ONE-SHOTS escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 7
Lola Sonner & Soren Lorensen — Amigo Imaginário? (L)


Notas iniciais do capítulo

Faz algum tempo que não escrevo mais one, estou atarefada com as outras fics, mas sempre que puder vou atualizar essa. Esse capítulo é dedicado a minha irmãzinha, ela ama Charlie e Lola, e digamos que eu também, esse desenho fez parte da minha infância, então decidi fazer essa one. Obrigada para quem for ler.



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Lola Sonner & Soren Lorensen

Amigo imaginário?

°°°

Há oito meses Lola não recebia noticias do irmão Charlie, esse estava estudando em uma das melhores faculdades do mundo, pelo menos era o que ele dizia, pode-se dizer que o sonho da maioria das pessoas seria estudar nesse lugar, mas não para ela, preferia estar com sua mãe assistido maratonas incansáveis de Super gato, seu herói favorito, ou passear com Lota, enquanto ambas bebiam leite cor de rosa. A vida era resumida assim nos últimos meses.

Gostaria de ter Soren Lorensen presente, alguns diziam que esse era seu amigo imaginário, engano, na verdade ele era um espírito, descoberto por ela, quando tinha dois anos de idade, lembra-se perfeitamente desse dia.

Era um dia chuvoso, Lola e Charlie estavam sentados no sofá, entediados, escutando as gotas de chuva cair nas calhas da casa, o pé da mais nova balançava preguiçosamente e o cotovelo apoiado no descanso , de vez em quando usava a mão para abafar alguns bocejos.

Após minutos desse modo, como se fosse a eternidade, Charlie propõe a brincadeira de esconde - esconde, ela concordou, presenteado-o com um sorriso, mostrando a fileira de dentes de cima.

Ela correu para se esconder, não dando tempo para o irmão pronunciar quaisquer palavras, decidiu fechar os olhos e esperar a irmã encontrar um esconderijo, quando ela fez, foi no porão, atrás de caixas cheias de enfeites de natal.

— Charlie nunca vai me encontrar. — falou, em seguida deu um riso.

— Do que estamos brincando?

— Esconde – esconde. — respondeu, com tudo ao notar que não sabia quem perguntou, virou-se rapidamente, derrubando as caixas, para depois correr em certa distância.

— Desculpa não era minha atenção assustá-la. — desculpou-se, o menino da mesma altura de Lola, mas que emanava luz de seu corpo.

Com receio não o respondeu, ficou imóvel, analisando a figura do desconhecido, cabelos pretos, olhos negros como o breu, e corpo franzino, aproximou-se dele, dando um passo e depois outro, o menino não parecia ser perigoso, sua face era amigável, ainda que sua figura fosse toda cinza.

— Quem é você? — perguntou curiosa.

— Eu sou… Eu não sei…

— Como não sabe? Todos tem um nome. — riu, um riso gentil. — Por exemplo, me chamo Lola, meu irmão Charlie, minha amiga Lota, minha tia Marina… — Cada pessoa qual pronunciava, usava os dedos para contar, o menino riu, trazendo sua atenção.

— São muitos nomes.

— Existe mais de 100 só no meu apartamento. — afirmou.

— Queria ter um nome também. — disse cabisbaixo, desviando a vista para os próprios pés descalços.

A criança loira bateu o dedo indicador no queixo pensativa e com uma explosão de exaltação falou:

— Já sei! Podemos lhe dá um nome! Oh, eu conheço inúmeros nomes incontáveis! Será legal! E divertido!

A expressão do novo amigo de Lola trazia uma notável expressão de graça amável, estava naquele porão a anos, apenas os ratos lhe fazendo compania, ter alguém como ela era diferente, embora estranhasse a cor de sua pele, por que a menina também não era cinza? Esse questionamento foi deixado de lado, certamente todos são assim, ele que é diferente, pensou.

— Soren Lorensen. — disse com animação. — Esse nome é único e diferente.

— Eu sou diferente? — Indagou preocupado.

— Sim, mas todos são, eu sou diferente do meu irmão Charlie, ele adora tomate, eu odeio tomate. — Fez uma careta de repulsa.

— Eu gosto de tomate. — afirmou.

— Viu? Somos diferentes.

Tão entusiasmados. Ambos deixaram o medo de lado e a cada minuto conversando tornara-se uma experiência agradável, conhecendo um ao outro.

Demorou cerca de uma hora para Charlie encontrar a irmã, desceu as escadas do porão e chamou-lhe o nome, subitamente surpreso Soren ficou invisível.

— Não se preocupe Soren, ele é meu irmão. — disse Lola, agarrando a mão do irmão mais velho.

Estranhando a fala da irmã, perguntou-lhe com quem conversa, a menina respondeu, como se fosse óbvio.

— Soren Lorensen, meu mais novo e melhor amigo Charlie.

O adolescente loiro franziu o semblante, juntando as sobrancelhas com desconfiança, procurou por todo local a presença de qualquer indivíduo, cruzou os braços afirmando que ninguém estava ali.

— Tem sim! Tem sim! — repitiu irritada. — É meu amigo, Soren! — chamou-lhe, sem resposta ou sinal do menino. — Eu juro Charlie, ele está aqui, acredita em mim.

Revirou o olhar com divertimento e compreensão, deduziu ser o amigo imaginário da irmã, com convicção resolveu acreditar, a pegou no colo.

— Ele pode dormir em meu quarto? Aqui é sujo e dá medo, tem baratas e ratos. — pediu, enquanto ele a carregava, subindo as escadas. O adolescente acenou a cabeça, equivalente a um "sim" — Podemos tomar leite cor de rosa juntos. — Sorrindo inclinou a cabeça no ombro reconfortante do jovem, fechou as pálpebras ao vislumbrar novamente a figura do amigo.

Perdida nessa lembrança, decidiu ir repousar-se, mantendo no coração aquela sensação de tê-lo sempre por perto, seja nas horas ruins ou boas. As vezes acreditava ser ele fruto de sua imaginação infantil, ainda assim recusava-se esquecê-lo, um dia Soren voltaria, ambos comeriam outra vez biscoitos com leite rosa, assistiriam filmes de animações e pulariam nas poças em um dia chuvoso, cada detalhe planejado minuciosamente a espera de sua volta.

Acreditando em si própria, expunha-se incessantemente à censura dos que a cercavam, chamando-a de louca e doente, por acreditar em algo supostamente inesistente. Esperançava-a a ideia de vê-lo.

Deitando-se na cama quentinha, vagando os olhos na imensidão do quarto, suspirou, um apartamento só para ela, odiava estar sozinha, manteve a mirada em um desenho grudado na parede, dela e de Soren, os traços ineperientes de criança lhe trouxe uma memória perdida, jamais esquecida, sorriu, em seguida cobriu-se com o cobertor, deitando-se de lado, a vista de sua janela mostrava um céu sem estrelas, assim encontrava-se na cidade grande e após minutos dormiu, um sono sem pesadelos.

— Estou sempre aqui Lola. — suspirou uma voz até então desconhecida.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que Soren é o amigo imaginário da Lola, o desenho deixa bem explícito, mas pensei que ele poderia ser mais que isso, talvez um espírito.
Então algum desenho que vocês lembram e gostariam de ver por aqui? Um shipp? Aceitando sugestões.



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