Void escrita por Lilindy


Capítulo 29
Capítulo 26 - Void


Notas iniciais do capítulo

Hello! Voltamos após três meses e alguns dias, e com a gente também vem o último da nossa querida fanfic! Gente, muito obrigada por acompanhar, favoritar e comentar está estória. Ficamos muito gratas pela recepção que a fic recebeu! Sério, muito obrigada ♥. Bom, como eu (Lili) sempre faço, desejo para todos um boa leitura! Nos vemos lá embaixo.



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Allison para o carro na frente da casa da agente Starling, a mesma tinha encarado a estrada durante todo o trajeto até sua residência. A neve na estrada tinha feito o caminho ser mais longo do que o habitual, com isso a garota não tinha se dado conta de que o veículo havia parado. Seus pensamentos ainda permaneciam na casa do lago, mais especificamente em Roman Warner.

— Zo? Filha? Meu amor? – Rachel toca em suas mãos, a fazendo sair dos seus devaneios, olhando para sua mãe. – Venha, vamos entrar e sair desse frio.

Finalmente Starling sai do carro, assim como Liam, Allison e a senhora Starling. A mãe de Zoey prontamente pega as chaves da residência que havia pego no departamento e abre a porta principal da casa, entrando no local, esperando que os outros fizessem o mesmo. Assim o fazem.

Allison carregava as bolsas e foi a última a entrar, fechando a porta atrás de si, caminhando até a sala.

— Que tal um chocolate quente para todos? – A voz dela ecoa e quebra o silêncio que havia se formado por um longo período. Ouvindo tal coisa, Liam se pronuncia.

— Eu ajudo. – Diz ele, olhando para a irmã mais velha.

— Sim, claro. Por que não? – Allison pendura o casaco que vestia em um cabide ali perto e vai até a cozinha. – E você Zo? Vai querer? – A agente, agora sentada no sofá, suspira e faz que sim com a cabeça.

— Claro. Eu só vou... Tomar um banho. – Diz ela, saindo de onde estava e se direcionando para as escadas, caminhando a passos lentos, não tinha pressa, sabia que não o encontraria no quarto. Um imenso vazio bateu quando ela abriu a porta do cômodo. Zoey fecha os olhos por alguns segundos, agindo de forma automática logo depois. A garota pega sua toalha e se direciona ao banheiro, abrindo a porta do mesmo.

Starling encara seu rosto na frente do espelho. Um rosto cansado, com curativos e obviamente triste. Ela vira-se e entra no box, começando a tomar banho.

Ela fecha os olhos, deixando que a água tentasse aliviar o que ela estava sentindo. A garota queria chorar, mas nenhuma lágrima saia. Queria gritar, mas a voz falhava. Tudo tinha acontecido tão rápido, de uma forma tão bruta. E ainda tinha a questão do Peter, como sua mãe estava em relação a isso? Ele estava morto e Roman tinha ido embora.

Depois de se banhar, Zoey pega uma toalha e novamente encara o espelho. Quando sua vida tinha ficado tão agitada e complicada? Como uma garota de Beacon Hills de repente passou a ter seu rosto estampado nas manchetes da cidade de Nova York?

— Querida?

Zoey dá um pulo de susto ao ouvir as batidas na sua porta. A voz mansa de Rachel chama atenção de Starling, que se esforça para falar alguma coisa em voz alta. Afinal, sua garganta estava travada. Com algum esforço ela consegue se pronunciar.

— Já estou indo, só vou vestir alguma coisa.

Zoey veste um pijama folgado e com seus grandes cabelos castanhos molhados soltos, ela abre a porta. Rachel estava segurando uma xícara de chocolate quente.

— Achei que não iria descer, então vim te trazer o chocolate quente. – A mãe da garota entra no quarto, olhando para Zoey depois. – Você não está bem, não é? Eu sei que é ridículo perguntar ou afirmar isso, mas...

— Não.

         Zoey dá de ombros e se senta na cama, pegando o lençol para se cobrir. Ela pega seu ursinho chamado Oliver e o aperta forte. A senhora Starling vai até a cama e deixa a xícara de chocolate quente na escrivaninha e se senta perto da filha. A garota deita a cabeça sobre o colo da mãe.

         - Eu não quero falar sobre nada, mas a senhora poderia ficar aqui no quarto comigo? – Pede ela, vendo que não podia mais segurar as lágrimas. As mesmas rolando pelo rosto da jovem, começando a molhar a calça de Rachel.

         - Estou aqui, filha. Estou aqui.

         A preocupada mãe começa a alisar os cabelos de Zoey. A filha fecha os olhos e desaba em lágrimas, soluçando e se permitindo chorar abertamente na frente de alguém.

        Aquele quarto trazia fortes lembranças, memórias boas, coisas impossíveis que a agente não imaginaria que aconteceriam com ela um ano atrás. Aliás, ninguém imaginaria nem sua mãe, nem Allison, Liam, Theo. Ninguém sabia ou poderia entender o que ela sentia, entender a falta que Roman faria na sua vida, o que ele representava.

