Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 5
Capítulo IV – “Eu sou a cura”




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  Na Universidade de Raccoon, Ky estava distraído procurando algo que servisse como defesa contra aquelas criaturas. Tanto que nem percebeu que Leona havia dormido. A garota estava deitada no chão, com seus longos cabelos louros soltos. Ky pegou-a no colo e a deitou na cadeira do diretor, macia e ligeiramente confortável. Nesse exato momento levou um susto. Alguém estava batendo na porta, tentando arrombá-la.

Essa não, os zumbis estão tentando entrar. O que eu vou fazer?”, pensou. Desesperado, Ky começou a dar voltas dentro da sala, procurando algo para lhes proteger. Os barulhos contra a porta continuavam e ficavam cada vez mais fortes.

- Socorro! Se tiver alguém aí dentro, por favor, abra a porta! As criaturas estão atrás de nós! – uma vez feminina gritou, do outro lado da porta.

Ao mesmo tempo em que se sentiu aliviado, o garoto ficou pensativo. “Tudo bem. Já sei que não são as criaturas que estão batendo. Mas quem quer que seja as trouxe para cá. Se eu abrir a porta elas poderão entrar e...”. Não. Que pensamento egoísta era aquele? Ky sentiu nojo de si mesmo por pensar aquilo. No mesmo instante correu para a porta e a abriu.

Três pessoas entraram num súbito lá para dentro. Como uma delas havia dito, estavam mesmo sendo perseguidas por zumbis. Ky fechou rapidamente a porta, não deixando tempo para que os zumbis entrassem.

Após alguns segundos de silêncio é que Ky foi se lembrar das pessoas que havia salvado! Eram dois garotos e uma garota. Eles mesmos se identificaram:

- Meu nome é Zoe e estes são Zero e Lawliet. – a garota disse ainda esbaforida.

Zoe tinha traços orientais, e o cabelo curto e preto. Zero tinha os cabelos pintados de branco, coisa típica dos adolescentes. Já Lawliet usava óculos e possuía o cabelo negro e, como Zoe, traços orientais.

- Prazer, meu nome é Ky. – E continuou: - Aquela ali deitada é a Leona.

Zoe sorriu. Zero disse:

- Obrigado por nos ajudar. Se você não tivesse aberto a porta aquelas criaturas teriam nos devorado.

Lawliet olhou para Zoe e disse:

- Mas e o Jimmy? Nós o deixamos no banheiro. Temos que ir buscá-lo.

Zoe olhou pesarosa. Como fariam para buscar Jimmy? Se ao menos eles tivessem alguma arma... Olhou para Ky e perguntou:

- Hei! Por acaso você tem alguma arma aí com você?

- Infelizmente não. Eu estava procurando por uma no exato momento em que vocês apareceram.

Zero ficou pensativo olhando para a mesa do diretor.

- Você procurou ali dentro? – Disse, apontando para a única gaveta trancada da mesa.

- Não. – Ky respondeu. E continuou: - Está trancada.

Zero caminhou lentamente em direção a gaveta. Do local onde Ky estava não conseguia ver muito bem o que o rapaz estava fazendo, mas em menos de trinta segundos a gaveta estava aberta.

- O que tem aí dentro? – Zoe perguntou.

Zero sorriu e tirou uma magnum lá de dentro. Pelo menos uma parte do problema estava resolvida.

 

Ficou combinado que Zero, Ky e Lawliet sairiam em busca de Jimmy, enquanto Zoe ficaria tomando conta de Leona.

- Se cuidem. – Foi a última coisa que a garota disse antes de fechar a porta.

 

Ky seguia na frente, com a arma em sua mão, enquanto Zero e Lawliet vinham atrás. Eles estavam no corredor da administração do segundo andar enquanto Jimmy estava preso dentro do banheiro, no primeiro andar. Eles teriam que andar por quase toda a Universidade em busca do garoto.

Há alguns metros de onde os rapazes estavam, quase no fim do corredor, eles viram algo. Não era um zumbi, pois nem ao menos estava de pé. Ele parecia... Um cachorro! Quanto mais o cão ia se aproximando, eles podiam vê-lo mais detalhadamente. Era sim um cão, mas não um normal. Não tinha pelos nem rabo. Uma das orelhas também não estava lá e a outra estava completamente machucada. O cachorro não tinha um dos olhos e os garotos podiam ver claramente suas costelas. O cheiro de podridão deste era nauseante.

Ky suspirou. O cão começou a correr na direção deles. O garoto atirou. POW! O impacto foi tão grande que Ky caiu para trás. A arma foi deslizando pelo chão. Os pedaços do cão ficaram por toda parte. Órgãos e sangue ficaram grudados na parede, chão e teto.

