O amor é cego escrita por British


Capítulo 1
Sonho


Notas iniciais do capítulo

Espero que apreciem a leitura!



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— Uma pena a festa ter acabado – dizia Kiba
— Você nem pegou ninguém, a festa não foi boa pra você. – disse Gaara debochando do amigo
— O Gaara pegou trinta hoje – anunciou Neji depois de ter beijado Tenten
— Gaaranhão – Tenten fez a piadinha e riu
— Vamos gente, prometi pros meus pais que não ia chegar muito tarde – disse Sakura
— Mais um minutinho Sakura – pediu Gaara – Eu preciso zoar o Kiba.
— Meninos, vou esperar dentro do carro – Sakura disse e entrou no carro
— Eu vou também. Vem Neji? – Chamou Tenten e Neji a acompanhou. As duas meninas ficaram atrás e Neji sentou no banco da frente.
— Pegou ninguém hoje. Ta virando florzinha brother? – Ria Gaara
— Você que não viu – disse Kiba
— Mentira! Pegou ninguém. Vai sair do armário Kiba? – Provocava
— Você é um idiota Gaara. Além disso, você pode ficar falando aí que pegou trinta garotas, mas quando deitar e encostar a cabeça no travesseiro vai se lamentar porque nenhuma delas foi a Sakura.
— Você também não pegou a Sakura. Você vai se lamentar igualzinho a mim então. – Disse entrando no carro e assumindo o volante
— Veremos... – Kiba disse. Antes de se sentar atrás ao lado de Sakura e Tenten ele achou um cachorrinho recém nascido e pensou “que coisa fofa vou levar pra casa”. Mostrou o cachorro pras meninas que ficaram encantadas e deu a ele o nome de Akamaru.

A volta para casa tinha sido tranqüila até o momento. Todos estavam bem alegres por causa da quantidade de álcool ingerido. Sakura era a única que estava meio sonolenta e acabou recostando a cabeça no ombro de Kiba. Gaara apenas prestava atenção neles pelo retrovisor. Era um olho na estrada e outro em Kiba com Sakura, ele estava desconfiado de algo. Tenten estava sem o cinto para poder passar seus braços pelo pescoço de Neji.

 

 

— Você vem pra minha casa hoje né Neji? – pedia Tenten sussurrando ao pé do ouvido do namorado e depois mordiscou a orelha dele
— Claro! Tudo que a minha linda pedir eu faço.
— Isso ae – Gaara deu apoio e Sakura e Kiba riram
— Acho que a gente não vai ser o único casal por aqui – Disse Tenten dando uma olhada rápida
— É acho que não. O Kiba deve apresentar o namorado dele qualquer dia desses, vai assumir que é gay – Gaara implicou
— Um Gay não faria isso – Foi a deixa para Kiba beijar Sakura. Gaara então desviou totalmente a sua atenção da estrada foi quando Tenten gritou:
— CUIDADO GAARA! – E foi tarde demais. Aquele momento de distração fez Gaara não perceber a curva perigosa e o carro caiu em um barranco. Tenten e Neji por estarem sem cinto foram arremessados para fora do carro. Gaara teve vários cortes por causa dos estilhaços do vidro e um corte profundo na testa. Sakura teve um corte profundo na cabeça e estava perdendo muito sangue e Kiba também teve um grande corte na cabeça e na boca e a perna dele doía.

— Sakura, Gaara, vocês estão bem? – Perguntou Kiba que apesar de muito machucado estava acordado.
— Estou – Disse Sakura tonta por causa da perda de sangue.
— E você Gaara? – Insistiu e ouviu Gaara tossir, ele tossiu sangue
— Acho que esse foi meu último aniversário. – Foram as últimas palavras de Gaara.
— Sakura, vê o pulso dele. – mandou Kiba, então Sakura se soltou do cinto de segurança e ao checar o pulso do amigo começou a chorar

 

 

