Void escrita por Lilindy


Capítulo 28
Capítulo 25 - It's ok


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, tudo bem? Voltamos!!! Obrigada pelos 25 acompanhamentos. Infelizmente este será o penúltimo capítulo da nossa fic :( e ele será um pouco triste. Bom, nos vemos lá embaixo! Boa leitura pessoas!



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A cabeça de Zoey ainda doía quando a garota abre os olhos e encara o teto da casa. Aparentemente aquele teto não pertencia à antiga mansão, isso ela pôde notar. A jovem toca na testa logo depois de sentir a dor no local, tentando levantar-se logo em seguida. Aos poucos ela consegue se sentar, deparando-se com um sofá a sua frente, reconhecendo de onde o mesmo pertencia. Ela estava na casa do lago.

Aos poucos Starling relembra sobre o que tinha acontecido anteriormente. Ela olha para a janela mais próxima e constata que já era noite. A garota vira o rosto para o lado ao perceber que a lareira estava acessa. Por fim, a agente do FBI resolve dá uma rápida olhada por toda a sala, ela para ao avistar Roman sentado na poltrona que se localizava um pouco próxima ao sofá que ela estava.

Roman tinha as mãos unidas e os braços apoiados sobre as pernas. Arma encontrava-se depositada no centro localizado perto da poltrona. Warner não a encarava, sua testa ferida, assim como sua boca que possuía leves cortes devido aos socos que havia levado. Starling levanta-se e vai até ele, no entanto a garota é surpreendida com a próxima atitude do rapaz.

— Não, você não deve. – Diz ele, levantando-se da cadeira logo depois.

— O quê? O que eu não devo? Roman, você está ferido, sangrando. Eu vou pegar algodão e...

— Zoey, pare, pare. Além disso, o algodão que tinha eu usei em você.

Ouvindo aquilo a garota leva a mão até o rosto, sentindo um band-daid sobre seu corte. Ela olha para Roman.

— Por que está se afastando? Por que está correndo de mim?

Aquelas perguntas provocam uma reação nele.

— Porque eu matei seu pai! Eu fiz isso e ainda quer me ajudar?! Zoey pare com isso! Olha o que eu te fiz! – Ele aponta para ela. – Como pode querer ajudar o homem que matou alguém do seu sangue?!

— Foi legítima defesa. Eu vi. você não iria fazer isso se houvesse outro meio. Você... Você me protegeu do Peter. – Starling finalmente tinha conseguido falar aquele nome sem tremer de medo.

— Pare, pare de amenizar minha culpa. Pare. – Warner coloca as mãos sobre a testa. Zoey o observa, entendendo a situação. Roman estava com medo de perdê-la pelo que tinha feito. – Pode falar, eu mereço ouvir. Aliás, você deveria pegar aquela arma e fazer o que quer fazer.

Zoey franze a testa, boquiaberta pelo o que ele diz.

— É isso que você acha? Não! – Ela nega com a cabeça. – Acha que estou com medo de você?

Enquanto ela falava, Warner evitava o olhar da jovem.

— É isso Roman? – Starling nega mais uma vez, respirando fundo antes de voltar a falar. – Eu nuca tive um momento de felicidade ao lado do Peter. Eu vivia com medo, apavorada. Na verdade, eu não sei se em algum momento da vida dele ele me tratou com amor. Eu guardo apenas péssimas lembranças. Ele me fez sofrer a humilhação de ver o sofrimento da minha mãe, que no final das contas também era minha humilhação.

Starling dizia aquilo encarando o rapaz.

— Olha só o que ele fez. Ele me ameaçou, ameaçou você, fez mal a você, ele... ele me sequestrou Roman!

— Então devo acreditar que você queria seu pai morto Zoey? Que o homem que matou minha família fosse assassinado? É isso que você queria?

— Não, claro que não. – Responde ela firmemente. – Eu nunca quis isso, mas isso aconteceu por um acidente. E agora você acha... Você acha que eu tenho medo de você? Isso é a coisa mais absurda do mundo!

— E por quê? Hein? Por que seria? – Ele não olhava para ela, andando de um lado para outro da sala. – Eu perdi você, não foi? Perdi depois disso. Essas coisas não se consertam e você sempre vai lembrar que eu matei seu pai!

