Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd
D. estava caminhando sem rumo pelas ruas de Raccoon City quando viu alguém caído alguns metros a sua frente. A pessoa parecia estar morta. Era um garotinho de aproximadamente sete anos. A garota caminhou lentamente para perto do corpo. Ao se agachar, pôde ver com clareza a situação do menino. Ele estava deitado de costas e D. podia ver claramente suas costelas. Uma sensação de nojo, pena e terror tomou conta da garota.
“O que diabos está acontecendo aqui?”, pensou.
De repente o garoto mexeu uma das mãos. D. levou um susto, pois o julgara morto.
“Eu tenho que ajuda-lo”, foi a primeira coisa que veio a sua cabeça. “Mas... Como? Ele não pode estar vivo... A não ser que...”.
D. levantou, perplexa. O garoto levantou a cabeça, ainda deitado e segurou a perna da garota, tentando morde-la. Ela começou a chacoalhar a perna, obrigando-o a soltá-la.
- Me solta. Eu não quero atirar em você!
Silêncio. D. conseguiu se soltar do garoto e deu um passo para trás. Ele estava levantando. E seguindo em sua direção! O horror foi maior ainda quando a garota pôde finalmente ver o rosto da criatura. Ele parecia humano, mas não era. Ele parecia uma espécie de... Zumbi. Sim, era isso. Ele só podia ser um zumbi.
- E me disseram... – D. completou seu pensamento em voz alta. – Que para matar um zumbi a gente tem que atirar na cabeça.
A garota tirou a arma de seu bolso e... POW! Atirou na cabeça do garoto, que caiu. Não podia dizer que estava morto. Como D. se lembrava de ter ouvido em algum outro lugar: “Já havia passado da hora de ele morrer.“
D. deu alguns passos em direção ao corpo do menino e viu em sua blusa de lã, bordado em azul, o nome: Dean. A garota se agachou novamente ao lado do corpo e começou a chorar. Ela esperava nunca mais ter que fazer aquilo novamente.
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Na Universidade de Raccoon, Leona e Ky estavam trancados dentro da sala da diretoria. Como os zumbis não percebiam que eles estavam ali dentro, não tentavam arrombar a porta nem nada. Mas era certo que eles não poderiam ficar ali para sempre.
-
D. caminhou durante meia hora sem encontrar nenhum zumbi. Apenas as ruas de Raccoon vazias, com papéis e carro batidos e capotados por todos os lados. Um caos total. Já passava das dez da noite quando, estranhamente, o sino da igreja de Raccoon tocou. A garota se animou: quem quer que o tenha tocado, com certeza não era uma daquelas criaturas e possivelmente, poderia ajudá-la. Como o sino continuava a tocar, D. se orientou pelo som, até chegar a entrada da Igreja de Raccoon City.
Com muita cautela a garota abriu a porta e entrou. Como estava descalça, seus pés estavam muito feridos e sangravam. D. nem se deu conta disso, tamanha era sua vontade de encontrar alguém com quem realmente pudesse conversar, já que, com exceção das criaturas, a cidade parecia desabitada.
Ao abrir a porta, mal pôde acreditar no que viu: a igreja era realmente enorme. A amplitude do espaço lá dentro, assustava a garota. As paredes eram cobertas por vitrais maravilhosamente bonitos e de um bom gosto extremo. A porta atrás de si se fechou espontaneamente. D. levou um pequeno susto, mas não houve tempo para mais reações, pois uma mulher de arma na mão ameaçava mata-la.
- Quieta ou eu atiro!
- Espere, eu não sou um deles. Veja, eu posso conversar com você.
A mulher, que estava próxima ao altar, onde eram proferidas missas ou onde mesmo ficavam os caixões em determinado enterros, aliviou-se. Ela estava a uns dez metros de distância de D. Com certa cautela, a garota foi aproximando-se do altar, onde a outra continuava de arma empunhada.
- Quem é você? – a garota perguntou, fitando D..
- Na verdade, nem eu mesma sei.
D. continuou seguindo lentamente em direção a garota. Ao ficar há mais ou menos um metro de distância, indagou:
- E você? Qual seu nome?
Só nesse momento D. pôde olhar claramente para a mulher. Ela vestia uma saia preta, uma blusa marrom e um casaco de pele por cima desta. Tinha o cabelo amarrado em rabo de cavalo e olhos de um azul impenetrável.
- Meu nome... Meu nome é Alyson, e eu trabalho no Raccoon Times.
- Você é repórter? – D. perguntou.
- Digamos que sim.
Alyson pensou um pouco e disse:
- Mas você ainda não me disse seu nome.
D. preferiu não contar a ela sobre sua amnésia. Ela não poderia ajudar nisso e naquele momento, a garota não estava com a mínima vontade de falar sobre si mesma.
- Pode me chamar de D. – as duas deram um aperto de mão.
D. queria perguntar o que estava acontecendo naquela cidade, perguntar quando e como Alyson viera parar ali e outras coisas assim. Mas não houve tempo. Algo aterrorizante surpreendeu as garotas.
A criatura estava pendurada no teto, como uma aranha. Mas, com certeza não era uma. Ela tinha os músculos à mostra, sem nenhuma pele e um cérebro que cobria todo seu rosto. Como logo elas puderam perceber, a criatura era cega. Também tinha garras grandes e afiadas. Mas o pior elas ainda não tinham presenciado. Ao abrir a boca, a criatura colocou sua língua para fora. Ela era enorme e terrivelmente assustadora.
- Não se mexa, D.... – Alyson tentava esconder seu desespero.
D. concluiu:
- Quando eu disser três, você atira.
Suspirou e disse:
- 1...
Alyson continuou:
- 2...
As duas gritaram ao mesmo tempo:
- 3!
POW! POW! POW! Alyson e D. atiraram ao mesmo tempo na criatura, que tentava se esquivar das balas. Quando o pente da arma de Alyson acabou, a criatura caiu do teto, aparentemente morta.
Mas a calmaria durou pouco. Ao olharem para o lado perceberam que umas cinco ou seis criaturas como aquela, estavam penduradas no teto, prontas para devorá-las. Alyson disse em voz baixa:
- Não conseguiremos deter todos. Temos que sair daqui.
As duas começaram a correr em direção a porta, cada uma por uma extremidade da igreja, talvez para distrair as criaturas. Ao chegarem ao mesmo tempo na porta, fecharam-na, deixando os terríveis monstros presos lá dentro.
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