      Starling estava ferida, magoada. A garota queria voltar para aqueles momentos prazerosos, doces e alegres com seu namorado, ou melhor, ex- namorado. A única pessoa por quem ela tinha se apaixonado e agora ele tinha ido embora.

      Provavelmente a senhora Starling estava pensando que a situação dramática havia causado aquilo em sua filha, reencontrar seu pai ou quase morrer. Zoey sentia algo por esses acontecimentos também, claro. Mas ao contrário de Roman, Peter causava medo na garota, a lembrando dos piores dias da sua vida. Já o que Warner proporcionava era alegria.

      Lydia e Kira haviam conseguido de última hora um voo para Nova York. Agora as duas estavam ali, entrando pela porta da casa de Starling. O local estava silencioso. Allison ainda se encontrava na cozinha e Liam na sala.

     - Cadê a Zo? – Pergunta Kira, preocupada e pronta para ajudar, como sempre.

     - Está lá em cima com a senhora Rachel. – Diz Liam em um tom de voz um tanto baixo. – Ela não está se sentindo bem, não saiu do quarto.

     - Compreensível. – Fala Lydia, colocando sua bolsa sobre o sofá. – Mas ela vai melhorar. O que ela precisa é de um tempo sozinha, sem a família.

     - Ela vai depor sobre o ocorrido, até lá a cabeça dela vai está cheia demais. E... – Diz Allison com o mesmo tom de voz que Liam. Ela para de falar quando percebe que Zoey estava descendo as escadas.

    - Vou ficar bem. - A face da garota estava um tanto inchada e seus olhos vermelhos. – Oi Kira, oi Lydia.

     As duas amigas vão até ela, a abraçando. Starling corresponde, um pouco desanimada, mas corresponde. Ela não podia ficar chorando o tempo todo. Além do mais, a garota se sentia observada por seus amigos e se ficasse no quarto pior se sentiria.

     As garotas a encaravam, meio desacreditadas com o seu “Vou ficar bem”. A agente suspira.

     - Eu vou pegar um pouco mais de chocolate quente.

    Starling vai até a cozinha e deposita um pouco do líquido quente em uma xícara que estava próxima, tomando o conteúdo logo depois, tentando ignorar o fato de que perguntas como “Você tá bem?” “Tem certeza disso?” “Quer mais alguma coisa?” ou “Você quer que eu fique por perto?” viriam

    - Zo? – Liam estava de pé, na entrada da cozinha. – Ligamos a televisão. Você pode ficar um tempo com a gente, se quiser.

     - Estou indo. Em um minuto eu chego. – Diz ela, forçando um sorriso amigável para ele.

                                                         ***

      Naquela noite as garotas, Rachel e o Argent mais novo ficaram reunidos na sala. As luzes apagadas e a televisão ligada, transmitindo um programa sobre moda. Os comerciais anunciavam que a seguir um Reality passaria no mesmo canal.

     Comendo pipoca, com seus cabelos amarrados de qualquer jeito, Starling leva o olhar para todos os outros. Eles estavam dormindo. Saindo de fininho do sofá, desligando o aparelho eletrodoméstico, jogando o resto da pipoca no lixo e lavando suas mãos de forma lenta e silenciosa, pois não queria acordar ninguém, a garota sobe para seu quarto.

      Zoey sabia que não conseguiria dormir, porém, mesmo odiando o cômodo, ela se dirige a ele, abrindo a porta do seu quarto. Starling vai até onde tinha guardado uma das únicas lembranças físicas que tinha de Warner. O desenho que ele havia feito para ela.

      Ao lado da cômoda onde ela havia guardado o desenho existia um lixeiro com estampa de unicórnio. A garota alternava o olhar entre o papel e o lixeiro por um tempo. Ela fecha os olhos e coloca o desenho contra o peito. Zoey não poderia fazer isso, não podia jogar fora um presente, uma memória. E mesmo que aquele desenho a fizesse sentir dor ou provocasse seu choro, Starling não o amassaria ou rasgaria. Aquilo era importante, assim como Roman era.

      Com cuidado, ela guarda o desenho na ultima gaveta, debaixo das roupas, ela faria o mesmo com a caixinha de música. Zoey Starling pega o objeto de dentro do seu guarda-roupa e a abre, a música começando a tocar. A garota deposita a caixinha sobre a cama, se deitando depois apenas para ouvir a melodia. Zoey pega outra vez seu ursinho e fecha os olhos, tentando dormir e esquecer um dos piores dias da sua vida.

                                                      ***

                                Dia do Depoimento – 14 horas e 30 minutos

 

Zoey encarava o relógio enquanto Jack Craford lhe fazia algumas perguntas, preenchendo o relatório sobre a noite em que Roman foi embora. A jovem respondia de forma mecânica, tinha ensaiado o que falaria. Suas palavras não eram mentiras, pelo menos não todas. Mas essas mentiras acabariam assim como ela e Roman. Nada mais iria se repetir, nada. Isso a machucava profundamente.

