Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 18
Capítulo XVII – Explorando a Colméia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/67533/chapter/18

  D. caminhava lentamente pelo estreito corredor em que estavam. Leona vinha atrás, seguida de Bastion. A escuridão do ambiente era sufocante.

- Bem, acho que posso ajudar nisso. – Leona retirou a mochila de suas costas, abriu-a e retirou lá de dentro um isqueiro. – Não é muito, mas acho que serve.

A mulher sorriu para a garota, que caminhava com o isqueiro em mãos, iluminando o que podia. A luz fraca do fogo não ajudava muito, mas eles podiam ver pelo menos o que estava ao seu redor.

- Me empresta o isqueiro, Leona... – D. pegou o objeto da mão da garota e colocou-o à sua frente. Ouviu gemidos. Fez um sinal para Bastion e Leona pararem e seguiu lentamente até o local de onde vinha o barulho. Ela parecia estar diante de uma parede, no fim do corredor. Do seu lado direito havia uma porta, e de seu lado esquerdo, outra. Iluminou a parede e o que viu não foi nada agradável. D. caiu de costas no chão, com um zumbi em cima dela, tentando mordê-la.

- Atirem! Atirem! – A mulher gritava, tentando achar sua arma ao mesmo tempo em que tentava esquivar-se das investidas da criatura.

Leona pegou sua pistola e mirou no zumbi. Atirou na cabeça. A criatura parou de se mexer e D. pôde, com certo nojo, tirá-la de cima de seu corpo.

- Obrigado. – A mulher pegou sua espingarda e mirou-a na cabeça do inerte zumbi, iluminando seu rosto. Atirou. Ela tinha que ter certeza que ele estava realmente morto. Acabou por não perceber a criatura que se aproximava de seu amigo.

- Cuidado Bastion! – Leona gritou ao ver a silhueta de um corpo, atrás do rapaz. Ele havia surgido da escuridão, onde o isqueiro não alcançava. Não havia como atirar, ela corria o risco de acertar Bastion. – O isqueiro, D.!

A mulher correu na direção dos dois e iluminou o local. Um zumbi mordia ferozmente o pescoço de Bastion. D. mirou sua espingarda na criatura, que caiu. Bastion seguiu com a mão no pescoço para perto da parede. O zumbi tentava se levantar.

- Desgra... – D. não pôde continuar sua frase. Um monstro verde, parecido com um réptil havia surgido das sombras e atacava com suas enorme garras a criatura caída no chão.

- Droga! Um Hunter!

Não importava o que era aquilo. O certo era que eles deveriam sair daquele corredor o mais rápido possível.

 

-

 

- Tidus, do meu lado. – Ky resmungou. Ele seguia na frente, de mãos dadas com o garotinho, que com certa dificuldade tentava erguer a arma em sua mão. Vantia vinha atrás, prestando atenção em cada detalhe do local onde estavam. A fraca luz vinda de uma lâmpada na sala, não a deixava ver muita coisa. Eles estavam em um local que parecia um canil. Havia gaiolas abertas por todos os lados.

- Isso não é bom... – Murmurou a Dra.

Quatro ou cinco cães seguiam na direção deles, vindos de uma porta aberta, do lado direito da sala.

- Tape os ouvidos. – Ky disse para o garoto, que o obedeceu prontamente. O rapaz começou a atirar ferozmente contra os cães. Ele não tirava o dedo do gatilho da submetralhadora. O som do rosnado dos cachorros era assustador. Já o barulho da arma sendo disparada contra os animais era ensurdecedor.

Vantia olhava a tudo com tristeza. Gritou para seu filho:

- Pare Ky, eles já morreram!

O rapaz fingiu não ouvir. Continuou atirando contra a parede. Os cães estavam todos caídos no chão, com sangue espalhado por toda a sala.

- Pare filho! – Vantia gritou novamente. Ky não deu a mínima.

- Chega! – Tidus gritou para o rapaz, empurrando seu braço. Ky retirou o dedo do gatilho no mesmo momento.

- O que você pensa que está fazendo? – Vantia ralhou.

- Desculpe, eu... Me empolguei. – O rapaz fez cara de remorso. Tidus olhava para ele com raiva. Aquilo o feria profundamente. Tanto rancor nos olhos daquela criança... E eram dirigidos a ele.

- Você... É mal, como aquelas criaturas. Como os malditos que fizeram isso conosco... – O garotinho não conseguia olhar nos olhos de Ky. Ele estava profundamente magoado com a maneira violenta e sanguinária com que o rapaz havia tratado aquela situação... Magoado com aquela sede de sangue...

 

-

 

Quando a munição da espingarda acabou, a criatura caiu. Seu sangue estava espalhado pelas paredes do estreito corredor. Seus olhos lentamente se fecharam...

- Afinal, que diabos é isso? – D. perguntou. Mas não houve tempo para resposta. Leona estava mais preocupada em estancar o ferimento no pescoço de Bastion.

