Quatro semanas mais tarde:

BPOV

O Sr. Edward e Elizabeth voltaram para Napa, uma vez que o médico deu alta para ele, e Edward e eu voltamos a ficar sozinhos. Passamos um tempo de qualidade com Ângela e Ben, brincando com seu adorável bebê. Uma semana depois que os pais de Edward retornaram, eu fui às compras com Alice, e quando voltei, parecia que eu tinha corrido uma maratona inteira, dei um longo suspiro de alivio quando tirei os sapatos e me joguei no sofá, deixando minhas sacolas no chão. Edward entrou pela porta da frente, sorrindo para minha forma cansada jogada. Ele tinha nos seguido mais uma vez, e eu fiquei mais uma vez impressionada com suas habilidades de vigilância.

Eu sorri bobamente quando ele se sentou ao meu lado e beijou carinhosamente minha testa, entrelaçando nossa mão uma na outra. Tínhamos ido a mais dois encontros quando finalmente demos o próximo passo em nosso relacionamento, se é que me entendem (N/A: Sim bellinha, nós entendemos e morremos de ciúmes também) e eu não poderia está mais feliz.

Liguei a TV e procurei algo para assistir. Resolvi deixar em um canal que passava um filme que há tempos não assistia ‘Cara, cadê meu carro?’ e Edward me olhou incrédulo. “Sério que você vai assistir isso?” disse levantando uma sobrancelha para mim.

“Ei, é um filme engraçado. Parvos, mas engraçado”, eu disse.

Ele sorriu para mim com indulgência, e voltou a assistir o filme. No final, ele estava segurando o estômago e rindo mais do que eu, então eu assumi que ele realmente tinha gostado do filme. Passamos um tempo brincando ainda, sobre a falta de ‘experiência em filmes’ e decidimos que em breve iriamos alugar todos os meus filmes favoritos e fazer uma maratona, mas no momento eu precisava fazer algum progresso em minhas pinturas, já que todos queriam ver minhas ‘habilidades artísticas’ como Emmett falava.

Eu fui até o sótão, que tinha se transformado no meu estúdio. Eu nem sabia que existia um sótão, até que Edward o esvaziou, deixando somente algumas caixas dos inquilinos anteriores. Agora eu tinha organizado lá meu cavalete, telas, tintas e pinceis. Edward era proibido de entrar ai, já que eu não queria nenhuma distração, e ele era uma grande distração, a minha maior distração na realidade.

Dirigir-me para o meu recém-criado estúdio, amarrando o meu cabelo em um coque frouxo. Eu olhei para a tela em branco por vários minutos e, finalmente peguei minha paleta e espremi varias cores, fazendo um teste padrão abstrato aleatório. Eu não notei o tempo passando, tudo que eu notava no momento eram os traços de tinta, resultado de meus pensamentos e emoções tumultuadas. Ouvi passos subindo as escadas, mas não me importei em parar para ver quem era, até que ouvi a voz de Edward. “Bella! Venha, eu fiz o nosso almoço”.

Sua voz aveludada me tirou do mar de emoções que estava sentindo no momento. Assim que Edward me viu, seus olhos dançaram com alegria e ele veio até mim, deslizando os braços pela minha cintura. “Você realmente é um espetáculo de visão, querida.” Disse ele.

“Eu tenho certeza que no momento eu sou”, eu disse deslizando de seus braços habilmente e indo ao banheiro para me limpar. Engoli em seco quando me avistei no espelho. Eu tinta pelo meu cabelo, e ele estava mais bagunçado que o normal, meu nariz e bochechas também estavam marcados com varias cores de tinta. Não era de se admirar que Edward estivesse tão divertido. Minha calça jeans estava toda coberta de tinta, e eu sabia que era uma causa perdida tentar lava-la, então decidi manter aquela calça para minhas sessões de pintura.

Tomei meu banho rapidamente, esfregando o rosto com uma toalha para se livrar da tinta. Quando eu estava completamente vestida e principalmente limpa, eu fiz o meu caminho para baixo, onde Edward estava sentado na sala de estar, assistindo a um jogo de futebol, dois pratos com frango grelhado e salada na frente dele enquanto ele torcia para seu time favorito.

“Vai, vai, vai! Só mais alguns pés, Awww caramba! Como vocês perderam esse passe?”

Eu ri de seu entusiasmo, sentando-me ao lado dele e comecei a comer uma fatia deliciosa do frango. Ele realmente era um incrível cozinheiro. Às vezes eu pensava que nós poderíamos abrir o nosso próprio restaurante, no entanto excluía essa ideia rapidamente. Eu tinha uma espada pendurada na minha cabeça constantemente por conta da minha situação com Jacob. Suspirei, me perguntando quando eu seria capaz de viver uma vida normalmente, sem ex-namorados psicóticos. Edward notou minha expressão e se virou em minha direção, colocando a TV no mudo. Olhei para ele impressionada, não eram muitos homens que largavam um jogo importante do seu time, só porque sua namorada parecia perturbada.

