Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 19
Capítulo XVIII – O Sacrifício do Grifo




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  D. conseguiu abaixar-se no exato momento em que a ave iria acertá-la. O pássaro bateu as asas no ar e voltou a investir contra ela, que ergueu sua espingarda. Mirou e atirou contra a criatura. O pássaro bateu freneticamente as asas e caiu.

- Maldito! – D. gritou.

Só nesse momento a garota foi reparar na aparência animal. Seguiu até seu corpo caído no chão e olhou-o atentamente. Não, ele não era uma ave.

Ele é uma espécie de... Grifo! – A garota tapou sua boca, perplexa. O animal caído no chão tinha o rosto e as asas de uma águia, mas seu corpo lembrava o de um felino. Ele tinha unhas afiadas e um rabo extremamente grande. Na ponta deste havia uma coleira, e nela a inscrição: B.O.W. #45 – Grifo.

 

-

 

- Bem, parece que esta é a sessão 003. Mas bem, não consigo ver muita coisa... – Vantia disse.

Ky foi mais rápido. Tateou a sala por alguns instantes. De repente ergueu seu braço, dizendo:

- Bingo! – O rapaz acendeu algo em sua mão que parecia ser uma lanterna. Um pequeno sorriso surgiu no rosto de Tidus.

 

-

 

A garota havia dado as costas para a criatura e seguia até a porta em sua frente quando ouviu um barulho. Sentiu frio, como se algo atrás dela estivesse fazendo vento. Algo parecido com o ventilador. Virou-se e não acreditou no que viu: a criatura com cabeça de águia e corpo de leão havia se recuperado do tiro e voava em sua direção.

D. jogou o isqueiro no chão e mirou a espingarda no Grifo. Atirou. A criatura recuou por alguns instantes, mas logo voltou a investir contra a mulher. Ela disparou mais três tiros e o monstro caiu.

- Deus do céu, do que essas pessoas foram capazes!

O tal Grifo estava novamente caído no chão, com uma poça de sangue ao seu redor. O animal tinha o corpo todo coberto por pêlos e seu bico era levemente curvado.

- Mas porque a Rainha Vermelha não nos informou sobre esse Grifo... – D. pensou. Mas a resposta era óbvia: ela queria confundí-los. A garota já não tinha mais certeza do que vinha pela frente. – De agora em diante tenho que estar preparada para tudo.

A mulher levantou-se e por alguns instantes ficou imóvel. Mas logo botou as idéias em ordem. Ela tinha de ser rápida ou Bastion morreria.

 

-

 

Bastion abriu vagarosamente os olhos e viu o doce rosto de Leona. Ela olhava para ele com carinho e pesar. Com muito esforço o rapaz balbuciou:

- Eu... Eu estou morrendo. – Bastion tossiu. Seu pescoço doía muito.

- Não, você não está morrendo... A D. vai chegar logo, logo e vamos curar você. – A garota esforçava-se para parecer animada. Ela não podia transparecer sua apreensão para Bastion.

- Leona... – O rapaz tossiu. – Eu preciso te pedir um favor. Um grande favor.

A garota passou a mão pelo rosto do rapaz, dizendo:

- Claro, qualquer coisa.

Leona assustou-se com o que Bastion fez. O rapaz pegou a arma que estava ao seu lado e entregou para a menina:

- Eu preciso... Que você me mate.

Leona tapou a boca. Ela jamais imaginou que Bastion pediria isso.

- Eu vi o que acontece com que é mordido por essas criaturas... Em pouco tempo eu serei um deles também. E você... Terá de me matar.

- Não, eu não vou te matar. A D. vai chegar logo e vamos curar você.

Bastion gritou. Ele sentia uma forte dor no pescoço.

- Leona, por favor. Eu, eu... Posso sentir essa coisa tomando conta de mim... Do meu corpo... Aaaaaaaaaaaah! – O rapaz gritou ainda mais alto. A dor em seu pescoço era insuportável. Era como se ele estivesse revivendo o momento em que fora mordido várias e várias vezes.

A garota deixou algumas lágrimas caírem. Ela sabia mesmo o que acontecia com quem era infectado por aquelas criaturas. Havia acontecido o mesmo com Zoe... Mas ela não podia matar Bastion, disso tinha certeza.