— Pare de me proteger, pare de evitar que alguma coisa aconteça a mim.

— PARE DE ME DEFENDER! – Grita Warner. – Pare Zoey, apenas pare! – Pede ele, o tom de voz mais baixo.

— Você quer que eu culpe você? – Pergunta ela, as palavras saindo com firmeza. – Ótimo! Eu culpo você por ter entrado na minha vida! Culpo você por ter ido até meu quarto naquela noite e ter me beijado e ter dito tudo que disse! Culpo sua teimosia e seus ataques de ciúmes! Culpa você por ter interrompido meus planos de ser uma garota solitária, decente e seguidora das regras! Culpo você por ter me feito sorrir, me feito contar coisas que eu nunca contei a ninguém, por ter me feito feliz em meses mais do que eu fui a anos vivendo em Beacon Hills!

Ela para, se aproximando dele.

— Roman... Olhe para mim.

— Não posso, não dá. – Starling pega seu rosto, fazendo ele a encarar.

— Olhe para mim. – Warner atende o pedido dela, pela primeira vez.

— Quase todas as coisas que listou foram boas, vai ignorar o Mason, a raiva, o fato de você ser ameaçada e quase ter morrido?

— Só as coisas boas importam para mim. – Roman nega com a cabeça.

— Como pode me amar? Como?

Ela fecha os olhos, pensando naquilo. Ela sabia que aquilo tudo era inédito para ele, Roman era um assassino diagnosticado com psicopatia. Ele não expressava emoções fortes ou medo e muito menos se importava com alguém. Porém, ali estava ele, exteriorizando tudo aquilo com intensidade. E era difícil acreditar que aquilo tudo era por ela. Por fim, Starling o responde com outra pergunta.

— Como você pode me amar?

Ambos se encaram. Ele suspira, levando seus dedos ate as bochechas co de oliva da agente Starling, acariciando-as.

— Você é tudo...tudo que eu sempre quis. Você é... Você é minha Zoey e eu baguncei o que tínhamos, eu estraguei tudo no alto de um prédio. Isso não tem volta.

Warner solta mais um suspiro.

— Você foi me ajudar, você salvou minha vida. – Roman morde o lábio ao ouvir aquilo.

— Você também salvou a minha, em todos os sentidos possíveis que alguém pode ser salvo agente especial Starling.

Zoey sorri, porém no fundo ela sabia que aquele momento era o último deles juntos e ela não queria que ele acabasse.

— Uma vez eu disse que... que só sairia da sua vida se me pedisse tal coisa. Se você quisesse, eu iria embora.

— Eu não quero. Nunca quis. – Ela leva suas mãos até os lábios dele. – Eu não quero que me deixe. – As lágrimas já brotavam nos olhos da garota. Ela o abraça.

— Eu também não quero meu bem, não quero. – Roman acaricia os cabelos da agente, correspondendo o abraço. – Sabe que é a coisa mais difícil que eu tenho que fazer.

— Então não faça. – Diz ela, voltando a encará-lo. – Não tem que fazer isso.

— Eu tenho, tenho sim. – Roman parecia triste, tanto quanto ela estava. – Como eu disse, baguncei as coisas perfeitas que tínhamos.

Zoey escuta aquilo e analisa o rosto dele.

— O que não está me contando? – Ele lembra-se de Theo e do que fato de que Zoey provavelmente já tinha sido dada como desaparecida a essa altura.

— Theo me ajudou no caminho. Ele me viu na sua casa e deduziu que eu a perseguia e vigiava você. Eu só queria saber se você estava bem, mas acho que a versão dele para a polícia vai ser outra. Especialmente depois de que o fiz ficar inconsciente, com certeza acham que eu tenho que ficar longe de você.

— O quê? Theo... Você o machucou? E... Mas você foi me salvar, me ajudar.

— A polícia já deve está a sua procura e mesmo que conte essa versão, eu serei preso. Mesmo que eu consiga fugir da polícia, sua casa será vigiada vinte quatro horas por dia até me acharem. E sobre essa casa. – Roman aponta para o loca em que estavam. – Acha mesmo que não vão desconfiar? Como você pretende me encontrar depois disso Zoey? Em um quarto de um hotel barato na beira da estrada? Não Zoey, seu eu ficar com você eventualmente as coisas, as histórias irão se chocar e você será acusada. Uma hora ou outra irão descobrir que você se envolveu comigo.

