Já se passaram duas semanas desde que Sarah começou a estudar em Hogwarts. Apesar de sentir muita saudade de casa e de seus amigos, Sarah estava aprendendo a ser feliz lá dentro. A presença de Draco a ajudava a manter-se forte e a amizade que cultivara com Hermione também lhe fazia muito bem, as duas tornaram-se companheiras de estudo e confiavam muito uma na outra. Sarah sabia que muitos colegas riam dela pelas costas, devido a suas roupas largas, rosto pálido e sempre com olheiras por passar muitas madrugadas chorando na sala comunal da Sonserina.

Mesmo com os pedidos de Draco, Pansy Parkinson não facilitava a vida de Sarah em Hogwarts, sempre pregava peças, escondia seus pertences e fazia muitas piadas de mau gosto a respeito de Sarah, a garota sentia muito ciúme de Sarah devido ao fato que Draco a protegia e mimava o tempo todo. Sarah também era protegida por Blásio Zabini, que demonstrava um interesse pela garota que Draco não gostava nem um pouco.

Apesar de ser amiga de Hermione, Sarah mantinha distância de Harry Potter, ele era a pessoa a quem Sarah mais detestava no mundo. Acreditava que Sirius morreu por imprudência de Harry, que se o garoto não tivesse ido ao Ministério da Magia achando que Sirius estava em perigo, se antes tivesse avisado Dumbledore ou qualquer membro da Ordem, seu pai estaria vivo. Sarah acreditava que Harry era um garoto boçal e metido, que fora embriagado pela fama e sentia a necessidade de provar a todos que era um herói, seja qual for a situação.

Aquela era uma típica manhã de sexta feira, Sarah e Hermione estudavam na biblioteca antes do café da manhã. Sarah sempre saia mais cedo do dormitório pois queria evitar comentários de Pansy a respeito de seu corpo (Sarah tem uma cicatriz na altura da costela, resultado de um acidente), por isso, a ideia de Hermione quanto a estudar antes do café veio a calhar.

— Você vai acabar decorando esse livro, Sarah! – comentou Hermione enquanto Sarah estudava Defesa Contra as Artes das Trevas compulsivamente.

— Mesmo que decore, não vai ser o necessário para o Snape. – respondeu Sarah. – Aquele homem adora me fazer as perguntas mais difíceis, ele realmente me odeia.

— Não consigo imaginar o motivo – disse Hermione

— Nem eu – bufou Sarah. ‘’Na verdade eu sei, ele odiava meu pai por todas as piadinhas, humilhações e quase matá-lo na casa dos gritos quando eram jovens’’, pensou Sarah sozinha.

— Oi! Ahn... o café da manhã já esta servido, Mione – disse Harry apoiado em uma prateleira de livros perto de onde as garotas estavam. – Bom dia, Sarah. – disse Harry esperando mais uma resposta ríspida de Sarah.

— Potter – rosnou Sarah sem tirar os olhos do livro.

— Bom, acho melhor irmos, Sarah. – disse Hermione guardando seus livros.

Os três jovens caminhavam em silêncio saindo da biblioteca até que Madame Pomfrey, que estava conversando com Madame Prince avistou Sarah.

— Não acredito! Finalmente consegui ver minha pequena de perto! – disse a enfermeira andando até os garotos e abraçando Sarah. – Sarah Lílian Morgan!

— Madame Pomfrey! – disse a garota sorrindo, fazendo Harry e Hermione se espantarem, pois Sarah nunca sorria. – Queria muito ter ido à enfermaria conversar com a senhora, mas sempre que chego perto vejo que esta ocupada e não quero atrapalhar.

— Você nunca me atrapalharia, querida! Amanhã é sábado, vá até minha sala para tomarmos café da manhã, sim? – disse empolgada. – Sinto muito por seus pais, querida. Oh, como você cresceu! Nem parece a garotinha que caiu da vassoura que Alvo me pediu para tratar. Esta uma linda moça, mas vejo que precisa dormir melhor! Não quero você doente na minha enfermaria!

— Vou tentar. – respondeu Sarah baixinho.