- Acho que você se esqueceu que estava com uma magnum em mãos! Nunca jogou nenhum game survival horror? - Zero perguntou, ajudando Ky a se levantar. Lawliet foi buscar a arma.

- Claro que sim. - Ky respondeu emburrado.

- Então. A magnum é uma das armas mais poderosas do game. Geralmente é encontrada no fim deste e mesmo assim com munição escassa. É claro que uma pessoa não treinada não suportaria o impacto. - O garoto terminou sua frase com um ar de desprezo.

Ky sorriu. Lawliet voltou com a arma e a entregou.

- Toma mais cuidado da próxima... - O garoto não conseguiu terminar sua frase. No fim do corredor, de onde havia surgido o cão, agora apareciam uma dúzia de zumbis!

- Tenho cinco balas. Não vai dar pra todos eles.

- Hei! Vamos descer pelas escadas! – Lawliet disse isso apontando para as escadas, atrás de onde eles estavam. Mais para frente havia outro corredor e nele, mais salas.

Ky e Zero seguiram Lawliet que já estava bem na frente.

- Aqui! – disse ele chamando os outros garotos.

Ao descer três degraus, o garoto foi surpreendido por meia dúzia de zumbis que estava subindo as escadas. Lawliet ainda tentou voltar, mas em vão. Um dos zumbis segurou seu pé. Os outros começaram a puxá-lo e a mordê-lo. A dor era insuportável. O garoto sentia os zumbis rasgando sua pele. O sangue começou a jorrar e o garoto gritou.

- O Lawliet! – Zero gritou há alguns metros da escada. Ele foi correndo na frente de Ky e viu os zumbis devorando seu amigo na escada. O braço de Lawliet estava estendido. Zero começou a puxá-lo, enquanto os zumbis faziam força no sentido contrário. O garoto já estava morto, mas Zero parecia não perceber.

Ky se aproximou e viu a cena: Zero puxando o corpo de seu amigo morto enquanto recebia várias mordidas das criaturas.

- Vamos, Zero! Ele já está morto!

Zero nada respondeu. Continuava a puxar o corpo inerte de Lawliet. Quando Ky percebeu que os zumbis do corredor estavam se aproximando, decidiu parar de ser bonzinho.

- Você vai vir comigo querendo ou não! – o garoto começou a puxar Zero, que largou o braço de Lawliet. Os dois correram em direção ao outro corredor. Entraram na primeira porta que viram.

 

- Você está ferido. – Ky disse isso enquanto colocava um pano no grave ferimento que Zero tinha no braço. Por sorte eles tinham entrado bem na enfermaria.

Zero nada dizia. Estava em estado de choque. Silenciosamente começou a chorar.

Ky também ficou sério. Ele sabia o que acontecia com pessoas que eram mordidas por zumbis. O rapaz não tinha muito tempo de vida até se tornar um deles. Ky tinha de ser rápido. Começou a vasculhar os armários em busca de uma seringa.

- O que você está procurando? – Zero perguntou.

- Manter você vivo. – A resposta foi imediata.

Achou. Procurou também álcool e algodão. Estavam em cima de uma das macas.

- Zero, estenda o braço. – Ky foi firme. O rapaz não entendeu muito bem o que ele queria, mas obedeceu. Enquanto isto via Ky espetando o próprio braço e retirando dele uma quantidade considerável de sangue.

- O que você pensa em fazer?

- Depois eu te explico. Temos pouco tempo. – Ky pegou o algodão, molhou no álcool e passou no braço de Zero. Depois o espetou e injetou lá dentro o sangue que havia retirado de si.

Ky soltou a seringa vazia. Estava exausto. Deitou sua cabeça na cadeira, enquanto Zero olhava curioso para ele.

- Bom, agora vamos às explicações... – O garoto disse levantando a cabeça da cadeira.

Não houve tempo para explicações. Uma enfermeira estava saindo de dentro do banheiro. Mas... Era um deles. Um zumbi. Atrás dela estava uma janela.

Minha arma!”. Ky tinha vontade de matar a si mesmo. Como ele havia sido tão burro?

- Sua arma, Kedar! – Zero estava aflito.

O outro garoto suspirou e fez um sinal com a cabeça. Zero suspirou. A enfermeira continuava seguindo na direção dos dois. Ky olhou rapidamente pela sala a fim de encontrar alguma coisa para se livrar daquela criatura. Não houve tempo. Zero foi mais rápido. Empurrou a zumbi com toda força pela janela. Era um bom plano. Só que ele não contava que cairia também.

Ky sentou perplexo. O som dos dois caindo no chão foi a última coisa que ouviu antes da sala ser invadida por uma dezena de zumbis.


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