Vizinhos escrita por gh0st


Capítulo 2
O estranho.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou um pouco comprido, espero que aproveitem. 
Enjoy.



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Quando terminei de subir a incrível escada de mármore, me deparei com um corredor com cerca de quatro portas. Andei até a primeira porta e a abri. Sala de TV. Andei até a segunda porta. Quarto. Não devia ser o meu, pois era muito branco e tinha uma enorme cama de casal no meio, com dois abajures nos criado-mudos. Andei até a terceira porta. Escritório. Andei até a quarta e última porta, que, com certeza era meu quarto. Respirei fundo e abri. Era incrível. Se eu me deslumbrei com o primeiro andar, com minha suíte eu fiquei deslumbrada E MEIO. Havia uma cama de casal no meio do cômodo com um cobertor listrado com diversas cores alegres. Das quatro paredes, apenas uma delas tinha cor. A única parede colorida tinha a cor de azul céu. Os objetos eram coloridos, alguns Pink, outros verdes, outros amarelos, alguns laranjas, enfim. Notei que havia mais duas portas dentro do lugar e me aproximei de uma delas. Era um banheiro incrível, branco, com uma bancada de mármore e uma banheira. Após ver meu banheiro, me aproximei da segunda porta e quase caí de costa quando percebi do que se tratava: um closet enorme! Sim! Um daqueles que todas sonham em ter.

Saí do closet e vi uma varandinha que dava para a casa ao lado. Deslizei a porta de vidro e fiquei de pé na varanda. Não sei quanto tempo fiquei lá, apenas analisando meu novo lugar e sentindo o vento no rosto. Eu não podia acreditar que meus pais tivessem feito aquilo por mim, meu novo quarto era melhor que todos os que eu já tivera. Fiquei ali mais um momento, quando decidi ir agradecer aos meus pais. Sai correndo do quarto, desci a escada de dois em dois degraus e corri pela casa, em direção ao jardim da frente e pulei nos braços de minha mãe.
- RENÉE, OBRIGADA PELO QUARTO, É LINDO, LINDO E LINDO! – eu praticamente gritei.
- MAMÃE! Isabella, quantas vezes vou ter que te corrigir? Me chame de MÃE, e não de Renée?!
- MAMÃE! – eu disse e revirei os olhos – Obrigada mesmo, você não podia ter me feito um quarto melhor.
- Imagina meu amor, você merece. Agora, vá tomar banho porque amanhã você tem escola. – (N/A: detalhe - eles chegaram na casa nova umas 21 horas)
- Tudo bem. – sai de seus braços e fui até meu quarto. 
Revirei a caixa que, a esta altura, Charlie já tinha levado para meu quarto, procurando pelo pijama. Assim que o encontrei, peguei as roupas intimas, minha toalha e fui até o banheiro. Liguei a torneira de água e deixei a banheira enchendo enquanto me despia. Entrei na banheira quente e fiquei um bom tempo no banho, relaxando.

 

# No dia seguinte #

Acordei com um despertador que, Deus sabe quem, colocou no meu criado mudo. Encarei o relógio, 6:00. Levantei da cama e fui caçar uma roupa para colocar. Pra minha sorte, a BHS (Become High School) não tinha uniforme. Peguei uma calça jeans, uma camiseta qualquer, um all star e um moletom Pink. Depois fui ao banheiro, tomei um banho rápido e me vesti. Ao olhar no espelho, quase tive um ataque cardíaco 
quando me deparei com um zumbi. Alguns segundos depois que eu caí na real e percebi que era apenas o meu reflexo (meu cérebro não funciona muito bem de manhã). Dei um jeito na juba, peguei a mochila que misteriosamente apareceu em cima de minha escrivaninha. Fui até a cozinha, todos já estavam acordados, tomando café.

- Bom dia! – eu disse enquanto largava a mochila no chão e me sentava pra comer. 
- Bom dia, Bella. – meus pais disseram juntos, como se fossem robôs. Preparei minha torrada com geléia e tomei um copo de leite. Subi para escovar os dentes e quando estava indo pegar meu carro minha mãe me chamou e entregou-me um papel

O clima em Forks estava agradável. Não chovia, mas estava nublado e tinha um ventinho gelado. Coloquei a chave no painel, liguei o rádio e arranquei. Segundo o “endereço” (que mais parecia um GPS falando para onde eu devia ir) dizia que eu tinha que andar cem metros e depois fazer uma curva pra direita, outra pra esquerda e depois seguir reto novamente. Obedeci. Aquele papel que minha mãe tinha feito para mim tinha sido bastante útil. Depois de seguir todas as instruções encontrei um lugar que se parecia com uma escola do ensino médio. Olhei a plaquinha que estava na entrada: 
“Become High School”, dizia. Virei e entrei no lugar, no estacionamento, nenhum carro chamativo, exceto um Jipe enorme, uma BMW vermelha e um Volvo C30 prata. Encontrei uma vaga perto da entrada e estacionei. Peguei minha mochila e olhei o mapa da escola, tentando memorizá-lo. Fui até o prédio da administração. Quando entrei uma mulher de cabelos grisalhos, gorducha e com óculos na ponta do nariz sorriu pra mim.