— Você é igualzinha a sua mãe! – disse Pomfrey admirando a garota – Menos seus olhos, você tem os olhos do seu pai. – disse Pomfreu fazendo Sarah corar. – Agora vá tomar café, já esta muito magrinha! Boa aula, crianças!

Os três garotos caminharam em silêncio até o Salão Principal e separaram-se quando Sarah foi para a mesa da Sonserina e sentou-se perto de Blásio.

— Estranho, hein! – comentou Harry.

— O comentário sobre Sarah ter os olhos do pai? – perguntou Hermione. – Ou o nome do meio dela ser Lílian?

— Os dois. – respondeu Harry pensativo. – Essa garota me intriga! O que acha que é? – perguntou Harry.

— Não sei. – respondeu Hermione, apesar de desconfiar o motivo de Sarah parecer tão familiar a eles. – Não sei mesmo, Harry.

— O que a sabe-tudo de Hogwarts não sabe? – perguntou Rony em tom de piada enquanto sentava-se ao lado dos amigos. – Se Hermione não sabe é melhor desistir, Harry!

— Cala a boca, Ronald! – bufou a garota, enquanto chegava o Correio Coruja e os alunos pegavam seus jornais, cartas e encomendas.

— Ainda não trocou seu livro de Poções, Harry? – disse Hermione vendo que o amigo não tinha recebido nada além de seu Profeta Diário. – Largue desse livro velho, coisas ruins aconteceram a última vez que você não desgrudava de um livro velho, Harry!

— É só um livro, Hermione! – respondeu Harry irritado. – E além do mais...

— AAAAAAAAAAAH! – gritou Lilá Brown perto deles, interrompendo a conversa.

— O que foi, Brown? – perguntou Gina impaciente. – Lançaram uma nova poção cosmética? – perguntou a garota irônica.

— Não, Weasley! – respondeu Lilá revirando os olhos. – Bem, quando a Morgan entrou em Hogwarts eu achei a situação curiosa afinal, nunca entram alunos transferidos aqui. Quando soube que ela veio da New York Wizzard School, tive a ideia de mandar uma carta para meu primo Nathaniel que estuda lá, pois ele poderia conhecel-a. E eu estava certa, ele a conhece e me respondeu!

— Leia a carta de uma vez, Lilá! – disse Parvati Patil curiosa.

— Ok! ‘’Ham ham’’ – tossiu Lilá limpando  a garganta.

‘’ Querida Lilá, tudo bem?

Uau! Sarah em Hogwarts! Não imaginei que isso pudesse acontecer, quando vi que ela não estava na escola quando o ano letivo começou, achei que estaria em algum lugar do mundo tirando férias para espairecer depois da morte dos seus pais, ela parecia devastada no funeral da mãe dela.

Ela já dominou a escola? Quando Sarah estudava aqui, ela comandava a coisa toda! Quantos garotos já estão apaixonados por ela? Aqui, todos os garotos (ao menos os héteros hahaha) morriam para serem namorados dela, até eu já fui apaixonado por Sarah, mas ela acabou me apresentando minha namorada Cordélia e somos muito felizes.

Sarah e eu éramos grandes amigos, junto com Regina, Mary, Cordélia, Charles e Daniel, que era namorado de Sarah até um tempo. Íamos para as melhores festas, fazíamos verdadeiras loucuras! Sarah é muito rica, sua família é dona de uma das maiores companhias aéreas do mundo trouxa. A mãe de Sarah, Rachel e também a própria Sarah trabalhavam como modelos aqui em NY, Rachel era uma mulher incrível, fiquei muito triste quando ela faleceu. Já o pai de Sarah, nunca ouvimos falar, mas quando ele faleceu ela ficou devastada, tadinha!

Espero que ela esteja feliz em Hogwarts, aproveitem bem ela pois ela faz muita falta aqui!

Diga a Sarah que mandei um abraço!

Beijos,

Nate

PS: mando fotos de Sarah e Rachel em uma revista trouxa e do nosso grupo de amigos em uma festa!’’