Starling sabia que ele tinha razão, era tudo diferente agora. As pessoas uma hora ou outra iriam desconfiar. Malia, por exemplo, era uma delas. A agente Tate nunca engoliu nada do que Zoey disse e se os dois continuassem juntos, existiria a possibilidade de tudo vir á tona.

— Você iria embora por mim? Roman... – A garota para de falar, não tinha mais como o fazerele ficar, Warner tinha razão.

— Eu fui egoísta. Na verdade, eu sou egoísta. – Uma pausa. - Se não te arriscasse tanto, eu ficaria e fugiria com você. Mas...

Ele parecia lutar muito para ceder.

— Você construiu uma vida aqui, algo sólido. Você tem pessoas que ama, sua mãe, seus amigos e até mesmo o Theo. – Uma expressão parecida com uma careta surge no rosto de Warner ao pronunciar o nome do agente. – Seu trabalho, sua vida. E eu quis te tirar disso, eu queria que você escolhesse. Eu não deveria ter feito isso.

— Roman, eu queria poder ter aceitado, eu queria ir. Mas... – A garota sente as gotas de água deslizando pelas suas bochechas. – Eu amo muito você e eu queria as duas coisas ao mesmo tempo. Na verdade, eu quero. Eu quero que você faça parte da minha vida e eu não posso escolher, não posso. Você é uma das pessoas mais importantes para mim.

— Eu sei, eu sei. – Ele enxuga o rosto de sua amada. – Eu sei disso agora.  Mas meu bem, eu nunca vou poder fazer parte do seu mundo. Eu juro que adoraria e faria você feliz, mas não é como se pudéssemos comprar uma casa no centro e convidar seus amigos e seus amados para uma visita para que você possa me apresentar, não é? – Ele a encarava enquanto se pronunciava. - Eu sou um assassino e por mais que você tenha me feito fazer algumas boas decisões, isso não vai mudar. As pessoas não confiam em mim, não vão sorrir na minha presença, não como você faz.

— Então pensou nisso também? Morar junto seria o próximo passo? – Pergunta Zoey, quase soluçando devido ao choro.

— É séria. Iríamos ter uma cama maior e eu iria poder ouvir você falar enquanto dorme sem parar.

— Eu não falo enquanto durmo.

— Fala, fala sim Starling.

Roman sorri e ela também. Porém, o momento foi breve pois as coisas pareciam tristes demais.

— Então, acredito que isso seja um adeus.

A expressão nos olhos de Starling muda.

— Eu não sei dizer adeus a você, não sei. Você me faz tão feliz. – Ela sussurra, tocando as mãos quentes dele.

— Acha que eu sei? – Ele ri sem humor. – Vou sentir sua falta. Falta do seu  cheiro, de tudo em você, minha Zoey.

                                                ***

Rachel Starling encontrava-se no departamento de Nova York. Ela tinha embarcado no primeiro voo para a cidade e não dormia há algumas horas. Já era madrugada e a mãe de Zoey já estava desesperada.

— A senhora quer um copo d’água? – Pergunta a secretária notando as mãos trêmulas da mais velha. – Senhora Starling?

— O quê? Ah não, não. Eu só quero notícias da minha filha, só isso. – Rachel apertava a sua bolsa preta com força, mordendo os lábios, quase chorando.

A porta do departamento se abre e Rachel avista Allison e Liam entrando no local. A Argent mais velha corre imediatamente para perto dela.

— Allison, você veio!

— Claro que vim. – Diz a garota. Assim que soube da notícia, a melhor amiga de Zoey não excitou em pegar um voo para Nova York. Ela percebe o estado da mãe de sua amiga. – Calma. Liam pegue água para a senhora Rachel.

— Não, não precisa. – Diz ela. Liam morde o lábio vendo que a situação era mais grave do que tinham lhe contado depois do menino ter insistido em ir com a irmã. Allison se senta ao lado de Rachel.

