Resident Evil: A Cidade Maldita escrita por Lerd


Capítulo 14
Capítulo XIII – Irresponsabilidade




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  “Ky e Leona estavam passando pela recepção do hospital quando a garota desmaiou. “Ela deve estar muito fraca. Tenho que encontrar algo para alimentá-la.“, o garoto pensou. Começou, em vão, procurar algo que servisse como comida. Pelo jeito eles não sairiam do hospital tão cedo...”

 

Ky caminhou em direção a cozinha do hospital, com o rifle em mãos. Leona estava segura, a porta que dava acesso à saída estava trancada e não havia sinais de zumbis onde ele estava. O garoto continuou andando pelo corredor até chegar à porta que dava acesso a cozinha. Ky abriu-a e levou um susto: havia cinco ou seis criaturas lá dentro.

- Mas que... Merda!

O garoto mirou o rifle na direção da primeira e atirou. Ela cambaleou, mas não caiu. “Tenho que atirar na cabeça”, pensou. Mirou na cabeça do zumbi e atirou. Outros seguiam em direção a Ky, pisoteando o que estava caído. O garoto atirou na cabeça do segundo e terceiro que caíram com uma só bala. Cada criatura derrubada ficava com um buraco na cabeça. Atirou no quarto e quinto zumbis e a munição acabou. “Novamente eu esqueci o armamento! As munições ficaram na bolsa da Leona!”.

- A faca tio, pega a faca! – Ky ouviu uma voz infantil gritar para ele. Olhou imediatamente para o lado e viu a tal faca. Quando a criatura estava perto o suficiente, o garoto deu uma facada em sua testa. O zumbi cambaleou e caiu. Ky continuou a esfaqueá-lo no rosto. Ao terminar estava coberto de sangue.

- Maldito! – Gritou, jogando a faca para o lado.

- Acabou com eles, tio? – Ky olhou para o lado a procura da voz infantil que havia lhe dado a dica da faca.

- Onde você está? – O rapaz perguntou confuso. A cozinha estava muito escura e como ele estava apoiado no balcão que ficava em frente à porta de entrada, não podia ver muita coisa.

De repente pôde ver a silhueta de uma criança se aproximando. O menino ficou em frente a Ky, estendeu-lhe a mão e disse:

- Meu nome é Tidus. Muito prazer em conhecê-lo!

Ky, perplexo, retribuiu o gesto. Ainda gaguejando falou:

- Eu sou Kedar. Ky, na verdade. – Disse isso reparando no pequeno garotinho a sua frente. Ele tinha os cabelos castanhos, como os de Kedar. Possuía os olhos negros e a pele ligeiramente escura. Usava um macacão todo sujo e rasgado, com uma camiseta listrada por baixo. Tinha uma boina marrom em sua cabeça.

- Como veio parar aqui, tio? – O garotinho tinha os olhos vivos e brilhantes. Não aparentava ter mais de dez anos.

- Estou procurando comida para uma amiga minha. – Ky agachou-se para ficar na altura de Tidus. Ele ainda estava tentando entender como aquele garoto havia ido parar ali.

- Bom, tem bastante comida na geladeira. Na verdade não muita porque eu já comi bastante coisa.

Então ele estava ali há bastante tempo! Enquanto observava o garoto correr em direção a geladeira e abrir a porta desta, perguntou:

- Onde estão seus pais?

- Bom, eu não tenho pais. – Tidus respondeu colocando algumas laranjas em cima da mesa. Ele havia subido em cima do corpo de um dos zumbis para alcançar a porta da geladeira.

- Como assim não tem pais? – Ky perguntou, ajudando o garotinho a retirar uma garrafa de leite.

Tidus olhou nos olhos de Ky, sorriu e disse:

- Não tendo, ué. Becca me disse que meus pais morreram em um incêndio na fazenda em que a gente morava.

- Quem é Becca? – O garoto perguntou, erguendo Tidus para que ele pudesse pegar um pote de sorvete que estava numa parte alta da geladeira.

