Paris Doll escrita por Nárriman


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Pov’s Ally

—Três anos é algo irrelevante?Bom saber. —Deu um sorriso sarcástico.

—Bom tudo depende de um ponto de vista. Podemos pensar que vivemos uma linda história de amor, nos apaixonamos quando nos conhecemos na faculdade, que um dia talvez formassem uma bela família com cinco crianças loiras e seriamos a Angelina Jolie e o Brad Pitt. -Encostei minha cabeça em seu ombro, senti seus músculos se contraírem. —Ou podemos pensar que foram apenas três anos de sexo e que no final terminamos porque o trabalho sempre foi mais importante para nós dois. -Ele me encarou por um momento, pensativo.

—Você escolhe loirinho. -Dei uma piscadinha para ele.

—Acho que a segunda opção é a que favorece.

—Exatamente.

—Ok, mas você ainda não me respondeu por que Cassidy não pode saber, aliás, porque nenhum de seus amigos sabe sobre mim?-Ele franziu a testa.

—Em primeiro lugar, se Cassidy ao menos sonhasse que já fomos namorados ou algo mais do que isso ela simplesmente nos mataria e em segundo quando voltei de Chicago depois de quatro anos estudando na faculdade lá, achei que um namorinho ou caso não sei como você prefere chamar, fosse à coisa mais emocionante para eu dizer a eles. -Tirei uma mecha de seu cabelo que me impedia de olhar seus olhos por completo.

—Tudo bem, então quer dizer que ninguém além de nós dois sabe o que houve?

—Sim. -Revirei os olhos.

   Ele não disse mais nada, parecia absorto em seus próprios pensamentos. Aquilo já estava me irritando.

—Desculpa eu ser chata, mas já sendo, eu cheguei aqui primeiro e você esta acabando com toda a graça do ambiente. -Minha voz soou o mais inocente possível.

—Eu pagaria para ver até onde o seu sarcasmo vai. -Ele me observou incrédulo.

—Não preciso de dinheiro e acho que você sabe disso, então você nunca saberá até onde ele vai e por último, mas não menos importante, saia, por favor. -Com a mão apontei para a porta de vidro a alguns metros atrás de nós dois.

—Você sabe que esta me expulsando de um cômodo da casa da minha noiva?—Ele arqueou as sobrancelhas.

—Você sabe que esta a centímetros de distância da sua ex noiva que por acaso do destino é melhor amiga da sua noiva na própria casa dela?-O fuzilei com os olhos, eu podia sentir sua respiração bater contra minha pele, não senti nada de diferente, admito, apenas raiva.

   Rapidamente ele se afastou, parecia ter se dado conta de até onde suas palavras o levaram aquilo me fez revirar os olhos. Meu Deus ele esta mais lerdo que eu pensava.

—Me desculpe. -Ele disse um pouco atordoado.

—Pelo o que?-O encarei com cara de tédio.

—Por isso, não quero nem pensar se Cassidy tivesse chegado há poucos segundos, ela iria distorcer tudo.

  De novo tudo depende do ponto de vista.

Que fofo a Cassidy achando que você é o homem mais fiel do mundo. -Apertei suas bochechas como se ele fosse uma criança de seis anos.

—Eu sou fiel, nunca a trai e nem sonho em fazer isso. -Ele tinha uma expressão determinada enquanto enchia a boca para dizer estas palavras.

 Virei-me para a cidade ao nosso redor, os pequenos pontos de luz que iluminavam Miami.

 Austin se debruçou ao meu lado sobre o parapeito, também admirando o mural da cidade a nosso total favor.

  Um sorriso realmente divertido e acho que o primeiro de toda a noite ecoou por meus lábios.

—Porque não a trairia?

  De inicio ele pareceu um pouco assustado com minha pergunta, no entanto logo recompôs a postura de sempre, ele estava me encarando e eu não lhe daria o prazer de fazer o mesmo.

—Quando você ama,ser fiel é um prazer e não um sacrifício.-Eu não precisava olhar para ele para saber que seus olhos brilhavam enquanto as palavras escapavam de sua boca.