Todos avançaram nas fotos, curiosos para ver Sarah como uma modelo. A foto era do rosto Sarah e Rachel, que eram praticamente iguais, tirando o fato de que Rachel era mais velha e com olhos castanhos, enquanto Sarah tinha grandes olhos azuis. A foto de grupo era de jovens dançando e se divertindo em uma boate onde Sarah aparecia com um vestido curto e justo, onde podia-se ver seu corpo definido e delicado, segurando um copo de bebida e abraçada com um garoto muito bonito de olhos e cabelos castanhos.

— Quem diria! Uma Morgan sem olheiras e roupas largas! – exclamou Simas.

— Por Merlin! Ela é linda! – Disse Dino Thomas.

— Cala a boca, Dino! – retrucou Gina com ciúmes do namorado.

Ao ver a aglomeração e todos falando seu nome, Sarah levantou-se e saiu correndo do Salão Principal, com vergonha que descobriram seu passado. Sarah não queria chamar a atenção, só queria terminar o ano letivo em paz. Enquanto andava até a sala do Snape para esperar o horário da aula, sentiu algo a puxando para o chão, a fazendo cair e derrubar sua mochila e todos seus livros pelo corredor.

Sarah caiu batendo com o quadril no chão e ralando seu joelho, rasgando sua meia calça preta e grossa que estava usando. A dor era tão grande que demorou para ouvir as risadas atrás dela. Risadas essas que eram de Pansy Parkinson e suas amigas.

— Perdeu o equilíbrio, Morgan? – Disse Pansy exibindo a varinha, mostrando que Sarah caiu por causa de um feitiço que fizera.

— Me deixe em paz, sua magricela infeliz! – Retrucou Sarah e depois saiu correndo até a sala do professor Snape.

Quando Sarah entrou na sala com seu uniforme sujo e meia rasgada exibindo o joelho sangrando pela queda, antes de fazer qualquer feitiço para voltar ao normal, se deparou com Malfoy sentado na última mesa chorando.

— O que foi que houve contigo, S.? – perguntou Draco preocupado enquanto levantava e ajudava Sarah a andar, pois a garota mancava. – Foi a Pansy, não foi?

— Eu que caí, sou desastrada. – respondeu Sarah sentando-se e fazemdo movimentos com a varinha para curar seus machucados. – Estou preocupada com você, D. Por que esta chorando?

— Papai foi preso. – respondeu ele baixinho e sentando-se novamente. Draco colocou as mãos no rosto e chorava baixinho. – Mamãe acabou de me mandar uma carta. – disse mostrando a carta para Sarah.

— Vai dar tudo certo, D. – disse Sarah abraçando o primo. – Eu tenho certeza. E nunca esqueça: eu sempre estarei com você.

— Eu te amo, S. – disse Draco nos braços de Sarah.

— Também te amo, D. – respondeu a garota.

A aula de Snape foi como todas as outras, o professor sempre fazendo as perguntas mais difíceis diretamente para Sarah, que as respondia corretamente fazendo com que Snape bufasse de raiva.

Como era sexta feira, os alunos da Sonserina ficaram mais tempo na Sala Comunal depois do jantar, menos Sarah que foi dormir mais cedo pois não aguentava mais os comentários sobre a carta de Nate que Lilá fez questão de mostrar para a escola inteira.

Antes de dormir, como estava sozinha no quarto, Sarah aproveitou para pegar o relicário onde tinham fotos de Sirius e Sarah, em cada lado da jóia. Sarah usava o relicário por baixo das roupas todos os dias, mas aquela noite ela quis olhar para as fotos antes de dormir. Sarah fechou o relicário, segurou forte em sua mão e pediu forças para os pais, aonde eles estiverem que eles a ajudem a passar por aquela situação.

Devido ao cansaço, stress e dor que sentia, Sarah adormeceu com o relicário em suas mãos. Quando Pansy chegou no quarto, percebeu que Sarah tinha o relicário em suas mãos, que estavam abertas devido ao sono.

Curiosa, Pansy abriu o relicário e viu as fotos de Rachel e Sirius dentro da jóia. Pansy sorriu, não falou as amigas o que tinha visto. Apenas colocou o relicário delicadamente nas mãos de Sarah e foi dormir.

Naquela noite, Pansy bolara um plano.