada... Será possível? Você... SURPREENDE QUERER PROTEGER ALGUÉM! - Eu gritei ainda chorando um pouco, tentei no começo conter a raiva, mas não suportava mais olhar para White daquela forma, eu sentia que deveria dizer aquilo, por pouco perdi a coragem, mas ainda assim continuei com a voz mais firme e confiante. —Ela é minha avó, é tudo que tenho, por favor, White, não sei se sabe o que é uma família, mas eu digo que minha avó é o que resta da minha e eu quero muito ela de volta.


White, que a pouco estava perplexo com a minha reação, agora sorria satisfeito, custava saber se era comigo ou com ele mesmo. Ele suspirou e se afastou, parecendo ter um dialogo consigo mesmo.


Depois de se decidir, com um estalar de dedos ele fez um buraco enorme aparecer atrás de mim, no primeiro instante eu me assustei, depois comecei a me desequilibrar, ameacei desviar, mas antes que conseguisse fugir fui empurrada por White:


— Se é assim que deseja... Vamos até onde podemos ir, ou melhor, até onde você pode ir... No país das maravilhas!

 


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