- Bom dia, em que posso ajudar, querida?

- Bom dia. Er, meu nome é Isabella Swan e eu queria.. – ela me interrompeu.

- Sua carga horária e o número do armário. – ela sorriu novamente, virou se e começou a mexer em alguns papéis. Depois de um tempo ela se virou e me entregou um papel. – Aqui está, sua carga horária e o número de seu armário é 101. Aqui está a senha. Tenha uma boa aula. 

- Obrigada, senhora... – eu disse, procurando um crachá ou qualquer outra coisa que diria o nome da mulher gentil que me atendeu.

- Gilbert. 

- Obrigada senhora Gilbert. – me virei e olhei o papel. Minha primeira aula: biologia, sala 754, professor Klein. Andei um pouco e consegui encontrar a sala certa, entrei e sentei-me em uma carteira que ficava no fundo da sala, era a única vazia. O professor não ainda não estava ali. 

- Isabella Swan, certo? – vi um menino de olhos claros e cabelos loiros se aproximar.

- Só Bella. – eu disse. Odeio que me chamem de Isabella.
- Ah, desculpe. Novata, hein? O que está achando de Forks?
- Ainda não sei, cheguei ontem. 
- Hm, meu nome é Mike Newton. – ele disse estendendo a mão para me cumprimentar.
- O meu nome você já sabe, - eu disse, apertando sua mão e sentindo as bochechas arderem – todos já devem saber, ser aluna nova é um saco – revirei os olhos.
- Eu sei, é mesmo muito estranho. Vem aqui, vou te apresentar pra galera. – ele me puxou pela mão, e tudo o que eu queria era parar de chamar atenção. – Galera, essa aqui é Is.. Bella Swan. Ela é novata, veio de.. Da onde você veio mesmo?
- Na verdade, vim da minha mãe. Mas de cidade mesmo eu vim de Seattle – disse, enquanto vi todos rirem com minha piadinha.
- Gostei de você, Bella! – Mike disse.
- Olá, meu nome é Ângela Weber, prazer. – apertei sua mão.
- Eu sou Jéssica. Mas pode me chamar de Jess, todos chamam. – assenti com a cabeça.
- E eu sou Eric. La push, baby. La push. – não entendi o porque do “La push, baby. La push.” mas ele me parece legal.
- Só ignore o “La push, baby. La push”, ele fala isso o tempo todo. – disse Ângela, revirando os olhos.
- Tudo bem. – eu disse e me virei para olhar o resto do povo. Todos pareciam comuns, menos um cara enorme e musculoso e uma garota pequenina, de cabelos arrepiados, que parecia que ia quebrar a qualquer momento. – Quem é o halterofilista e a formiguinha? – eu disse, em um tom de brincadeira. E novamente, todos riram.