— Ele está sem pulso Kiba – entrou em desespero chorando.
— Não se desespera! A gente tem que sair daqui. Vamos manter a calma. – ele disse segurando a mão da rosada e Akamaru latiu
— Só restamos nós e o Akamaru. – disse Sakura tirando o cindo de Kiba
— Sakura, eu estou com uma dor horrível na perna. Eu não vou poder andar. – avisou
— Eu te carrego – jurou a rosada
— Não dá. Minha perna está presa nas ferragens. Você vai ter que sair e procurar ajuda. – disse tentando manter a calma
— Eu não quero ir sem você – ainda chorava
— Você tem que ir sem mim caso queira que a gente tenha alguma chance. – pediu
— Kiba...
— O que?
— Esse cheiro. Ta vazando gasolina Kiba. Isso aqui vai explodir.
— Então você vai ter que sair Sakura. Sai logo. Se salva – gritou com ela
— Eu não vou sem você!
— Você tem que ir!!!
— Não vou! – gritou chorando. Kiba tirou o colar que carregava no pescoço e colocou em Sakura
— Agora você pode ir. Esse cordão vai ser como se fosse eu. Agora vai. O Carro não vai explodir por enquanto. Vai procurar ajuda – a verdade é que ele estava mentindo só para tirar Sakura do carro. Kiba era forte, a dor que ele estava sentindo era absurda, mas para não apavorar Sakura fingia estar calmo
— Mentira Kiba. Eu sei quando você mente – Sakura abraçou Kiba e este então a segurou pelos braços.
— A gente não tem tempo pra lamentar. Eu não vou poder ir, mas você tem que viver. SAI DAQUI! – gritou e jogou Sakura para fora do carro junto com Akamaru e eles rolaram pelo barranco. Enquanto rolava Sakura ouviu BUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM. Era uma explosão e chorou. A última coisa que ela viu foi o fogo consumir o carro.

[...]— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA – gritei e levantei de supetão totalmente suada
— O que foi Sakura? De novo aquele pesadelo? – Hinata surgiu desesperada no meu quarto e me abraçou
— Foi – disse ofegante – Todos... Mortos – comecei a chorar
— Calma – dizia Hinata me abraçando. - Já passou. Foi só um sonho ruim.
— Hoje é que dia? – perguntei
— 19 de janeiro – disse Hinata
— Não. É hoje. – falei
— Faz sete anos hoje, não é? – Hinata passava a mão em meus cabelos tentando me acalmar
— Sete anos que eu sou cega. Sete anos que eu perdi todos que amava diante dos meus olhos.
— Você quer conversar? – Hinata sempre propunha conversar comigo sobre o acidente no dia 19 de janeiro, pois ela sabia que a tragédia se repetia na minha mente toda vez que esse dia chegava
— Não – balancei a cabeça – Cadê o Akamaru?
— Está na sala. Vou chamar ele pra te fazer companhia. – então Hinata se retirou. Ela sabia que dia 19 de janeiro eu só ia querer falar com Akamaru, pois só ele passou pela mesma coisa que eu, só ele me entendia. Quando Akamaru chegou pulou na minha cama e me lambeu a face. A única coisa que me fez rir nesses sete anos foi isso.
— Amigão, hoje o Gaara faria 26 anos. Mais tarde vamos cantar parabéns pra ele? – Akamaru latiu – Eu também sinto falta do Kiba. Sinto falta do Kiba e da Tenten e do Neji e do Gaara. Se eles estivessem aqui seria uma farra. – Akamaru latiu de novo concordando comigo. Na época Akamaru era apenas um filhote que Kiba achou na rua antes de entrar no carro, Akamaru conheceu meus amigos brevemente, mas tenho certeza que se lembra deles todos os dias assim como eu.