  Continuei calada, apenas o escutando e absorvendo tudo na minha cabeçinha.

—Às vezes só precisamos de alguém que nos coloque no chão Ally. -Ele voltou a me encarar e lutando contra o meu interior tive que o encarar de volta, eu via nos olhos dele que estava feliz e isso me fez querer sorrir por um breve momento.

—Ou talvez de alguém que nos tire dele. -Rebati e antes que ele pudesse dizer algo fui mais rápida.

—Já que você realmente não vai sair daqui, acho que vou voltar lá pra baixo, preciso beber mais um pouco. -Dei um leve tapinha em seu ombro e fui em direção a porta de vidro,nossa parece que são duas portas agora,acho que o champanhe esta começando a fazer efeito.

—Acho melhor você parar por ai Ally. -Seu tom cuidadoso me fez revirar os olhos mais uma vez.

—Você é meu marido?-Questionei.

—Não. -Ele franziu a testa.

—Meu noivo?

—Não. -Agora foi ele quem revirou os olhos.

—Namorado?-Arqueei as sobrancelhas.

    Ele negou com a cabeça.

—Ficante?

    Ele me olhou com cara de tédio.

—Amigo colorido?-Cruzei os braços.

—Não. -Ele voltou a responder dando por fim um suspiro cansado.

—Amante?

  Ele arregalou os olhos por um rápido momento e logo se recuperou.

—Nunca fui e nunca serei.

—Pai?

—Ainda bem que não.

—Amigo?

—Creio que não.

—E mesmo que fosse qualquer uma das opções acima você não teria o direito de mandar no que eu bebo ou deixo de beber, então apenas tome cuidado com suas palavras. -Sai com minha postura invejável de sempre e antes de abrir a porta pude ver pelo reflexo que ele estava boquiaberto com minhas palavras e os olhos fixos em meu corpo.

—Se quiser eu tiro uma foto do meu bumbum, molduro e dou para você e a Cassidy como presente de casamento. -Meu tom frio o fez voltar a terra e o deixei sozinho, antes que mais alguma idiotice saísse de sua boca.

   De volta ao térreo percebi que tudo estava como eu havia deixado ninguém parecia ter notado a minha ausência ou até mesmo a de Austin e isso era bom.

   De novo me dirigi até o bufê onde me servir com mais uma taça de champanhe.

  Cassidy conversava alegremente com alguns de seus amigos de trabalho, Kira estava dançando com Dez, Dallas cuidava de Piper que estava mais bêbada do mendigo no natal, Gavin estava conversando ao celular no canto do salão, acho que com Jade e Trish eu não vi em nenhum lugar, meus olhos caíram sobre Elliot ele estava sentado sozinho em uma mesa, além da taça, havia também uma garrafa recém aberta de champanhe ao seu lado sobre a mesa, me aproximei lentamente, com os olhos cravados na garrafa de vidro.

—Acho que uma companhia lhe fará bem. -Me sentei em uma das cadeiras postas à mesa perto dele o que o fez se assustar um pouco.

—Onde você estava Ally?-Ele arqueou as sobrancelhas.

—Não te interessa, agora vamos logo beber porque eu estou afim de não lembrar de nada quando eu me acordar mais tarde.-Antes que ele me repreendesse eu já havia enchido mais uma vez uma taça com champanhe.

—Só não faça merda. -Ele me olhou seriamente e eu apenas revirei os olhos.

—Eu sempre faço e é por isso que todos me amam. -Lhe enviei um sorriso contagiante que ele retribuiu de bom grado. —Foda-se o mundo, esta é a minha noite Elliot.

                                                            ***  

—Eu acho que vou me casar com o champanhe,ele é o que mais me entende,sabe?-Meus olhos mal conseguiam permanecer abertos, porém minha boca fazia por ele o trabalho de beber mais um gole de champanhe.

—Acho melhor você ir pra casa Ally. -A voz preocupada de Elliot me fez gargalhar.

—Por quê?Eu estou feliz. -Apontei para o nosso redor.

