Go Home, Dominique escrita por Miss Jackson


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Esse capítulo é programado porque estou sem wifi no momento por conta da mudança, mas vamos lá: Gostaria de agradecer à minha ídola/diva/marida/melhor amiga Mare di Stelle pela recomendação. SÃO TRÊS RECOMENDAÇÕES EM UM MÊS!!! OOOO/ Vocês conseguem imaginar a minha animação? Eu tô feliz demais com o feedback de Go Home, Dominique. E posso garantir para vocês: Mais um livro meu está vindo por aí, dessa vez mais focado em romance. Aguardem :3
Uma boa leitura para todos!



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Foi um dia desesperador. Minha mãe veio até o hospital e tentou me convencer a ir embora, considerando que era por volta de cinco da tarde, mas eu neguei. A mãe de Henry não veio, nem ao menos se importou de dar uma desculpa decente para sua ausência. Eu não seria capaz de deixá-lo ali, sozinho.

Minha mãe voltou para casa depois de uma hora conversando comigo, queria aproveitar o resto do seu dia de folga, mas pareceu bem preocupada quando deixou o hospital, sei que ela estava se perguntando se eu me "comportaria".

E me comportar quer dizer não surtar.

Depois de Henry dormir novamente, parecendo mais relaxado, vou até uma lancheria próxima do hospital. Peço um pastel de carne e pego uma Coca-Cola, sentando em uma mesa perto do balcão. Abro o refrigerante, bebendo, e dou uma mordida no pastel.

Meus pensamentos são direcionados para Henry e seu surto nessa manhã. Foi horrível, e me pego orando para que ele se recupere logo.

— Dominique, não é? Posso me sentar aqui? — Ouço uma voz calma vinda do meu lado, e ergo o olhar, me surpreendendo ao ver Alice ali.

— Sim — respondo, franzindo o cenho. Ela sorri e se senta em uma cadeira na minha frente.

— Sou Alice — apresenta. — Mas acho que você já sabe disso. Sou eu que tenho memória ruim. — Ela solta uma risadinha que eu não acompanho, mas Alice nem parece ligar. — Vi a situação de Henry... Sinto muito pelo seu namorado.

— Ele não é meu namorado! — arregalo os olhos. — E, hm... Obrigada, eu acho.

— Desculpe. — Ela sorri novamente.

— Sem problemas — abro um sorrisinho amigável. — Então... Você é nova por aqui?

— Não. Eu era do turno da noite, mas deram uns problemas e eu me mudei para o turno da manhã — explica. — Sem ofensas, mas essa turma é chata!

— Eu concordo — acabo rindo, e ela ri também.

Consigo me soltar aos poucos enquanto converso, mais à vontade com a loira. Ela é gentil e apresenta bons argumentos para todos os assuntos, mostrando que sabe conversar, e sinto que pode ser uma ótima amiga, daquelas que a gente confia para tudo. Não sou de tirar conclusões sobre as pessoas logo no início, mas com Alice é diferente. Espero que ela sinta o mesmo.

Fico assustada ao olhar o relógio e ver que já são sete horas. Quase não consigo acreditar que o dia passou tão rápido. Infelizmente é melhor eu voltar para casa, mas antes preciso ver como Henry está.

— A conversa estava ótima, Alice, mas é melhor eu ir — anuncio, me levantando. Alice me acompanha enquanto vou até o balcão, pagando pelo meu lanche e depois saindo da lancheria.

— Venha falar comigo amanhã, na aula — pede ela. — Você é uma boa companhia.

— Vou falar, sim. Você também é! — respondo. Ela sorri e me abraça, dando um beijinho em cada lado das minhas bochechas. — Até amanhã.

— Até.

Observo minha suposta nova amiga se afastar e dobrar uma esquina, e vou rapidamente até o hospital, caminhando por aquele labirinto de corredores com pessoas doentes e famílias tristes, às vezes esbarrando em crianças brincalhonas que não entendem a situação dos enfermos ou mesmo o que estão fazendo ali, naquele lugar tão... Cinza.

Paro na frente do quarto 372 e entro, sorrindo ao encontrar Henry acordado, observando tudo ao seu redor. Fecho a porta atrás de mim e ele me olha.

