ONE-SHOTS escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 6
Ash Ketchum & Misty — Situação incerta (+13)


Notas iniciais do capítulo

Fã de Pokémon desde que nasci, quando assistia no SBT, na globo e na rede TV, sempre considerei este casal um dos melhores, Misty definitivamente é a primeira na minha lista de companheiras de Ash, sonhar que ela vai voltar algum dia para o anime é uma ilusão, mas ainda assim eu rezo desesperadamente.



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Misty & Ash Ketchum

Situação Incerta

***

A cada segundo, a cada momento, revirava-se na cama, a luz noturna refletia na janela de seu quarto, iluminando o ambiente em um azul claro, olhava para o vazio, refletindo sobre os acontecimentos passados de sua vida, ainda não se tornara um mestre Pokémon, o tempo passava cada vez mais rápido, não tinha mais dez anos, embora sentisse preso eternamente nessa idade, como se fosse obrigado a ser uma criança para sempre, diante disso, não vivera intensamente como gostaria; as batalhas eram apenas uma chave para a porta de seu sonho, e os momentos com os amigos, aventuras inesquecíveis, seu espírito perturbava-se, odiava, mas o futuro é incerto, passava um bocado de horas se aborrecendo e se preocupando com o futuro, em sua imaginação se tornava um mestre Pokémon, e depois? Viajaria sem rumo, procurando outro objetivo? De novo parou e pensou. Era verdade. Quando realiza um sonho, deve-se seguir outro.

Olhou para a amiga, dormindo a seu lado, tão serena, tranquila, e terna, ao contrario da Misty que conhecera há dezoito anos, irritante, mandona e implacavelmente chata, recorda-se como a conheceu, fugia de um bando de spearows, enquanto levava consigo o Pikachu, ela o pescou acidentalmente, quando caiu em um rio, pegou a bicicleta da garota e fugiu; mais tarde no centro Pokémon, a garota descobrira que sua bicicleta havia sido destruída. Riu levemente lembrando-se da fisionomia enfurecida da mesma, com seguinte um fio de tristeza tomou-lhe a lembrança, no dia que se despedira dela, em Viridiana, foi um dos piores momentos de sua vida, naquele dia não pôde dizer o que realmente sentia, por causa de seu sonho, se tornar um mestre Pokémon, as palavras ditas por ele ainda ressoavam a sua mente, deixando um gosto amargo. Independentemente desse dia, continuou a sua jornada, alegrando-se todas as vezes que olhava a mini-misty, revelou uma vez a um a Max, seu amigo, que sentia tanta falta dela.

Levemente acariciou usando os dedos, sem quase lhe tocar a bochecha; presenciou-a sorrir entre sonhos, sem ânimo de olhar para coisa alguma, para assim admirar a face dela por o tempo restante, há poucos minutos viajaria, em busca de seu sonho, enquanto a via dormir continuava a recordar o passado, era inocente, não conhecia os meandros do amor, toda a gama de afeto e ternura batia novamente para a oferecedora do amor, deveras tão ingênuo, e ela tão inteligente, lembrava-se, das crises de ciúme dela.

Na ocasião que um amigo, mostrara a foto de uma bela garota, Giselle, e ele e Bock caem de amores pela garota.

“Ela é diferente de umas garotas por ai que te tratam mal e são feias!"

Misty teve um ataque de fúria, quase o atacando, principalmente por causa de sua fala.

Todavia, não diria que também não tinha ciúmes, apesar do sentimento nutrido em certas ocasiões, ser desconhecido, algo nele fervia, como uma chaleira, quando, por exemplo, ela se apaixonara por Rudy, um dos lideres das ilhas laranja.

As estranhas sensações de sua alma não carpiam em silêncio, às vezes aceitava ou concordava com o possível relacionamento. Nos momento que dançaram juntos, no pico da Donzela; quando concordou que seria casada com ela num impulso involuntário, amava silenciosamente, sua criança interior jamais o deixava se libertar, para assim dizê-la as palavras engasgadas na garganta, voltou-se para uma voz íntima, uma voz que via do coração, um questionamento de duvida, ficaria nessa situação incerta quanto tempo? Quer loucamente, como sempre quis, é uma necessidade incapaz de controlar, não poderia fazê-la esperar mais, seu sonho, se tornava a cada dia, um sonho egocêntrico, defronte daquela figura tão calma, não era suficiente dizer um “te amo”, agir como se o coração jamais tenha sido partido, é cegar-se a realidade, deveria escolher, a jornada ou amor de sua vida.