—Já são quase cinco e meia da manhã Ally, não tem quase ninguém aqui na festa e você já passou dos limites. -Com meus olhos entreabertos pude ver ele se levantar de sua cadeira e vir em direção a minha. Trish estava ao seu lado me olhando com uma expressão preocupada.

—O que foi?Ta me olhando na esperança de saber um pouquinho sobre a moda e se vestir como uma mulher de verdade?-Perguntei estreitando os olhos para poder enxergá-la melhor.

—O que você disse?-Ela parecia estar incrédula.

—Agora além de sem sal você também é surda?Ai meu Deus. -Revirei os olhos enquanto ajeitava o vestido em meu corpo.

—O que aconteceu com você?-Trish não parecia acreditar em minhas palavras.

—Apenas tomei vergonha na cara e deixei de ser a garotinha que todos crêem ser perfeita. -Dei um último gole na taça e a coloquei em cima da mesa, no entanto acho que errei a mira e ele caiu no chão.

  Trish parecia querer dizer algo, porém hesitou. Elliot apareceu em sua frente parecendo estar um pouco chocado com o que eu acabei de falar.

—Eu vou te levar, você já passou dos limites. -Seu tom calmo me fez arquear as sobrancelhas.

—Como você não esta bêbado?-Recuei.

—Porque todas as vezes que eu tentava tomar uma taça inteira de champanhe você a tirava das minhas mãos e bebia por mim. -Seu tom bravo brincalhão me fez rir.

   Estirei meus braços para ele, como uma criança e ele me pegou no colo.

—Onde é a sua casa?Ainda não fui lá. –Ignorei completamente a existência de Trish enquanto aninhava minha cabeça em seu peito e meus olhos quase que se perderam em um sono profundo, lutando contra meu corpo eu o respondi.

—Não me lembro, pergunte ao Jeff, ele já foi lá. -E essa é a última lembrança que eu tive da festa, antes de apagar nos braços do moreno e sonhar com vestidos de noiva e gravatas.

                                                                  ***

   Parece que jogaram meu corpo do alto de um prédio de vinte andares, até mesmo minhas pálpebras estão doloridas, minha cabeça parece que foi atingida por um machado e abrir os olhos então, será milagre.

   Depois de alguns minutos enfim consegui abri-los e fechá-los rapidamente até estar totalmente acostumada com a iluminação lá fora.

   O sol não esta tão forte e suponho que não seja mais de manhã, com todo o esforço do mundo virei meu pescoço em direção ao relógio de parede triangular vermelho sangue na parede do meu quarto.

  São exatamente 16:47da tarde,ainda bem que já é quase de noite e eu não precisei ver nenhuma daquelas cobras hoje.

  Olhei de relance para um dos meus criados mudos e notei que ali havia um copo d’água e dois comprimidos. Movi-me lentamente sobre o colchão até chegar próximo do criado, lá estiquei minha mão para pegar os comprimidos que logo fiz questão de engolir de uma única vez, trazendo logo em seguida a água goela abaixo.

   Massageei minhas têmporas e fechei os olhos, respirando calmamente e tentando apagar da minha mente que meu ex namorado gostoso esta noivo da minha melhor amiga.

   Depois de quinze minutos lutando contra mim mesmas consegui por os pés no chão e me arrastando fui em direção ao banheiro.

   Olhei meu reflexo no espelho. Meu primeiro dia em Miami até que não foi tão miserável quanto eu achei que seria ótimo começo para uma mini férias.

   Me despi lentamente,pois meu corpo ainda lateja e disposição é uma coisa que me falta no momento.

   A água morna faz meu corpo relaxar por inteiro e abaixei os ombros com aquele pequeno momento de paz, deixei a água escorrer todos resíduos da noite passada pelo ralo.

   Me enrolei em uma toalha e voltei para o quarto,no guarda roupa havia roupas que eu já havia pedido para que Stella mandasse alguém as comprar.