O menino desceu dos braços de Ky e disse:

- Minha amiga, Rebecca Chambers. Ela visita nosso orfanato de vez em quando e conta algumas histórias.

O rapaz confirmou com a cabeça, passando a mão nos cabelos do garoto, que sorriu.

- Bem, vamos levar essas coisas pra minha amiga.

O garotinho concordou com a cabeça e ajudou Ky a levar os alimentos para Leona.

 

- Então você salvou a vida do Ky? – Leona perguntou a Tidus, sorrindo. Era incrível como aquele garoto a fazia se sentir bem. Ele lembrava Dean...

- Sim. Se eu não tivesse lá, não imagino o que teria acontecido com ele... – O menino fez uma cara de espanto, enquanto descascava uma laranja. Leona devorava o pote de sorvete. Ky sentou-se ao lado dos dois. Agora ele era o responsável por aquelas duas crianças... Ele era o homem adulto. E elas eram as crianças indefesas, esperando por sua proteção.

- Então você conhece a Becca? Ela é um amor, não? Blá, blá, blá.

Ky não agüentou ouvir mais nada. Ele estava exausto. Exausto demais pra ficar acordado. Desmaiou.

 

- Acorda Ky! Acorda! – Leona dava tapas na cara do rapaz.

- Tem que jogar água na cara dele! – Tidus esbravejou furioso.

O rapaz abriu os olhos e viu a figura das duas crianças. Elas estavam discutindo, enquanto ele continuava deitado no chão, cansado.

- Alguém aí ta afim de me passar uma laranja? – Ky disse, sorrindo. Leona e Tidus riram. O garotinho correu até um dos bancos onde estavam as laranjas e trouxe duas para Ky.

- Bom, acho que isso é suficiente. Aquelas ali são minhas. – Ele apontou para uma dúzia de laranjas.

Leona e Ky riram. Aquele garotinho era realmente especial.

 

-

 

- Vamos Bastion, mais rápido! – D. gritava para o rapaz, que corria junto com ela. A mulher estava há alguns metros a frente dele.

- Não se preocupe comigo D., eu estou armado. Apenas corra.

Os dois corriam o mais que podiam. Estavam suados, cansados. Tinham que chegar logo a Umbrella e sair daquela cidade. Fugir daquele inferno.

 

-

 

- Bom, agora a gente tem que sair daqui. – Ky disse confiante.

- Vamos para onde? – Tidus perguntou.

Leona agachou-se para ficar na mesma altura do menininho:

- Nós vamos para a sede da Umbrella procurar a mamãe do Kedar para sairmos da cidade, entendeu?

O garotinho confirmou com a cabeça.

Ky entregou o rifle para Leona, pesaroso em dar uma arma para uma criança. Só com a chegada de Tidus o rapaz percebera que sua companheira era apenas uma adolescente de quinze anos! Talvez a maturidade da garota não o deixasse perceber isso.

- Por que ta dando uma arma pra ela, tio?

A frase do menino foi como um soco no estômago de Ky. Era duro ouvir aquilo. Ele estava realmente sendo irresponsável.

- Porque se eu não fizer isso, ela morre. – O rapaz foi direto com as palavras. Direto até demais. Tidus olhou espantado para a submetralhadora que estava em cima do banco e disse:

- Eu posso morrer, então?

Era claro que o garoto queria segurar uma arma em mãos. Mas Ky não permitiria. Ele era novo demais para isso. O rapaz pegou a faca ao lado das laranjas e entregou a Tidus, dizendo:

- Essa é pra você.

A cara de frustração do garoto era evidente. Ky tinha total certeza de que estava sendo de uma irresponsabilidade sem tamanho.

 

-

 

Vantia sentou-se, frustrada. O que ela podia fazer? Estava trancada naquele maldito laboratório com aqueles malditos papéis. Se ao menos Melissa encontrasse Ky... Quem sabe ela não poderia cuidar dele, como fazia na época em que era sua babá... Talvez aquela garota fosse a única pessoa, além de seus filhos, em quem Vantia confiava.


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