[...]— Sasuke, tem certeza que não quer ir comigo no Central Park? – Naruto me perguntava com a mesma energia contagiante de sempre
— Já falei que não. To ocupado escrevendo o roteiro do meu filme – disse Sasuke
— Poxa, o que custava você ir me ajudar com o meu documentário? – resmungou Naruto
— Custa que eu realmente preciso terminar meu filme. Não estou fazendo isso apenas por hobby. É meu trabalho.
— Acho que você sempre esquece que eu também trabalho com cinema – o loiro estava ficando chateado
— Cinema amador – falei e Naruto ficou com raiva
— Então o amador está indo. Tchau – bateu a porta do meu escritório e saiu
— Ah Naruto – me dei o trabalho de levantar e abri a porta para impedi-lo, mas ele já tinha sumido – Loiro emburrado – resmunguei e voltei ao trabalho, afinal isso era o que importava depois o Naruto apareceria feliz de novo.

[...]

— Hinata, eu vou ao Central Park – avisei quando já estava em frente à porta
— Volta logo? – perguntou Hinata
— No horário de sempre. – avisei e saí com Akamaru. Eu tinha a mania de ir ao Central Park todo sábado. E esse sábado então é ainda mais especial, pois é o dia em que completa mais um ano que os meus amigos morreram. Eu ficava sempre tão triste nesse dia que me isolava no quarto, só que esse ano quero que seja diferente, quem sabe ir ao park e ficar lá por um tempo me faça sentir bem. Lá no Central Park eu e meus amigos sempre fizemos piqueniques, brincávamos, corríamos, namorávamos. É, definitivamente, um lugar que me traz boas sensações. Me sentei em um banco e Akamaru sentou-se também, ele que guiava meus caminhos pelo meio do escuro.Se alguma coisa acontecesse Akamaru estava treinado para me alertar e ajudar. Ele é um super companheiro. Fiquei em silêncio. Assim eu poderia pensar em paz sobre todos os momentos felizes, inclusive cantei baixinho parabéns para o Gaara. Ele estaria fazendo vinte e seis anos hoje. Fico pensando como a minha vida teria sido se eles continuassem vivos. Foi quando Akamaru começou a latir descontroladamente.

— Seu cachorro não é manso? – perguntou um desconhecido
— Ele é, só que não reage muito bem a aproximação de estranhos. Quem é você? – perguntei
— deixe me apresentar. Sou Naruto Uzumaki, sou formado em cinema e estou gravando no Central Park, te vi de longe e te achei tão linda que acho que seria uma belíssima imagem para o meu documentário. Eu poderia te filmar? – Ele falava animado. Como Akamaru parou de latir certamente ele não era perigoso.
— Desculpe, mas eu não quero ser filmada – falei
— Posso te perguntar uma coisa? – senti que ele não me deixaria em paz se não respondesse
— Pode.
— Você é cega? – perguntou sem jeito
— Sou, mas não precisa sentir pena.
— Não sinto pena de você. Ser cega é só um detalhe, eu reparei porque você não olha diretamente pra mim, seus olhos ficam sempre parados.
— tudo bem. Já estou acostumada com esse tipo de pergunta.
— É cega de nascença? – senti ele se sentar ao meu lado
— Não. Foi num acidente. Faz sete anos – fiz uma pausa – hoje
— Sinto muito – ele falou
— Tudo bem. A vida segue. Eu já vou. – me levantei, mas Naruto segurou meu braço
— Não vá ainda. Eu quero saber mais de você. Qual o seu nome?
— Sakura.
— Belo nome. Trabalha ou estuda?— Nenhum dos dois. Terminei o colegial e pro causa da minha cegueira meus pais não me deixam trabalhar.
— Mora com seus pais?
— Não, eu moro com a Hinata, ela é quem cuida de mim. Meus pais estão no Japão, são executivos de uma grande empresa.
— Interessante. E Desculpe, mas eu te filmei. Não resisti – ouvi a risada dele. Faz tempo que ninguém ria assim ao meu lado.
— Você é bem feliz – aquilo na verdade era uma observação pessoal que não era pra ter sido dita em voz alta, mas Naruto ouviu e desatou a falar.
— Isso eu sou mesmo. Sou muito feliz mesmo com as dificuldades de dinheiro não me deixo abater. Estou sempre lutando pelo meu sonho e não vou desistir até torná-lo real, muitos não acreditam em mim nem no meu talento, mas eu vou acreditar em mim até o fim e quando eu chegar no lugar que eu quero todos vão me aplaudir e me reconhecer como um grande cineasta.
— Belo motivo para se viver. Sobre o que é o seu filme?
— Estou gravando no momento um documentário sobre Nova York. Acho que esta cidade tem mais coisas do que realmente mostram, as imagens estão lindas, mas ainda sinto que falta alguma coisa.
— Você está trabalhando sozinho nesse documentário?
— Não tenho dinheiro para contratar uma equipe, meus amigos de faculdade andam todos atarefados. Então me restou pegar as minhas câmeras e sair na rua e contar com a colaboração de pessoas como você que se dispusesse a me ouvir e aceitar participar do filme.
— Desculpe por ter dito não.
— Não tem problema. Não é o primeiro não que eu escuto.
— Quantos não ouviu hoje?
— Acho que uns 239, ah não 240...
— tudo isso? – me assustei
— To tentando faz algum tempo gravar alguma coisa e muita gente passa por aqui.
— Bem, e quantas pessoas aceitaram gravar?
— bem, se você aceitasse seria a primeira.— Tudo bem. Pode me gravar. O que eu faço senhor cineasta?
— bem eu imaginei você caminhar um pouco pelo parque com seu cão guia e aí eu filmava você de vários ângulos que tal?
— Ok. – Ajudei Naruto com suas filmagens no central parque, passei bastante tempo com ele. Conversamos muito também. Acho que ganhei um amigo hoje.