Retirou uma mexa de cabelo da testa da amada, sorrindo novamente, observou-a abrir as pálpebras lentamente, o presenteado com seus incríveis olhos azul, assim como mar é, encarou-a sem nunca deixar de sorrir, ela fez o mesmo, arrastando-se mais perto dele, rodeando sua cintura com os braços, sob aquele cobertor amarelo, o treinador beijou-lhe a testa, olhou sobre seu ombro, o despertador, marcava meia e quinze, voltou-se para além de sua face, analisando mais do que a sua fisionomia luminosa, inspirando compaixão e simpatia, guardou a inquietação do espírito, cujo lhe trazia sérios receios, porém não conseguira esconder dela, ela tem o sexto sentido, todas as mulheres têm, o questionou, quisera disfarçar, falar que não era nada, mas seu próprio olhar entregou.

— Se eu partir por um tempo, talvez eu volte para Pallet em três dias, mas deixando isso de lado, quando eu estiver aqui em Cerulean, com você, só nos dois, podemos falar sobre as partes ruins. — articulou, a voz soara íntima, como se saísse de um confessionário.

— Partes ruins? — perguntou, contendo um bocejo, com singular atenção a ele. — Do que fala Ash?

— Há coisas que nós nunca dissemos, é pouco difícil, porque desde que te conheci, desde que estamos juntos, não falamos sobre nossa situação. — pausou a voz, tendo a certeza que ela o acompanha.

— Eu a amo muito, faria tudo por você, mas sinto que tudo que falo é mentira, sou um egocêntrico.

— Você não é...

— Sou sim — interrompeu. —, sigo meu sonho para ser um mestre Pokémon, você fica aqui, sendo a líder do ginásio há dezoito anos, nunca lhe perguntei o que você queria, e não me diga que é ser a maior treinadora de Pokémons aquáticos, eu já a considero. — ela sorriu um sorriso carinhoso. — Eu realmente preciso saber.

Ela pensou antes de respondê-lo.

— Eu tenho tudo que eu poderia desejar, tenho o ginásio, meus Pokémons, minhas irmãs, amigos...

— Não, não, como se vê no futuro?

— Com você.

Suspirou derrotado, percebendo a teimosinha da ruiva, sentou-se na cama, esfregando as mãos no rosto, era confuso e doloroso tentar evitar os questionamentos e duvidas perturbadores que nublava a sua mente, lastimava sinceramente fazê-la esperar tanto tempo, não desistia facilmente de seus objetivos, contudo não caminhava com tanta ousadia.

Depois de certa frustração, desistiu incapaz de conversar, ergueu-se da cama, jogando o cobertor para o lado, fez uma pequena caminhada até a janela do quarto, parou para apreciar a beleza dos flocos de neve caídos do céu, cobrindo com mantos translúcidos, transformando tudo em branco, presenciou Misty aproximar-se a seu lado, admirando com o encanto a beleza de dezembro, onde a neve, junto com a chuva gélida, refletia a luz, colaborando para o brilho crescente, ela riu levemente, rogando atenção para o que fazia; um rosto, desenhado na janela com seus dedos, dois pingos para os olhos e um traço a boca, o rapaz sorriu, mirando-a por seguinte, depós voltou a ver a neve caindo, seu rosto refletia na janela.

— Tudo é tão lindo... — afirmou ela.

— É sim...

Ela sentiu na voz dele uma animação incomum, mesmo percebendo a tristeza encoberta.

— Que tal falar das partes ruins? — perguntou ela, com um sorriso brincalhão nos lábios e prosseguiu: — Lembra-se da parte ruim, quando nos dois fomos de dirigível, para entregar a pokébola Gs para o professor Carvalho?

Relutante, Ash deu atenção a ela, que, vendo-o concentrado esperou a resposta a sua pergunta, após um suspiro, ele balançou a cabeça, confirmando.

— Lembra-se da parte ruim? Fomos capturados pela equipe Rocket... Recorda-se de como ficou furioso quando Jessie e James sugeriram que nós éramos um casal?

Essa lembrança não lhe trouxe conforto, mas aliviou a preocupação que sentia.

— Ficamos vermelhos — respondeu, adquirindo um sorriso. — Dois pombinhos em uma gaiola... — riu levemente. — A parte ruim foi ter que aturar ambos cantando para nós...

— Para mim foi o choque do Pikachu...

Riram em uníssono.

— Oh, e se lembra da pergunta que fiz a você? — questionou ele.

— E eu respondi com uma indireta?... “Você acha que as pessoas mudam quando são beijadas”?

— “Acho que vamos ter que descobrir”. — o completou, com a fala passada. — A parte ruim, ter que entender a frase, você não deixou tão explicito.

— Você que era imaturo e burro para entender.

— Hei isso me ofendei.

— Desculpa, mas era a verdade.

E riram novamente.

