Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 9
Capítulo VIII – Nadia




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  - Pronto, chegamos. – Ky não conseguia esconder sua satisfação por terem chegado ilesos até o Hospital de Raccoon. Os apuros pelos quais eles passaram não mereciam ser lembrados.

Leona olhava o imponente edifício com desprezo. Ela já havia estado ali algumas vezes, quando seu irmão Dean esteve doente. Ele ficara internado por alguns meses e a garota viera ali muitas vezes nesse meio tempo. Depois disso nunca mais. Voltar àquele lugar entristeceu visivelmente Leona. Ky abraçou-a, beijou sua testa e disse:

- Não fique assim, Leona. Quando tudo isso acabar eu continuarei do seu lado.

Leona olhou para o garoto e sorriu. Eles continuaram um bom tempo abraçados. Só se deram conta do perigo que estavam correndo parados no meio da rua infestada de zumbis, quando alguns deles começaram a se aproximar.

- Vamos entrar.

Os dois entraram correndo para dentro do edifício. Já na recepção uma surpresa: uma das criaturas estava lá dentro. E pior: estava agachado, devorando as entranhas de alguém. Ao ver aquela cena Ky suou frio. Ele precisava encontrar sua irmã. E rápido.

- Hei, Ky! Como a gente vai passar por aquele ali? – Leona cochichou, apontando para a criatura.

Ky retirou sua faca suja do bolso e sorriu. Leona viu algo que a fez ficar mais confiante: uma arma jogada há alguns metros. Mas infelizmente ela estava próxima do zumbi. Próxima demais. Decidiu não falar nada ao garoto. Protetor do jeito que era, não a deixaria pegar a arma. Foi instintivamente. Correu, agachou-se, pegou a arma e voltou para perto de Ky. O zumbi observou-a e começou a seguir na direção dos dois.

- Leona, me entrega a arma. – Ky disse, em tom paternal.

Leona fingiu não ouvir. Já estava na hora de ela aprender a usar uma arma. Era agora ou nunca. Atirou. Plac! Plac! A arma estava sem munição!

- Droga! – Leona reclamou, em tom manhoso.

Ky olhou bem para a criatura, mirou e jogou sua faca. Bem em cheio. A faca acertou a testa do zumbi.

- Você está ficando bom nisso.

Ky sorriu e passou sua mão pelos cabelos loiros da garota. Era incrível como no meio daquela confusão toda ela ainda continuava com sua mochila...

- Bom, vamos seguir.

Ky puxou Leona pelo braço, desviando dos corpos no chão. A porta em sua frente abriu automaticamente. Leona olhou para os lados. Do lado direito havia um elevador, do lado esquerdo a sala de espera e a emergência e a sua frente às escadas.

- Em que setor sua irmã trabalha, Ky?

- Pediatria. Fica no quarto andar.

Leona sorriu. Será que todos da família Yoo eram gentis como Ky? Não, eles não eram uma família feliz. Mas Leona só iria descobrir isso, quando sua vida estivesse correndo perigo. Os dois resolveram subir pelas escadas. Escolha acertada, pois no exato momento em que eles começaram a subir as escadas, o elevador abriu-se, revelando uma dezena de criaturas. E eles não tinham mais arma. Novamente o idiota do Ky havia esquecido a arma. Contavam apenas com a pistola que Leona encontrara. Sem munição, é claro. Se Ky não tivesse perdido a magnum na Universidade...

 

Depois de alguns minutos de subida eles chegaram ao quarto andar. Nenhum sinal de zumbi. Eles deviam estar todos dentro do elevador. Os dois se depararam com um grande e extenso corredor. No fim deste havia uma sala, com a inscrição: pediatria. Bom, eles finalmente haviam chegado. Agora era torcer pra que a tal irmã de Ky estivesse lá.

Ky seguiu com cautela até a sala. Ao ficar em frente à porta, suspirou. Abriu-a com certo receito. A voz que ouviu vinda lá de dentro fez o garoto chorar. De alegria.

- Kedar! – A garota correu para perto de Ky, abraçando-o e beijando-o. Leona fechou a porta. A pediatra seguiu até a garota e sem receio algum a abraçou. Beijou sua testa e alisou seus cabelos. Sim, ela era mais uma Yoo gentil. Enquanto Leona tentava entender o que estava acontecendo, reparou no rosto da tal mulher. Ela era realmente linda. Tinha os cabelos castanhos e olhos de um castanho claríssimo. Seus longos cabelos estavam bagunçados e sua maquiagem, borrada. Mas o mais incrível era que Leona a conhecia. Ela havia sido a médica de Dean!

- Que bom que você está bem, Ky! – A pediatra não conseguia parar de abraçar e beijar o garoto. Só com muito esforço, Ky conseguiu fazê-la parar para conversarem.