— Acho que viramos amigos – falei pra ele
— Você acha? Poxa, eu pensei que fosse seu amigo desde que você topou me ajudar com o documentário. – eu não podia ver, mas pela voz manhosa que ele fez apostava que a cara dele devia ser muito engraçada
— Você é sempre bobo?
— Meu melhor amigo diz que sim, mas eu não concordo muito com ele – Notei pelo tom de voz que ele estava abaixado e passando a mão em Akamaru que agora parecia ter se acostumado com meu novo amigo
— Eu concordo com o seu amigo
— isso é um complô contra mim – reclamou
— nem é. Naruto, estou curiosa, como você é?
— Como assim? – ele estranhou minha pergunta
— Bem, como você pode me ver você sabe como eu sou fisicamente. Já eu não sei nada de você. Não tenho nem como te imaginar. Você poderia se descrever para eu ter uma idéia?
— tudo bem – ele fez um ar pensativo e começou a tagarelar de novo – Eu tenho 26 anos, sou loiro, tenho olhos azuis, sou maior que você, meu dentes são branquíssimos, quase brilham. Minha pele não é muito clara, porque eu adoro pegar um solzinho quando posso. Corto minhas unhas uma vez por semana. Meu cabelo é curto. Meu pé é grande. Tem outra coisa que é grande também, mas acho que isso você não ia querer saber. – e ele riu, a risada dele era tão boa que eu ri junto. Ali nasceu uma amizade sem dúvida. Acho que não estou mais tão sozinha.
— Obrigada pela descrição. Já posso te imaginar.
— E aí, sou bonitão né?
— É – sorri— pena que na faculdade eu nunca fiz muito sucesso. Todas as meninas na classe babavam pelo meu melhor amigo.
— O que ele tinha de especial?
— Não sei, só poderia te responder essa pergunta se eu fosse mulher, mas como não sou fico te devendo essa.
— Tudo bem. Agora eu vou pra casa.
— quer que eu chame um taxi?
— Não precisa. Moro aqui perto, vou a pé com o Akamaru.
— Não é perigoso? – ele estava se preocupando
— Não. Estou acostumada e qualquer coisa o Akamaru me protege.
— Qualquer dia desses te ligo Sakura. – avisou Naruto antes que eu fosse embora. Quando cheguei em casa Hinata estava meio preocupada comigo, mas logo eu contei a ela minha nova amizade e Hinata ficou feliz por mim. Falei pra ela que vou apresentar ela ao Naruto logo. Assim eu vou ter um grupo de amigos como antes.


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Notas finais do capítulo

Fim do primeiro capítulo :D Comentem, por favor!



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