O amor é cego escrita por British


Capítulo 2
Primeiro encontro




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A campainha do apartamento de Naruto não parava de tocar...

— Já vai – gritou Naruto e de propósito eu toquei a campainha de novo
— Porra eu já falei que já tava indo – disse enfezado o loirinho assim que atendeu a porta – Tinha que ser tu né Sasuke?
— Sabia que você ia adorar minha visita – adentrei no apartamento (poderia dizer muito bem muquifo) do Naruto
— teria adorado muito mais sua visita se fosse em outra hora – ele ainda estava magoado comigo
— Que foi? Tem mulher aí dentro? – sentei no sofá.
— Não, mas eu estou trabalhando e muito concentrado no meu documentário.
— E como foram as gravações hoje? – certamente demonstrando algum interesse por isso ele me perdoaria. Naruto sempre foi comprado por muito pouco, um pouco de interesse pelo documentário o deixaria feliz e ele ignoraria o fato deu não ter sido um bom amigo mais cedo.
— Sasuke, foi muito bom. Eu conheci uma menina muito legal que me ajudou com as filmagens e até me sugeriu algumas coisas pra incrementar o filme. Vou colocar pra você me dar sua opinião. – Naruto estava com os olhos brilhando, esse projeto dele era o seu sonho e ele queria uma opinião minha afinal é o meu filme que possui a maior bilheteria do ano e os prêmios de melhor filme e melhor trilha sonora.
Foi quando o vídeo começou que eu a vi. Era linda. Cabelos róseos, olhos verdes e caminhava com seu cachorro pelo Central Park, aquela imagem me cativou.
— Quem é ela? – perguntei completamente vidrado pela imagem.
— É a minha mais nova amiga. Ela que me ajudou com o vídeo. O nome dela é Sakura. – dizia o loiro sorridente.
— Nome bonito.
— Foi o que eu disse a ela. E aí o que achou? – perguntou Naruto interessado em minha opinião
— Ela é linda. – falei admirado.

— Disso eu sei, e sobre o vídeo o que achou? Eu estava querendo mostrar com essa cena a beleza do parque e também como as pessoas comuns podem se tornar estrelas de um filme.
— Se você queria mostrar a beleza do parque é melhor gravar de novo, porque a Sakura ofuscou todo o resto.
— Deixe-me adivinhar. Ficou fascinado pela Sakura? – e não é o loirinho adivinhou
— Ela é muito bonita, além disso, a beleza dela é diferente das mulheres que eu conheço. Ela não está com um vestido provocante, nem com maquiagem. Ela é alguém comum e linda.
— Está apaixonado por uma imagem Sasuke? Eu esperava que você se apaixonasse por um daquelas atrizes super poderosas que vivem te ligando e não por uma mulher comum.
— Naruto, eu não estou apaixonado. Eu só a achei bonita. O que mais você sabe sobre ela?
— Bem, ela é cega, mora com uma enfermeira que toma conta dela, Akamaru é o cão guia e os pais dela são executivos de uma grande empresa no Japão. E vai ao Central Park sempre aos sábados.
— Um minuto... – fiz uma pausa- Ela é mesmo cega?
— É. Ela me disse que ficou cega sete anos atrás em um acidente.
— Deve ser difícil pra ela.
— Ela me disse que já está acostumada com a escuridão.
— Naruto, eu quero conhecer ela.
— Tudo bem, eu marco de me encontrar com ela e você vai.
— Não. Ela não pode saber que eu sou Sasuke Uchiha.
— Por quê?
— Eu quero saber como é conhecer alguém que não sabe da minha fama, do meu dinheiro. Quero experimentar isso uma vez na vida.
— Você vai mentir pra ela?
— Só por algum tempo, depois eu conto a verdade e fica tudo bem. Eu quero experimentar como é uma relação desapegada ao dinheiro. Você sabe que todo mundo que me cerca só me vê como um objetivo para atingir interesses.
— Não sei não cara. E se ela ficar magoada com você?
— Eu só quero conhecê-la. Você vai me dar apoio.
— Como?