- Bom maninha, essa aqui é a Leona. – O garoto apresentou-a a irmã, que a abraçou novamente. Ela tinha lágrimas nos olhos.

- Prazer Leona! Meu nome é Nadia. Nadia Yoo.

Sim! A famosa Dra. Yoo! Como Leona não havia se lembrado disso quando conheceu Ky? Aquela mulher em sua frente fora a responsável pela melhora de Dean!

Os três sentaram em cima de algumas macas presentes na sala.

- Alguma notícia da mamãe? – Ky perguntou a Nadia.

- Não. Ela me ligou desesperada dizendo para eu ficar aqui. Ela disse que em breve viria me buscar.

- Ela me ligou dizendo a mesma coisa. Mas como não apareceu por lá, resolvi vir aqui atrás de você. – O garoto sorriu.

- Bom, acho melhor a gente ficar aqui algum tempo. Se a mãe não vier, nós vamos para a sede da Umbrella. Com o caos instalado na cidade, lá é o lugar mais seguro.

Ky concordou com a cabeça. Só então Nadia reconheceu Leona:

- Hei! Você não é a irmã do D.?

D. Era assim que chamavam seu irmão nos meses em que ele havia ficado internado lá. Mal sabia ela, que, do outro lado da cidade, uma mulher com esse mesmo nome estava lutando para descobrir quem é.

- Sim, sou eu. – Leona olhou para Nadia, que retribuía o olhar, com ternura.

Só nesse momento Ky percebeu o ferimento no braço da irmã.

- Há quanto tempo você recebeu esse arranhão?

- Acho que há uma meia hora...

- Merda! – Ky disse isso pulando da maca. Começou a procurar desesperadamente por uma seringa. Nadia sabia exatamente o que ele iria fazer: salvar sua vida. Leona observava a tudo atônita. O garoto começou a derrubar gavetas, abrir armários, até finalmente encontrar o que precisava. Em uma gaveta encontrou tudo: seringas, álcool e algodão.

- Acalme-se Ky... Foi apenas mais uma B.O.W. que me atacou.

B.O.W.? Que sigla era aquela? Leona estava cada vez mais confusa. Resolveu calar-se para não atrapalhar o tal “salvamento” de Ky. Ele repetiu exatamente o mesmo procedimento que havia feito com Zero: retirou o próprio sangue e injetou na irmã. Como Leona não havia visto o ocorrido na Universidade estava realmente surpresa com aquilo. Nadia percebeu a cara de confusão de Leona. Olhou para Ky, como a perguntar “posso contar para ela?”. O garoto retribuiu o olhar com uma cara de “vai com calma”.

- Bom Leona. Você deve estar se perguntando o que Ky está fazendo, não?

- Sim. – A garota foi direta.

Nadia suspirou.

- Eu não posso te explicar muita coisa. Aliás, você não entenderia...

- Eu não sou burra. – Leona reclamou.

- Sei disso. Mas não é algo que vá agradar você. Há muita gente má nesse mundo. Estou tentando amenizar as coisas para você.

- Olhe aqui, Dra. Yoo. Eu vi toda a minha família ser comida por aquelas criaturas canibais. Vi minha vida ir toda pelo ralo em algumas horas. Acho que eu agüento sim ouvir toda a história.

Nadia trocou olhares com Ky. Ele disse:

- Vai em frente.

A pediatra olhou nos olhos de Leona e começou:

- Já que você quer mesmo ouvir, vou ser direta. A empresa para a qual nossa mãe trabalha, a Umbrella Corporation, foi quem criou o vírus que infectou todas essas pessoas. Eu não sei detalhes sobre como e quando isso ocorreu. Só sei que, quando esse tal vírus foi criado, os cientistas da Umbrella ficaram com muito medo dos seus efeitos e decidiram criar um antivírus. Esse tal antídoto era muito caro e fabricá-lo, custaria muito dinheiro a Umbrella. Nesse mesmo tempo, minha mãe descobriu que estava grávida. Grávida do Ky... Os cientistas criadores do vírus, o chamado Tyrant-Vírus, ou “T-Vírus”, contaram a minha mãe sobre um plano que eles tinham em mente. Eles queriam a permissão dela para injetar o antivírus no corpo do feto que se desenvolvia dentro de seu corpo, a fim de ver se o antídoto se reproduziria no sangue do futuro bebê. Minha mãe, ao ver que sua permissão poderia trazer... – Nadia parou. Tudo tinha um limite. – Trazer benefícios para a humanidade, concordou. Eles fizeram isso, e como você pode ver, funcionou. O corpo de Ky é capaz de reproduzir o antivírus. Foi por isso que ele injetou seu sangue em mim e é por isso que todo mês ele comparece a Umbrella para testes e...

Blam! A porta foi arrombada por uma criatura.

- Eles voltaram. – Nadia murmurou para si mesma.


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