- Droga... Você foi mordido... – A garota abriu sua mochila e retirou lá de dentro uma toalha. Imediatamente colocou sobre o pescoço do rapaz. O pano, antes branco, ficou vermelho com uma rapidez impressionante.

- Você está bem, Bastion? – A mulher perguntou, enquanto segurava o rosto do rapaz. Ele estava com os olhos semi-abertos, a ponto de desmaiar. O sangue continuava a escorrer, e o pano estava agora vermelho por completo.

- Nós precisamos parar esse sangramento. Ele vai acabar tendo uma hemorragia! – Leona era enfática em suas palavras. Ela segurava com firmeza o pano no pescoço de Bastion, que fechou os olhos.

- Eu já volto. – D. disse aquela frase entrando na porta a sua direita. Ela tinha de ser rápida ou Bastion morreria.

 

-

 

Tidus já não andava mais de mãos dadas com Ky. Ele seguia ao lado de Vantia, que mirava sua arma para o escuro. Não conseguiam ver quase nada. Eles haviam entrado pela porta por onde os Cerberus haviam saído.

- Hei, acho que estamos... – Vantia foi interrompida por uma aranha que havia caído em seu ombro. A mulher deu um gritinho abafado e com nojo retirou o aracnídeo de seu corpo.

- Na sessão 002, imaginei... – Ky disse.

- Olhe, tem algo ali no teto! – Tidus apontou seu dedo para uma figura que se movia rapidamente pelo teto. Eles só conseguiam ver sua silhueta. Ele parecia ser... Uma aranha...

- Um Licker... – A mulher tapou sua boca para não gritar. A criatura aproximou-se da luz e colocou sua enorme língua para fora. A mulher lentamente deu alguns passos para trás e cochichou para Ky: - Eles são cegos. Se não fizermos barulho, não nos perceberão.

O rapaz confirmou com a cabeça e deu alguns passos em direção a criatura. Ele estava ao lado da lâmpada, bloqueando ainda mais a fraca luz proveniente dela. Ky suspirou e começou a atirar no Licker. Alguns disparos depois a criatura caiu do teto, aparentemente morta.

- Ele não deve ser o único por aqui. Temos que encontrar logo a sessão 003 e posteriormente o helicóptero... – Vantia disse. Eles ainda teriam de explorar a sala de arquivos e era lá que Ky saberia a verdade sobre seu pai...

 

-

 

D. andava com o isqueiro em uma mão e a espingarda em outra. Era difícil manusear os dois objetos ao mesmo tempo, mas era necessário. Ela tinha de encontrar um kit de primeiros socorros para Bastion. Não sabia para onde estava indo, mas queria acreditar que estava perto de alguma ajuda.

- Bom, pelo que li na porta, essa deve ser a sessão das aves... – A mulher murmurou consigo mesma. Tinha medo do que encontraria. Do que estava por vir. Não sabia ao certo o que acontecia com animais mutados pelo T-Vírus. Na verdade, nem sabia direito o que diabos era o T-Vírus. Só sabia que ele transformava as pessoas em zumbis.

- Então, deve transformar os animais em... – D. foi surpreendida por um pássaro gigante que voou em sua direção.

 

-

 

- Fique comigo, Bastion! Bastion abra os olhos! Abra os olhos! – Leona gritava desesperadamente, enquanto dava tapas na cara do rapaz. Sabia que ele estava morrendo e que ela não podia fazer nada. Se ao menos Ky estivesse ali... Ele saberia o que fazer. Se D. não voltasse logo, elas perderiam Bastion.

 

-

 

- Mais cães! – Vantia gritou. Ela mirou em um dos cachorros e atirou. Quatro tiros foram suficientes para que o cão caísse morto. Outros cães continuavam a se aproximar, todos vindos da escuridão.

- Tidus, fique atrás de mim! – Ky disse. O garoto empurrou o rapaz e ficou ao seu lado. Com esforço conseguiu erguer sua arma. Mirou em um dos cães e atirou. O animal rosnou e investiu contra o garoto.

- Fique atrás do Ky! – Vantia atirou no cão antes que ele atacasse o menino. O animal caiu alguns metros adiante. Seu sangue espalhou-se pela parede.

Alguns tiros da arma de Vantia foram suficientes para matar mais dois Cerberus. Enquanto a mulher recarregava sua arma, Ky deu conta do restante dos animais.

- Minha munição acabou. – O rapaz jogou sua arma no chão. Não conseguiu ver um cão que se aproximou dele. O animal pulou contra Ky, tentando mordê-lo. O rapaz gritou: - Atira mãe, atira!

- Se eu atirar posso acabar acertando você! – A mulher estava desesperada. Seguiu para perto do filho e mirou no cão, encostando o metal frio da arma em suas costas. Mas o rapaz foi mais rápido. Segurou fortemente a cabeça do cão e quebrou seu pescoço.

Tidus abaixou sua arma. Ele estava pronto para atirar no Cerberus. Deu graças por não ter feito aquilo. O tiro teria acertado em cheio o pescoço de Ky.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Resident Evil: A Cidade Maldita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.