- Eu, eu sou covarde demais para fazer isso. Faça... Se não por mim, por você. Para sua segurança.

A garota olhou pesarosamente para a arma. D. não chegaria a tempo de maneira alguma. E mesmo se chegasse, ela não traria o antivírus. Era uma questão de tempo até Bastion se tornar um daqueles zumbis.

- Tudo bem... – Leona abaixou a cabeça e colocou o cano da arma na testa de Bastion. Seus olhos começaram a ficar brancos... Ele estava se tornando um deles. A garota não tinha escolha. Atirou.

 

-

 

Ky iluminou uma placa presa à porta da sala, com a lanterna que havia encontrado. Nela havia a inscrição: Sala de Arquivos.

Vantia sorriu com pesar. Era chegada à hora de contar sobre Titanium...

- Olhem esses papéis! É aquela criatura que nos atacou! – Tidus gritou, entusiasmado. Ky aproximou-se dele para examinar os papéis. Eles pareciam ser relatórios... Em um deles havia a foto do tal Licker que havia lhes atacado e um breve relato sobre ele.

Vantia aproximou-se dos dois, colocando a mão sobre o ombro de Ky. Disse:

- Bem filho, eu tenho que te mostrar algo.

A mulher pegou o filho pela mão e seguiu com ele para outra mesa. Tidus ficou olhando curiosamente os papéis. Em um deles estava escrito:

 

Carta à Kaieel.

Como sabe, fui incumbida da missão de investigar as atividades ilegais realizadas pela Umbrella Corp. Meu chefe queria a qualquer custo, incriminá-los. Ele dizia que eles realizavam os mais diversos experimentos com animais e, inclusive, com seres humanos. Não sei por que essa obsessão dele pela Umbrella, mas eu sou apenas uma detetive contratada para fazer meu serviço e os motivos de meu cliente não me dizem respeito.

Ontem à noite consegui, com muito esforço, entrar na sede da Umbrella sem ser percebida. O número de pessoas que conseguem cruzar o terrível hall da empresa é extremamente pequeno. Mas eu tinha certeza de que encontraria uma explicação plausível para tudo isso. Aquele meu cliente... Só poderia ser um louco.

Vasculhei minuciosamente cada canto da empresa. E, como previa, não encontrei nada. Nenhum elevador ou coisa do tipo que me desse acesso ao tal laboratório subterrâneo que meu cliente falou existir.

Mas isso tudo é o de menos. A real razão por trás dessa carta é outra. Venho através dela, te avisar que estou grávida. Parece que nossas noites de investigação tiveram uma conseqüência. E essa conseqüência é, ao mesmo tempo, a melhor e a pior coisa que aconteceu na minha vida.

O fato é que, ao mesmo tempo em que me sinto a mulher mais feliz do mundo, também me sinto a mais desgraçada. A coisa que eu mais quero na minha vida, é poder criar meu filho em paz. Pensei, inclusive, em lhe dar o nome de meu falecido pai, Tidus. Mas sei que isso é impossível. Meus inimigos não vão me permitir isso. Queria saber se posso contar com seu apoio. Ainda te amo. (1989)

Com carinho,

Alyson”.

 

-

 

D. abriu a porta e viu a lamentável cena. Leona estava de cabeça baixa, com a arma em mãos, chorando. Já Bastion estava sentado, com a cabeça apoiada na parede, sangrando muito. Havia um grande buraco em sua testa.

- Leona!

A mulher correu para perto da garota e a abraçou. Ela chorava muito.

- Eu o matei! – Leona não conseguia segurar as lágrimas.

D. continuava abraçada com ela sem saber o que dizer. Ela estava chocada, triste, revoltada... Eram tantos sentimentos misturados... Não sabia se chorava, se gritava, se atirava. O que ela mais queria era que tudo aquilo acabasse, que tudo voltasse ao normal...

- Eu não quero ver mais ninguém morrer... Eu só quero sair daqui. – Leona disse, chorando.

- Pode deixar... – D. respondeu, passando a mão pelos cabelos de Leona. Fez isso durante um bom tempo, até a garota dormir de exaustão.

 


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