“Estas bem?” ele perguntou, franzindo a testa. Eu balancei a cabeça, sorrindo para ele. Seu cenho franzindo se aprofundou. “Você sabe, às vezes eu realmente gostaria de poder ler seus pensamentos. Você nunca me diz o que está pensando.”

“Eu falo sim Eddie”, falei rindo, enquanto seu rosto fazia uma careta de desagrado por conta do apelido. “Agora vamos, vamos almoçar para que possamos ir à casa de Esme. É o aniversário do Adam e ela está tão animada.”

Ele balançou a cabeça rindo, mas começou a comer, para logo em seguida irmos para casa de Esme, que ficava na mesma rua que a nossa.

Ela abriu a porta com o aniversariante enrolado em seu quadril, nos abraçou e nos convidou a entrar. Coloquei nosso presente sobre a mesa e fui até Rosalie, que estava conversando com Jane e Ângela.

“Ei, meninas”, eu disse, abraçando cada uma delas. Rose e Jane pareciam radiantes como sempre, enquanto a pobre Ângela tinha círculos escuros sob os olhos e parecia que iria adormecer a qualquer segundo.

“O bebê tem te mantido acordada de noite?” eu perguntei, dando-lhe um olhar simpático.

“Sim”, ela disse, esfregando sua testa. “Ben tem que ir trabalhar na parte da manhã, mas ele ainda tenta me ajudar. Eu sinto como se o relógio interno da Rose estivesse programado para chorar quando eu consigo cair no sono profundo. É muito cansativo.”

Conversamos por mais um tempo, antes de chegar o momento de cortar o bolo. Por alguma razão não conseguia ver Rosalie em nenhum lugar, mas empurrei o pensamento da minha mente. Todos fomos para a sala de jantar, onde os meninos já estavam em pé ao redor do bolo. Era um bolo azul e branco com um carro e bolas de futebol sobre ele, tinha uma única vela acesa. Esme soprou a vela por Adam, e começou a distribuir pedaços de bolos para todos. Eu por alguma acaso tinha bolo na minha blusa e no meu braço, cortesia de Felix, e fui até o banheiro para me limpar. Eu sempre tinha meu kit de maquiagem comigo, para cobrir minhas cicatrizes. O que era uma decisão sábia, especialmente essa noite.

A parte do banheiro que tinha a pia era separada por uma porta da outra parte do mesmo. Lavei o bolo, tirando assim a maquiagem também, revelando as linhas irregulares longas e vermelhas ao longo do meu braço, as marcas já estavam começando a sumir por conta do tempo, mas ainda eram bem visíveis sem maquiagem. De repente, ouvir a porta do vaso sanitário ser aberta, revelando uma Rosalie sorridente que tinha um pequeno objeto branco em sua mão.

“Ei, Bella”, ela disse, sorrindo amplamente. A surpresa de vê-la me fez esquecer minhas cicatrizes descobertas, ela mostrou o pequeno objeto em sua mão, um teste de gravidez, que tinha um pequeno ‘+’ nele. Eu engasguei quando percebi o que aquilo significava e corri para abraça-la.

“Parabéns!” eu disse, rindo junto com ela.

“Obrigada! Eu mal posso acreditar... Eu finalmente vou ser mãe” ela pegou minha mão na dela e começamos a pular dentro do banheiro como duas crianças de três anos. Foi então que os olhos dela foram para os meus braços. Sua expressão mudou de excitação para horror absoluto, o que, em seguida se derreteu em raiva. Ela agarrou meu cotovelo e examinou minha cicatriz mais de perto. Eu tentei puxar meu braço de suas mãos, mas ela tinha um aperto poderoso. Ela disse apenas uma palavra: “Quem?”

Engoli em seco. Eu sabia que não poderia dizer-lhe a verdade. E se ele colocar sua vida em perigo também? Ela pegou minha hesitação no caminho errado, e saiu do banheiro a passos firmes para onde os outros estavam. Ela caminhou até Edward e lhe deu um soco certeiro no seu rosto.

“Não!” eu gritei, correndo até Edward, que segurava o nariz agora quebrado, manchando sua camisa branca de sangue. Sua expressão confusa e chocado quando olhou para Rosalie.

“Para o que foi aquilo?” Ele gritou, surpreendido por ela, o comportamento longe de ser normal, violento.

Rosalie me puxou com incrível força de perto do Edward, e começou a gritar com ele. “Você, seu bastardo nojento! Como você pode fazer isso com ela? Você não deveria ser autorizado nem a está perto de mulheres, muito menos casar com uma, seu cretino!”

“Rosalie, não é o que está pensando! Por favor, pare, você entendeu tudo errado. Edward não fez isso... Foi um acidente”. Eu disse, somente a ultima parte era uma mentira. Não foi um acidente. Jacob nunca teve a intenção de ‘não’ ferir-me.

Rosalie levantou meu braço e ouvi um suspiro coletivo de todos ao nosso redor ao olharem para as minhas cicatrizes. “Você é uma péssima mentira Bella. Eu sei o que causou essas cicatrizes. Eu costumava tê-las”, disse Rose seus olhos brilhando. “Você não vai ousar defende-lo. Ele não controla você. Você é uma mulher forte e independente.”