— As meninas virão amanhã, o voo delas foi re-agendado. Mas nós estamos aqui. – Diz ela. – Eu soube do que aconteceu...

— O que aconteceu Alli? – Interrompe Liam. - Quer dizer, eu sei que Zoey está desaparecida, mas...

Allison estava prestes a falar para repreender o irmão, mas Rachel se pronuncia.

— O pai dela... Ele estava na cena do crime. Ao que tudo indica esse tal de Roman Warner o matou e pegou minha filhinha.

Allison abraça a senhora Rachel. Liam arregala um pouco os olhos, com certeza a situação era mais grave do que ele pensava. Aos poucos o coração do mais novo acelera, os olhos lacrimejando perante aquela notícia. Zoey era sua irmã de coração, Liam cresceu junto com a garota, ela tinha ajudado a cuidar dele. E agora a vida dela estava ameaçada.

— Alli...Alli. – A voz do garoto sai de sua garganta de forma frágil. Sua irmã olha para ele e percebendo seu estado, estende um dos seus braços para ele. Um convite para um abraço de conforto. O garoto se senta e encosta-se no ombro da irmã.

— Ela vai ficar bem. Zoey é forte e todo o FBI está atrás dela nesse momento. Ela vai se livrar disso e vamos ver esse homem preso. Vocês verão.

A secretária trás uma bandeja com três copos de água, tentando ajudar. Afinal de contas, todos conheciam Zoey naquele prédio e estavam preocupados com ela.

— Zoey Starling é uma das melhores do departamento. O próprio Jack Craford junto com Theo e Malia estão a procurando. Ela vai ficar bem. – Diz a moça ao ver Allison e Liam pegando os copos.

— Obrigada. – A Argent agradece. Embora a garota parecesse confiante e otimista, por dentro ela estava aflita como nunca havia ficado antes. Alli olha para o copo em suas mãos e fecha os olhos por um instante. A garota olha para Liam e beija a testa do irmão, tentando se confortar com a fé que tinha na amiga.

                                                ***

— Percorremos o perímetro da mansão e não há sinal dela senhor, sinto muito. – Diz um dos policiais a Jack Craford. O líder tinha seus braços cruzados e pensava sobre onde a agente poderia está.

— Obrigado. Continuem procurando ao redor até ter uma segunda ordem.

— Sim, senhor.

O policial sai de perto dele e recua indo fazer o que tinha sido ordenado.

— Theo, Theo. – O rapaz vira o rosto para Malia, a agente Tate o encarava. – Tente pensar aonde Roman iria. Onde acha que ele se escondia ou sei lá o quê?

Malia podia perceber que seu parceiro estava estressado e um pouco desorientado. – Ela é treinada, inteligente e não foi culpa sua. Pare com isso e se recomponha! – Fala Malia ao amigo.

— Eu acreditei nele, como eu pude?

— Você só queria achá-la! Pronto, fim da história! Agora precisamos de você atento, focado! Vamos!

Craford se aproxima dos dois.

— O carro foi levado. Mas acredito que ele não esteja longe. – Pronuncia-se ele aos dois agentes. – Conversei com os peritos agora a pouco pelo telefone. Eles ainda estão analisando a cena do crime, mas segundo eles o sangue encontrado não é somente de Roman Warner, há sangue do suposto perseguidor da agente Starling que agora sabemos que é o pai dela.

— Houve uma briga? – Pergunta Malia.

— Uma não, várias. Acharam uma arma na cena do crime.

— Então ele está ferido também. – Comenta Theo olhando o terreno da mansão á distância. – Ele está por perto. Vamos colocá-lo novamente preso na Eichen.

                                                  ***

Zoey queria limpar os cortes no rosto de Roman, queria ficar com ele e o mais importante, queria que ele ficasse. A garota não sabia o que falar e pelo visto nem ele. Warner era tão tagarela, porém naquele momento nem ele sabia o que dizer. Os olhos do rapaz estavam marejados, mas ignorando aquilo Warner vira-se e indica um telefone antigo localizado na sala onde estavam

— Ele deve funcionar. Ligue para o FBI e você via ficar bem.

— E enquanto a você? – Starling ainda processava a despedida, uma despedida definitiva dessa vez.

