Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 7
Capítulo VI - Inútil




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  “Ky sentou perplexo. O som dos dois caindo no chão foi a última coisa que ouviu antes da sala ser invadida por uma dezena de zumbis.”.

 

A sala era ampla, mas se o garoto continuasse parado, sentado na cadeira, em pouco tempo os zumbis se aproximariam dele o bastante para devorá-lo. Ele foi rápido. Lembrou-se do pequeno banheiro existente ali. Correu para lá, pisando nos cacos de vidro resultantes da quebra da janela por Zero. Os zumbis se aproximavam cada vez mais. Eram em sua maioria estudantes e professores, o que ficava evidente em suas roupas ou, até mesmo, por alguns possuírem mochila nas costas.

- Ufa! – Porta trancada. Ky podia finalmente pensar com calma. Na verdade apenas pensar, já que calma era algo fora de cogitação naquela situação. Olhou para todos os lados, observando o local. Era um banheiro realmente pequeno. Mesmo assim possuía uma banheira, duas pias, uma em cada extremidade do ambiente e um vaso sanitário. Ao lado deste, Ky viu uma janela. Os zumbis batiam forte na porta. Em breve entrariam. Foi aí que o garoto teve uma grande idéia.

Pegou uma vassoura que estava ao lado da banheira e quebrou a janela. Subiu em cima desta, e colocou os pés em cima do telhado. Zero não tivera essa sorte. A parte em que o garoto de cabelos brancos pulara não possuía o telhado. Ky teria que andar com cautela, já que qualquer movimento mais forte faria o teto desabar. Andou devagar até chegar ao fim da linha. O telhado acabava ali. Ao olhar para baixo viu uma ampla área arborizados e, no chão, Zero e a tal criatura, mortos.

Nesse momento os zumbis invadiram a sala. O garoto não precisava amedrontar-se já que, desajeitados como eram, jamais conseguiriam pular a janela, como ele. Ky sentou-se na beira do telhado e esticou suas pernas. Foi se distanciando cada vez mais dali, ficando com metade do seu corpo no ar. Segurou firme na extremidade e soltou seu corpo. Ky estava agora dependurado. Soltou-se. Acabou caindo bem ao lado do corpo de Zero.

Ky olhou atentamente para os dois corpos na grama. Com a queda Zero havia quebrado o pescoço. Quanto a tal enfermeira... Bem, ele não tinha certeza de nada. Levantou-se e começou a correr em linha reta, até deparar-se com um dos muros do local. Olhou para a esquerda e pôde ver a entrada da Universidade. Correu para lá e percebeu que a grande porta que dava acesso ao hall estava aberta. Entrou.

O hall estava mortalmente vazio e silencioso. A amplitude do lugar era gigantesca. A sua frente Ky podia ver um balcão e atrás deste um computador, local onde geralmente ficava a recepcionista, Emily. Do seu lado direito existiam duas portas, uma que dava acesso à sala de espera e a outra que dava acesso ao banheiro, onde possivelmente estava o tal Jimmy. Maldito Jimmy! Não fosse ele, Zero e Lawliet não estariam mortos e ele não estaria ali, sozinho. Nossa. Ky surpreendeu-se novamente consigo mesmo. Às vezes ele tinha pensamentos nada graciosos mesmo. Desprezíveis na verdade. Bom, já que estava ali devia dar continuidade ao plano e salvar o tal garoto.

Entrou dentro do banheiro e sentiu um odor já conhecido. Aquele cheiro de morte... Seguiu lentamente, abrindo todas as portas em que ficavam os vasos sanitários. Eram sete portas. As duas primeiras estavam abertas e não havia nenhum sinal de Jimmy. Ky chamou:

- Jimmy...?