   Optei por uma saia laranja curta e uma regata azul escuro um pouco decotado, meus pés continuaram descalços. Enxuguei meus cabelos em uma toalha e ainda molhados os prendi em um rabo de cavalo alto.

   Desci as escadas e notei que a sala estava vazia e que talvez as empregadas já tenham ido para seus quartos.

   Fui até a cozinha que também estava vazia e abrindo a geladeira encontrei uma jarra de suco de maracujá, o despejei em um copo.

   Com meu celular em mãos fui para a sala e liguei a TV, um canal mais merda do que o outro e terminei escolhendo por um filme erótico mesmo. Desbloqueei a tela do meu celular e só então notei a falta que eu fazia para as najas. Quatro ligações perdidas de Cassidy, duas de Elliot, uma de um número desconhecido, três mensagens de Bryan, uma de Jeff e duas de Gavin.

   Para não perder tempo com esses idiotas, resolvi apenas mandar uma mensagem dizendo que eu estava bem para todos eles, exceto para o número que não havia nome.

   O analisei atentamente, não me lembro de ter dado meu número para nenhum estranho ontem à noite na festa, lutei contra meu eu interior e no final terminei com o celular em meus ouvidos esperando pacientemente o individuo atender a porcaria do celular.

   Depois de quatro toques sua voz atingiu meus ouvidos.

—Você esta viva. -Sua voz era um misto de sarcasmo e decepção.

—Verdade, mas poderia estar morta o que seria muito melhor do que ouvir sua voz broxante.-Meus olhos estavam fixos na televisão,onde um casal transava em cima de uma mesa de um restaurante,revirei os olhos com aquilo,que falta de criatividade.

—Não mais que a sua minha querida. -Mesmo do outro lado da linha eu podia adivinhar que ele estava com um sorriso sacana nos lábios.

—Desembucha logo trouxa. -Falar com aquele loiro estava me dando sono e olha que a menos de uma hora eu estava dando uma de bela adormecida.

—Cassidy queria falar com você, ela tentou ligar e sempre caia na caixa postal, pediu que eu te ligasse para ver se você atendia. -Ele acabou de revirar os olhos, tenho certeza.

—Porque eu lhe atenderia?Se soubesse que era você nem tinha me dado o trabalho. -Meus olhos caíram sobre minhas unhas, o azul Royal caiu super bem em mim.

—Já acabou?Cassidy quer falar com você. -Ele estava impaciente e isso fez um sorriso botar dos meus lábios.

—Então passa pra ela idiota.

—Você acha mesmo que se ela estivesse aqui eu ainda estaria falando com você gênia?Ela esta na cozinha. -A ironia em sua voz me fez sorrir.

—Não sei você é muito lerdo e de você eu não duvido nada querido.

   Ele bufou.

—Cassidy quer que você venha até a minha casa, quer falar com você sobre o casamento e não me pergunte o que é porque eu não sei.

—Eu ir à sua casa?Sério?Porque ela não vem aqui?Ela que é a noiva mesmo.

—Eu sei lá, é a Cassidy. -Ele parecia exasperado. —Só venha, antes que ela tenha um troço.

    Não seria má idéia se ela tivesse.

—Eu não vou a sua casa, peça para ela me encontrar no café que tem perto do central parque em meia hora.

—Qual parte do ela quer que você venha até aqui você não entendeu?-Sua irritação parecia não querer se desintegrar.

—Qual parte de que eu prefiro falar com ela no café você não entendeu?-Bufei já começando a perder a pouca paciência que me restara.

—Ally eu não vou repetir. -Ele parecia já estar cansado dessa conversa, bom, não era o único.

—Ótimo, vejo ela no café em meia hora. -Desliguei sem esperar resposta.

   Agora o casal do filme havia acabado de trepar no banheiro do restaurante,meu Deus eles não sabem que existe um posto de gasolina onde é muito melhor de fazer essas coisas não?

  Inspirei e espirei profundamente tentando achar algo produtor em ter que lidar com a barbiezinha hoje.


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Notas finais do capítulo

Vcs já sabem,sem comentários,sem cap.Até o próximo e bjs.



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