— Olá — cumprimento, me aproximando com uma certa timidez. — Como se sente?

— Muito bem, gatinha. E você?

Solto uma risada alta, aliviada por vê-lo voltando a ser o Henry de sempre.

— Estou bem — respondo. — Vim aqui para me despedir. Amanhã eu venho te ver depois da aula, prometo. — Me abaixo, depositando um beijinho em seu nariz. Henry fica corado e, depois de hesitar um pouco, acaricia meu rosto com o polegar.

— Obrigado por ter me ajudado hoje... Sei que te assustei, Nique. Me perdoa por isso.

— Nem esquenta, o bom é que você está melhor agora — digo.

— Graças à você.

Sinto o calor subir para o meu rosto, e desvio o olhar para as paredes. Ele ri e se inclina, beijando meu queixo.

— Você me deixa envergonhada — comento, me afastando enquanto ele ri mais alto.

— Ok, desculpe. Vou melhorar isso — diz Henry com um quê de ironia. — Não esquece de mim, ok?

— Ok — mordo o lábio.

— Então eu vou ficar bem comportado, mas só se você me der um beijo.

— Você está me abusando, rapaz — digo, erguendo as sobrancelhas. — Até amanhã.

Ele me manda um beijo e eu saio do quarto com um sorriso bobo no rosto. Pego um dinheiro e vou até o ponto de ônibus.

. . .

— Oi, mãe — cumprimento ao passar pela porta, vendo minha mãe deitada no sofá, assistindo Sex and the City.

— Oi — diz ela. — Como está seu amigo?

— Melhor.

Vendo que ela não está mais interessada em uma conversa, vou tomar um banho. Relaxo na banheira por um bom tempo, e Tracey não aparece.

Estranho. Tracey normalmente aparece várias vezes no dia, mas hoje ela apareceu pouco.

— Pensando em mim? — Por falar no diabo...

— Boa noite, Tracey — digo, cínica. Ela está nua à minha frente, me encarando. O meu reflexo.

— Você é louca, por que não está desesperada? O doidinho do seu amigo surtou na sua frente, só isso deveria estar fazendo você querer morrer!

— Não quero morrer só porque você deseja isso, Tracey — digo, revirando os olhos e tentando ser forte.

— Mas algumas vozes te fazem querer morrer. Eu te conheço, Dominique.

Não consigo entender como, mas Tracey sempre dá um jeito de me abalar com a menor palavra que seja.

— Não me incomode — murmuro, saindo da banheira e me secando. Me olho no espelho por impulso e vejo Tracey atrás de mim, séria, como em um filme de terror. Aos poucos ela vai abrindo um sorriso diabólico. — Vai embora!

Ela avança sobre mim, tomando a forma de um monstro amedrontador. Grito, sendo pega desprevenida, me enrolo na toalha e corro para fora do banheiro, já em desespero. Quando chego na porta do meu quarto o monstro já não me persegue mais, e estou sozinha novamente. Agradeço aos céus por não ter levado minhas roupas para o banheiro e entro no quarto, vestindo roupas confortáveis e me jogando na cama.

O livro que comprei há uns dias, quando fui à cidade, parece gritar do meu criado-mudo para ser lido. Solto uma risadinha com esse pensamento, pegando o livro e o analisando por um longo tempo.

Sinto com prazer as páginas ásperas entre meus dedos e o cheiro delicioso da tinta impressa no papel, com uma sensação de puro deleite me preenchendo. Presto atenção em palavras aleatórias, sem querer já descobrir tanto da história antes de começar a ler.

Existe sensação melhor do que essa? Algo tão reconfortante e, ao mesmo tempo, tão simples?

Passo boa parte da noite lendo, sem Tracey ou qualquer outra coisa para me incomodar, e acabo por adormecer com o livro descansando sobre meu peito.

No meu sonho estou em uma sala vazia, com o Gato em meu colo e Henry na minha frente, sorrindo. Conversamos sobre coisas bobas, e esse foi o único sonho, foi bom o tempo inteiro.

Só Deus sabe quando foi a última vez que acordei sorrindo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Gostaram? Deixem tudo nos comentários que eu responderei com todo o carinho quando tiver wifi :3



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