Não houve resposta. O garoto continuou olhando as portas. Abriu a terceira e também não viu nada. O mesmo aconteceu com a quarta e quinta porta. A sexta porta já estava aberta também e dentro dela... O que Ky viu o fez tremer. Não agüentou. Vomitou. Dentro desta porta, ao lado do vaso estava o corpo de um garoto, totalmente mutilado, com todos os órgãos expostos. Ele estava com os olhos abertos e Ky pôde ver quando tudo aconteceu. Quando ele tornou-se uma das criaturas.

Seus olhos começaram a ficar brancos. A cor pálida do corpo do garoto foi ficando acinzentada, o sangue vermelho que escorria de seu rosto foi ficando escuro, preto. Houve uma pequena contração em uma das mãos do garoto e Ky pôde ver aterrorizado quando este levantou! Começou a gemer, aquele barulho que Ky conhecia e odiava. A sinfonia dos infernos. A canção do diabo. Não podia ver mais aquilo. Era demais. O garoto saiu correndo do banheiro, fugindo da terrível criatura que ele acreditava ser Jimmy.

 

-

 

Os pensamentos de Zoe foram interrompidos por uma dezena de corvos que quebraram a janela. Eles invadiram a sala e num instante as duas estavam novamente desprotegidas.”.

 

Leona continuava dormindo mesmo com o barulho da janela se quebrando. Zoe levou um susto e tentou entender o que estava acontecendo: uma dezena de aves negras haviam quebrado a janela e estavam agora voando sobre a cabeça das duas. Mas não eram aves comuns, normais. Eram corvos. Suas penas caíam constantemente e Zoe pôde ver que boa parte do seu corpo estava ensangüentada e alguns voavam com dedos, orelhas e outras partes do corpo em seu bico! A garota gritou, fazendo Leona despertar de seu sono.

Os corvos começaram a atacar Zoe todos de uma só vez. Leona estava desesperada, tentando colocar as idéias em ordem e entender o que estava acontecendo. Zoe gritava muito, sendo bicada constantemente pelas aves. A outra garota teve uma idéia: correu até sua mochila e a abriu. Tirou lá de dentro um isqueiro. Segurou-o em sua mão e começou a balançar seus braços no ar como forma de chamar a atenção das criaturas. O plano inicialmente funcionou, pois no exato momento em que Leona acendeu o isqueiro, as criaturas pararam de atacar Zoe. Mas foi um interesse momentâneo, pois em poucos segundos eles voltaram a atacar a garota.

Leona assoviou. Os pássaros não pararam seu ataque. A garota segurou firmemente o isqueiro e disse para si mesma: “Eu falhei em salvar minha família. E não falharei novamente.”. Leona jogou o isqueiro pela janela e as aves, atraídas por aquele objeto que passara por elas, pararam de atacar Zoe e foram todas para fora, seguindo o tal objeto. A oriental caiu no chão. Ela havia desmaiado.

A outra garota começou a puxar os braços de Zoe, levando-a até a cadeira do diretor. Colocou-a lá e começou a reparar nos ferimentos no corpo da garota. Ela tinha marcas de bicadas por todo seu corpo. Sangrava muito. Os corvos realmente haviam feito um grande estrago.

 

Uma hora depois do salvamento de Zoe, ela acordou. Quando começou a se mexer Leona abriu um lindo sorriso em seu rosto. Ufa! Pelo menos uma parte do pesadelo havia terminado. Ela não estava sozinha. Mas a outra garota estava estranha... Leona olhou em seus olhos e viu que eles estavam brancos. Mortalmente brancos. Como os olhos daquelas... Daquelas... Criaturas.

Ky abriu a porta dando um pontapé nesta. Gritou para Leona:

- Abaixe-se!

A garota obedeceu. Ky jogou uma faca na direção de Zoe, acertando em cheio sua testa. A criatura em que ela havia se transformado caiu. Leona estava agachada no chão, chorando. O garoto seguiu em sua direção, abraçou-a e disse:

- Não se preocupe Leona. Tudo ficará bem...


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