— Você disse que ela vai sempre ao Central Park, então eu vou encontrar com ela lá e fingir que foi por acaso.
— Quer saber, você ta doido mesmo, faça o que quiser, mas quando ela descobrir a verdade não venha me dizer que eu não te avisei. Essa história vai dar problema, um ou até os dois podem ficar machucados.
— Naruto, eu não me envolvo emocionalmente com uma mulher desde a faculdade. Banca o meu amigo bobo agora e me dá força caramba. Eu gostei dela de cara, agora quero conhecê-la. Eu sinto que ela é totalmente diferente de todas as mulheres que eu conheço e ela ser cega só me faz ter certeza que se ela aceitar ficar comigo não vai ser porque eu sou bonito, rico ou famoso.
— Essa é a chance da sua vida?
— É. Eu me afundei no trabalho até hoje porque não achei nada mais que me fizesse feliz.
— Corre atrás da sua felicidade então. Eu te apoio.
— Valeu – Sakura ainda é uma desconhecida pra mim, mas eu sinto que ela é especial. Ela vai ser minha. Vai sim.

[...]

— Que coisa estranha. Hoje é sábado e você não está na frente do computador – disse Itachi enquanto abria a geladeira para pegar um pouco de leite
— Tirei um dia de folga – falei enquanto tomava meu café preto
— Vai chover – riu Itachi – Você não trabalhando é uma coisa raríssima.
— Pois é certas coisas mudam. Já não posso dizer o mesmo sobre você.
— por quê?
— Já reparou na marca roxa no seu pescoço? – disse apontando pra ele
— Foi uma lembrança da ruiva que você não quis pegar – Itachi sorria como se a marca fosse uma espécie de troféu.
— Se você anda com qualquer uma o problema não é meu, só não tente se gabar pro conseguir tão pouco. Minhas conquistas são maiores do que isso. – fui frio
— Ainda preocupado comigo maninho? – o tom dele era de deboche

— Sou seu irmão caçula, me preocupo com você. Ter um irmão cafajeste não é algo de que eu me orgulhe. Você devia ter casado com a Konan, era uma boa moça.
— Lição de moral a essa hora da manhã eu não mereço. – saiu andando
— Sabe Itachi, parece que o irmão mais velho sou eu, afinal sou eu que tenho juízo nessa casa. – ele então voltou
— Não tente controlar a minha vida. Quando nossos pais morreram fui eu que cuidei de você. Eu to no comando.
— Não sei se você esqueceu, mas o dinheiro é meu, afinal você trabalha pra mim.
— Você sempre joga o seu dinheiro na minha cara. Que me despedir? Despeça. Não vou aturar meu irmãozinho achando que tem controle sobre mim.
— Eu só queria que você tivesse uma vida melhor. Andar com certas “damas” pode não ser muito bom.
— Se arrependeu de ter dispensado a Karin? É isso?
— Claro que não. Só não quero ela como cunhada.
— Se é isso que te preocupa ela só é uma diversão para as horas vagas está bem?
— Está bem.
— Agora eu vou dormir. Não me incomode.
— Tudo bem.

Itachi era sempre assim, uma mulher por noite, repetia quando dava vontade e deixava todas na espera. Eu não gostava dessas atitudes dele, mas toda vez que tentava alertar ele não queria saber. Por ser uma pessoa pública toda vez que ele aprontava alguma era o meu nome que ia parar no jornal e eu nunca gostei de aparecer na mídia por outro motivo que não fossem meus filmes. Por isso mesmo evitava me relacionar com pessoas famosas, tudo bem que às vezes acontecia de ficar com alguma atriz, mas era raro. Elas nunca fizeram meu tipo e foi por isso que quando vi a bela rosada no vídeo de Naruto tive certeza que era a minha única chance de me arriscar em um romance depois de tantos anos.

Cheguei ao central park na hora que era provável que ela aparecesse, parte da tarde, um pouco antes do sol se por. Sentei na grama, tinha levado toalha xadrez vermelha e branca e uma cesta cheia de comidas para que pudesse aproveitar com Sakura. Passou um bom tempo e nem sinal dela, então apanhei as coisas e comecei a andar em direção a saída do parque distraído, foi quando esbarrei em alguém.