- O “halterofilista” é Emmett Cullen e a “formiguinha” é Alice Cullen. Emmett tem cara de mau, mas não acho que tenha inteligência o suficiente nem pra abrir uma latinha de Coca-Cola. – Jess disse enquanto ria, e depois continuou – Já Alice, bem, ela anda dançando por ai, está sempre com um sorriso estampado no rosto, deve ver o mundo cor de rosa – terminou. 
- Espere, os dois são “Cullens”? São irmãos? 
- Na verdade, eles são adotados. Ao todo, na família Cullen, são sete. Carlisle e Esme são tipo os pais. Depois tem Emmett e Rosalie, Jasper e Alice e Edward. (N/A: pequeno spoiler de Crepúsculo) Na verdade, eles são todos juntos. Juntos mesmo. Carlisle é um homem casamenteiro. Emmett é noivo de Rosalie, Jasper de Alice e Edward está solteiro. Mas nem tente nada, parece que nós não somos boas o suficiente para ele. – Uau, essa eu não esperava. O que consegui dizer foi:
- Wow. 
- Wow mesmo. – Mike disse, e depois riu. O sinal tocou e todos foram se sentar enquanto Sr. Klein entrava na sala. 
- Bom dia, alunos. – ele disse.
- Bom dia, Sr. Klein. – todos disseram juntos. Eu hein? Então vi os olhos do professor pousarem em mim e já esperei pelas apresentações.
- E você deve ser.. – ele disse enquanto olhava por debaixo dos óculos alguma coisa em um papel – Isabella Swan. Aluna nova. Bem vinda
- Sim. Obrigada. – eu disse, quando senti os olhares de todos se virarem para mim, corei. Droga, Bella! Pare de corar! Amaldiçoei até os últimos genes que me fizeram ter essa facilidade em corar. 
- Srta. Swan? – senhor Klein chamou.
- Sim, Sr. Klein?
- Já tem os livros?
- Er, ahn.. não? – o que era pra sair uma afirmação, saiu mais como uma pergunta. 
- Hm, então pode ir até a biblioteca pegar os livros, Biologia 3. – agradeci, peguei a mochila e fui.
Enquanto andava pelos corredores da escola, segurava o mapa em minhas mãos e olhava apenas para ele. Depois de andar alguns metros, senti algo se chocando contra meu corpo, e com a força, cai para trás, jogando o mapa longe. Deitei de lado enquanto gemia de dor.
- Ai, minha cabeça. – murmurei.
- Está tudo bem? – uma voz perguntou. Qual a parte do “ai minha cabeça” a voz não entendeu? 
- Não. – gemi.
- Segure minha mão. – com uma mão eu segurava o lugar da cabeça que doía, a outra eu levantei, esperando que alguém a segurasse. Senti uma mão quente e macia tocando a minha e depois senti que não estava mais no chão. Ainda de olhos fechados, passei a mão pela cabeça, onde doía e levei ao nariz. Sangue. Droga! – Você está sangrando, vamos pra enfermaria. 
- NÃO! – praticamente gritei essa palavra – não, não precisa. – eu disse, e abri os olhos pela primeira vez desde a colisão. O que encontrei quando abri os olhos, era algo que nunca esperei ver na vida. Um homem de cabelos cor de um misterioso bronze, maças do rosto delineadas, pele cor de mármore, lábios cheios, nariz de modelo e olhos de um verde musgo profundo, cobertos por uma camada grossa de cílios longos e bonitos. 
- Você está sangrando, tem que fazer um curativo nisso! – ele disse, um tanto mandão. 
- Tá. Tudo bem. Vamos. – eu disse – ESPERA! – voltei e fui pegar o mapa e a mochila que eu havia mandado para longe por causa do tombo – Vamos. - Eu disse, andando na frente. Não queria nada com ele, pois eu sei da facilidade que tenho de me mudar, e não queria sofrer depois. Ele também não parecia afim de fazer algo além de me fazer parar de sangrar. 
O caminho até a enfermaria foi silencioso. Um silêncio pesado que ardia atrás de minha cabeça. Consegue acreditar que o estranho não tinha sofrido nenhum arranhão? Eu sou mesmo muito lerda! Assim que chegamos ele não me deu tempo pra falar. 
- Oi, er, a... Qual seu nome mesmo?
- Bella. 
- A Bella caiu e cortou a cabeça, pode fazer um curativo? 
- Eu sei falar, ta?
- Claro. – o estranho falou. A enfermeira olhou pra mim, depois pra ele, e voltou a olhar pra mim.

- Vamos ver como está essa cabeça, venha cá. – ela disse. – Nossa, está sangrando bastante, o que você fez? Bateu a cabeça no armário? Porque vivem fazendo isso por aqui. - não pude deixar de rir com o comentário.
- Não, na verdade, eu estava indo para a biblioteca e trombei com o.. o.. Com ele! Caí de costas e bati a cabeça. Eu sou assim, não tem uma superfície lisa que eu não consiga encontrar algo para tropeçar. 
- Interessante. – ela disse.
- Bem eu vou indo, tecnicamente falando, estou cabulando aula, o que não é nada bom. Tchau, enfermeira. – virou se para mim e completou – Tchau. 
Aquele cara sofre de sérios problemas, como é que uma hora ele é tão gentil e em outra ele é completamente.. Estranho? É isso. Já que ele não se apresentou, vou chamá-lo de estranho. Por enquanto. Pretendo não falar mais com ele, foi um acidente e essa mudança de humor repentina me assusta. 
- Ai. – gemi enquanto ela dava alguns pontos falsos no local. Quando acabou disse que eu podia ficar, ou ir embora. Escolhi ficar, ainda tinha aula e não queria começar perdendo matéria. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Review. Não gostaram? Criticas construtivas. 
Só pra deixar vocês com gostinho de quero mais, só vou postar o próximo capítulo amanhã. Se eu receber bastante reviews, quem sabe eu não posto hoje mesmo? 
Beijos, Natha.



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