Uma vez que o silêncio invadiu o ambiente, Ash com todas as perguntas sem respostas e as duvidas dolorosas se acomodaram no vazio de sua alma, e lentamente se transformaram em uma tristeza, quase sem sentido, Misty pegou-lhe a mão, coberta com a luva que sempre usava cortada apenas nos dedos, ele pegou franzido os olhos na direção dela, como se isso lhe permitisse lê-la, mas estranhamente, teve dificuldade para entendê-la, ela se aproximou, tocou-o no ombro, beijou-o nos lábios e abraçou com força, ele soube instantaneamente que seu abraço é o calor reconfortante, par as noites de incertezas, como essa, que se seguia, recuou depois e a mulher de cabelos alaranjados aproximou-se de novo, segurando seu rosto com as duas mãos.

Intencionalmente, olhou no fundo de seus olhos, sorriu e seu perfume pareceu envolvê-lo por completo, para ganhar algum controle acariciou a face dela com a delicadeza, cujo sempre têm.

— Confia em mim após todos esses anos? — sussurrou ele.

— Nossa situação incerta, não é tão incerta. Confio inteiramente treinador de Pallet.

— E se... E se eu deixar esse meu sonho de ser...

— Jamais diga isso, é seu objetivo, você vai segui-lo até o fim.

— Se demorar mais do que necessário, não quero deixá-la sozinha, cuidando de nossa filha.

— Não temos uma filha. — interrompeu, com um riso.

— Eu sei, provavelmente teremos uma, algum dia... Não posso simplesmente ir numa jornada, e deixar ambas a sós, que tipo de pai faz isso?

— Que tipo de pessoa seria eu, se não deixasse você ir?

— Uma que tem responsabilidades, que se preocupa com o futuro.

— Não acredito que escutei isso de Ash Ketchum... — sorriu, rindo de sua própria frase. — Estou em coma, idealizado um Ash assim? Só pôde... — acrescentou com zombaria.

— Você é incrivelmente impossível... — sorriu demonstrando a primeira fileira de dentes brancos.

— É um dom... — disse Misty, com o rosto luzindo de orgulho.

Embora o treinador se sentisse um fardo na vida de líder de ginásio, ela não pareceu se preocupar e, de qualquer modo, ele não tinha ideia o que aconteceria se ficasse com ela, em Cerulean. Presenciar a expressão de amor parecia deslocar mil e um pensamentos. Sorriram afetuosamente um para o outro, beijaram-se por alguns minutos, quando ela afastou-se e pegou novamente em sua mão, o puxou para fora do quarto, os pés descalços causavam calafrios, sua fisionomia alegrava-se, a dele tinha a interrogação e confusão nítida, passaram pela sala de estar, como se fossem dois gatunos, a fim de manter o silêncio reconfortante aos Pokémons, que dormiam junto à lareira, apenas Pikachu percebera a movimentação de ambos, e continuou a dormir.

Chegou à porta de saída, o moreno a indagou, a qual não respondeu de imediato, saíram da casa, um frio avassalador bateu-lhe no rosto, por um momento Ash pensara que morreria congelado, tentou aquecer-se, cruzando os braços ao próprio corpo, Misty o puxou novamente, as pequenas ondulações do caminho, ardiam seus pés, com cuidado saiu do agarre da amada, notou que não tinha mais neve embaixo de seus pés, teve atenção a onde estava, defronte uma banheira de madeira, redonda, perguntou-lhe o que era aquilo, a ruiva, respondera:

— Brock esteve à semana passada aqui, ele oferecera esse presente. — respondeu referindo a hidromassagem.
Parou para apreciar, colocou o dedo na água para conferir a temperatura, tão quente, fazendo-o rogar a necessidade de querer aquecer-se, os flocos de neves caiam e derretiam, estando em contato com a água, ele sorriu, estava frio para sua respiração pairar no ar em volta dele, lembrou-se da ocasião que ficara preso em uma caverna de neve, com seus Pokémons iniciais, aquele dia, pensara que não sobreviveria.

— A parte ruim de nevar — começou ela, aproximando-se por trás, rodeado sua cintura com os braços. — é que traz o frio, mas a parte boa poder aquecer-se naquele que amamos.

— Concordo. — virou-se, para encará-la. — Que tão aquecemos agora?

— Como tão malicioso é Ketchum... — pausou a voz, com ar de sarcasmo e prosseguiu com o tom mais sério: — Antes quero que prometa, jamais deixará de seguir seu sonho, seja como for, o que aconteça, considere-o, você é uma grande mestre, será mais ainda se não desistir.

Lembre-se eu sempre estarei aqui. — coloca a mão sobre o peito dele, referindo-se ao coração. — Prometa para mim.

— Eu... Prometo.


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Notas finais do capítulo

Eu fiz essa one algum tempo, mas como estava ocupada a colequei aqui. O que acharam? Beijinhos, até



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