Maldição Soverosa escrita por P B Souza


Capítulo 8
Matar é imperioso para viver


Notas iniciais do capítulo

Uau!
Faz anos né?
Mas eu nunca abandonei, só... sumi um pouco! kkkk
Mas estamos voltando, e a história vai passar por umas mudanças legais. Espero que vocês ainda estejam por ai amaldiçoadinhos e amaldiçoadinhas ♥



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A bondade reside

No coração das pessoas

Aptas a tomarem decisões

Livres do egoísmo humano.

O Edoniquim tinha políticas flexíveis para todo tipo de aluno. Inma era uma bolsista, sua vaga fora recomendação da mãe de Inara, porque as duas sempre foram amigas na infância e Enmra queria dar uma educação de qualidade para a filha. Ao menos, era isso que, para todos, parecia!

Agora Inma entendia. Ela estar no Edoniquim era de pouco interesse no que tocava sua educação. Me colocou aqui para estar próximo de Kaio, caso ele acordasse. E ele havia despertado a maldição.

Sentada na sala de espera da secretária, Inma aguardava uma das secretárias parar de falar com sua mãe, que havia a chamado ali “para conversar”. Enmra então saiu da secretaria junto de uma das secretárias do colégio.

— Obrigado, vou conversar com ela agora. — Disse apertando a mão da mulher e então indo em direção a Inma.

Enmra era uma mulher experiente e ranzinza nas melhores das palavras. Os olhos sempre estreitos pareciam estar te fuzilando quando feliz ou brava. Sua expressão, porém, raramente lembrava a de alguém feliz!

Inma usava uma jaqueta de couro por cima de uma camiseta básica do colégio, e calças cintura alta, enquanto sua mãe ao seu lado usava um poncho. Enmra passou por Inma a levando pelo braço para a saída da secretaria.

As duas saíram no gramado do colégio, e começaram a andar lentamente.

— Consigo ver que está emagrecendo.

— Dieta. — Inma respondeu.

— Não me faça de tola. Você está evitando seu dever. Seu único dever!

— Que pode me colocar na cadeia. — Inma retorquiu.

O jardim do colégio estava repleto de borboletas hoje, além de alguns alunos lá ou cá. Mas ninguém olhava para as duas.

— Eu não te trouxe ao mundo para você se sacrificar por um sorvedor, quão menos um Soverosa! — Enmra cuspiu as palavras. — Preciso te lembrar o que assisti a avó dele fazer com minha mãe?

— Só porque ela não teve coragem de revidar...

— Igual você? — Enmra interrompeu Inma, que perdeu todas as respostas. — Esse garoto nunca foi excepcional em nada, um comum. Você é brilhante em tudo o que faz, Inma. É minha filha e não pode aceitar morrer por que um sorvedor que sempre teve de tudo decidiu. Você merece muito mais...

— Eu vi os runistas, eu controlei um deles... por um pouco de tempo. Eles vão cuidar de qualquer aberração...

— Nós somos aberrações para runistas! E eles são de pouco uso, não à toa estavam extintos. É seu dever, não deles. — Enmra argumentou.

Elas pararam próximas ao portão do estacionamento.

— Não é meu dever... — A garota começou a falar, sentindo o sangue esquentar.

— O laço...

— Não foi escolha minha! — Disse convicta.

— Não é sobre escolhas...

— Engraçado você dizer isso mãe. — Inma explodiu. O rosto vermelho finalmente rompeu em lágrimas. — Falar sobre dever e não ser sobre escolhas quando você nunca precisou matar ninguém! — Cochichou a última parte, apontando o dedo para sua mãe, sentindo-se exausta daqueles sermões.

— Os runistas não vão lhe ajudar. Lhe matarão se tiverem chances. Nas cabeças deles apenas Nhanderuvuçú fala, e ele não defende bruxas! — Enmra rosnou de volta à filha. — Você é poderosa, Inma. Use esse poder enquanto ainda o possuí. O laço não foi escolha sua, mas isso é; faça a escolha certa!

— Eu preciso ir! — Ela respondeu para Enmra. As duas se olharam enquanto alguns pássaros cantarolavam em uma árvore próxima. — As aulas vão voltar, e preciso pelo menos fingir que estou aqui para te dar orgulho!

— Não precisa fingir se fizer o que deve ser feito. — Enmra retorquiu.

Sem mais, ambas se viraram e de costas uma para outra, foram em caminhos opostos.

Inma foi para dentro do prédio principal do colégio, mas quando chegou na porta de entrada se apoiou sentindo a tontura. O elo ligando ela à Kaio se fortalecia todos os dias, todos os dias ela se sentia um pouco menos ela. Com a visão nublada como se estivesse perdendo o foco, Inma voltou a caminhar. Seus passos no corredor eram silenciados aos seus ouvidos, tudo abafado. As vozes pareciam distantes.

— Inma...

A mão de Inara encostou no seu ombro. Ela se virou, olhou para a amiga...

Fechou os olhos por um segundo. Um longo segundo.

— O que foi? — Respondeu, abrindo-os novamente.

— Tá melhor? — Inara perguntou para ela enquanto Inma percebia que estava deitada... Deitada em uma cama. Olhou para o lado sem entender.

— O quê... — Estava na ala hospitalar do internato. Uma agulha em seu braço levava até um tubo pingando soro em um conta-gotas.

— É a maldição? — Inara perguntou. Estavam só as duas ali.

— Eu estou bem! — Inma disse para a amiga, tentando se sentar, mas o corpo inteiro estava fraco. — Não se preocupe...

— Vamos encontrar um jeito. — Inara disse. — Prometo que vamos!

Inma sorriu para Inara. As duas eram amigas da mesma forma que Kaio era de Matheus, sempre juntas!

Ela não queria aceitar a situação de Inma, e Inma a entendia por aquilo, mas aceitar ou não era indiferente. A esperança era um balsamo para aquela desgraça, era verdade, mas era retardar o inevitável. E o pior, a esperança vazia de encontrar uma solução quando a solução estava ali, na frente delas. Eu já encontrei um jeito!


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