“Edward não fez isso Rose. Admito que alguém fez, mas não foi ele” eu disse, suspirando e balançando a cabeça. Ela tinha que dar-lhes uma parte da verdade, se não toda ela.

“Bella”, Edward disse baixinho, olhando para mim, seus olhos brilhando de preocupação, apesar do fato de ele ser o único que levou um soco. “Por que você não vai para casa. Eu explico tudo aqui.”

Eu balancei minha cabeça. “Está tudo bem Edward. Eu estou bem.” Respirei fundo e olhei para Rosalie, cuja expressão ainda parecia assassina. “Antes de eu conhecer Edward, eu tinha um namorado. Ele era um bom namorado, mas depois de uma tragédia em sua família, ele começou a ficar extremamente violento. Edward interveio antes que o pior acontecesse e me salvou. É isso. Fim da historia.”

Todos olharam para mim incrédulos, especialmente Rosalie. “Há mais do que isso”, concluiu.

“Não, não há” eu disse, engolindo contra o caroço crescendo em minha garganta, mesmo assim ela continuou esperando com uma sobrancelha levantada “Mas nada disso tem a ver com Edward, e me desculpe, mas eu não posso discutir isso. Sei que todos se preocupam comigo, mas há algumas coisas que são melhores quando não ditas.”

Senti os braços de Edward me envolver, ele olhou para todos na sala antes de falar “Bella disse tudo o que ela podia. Sinto muito, mas nós temos que ir para casa agora. Obrigado por tudo Esme.”

Ele pegou minha mão e começamos a caminhar em direção à porta da frente. Minhas lágrimas nublando minha visão, Rosalie correu em nossa direção.

“Sinto muito, Edward”, ela disse.

Edward acenou friamente com a cabeça. “Não se preocupe com isso.” Eu notei que ele não foi educado e nem cortes, o que me causou um pouco de desconforto.

Ela então se virou para mim, “Bella, eu sinto muito. Eu simplesmente perdi o controle lá atrás. Sinto muito que você teve que reviver as suas memorias ruins por causa de mim. Eu, eu sei o quão difícil isso pode ser,” disse ela, com lagrimas nos seus olhos azuis.

Eu a abracei apertado antes de sussurra. “Tudo bem Rose, e parabéns mais uma vez. Você precisa contar para Emmett em breve, eu tenho certeza que ele vai ficar eufórico com a notícia.” Ela assentiu com a cabeça, dando-me um sorriso aguado, saí pela porta com Edward segurando a minha mão.

Voltamos para casa em silencio e assim que chegamos me joguei em nosso sofá. “Você está também?” Perguntei quando Edward sentando-se ao meu lado. Seu nariz estava machucado, mas o sangramento havia parado.

“Eu estou bem, Bella. Já tive machucados piores, confie em mim.” Ele sorriu torto e naquele instante, mesmo com o rosto machucado e com sangue em sua camisa, ele ainda parecia ser a pessoa mais bonita existente para mim.

******

Acordei na manhã seguinte e continuei trabalhando em minha pintura, tentando canalizar toda a minha energia para Edward e o fiasco que aconteceu ontem. Ele estava no telefone desde cedo com seus superiores da sede, enquanto discutiam se deveríamos ser removidos ou não. Eu estava exausta de todo esse drama e só queria enrolar-me na cama o dia todo com Edward, comer fest food e falar coisas sem importância. Obviamente isso não ia acontecer.

“Bella!” Eu ouvi Edward gritando diretamente do sótão, me chocando e fazendo meu pincel escapar de minhas mãos e cair ruidosamente no chão. Praticamente corri para baixo, e vi Edward colocar nossas roupas furiosamente dentro de um saco preto. Ele estava com sua arma em um coldre preto ao redor de sua camisa cinza de botão, que me alertou que algo estava acontecendo, mesmo que eu não tivesse visto sua expressão.

“Edward, o que está acontecendo?” Eu perguntei, surpreendida pelo olhar furioso em seu rosto. Ele suavizou um pouco quando percebeu que eu estava assustada, mas eu poderia dizer que algo estava terrivelmente errado.

Meus olhos estavam arregalados quando Edward terminou em guardar nossas roupas: “Ele escapou.”

“o que?” Eu sabia o que ele queria dizer, eu só não queria acreditar. Minha cabeça começou a girar e minha respiração tornou-se mais e mais difícil.

“ O vira-lata do Black escapou da prisão”, disse ele, pegando minha mão e me arrastando pela casa. “Ele tinha alguns guardas em sua folha de pagamento. Um cara chamado Embry Call, um amigo dele, pagou um desses guardas para ajudar na fuga. Patético.” Ele cuspiu as palavras, com o rosto contorcido pela raiva. “O maior presidio de segurança em todo o EUA não consegue segurar um cara por mais de três meses.”

“Edward.” Minha voz era apenas um sussurro agora. “Onde ele está agora?”

“Pegaram uma fita de segurança em um posto de gasolina.” Ele disse. “Ele estava na estrada que leva para cá.”

Essa foi a ultima coisa que eu ouvi antes de a escuridão me envolver.