Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 2
Capítulo I - "Nós ficaremos bem..."




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- Eles já se foram Leona, pode sair daí. – A voz de Ky ecoou pelo corredor, fazendo o próprio rapaz tremer.

A garota abriu lentamente o armário e olhou para os lados. Ky não havia mentido. Eles realmente haviam ido embora. Mesmo assim, o clima de tensão existente era aterrorizante. Ky também abriu a porta do armário onde estava e saiu. Ele só soubera que as criaturas tinham ido embora, pois parou de ouvir seus gemidos. Leona suava frio.

- Bom, acho que agora a gente tem que dar um jeito de sair daqui. – Ky disse, em tom paternal.

Leona concordou com a cabeça. Eles estavam presos dentro da Universidade de Raccoon há muito, muito tempo. Possivelmente desde que o caos se instalou na cidade. Lágrimas caíram dos olhos da garota. Seus pais... Eles... Ela não pôde salvá-los... Ela foi... Covarde.

Leona se lembrava...

 

-

 

Já passava das oito da noite quando Raccoon City se deu conta do que estava acontecendo. Leona estava em casa, com seus pais. Planejavam sair de Raccoon ainda esta noite. A mãe estava no quarto arrumando as malas da família, enquanto o pai estava com Dean na cozinha, pegando a maior quantidade de alimentos possível. Leona estava em seu quarto, aterrorizada. Da janela de seu quarto não conseguia ver nada. Apenas uma rua, vazia. Segundo a repórter do noticiário, a maior parte dos zumbis estava na saída da cidade, onde se aglomeravam muitas pessoas. Seus pais não haviam assistido à televisão e não sabiam que a saída de Raccoon estava bloqueada. A garota preferiu não contar pra eles. Na verdade, nem ela queria acreditar que isto estava acontecendo.

- Vamos filha, estamos indo. – A voz do pai era firme e indiferente.

Leona desceu as escadas lentamente. Em suas costas carregava sua mochila. Nela haviam muitas coisas. Todas úteis. Pelo menos na situação em que estavam vivendo.

O pai de Leona carregava sua arma. Sabia que teria que usá-la esta noite. Dean, irmão da garota, assistia a tudo perplexo, fascinado. Não parecia estar com medo, assustado. Óbvio. Com sete anos, ele interpretava aquele inferno todo como uma aventura. Não conseguia entender que se não tomasse cuidado, poderia acabar morto. Para ele, o pai o protegeria. Como um herói. Mas não foi bem isso que aconteceu.

Estavam todos a postos na sala, quando as criaturas conseguiram arrombar a porta. Blam!

- Eles estão vindo pai, estão vindo! – Dean gritava, como a encorajar o pai.

Leona e Dean estavam escondidos atrás da mãe, que por sua vez estava escondida atrás do pai, com sua arma em mãos.

- Eles estão se aproximando pai. Atira! – Leona também gritava desesperada.

A sala era ampla e eles estavam escondidos próximos à cozinha. As criaturas aproximavam-se. Eram cinco ou seis. O pai de Leona começou a atirar. Pow! Pow! Pow! Com três tirou conseguiu derrubar uma das criaturas. Mas elas eram muitas. E cada vez entravam mais pela porta. A munição não seria suficiente.

Quando a terceira criatura caiu, a munição acabou. Só nesse momento Leona se deu conta do que estavam enfrentando. Olhou atentamente para as criaturas. Elas pareciam humanas. Mas tinham a pele acinzentada, coberta de ferimentos e sangue. Algumas delas tinham veias, ossos e órgãos expostos. Aquela visão era realmente terrível. Os olhos das criaturas eram brancos, mortalmente brancos. Pareciam estar mortos, mas... Não estavam! E continuavam a andar, lentamente. Eram como aqueles zumbis que vira uma semana antes num filme de George A. Romero. Só que estavam ali, na sua frente. De carne e osso! E famintos, diga-se de passagem.

O pai não sabia o que fazer. Ficou parado até que as criaturas se aproximaram o suficiente para pegá-lo. Ele continuava estático, com uma estátua. Leona e a mãe gritavam desesperadamente. Dean e a garota correram para a cozinha. A mulher tentava em vão ajudar o marido, que era atacado pelas criaturas, sem dar um único grito. Gritava para os filhos fugirem, enquanto tinha seus braços mordidos na tentativa de salvar o cônjuge. Em vão. As criaturas a atacaram também. Dean estava grudado na irmã, que também chorava ao ver seus pais serem devorados por aquelas criaturas. Choravam, apenas.

Leona deu um grito. As criaturas então se voltaram para os dois. No chão da sala os corpos devorados. A garota puxou o irmão pelo braço, obrigando-o a correr. Saíram pela outra porta da cozinha que dava acesso ao jardim. Lá havia um muro e um portão, trancado. A chave estava pendurada num prego, na sala. Não poderiam pegá-la. Leona fechou a porta da cozinha e com a ajuda do irmão, colocou um banco de madeira na frente, para pelo menos, atrasar os tais zumbis. Eles teriam que pular o muro.

A garota ergueu Dean para que este pulasse para o outro lado do muro. Pronto. Agora restava a garota pular o muro também. Nesse momento os zumbis conseguiram arrombar a porta. Ela teria que ser rápida. Num salto, conseguiu subir em cima do muro. Pulou. Do outro lado não conseguiu encontrar o irmão. Desesperou-se.

- Dean! Dean!

- Maninhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Ao olhar para o lado, o viu. Ele estava sendo devorado por uma dúzia de criaturas.

- Não! Nããããããããããããããããããoooooooooooooooo!

O grito da garota ecoou por toda a rua. Os zumbis voltaram-se para ela e começaram a seguir em sua direção. Leona pôde dar uma última olhada em seu irmão. Ele estava morto, com os órgãos expostos. Não agüentou. Começou a correr, chorando. Não sabia o quanto havia corrido e nem para onde. Só parou de correr quando percebeu que estava em frente à Universidade de Raccoon City. Era para lá que ela iria daqui a três anos. Pelo menos antes de todo esse inferno começar. Entrou.

Lá encontrou Ky. Ele era a única pessoa com quem Leona podia contar de agora em diante.

 

-

 

- Leona! Leona! – Ky gritou.

A garota olhou.

- A gente tem que ir, eles estão voltando.

Leona nada respondeu. Estava imóvel. Como uma estátua.

 

 


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