Ele ri sem humor.

— Vou desaparecer. E enquanto isso eu quero que você viva, quero que seja feliz. – Zoey fecha os olhos, sentindo a respiração dele próxima a ela.

— Como me pede que eu faça isso sabendo que você vai embora? Como? – Ela abre os olhos após a pergunta. Sua respiração falhando.

— Por que você é forte, sempre foi. Sempre. – Roman segura as duas mãos dela e inclina-se para beijar a testa da agente. – Tenha uma vida incrível Zoey Starling, assim como me fez ter uma.

Zoey senti seus últimos toques nas suas pequenas mãos. Warner se afasta, caminhando até a porta, a abrindo em seguida e seguindo caminho. Starling nega com cabeça e corre ate onde o lado de fora. A lua iluminava o ambiente.

— Roman? – Warner vira-se para ela e a mesma sai correndo para perto dele, parando um pouco ofegante.

Ela o beija, um beijo que deixou ambos sem fôlego. Afinal, seria o último. Starling coloca as duas mãos sobre o rosto dele, os olhos de ambos fechados. Roman coloca seus braços em volta da cintura da garota, correspondendo o beijo. O rapaz sabia que ele deveria ter um fim e vendo que a garota ainda o beijava, ele para o ato. Claramente sentindo a dor da partida, ele fala:

— Eu te amo Zoey. – Roman sorri para ela e se afasta lentamente até se aproximar da floresta.

A garota escuta o som do carro sendo ligado e o mesmo som se distanciando. Zoey permanece ali, estática, processando aquilo enquanto sentia o vento gélido que se chocava contra sua face.

                                                   ***

No departamento, a senhora Rachel e Allison aguardavam alguma notícia enquanto Liam dormia em um dos únicos sofás que tinham ali. Momentos depois murmúrios agitam o ambiente. Allison vai até a secretaria para pedir informações sobre o que estaria acontecendo.

— Ei, o que houve? Alguma novidade? Alguma nova informação? – A secretária assenti.

— Sim. Receberam uma ligação da agente Starling. As viaturas estão indo para o local indicado.

Allison suspira aliviada, olhando para Rachel Starling depois. A mais velha dá um sorriso ao ouvir aquilo, deixando as lágrimas de alívio escorrerem pelo seu rosto de mãe preocupada.

                                             ***

Zoey tinha ligado para o departamento, a garota estava agindo de forma mecânica. Ela sabia que Roman tinha fugido com razão, mas não queria que estivesse sido daquele jeito. Sua dor no peito comprovava isso. Após ter discado os números e avisado á polícia sobre seu paradeiro, a jovem se dirigi ate o lado de fora da casa.

Haviam se passado minutos desde a ligação. Durante esse tempo todo Starling tocava em seus lábios sabendo que nunca mais sentiria aquele beijo, nunca mais sentiria aquilo que sentia por Roman. Tinham sido meses agitados, loucos e diferentes. Mas durante aquele tempo, ela tinha sido feliz.

Starling queria chorar, mas as lágrimas não saiam. Ela queria Roman, mas ele não estaria lá. Quando ela ouviu aquelas palavras vindas dos lábios dele, Zoey sabia que o Roman dizia era verdade, eles tinham se visto pela última vez. O conto de fadas maluco de Starling tinha chegado ao trágico fim e não era um final feliz. Ela sabia disso, sabia desde que aquilo tudo havia sido iniciado. A agente sabia que Warner era um péssimo candidato á príncipe encantado. Contudo, os dois só queriam ser felizes e conseguiram, mesmo por pouco tempo.

Som de vozes ecoando na floresta e luzes de lanternas fizeram-se presentes no ambiente.

— FBI, FBI. Identifique-se. – A garota avista um homem usando o típico boné que continha o emblema de FBI na frente á distância. Ele apontava uma arma para ela. Starling levanta as mãos.

— Meu nome é Zoey Starling, agente especial do FBI! – Fala ela em um tom de voz mais alto que o normal, constatando que mais homens se aproximavam.

— Onde ele está? Onde? – Mais policiais seguiram em direção a casa para procurar Roman Warner.