— Não olha por onde anda não? – perguntei com raiva e depois notei que a pessoa na qual eu tinha esbarrado era cega e era a Sakura. – Desculpe, eu não tinha visto que você era...
— Cega? – ela completou minha frase , embora eu fosse dizer Sakura ao invés de cega
— É... – confirmei para ela não desconfiar
— Você podia ter mais cuidado, não teria esbarrado em mim se tivesse prestado atenção no seu caminho – disse serena e eu estava nervoso.
— Eu sei. Estou completamente errado. Me desculpa? – pedi sincero
— Tudo bem, você deve estar irritado com alguma coisa. Meu nome é Sakura e o seu?
— Meu nome é... Itachi – menti, mas eu tinha uma razão se eu dissesse que era Sasuke Uchiha com certeza ela mudaria comigo, e ter alguém que conversava comigo sem nenhum interesse estava muito bom. Faz anos que eu não sabia como era isso.
— Prazer Itachi. – sorriu e aquilo aqueceu o meu coração
— Você sempre vem a esse parque passear?
— Todo sábado praticamente.
— Traz sempre o seu cachorro?
— Ele é um bom companheiro e além de amigo, ele também me ajuda a andar nas ruas.
— É um bom amigo mesmo. Ele cuida de você.
— É o Akamaru é como um anjo da guarda.

— Sakura, eu tinha um encontro, mas levei um bolo, pois a menina não apareceu. Você aceita fazer um piquenique comigo? – ergui a cesta para ela tocar
— Bem, faz tempo que eu não faço um piquenique, acho que seria bom Itachi.
Nos sentamos na grama então ofereci pra ela chocolate, Sakura na hora pegou, disse que adorava doces em geral.
— Essa menina que vinha fazer o piquenique com você era a sua namorada? – perguntou enquanto oferecia água ao Akamaru.
— Seria se ela quisesse, mas como me deu um bolo acredito que ela não queira. – inventei essa história
— bem, você parece ser romântico, fazer um piquenique só pra vocês...
— Bem, não sou sempre, só quando me apaixono...
— Eu fazia muitos piqueniques aqui com meus amigos alguns anos atrás.
— E por que não faz mais?
— Eles morreram – a voz dela era triste
— Sinto muito – segurei na mão dela para confortá-la
— Eu sinto mais ainda. Você pode imaginar o que é perder quem você mais ama no mundo? – Então eu parei para pensar nas palavras dela. Eu sabia como era essa dor, quando eu tinha 15 anos meus pais morreram e eu sofri muito, essa foi uma das razões para que eu quisesse me afastar do amor. Amar a alguém causava sofrimento caso alguma coisa de ruim acontece com essa pessoa. Eu detestava essa dor. Com o tempo superei, mas ainda restavam marcas dessa dor embutidas em mim.
— Sei. Eu perdi meus pais há dez anos. – ela então apertou minha mão
— Eu perdi meus melhores amigos e meu amado. – revelou aquilo como se fosse um segredo
— Como aconteceu o acidente? – perguntei curioso
— Não gosto de falar disso – e de repente uma lágrima desceu o rosto dela
— Não chore – limpei a lágrima

— desculpe, é difícil pra eu aceitar que as pessoas que eu mais amava não estão mais comigo.
— Eu sei como é, mas a vida continua. Você tem que voltar a viver. Seus amigos e seu amado não iam gostar de te ver assim.
— Obrigada. Você tem razão. Eu que sou problemática.
— Todos nós somos um pouco – olhei pro relógio – Já está quase anoitecendo. É melhor irmos embora.
— Sim. Eu já vou, falei pra Hinata que voltava antes de escurecer.
— Como você sabe que já anoiteceu?
— Akamaru foi treinado pra me avisar. Vamos embora. – ela levantou e segurou a guia do Akamaru
— Sakura, a gente pode se encontrar aqui sábado que vem?
— Claro – sorriu e foi embora. Eu fiquei lá e arrumei as coisas do piquenique e depois me fui com a certeza que ela mudaria minha vida.


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Notas finais do capítulo

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