— Não vai ter que se preocupar com Roman Warner. – Diz Craford a garota, chamando sua atenção. – Ainda estamos a sua procura, assim como a Eichen House que vive nos culpando por ele ter fugido.

Ouvindo aquilo, Zoey apenas dá de ombros e assente.

— Então posso sair? Ou preciso assinar mais alguma coisa? – Pergunta ela, sua voz um pouco baixa.

— Sim, pode. E quero que saiba que fez um excelente trabalho até aqui, Zoey. – Craford diz a encarando mais uma vez. – Vai continuar na equipe assim como o agente Raeken, a agente Tate. Minha equipe. – Fala ele, apenas para nível de informação.

Starling o encara e depois olha para o relatório presente na tela do computador do chefe. A foto de Warner se localizava ao lado de algumas informações.

— Starling?

Ela fecha os olhos por alguns segundos e em seguida volta a olhar nos olhos do mais velho.

— Estou entendendo e ouvindo tudo senhor. Obrigada pela oportunidade e sim, estarei na equipe. – A garota abre um sorriso meio forçado, procurando não olhar mais para a tela do computador.

— Ótimo. Ela não seria a mesma sem sua presença. – Diz ele. – Por hoje está dispensada, recupere as forças.

— Obrigada, senhor.

Zoey levanta-se da cadeira e pega sua bolsa. Ela caminha para fora da sala do chefe do departamento, encontrando Theo no caminho.

— Ocorreu tudo bem? –Indaga ele, cruzando os braços, encarando ela. – Você está bem? Pronta para apagar tudo isso?

Starling suspira, olhando para local que a cercava. Ela se sentia bem fazendo seu trabalho, ajudando pessoas, desvendando casos. E embora seu interior estivesse uma bagunça, lembrou-se da promessa que tinha feito a Roman Warner. Tentaria ser feliz. Tentaria viver um dia de cada vez mesmo que ele não estivesse ali para lembrá-la disso.

— Nos vemos amanhã, Theo. – Ela toca o ombro do amigo, avistando Malia mais adiante. Tate lhe dá um sorriso, para a surpresa de Zoey. A garota acena para a mesma e se despede de Raeken com um gesto de cabeça.

Starling não precisava mais conquistar um lugar no FBI, aquele já era seu lugar. Nova York sua cidade, sua vida agora estava ali, Zoey deveria agarra – lá e prosseguir, como sempre fazia.

Saindo do departamento, ela entra em seu carro, o ligando. Antes de dá partida, a garota pega seu celular, abrindo sua galeria de fotos, observando as fotos de sua família e amigos. Ela tentaria juntar os pedaços e se reerguer.  Afinal, ela era Zoey Starling e não existia nada que não pudesse fazer.

                                                         ***

Roman lia o jornal daquela manhã enquanto tomava uma xícara de café. O rapaz usava óculos escuros e sobretudo preto enquanto mantinha sua observação. Ele não sabia que Paul Krendler frequentava lugares como aquele na Itália. Talvez tal coisa aconteceu por ele ter recebido o dinheiro de Mason, uma quantia boa para fugir do FBI e se safar.

No entanto, Warner era paciente, tinha o seguido até ali para um belo acerto de contas. Afinal, agora ambos eram procurados pela polícia, que mal faria acrescentar mais uma acusação em sua longa lista? Ele mantém os olhos sobre o homem, Krendler conversava pelo celular, parecia agitado. Roman coloca o jornal sobre a mesa, desviando seus olhos por um momento, olhando para a cidade, para o por do sol. Logo pensando em Zoey e o quanto gostaria de estar com ela.

E apesar de tudo que ocorreu, ele sentia que seu ultimo encontro com a agente não era exatamente um adeus, estava mais para um até logo. Embora lamentasse a falta da companhia que o fazia feliz, Roman aguardava esperançosamente por um novo encontro. Afinal, Zoey Starling sempre seria a dona do seu coração, mesmo que ele fosse despedaçado e errôneo, aquela garota conseguia unir cada pedaço e torná-lo menos... Vazio.

Saindo daqueles seus pensamentos, Warner deposita o pagamento da café sobre a mesa junto com a gorjeta antes de voltar a seguir Paul Krendler, que agora se põe a andar. Roman tinha um acerto de contas a tratar.


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Notas finais do capítulo

Então gente, esperamos que vocês tenham gostado de Void. Mais uma vez agradecemos a resposta de vocês em relação a trama.
Fizemos uma playlist das músicas que foram mencionadas em algum momento da fanfic ou que tem uma letra com um tema semelhante ao da trama. Segue a lista aqui abaixo:

Cruel - Foxes
If you leave me now - Foxes
Devil Side - Foxes
One last night - Vaults
Broken Wings - Mr. Mister
Myracle of love - Eurythmics
Fragile - Sting
Every breath you take - The Police
The wreack of our hearts - Sleeping Wolf
No promises - Icehouse
Feel - Robbie Williams
Advertising Space - Robbie Williams

Então é isso pessoas, nos vemos na segunda temporada!
Bjus, Lili e Lindy ♥



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