A garota se encolhe, cruzando os braços, ainda pensando no assunto. Minutos depois, Zoey avista Malia correndo em sua direção.

— Zoey? Zoey! – Tate segura os ombros de Starling, a sacudindo com força. A garota finalmente encara Malia – Cadê ele? O que aconteceu?

A cabeça de Zoey girava.

— Eu... eu... ele... – Ela não conseguia responder. Tudo a incomodava, o barulho, as luzes, as vozes.

— Zo? – Theo se pôe ao lado de Malia, observando o estado da outra agente. – Zoey? Ei, ei! – Starling olha para Raeken após escutar sua voz.

— Theo? Theo! – Ela exclama aliviada. A garota podia ver as roupas sujas do rapaz e um arranhão na cabeça dele.

— Sou eu, sou eu. – Ele tira o casaco e coloca sobre os ombros da garota. – Você está bem? – Ela o encara e nega com a cabeça. – O que ele fez? O que ele fez com você?!

— O que Roman fez Zoey? E onde ele está? – Questiona Malia, a mesma segurava uma arma em uma das mãos.

— Ele me salvou e foi embora. – Responde Starling sendo sincera.

Tate e Raeken se encaram por alguns segundos. Theo se aproxima de Zoey e a abraça depois. A jovem aceita o abraço e fecha os olhos aproveitando o gesto.

— Do que ela está falando? – Questiona Malia a Theo. Outro policial se aproxima.

— Vasculhamos todo o perímetro e Warner não está pela área.

                                                  ***

Rachel ainda permanecia sentada quando as portas se abriram. Já estava amanhecendo e quase ninguém encontrava-se no departamento e as poucas pessoas que se faziam presente puderam vê Jack Craford entrar primeiro, sendo seguido por Malia e depois Theo, Raeken tinha um braço e volta de Zoey, e a ajudava a andar devido ao corpo cansado. O rosto da garota estava abatido fora os cortes.

— Meu bebê? Filha?

Rachel levanta-se e cai em choro. Zoey ouve a voz de sua mãe e levanta o olhar para frente. Fica surpresa ao ver Allison e a mãe, ali presentes. A Argent mais velha também se levanta, largando a revista que estava lendo para se distrair. Starling agradece a Theo com um movimento de cabeça a ajuda que tinha recebido e começa a caminhar na direção das duas, sendo recebida por um abraço duplo.

Theo nota Liam dormindo em um dos sofás, Raeken vai até ele e toca no ombro do garoto, fazendo o mesmo abrir os olhos.

— Theo? Mas o que...

— Ei cara, sua irmã voltou. Ela está bem. – O agente Raeken abre um sorriso e Liam se coloca de pé rapidamente. Ele avista Zoey, que ao ver abre os braços e recebe o abraço apertado do caçula.

— Está tudo bem, está tudo bem. – Fala ela com uma voz que tinha um misto de choro e alegria.

Malia assiste a cena.

— Zoey? – A garota olha para Tate. – Seu depoimento será na segunda, ok? – Malia é surpreendida com um abraço de Starling quando a mesma se aproxima.

— Obrigada Malia. – Tate assenti, se afastando, indo até um dos sofás e sentando ao lado do agente Raeken. Ela vira o rosto para o encarar e depois se inclina para o lado, encostando a cabeça sobre o ombro esquerdo dele. Ele não hesitou ao abraçá-la de lado para depois beijar sua testa.

— Ainda bem que você está bem. – Diz ela.

— Ainda bem que você está bem. – Ele repete a encarando logo depois, sorrindo para a mesma. Ela faz o mesmo. Zoey observa a cena um pouco longe, ela sabia que de alguma forma as coisas mudariam para seus colegas de profissão. Alguém ficaria feliz afinal de contas.

— Filha? – Rachel a chama, fazendo a garota a encarar.

— Oi mãe.

— O que aconteceu?


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Notas finais do capítulo

O que acharam pessoas? Espero que tenham gostado.
Bom, nos vemos no próximo e último capítulo da fanfic :(. Mas como foi dito antes, Void terá uma segunda temporada, por isso não chorem rsrsrs. Por hoje é só pessoal. Qualquer dúvida, erro podem nos comunicar. Bjus, Lili ♥



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