A Vida Secreta de Rachel escrita por L CHRIS


Capítulo 15
Gina's P


Notas iniciais do capítulo

O maior capitulo que já postei até agora. rs A todos uma boa leitura!



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Era um mundo complementa diferente do meu, no momento que pisei naquele estúdio eu sabia que não pertencia aquele lugar.

Mas aonde pertencia, afinal? Questiono.

As paredes eram em uma cor nude – sem muita vida – mas os quadros coloridos do movimento Art Pop certamente alegrara o lugar.

Fito a mulher de traços orientais e pernas longas em minha frente, tinha uma postura correta e usava um terninho na cor preta, ela parecia ter saído de uma passarela de moda, mas era apenas a secretaria de Gina.

Suspiro.

Hoje pela manhã quando liguei para Gina P eu não imaginaria que tudo aconteceria tão rápido, no telefone ela pareceu empolgada com minha ligação, seja lá o que Frankie houvesse dito, com certeza tinha funcionado.

Estou lhe aguardando, querida.

Suas palavras finais foram amigáveis, por um instante eu esquecera que ela estava dormindo com Frankie. E que provavelmente até o final dessa semana estaria sendo trocada por outra.

Frankie era uma galinha de marca maior. Pensei.

Deixei os garotos na escola como o habitual, peguei meu álbum de trabalhos na casa de mamãe – pois Allan não aceitara minha profissão – sabia que estava desatualizada e talvez minhas antigas fotos nem seriam vistas com bons olhos pela Gina P. Mas de qualquer forma, eu precisava tentar.

Aquela era a minha chance de retomar minha carreira, e mesmo que acidentalmente Frankie estava me ajudando.

– Senhorita, Rachel? – Chama a secretaria após falar ao telefone – A Madame P te aguarda. Por favor. – Anunciou se levantando para me acompanhar.

Madame P. Repito mentalmente.

Seguimos silenciosas para a sala de Gina que ficara na porta ao lado, a sala talvez houvesse informação demais – quadros, poltronas coloridas, obras abstratas, moveis antigos – porém bem conservados - e uma coleção de miniaturas de carrinho antigos. Era curioso ver aquela quantidade de informação, me fazia pensar se Gina tivesse algum senso para decoração, ou para suas lingeries.

Gina estava ao telefone.

Pediu-me um minuto em um gesto.

Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo, usava um blazer preto por cima de uma regata branca, suas pernas estavam em cima da mesa, nos pés trazia um tênis colorido – personalizado, talvez.

Engulo a seco e por um instante penso se Frankie e ela haviam... Oh droga! Obvio que sim.

– Sente-se, Rachel. Por favor.

Desliga.

Ela fica em silencio me analisando por um longo momento, sinto minhas bochechas corarem, como se seu olhar fosse de uma observação profunda.

– Pois bem – começou ela desviando o olhar enquanto abaixara os pés da mesa de vidro – Você trouxe algum trabalho? Algo que possa ver?

Pisco algumas vezes.

– Claro.

Coloco a pasta com minhas fotos em cima da mesa, Gina abre um leve sorriso e puxa para perto. Apanha seu óculos de grau ao lado da mesa e começa então analisar.

Por um momento sinto uma súbita tensão tomar conta de mim, há muito tempo não passo por isso – talvez a ultima vez fora em meu primeiro trabalho, no qual estive tão empolgada para trabalhar para uma revista importante, mas que Allan me proibiu de aceitar.

Após analisar todas as fotografias, Gina ergue o olhar.

Eu sabia que não tinha nada muito inovador ali; fotos de casamento, modelos, lugares, estranhos, momentâneas, crianças.

Gina nada diz apenas apanha o telefone e disca um numero, sem tirar os olhos de mim começa.

– Suzi, chame Francesca para mim. Diga ela para vim imediatamente, ela ficara encarregada de mostrar o estúdio para a nossa mais nova fotografa. – Gina sorri por fim.

Meu coração acelera, era quase difícil dizer se era pelo fato de conseguir aquele emprego, ou por estar prestes a me encontrar com Frankie.

Eu não sabia que Frankie trabalhara com sua namorada. Ou amiga. Agora não fazia a menor diferença. Graças a ela eu retomaria minha carreira.

– Obrigada, Gina. – Agradeço tocando suas mãos emocionadas.

Gina sorri.

– Não diga nada. Apenas faça um bom trabalha – Gina alisa a capa do meu álbum – você tem talento, me espanta você ter parado com sua carreira.

Abro um meio sorriso.

Espanta-me também. Concordo mentalmente.

Frankie adentra no escritório de Gina vinte e cinco minutos depois. Ela esta diferente do habitual, vestia uma camisa branca social, calça preta e justa em seu corpo – o que a deixara ainda mais sexy – nos pés um sapato Oxford na cor preta, seu cabelo até então sempre revolto dera lugar a um topete bem escovado que a deixo ainda mais atraente.

Sinto uma quentura no meu corpo. Suspiro desviando o olhar.

– Finalmente, Fran. – Começa Gina chamando-a carinhosamente.

– Me desculpe. Esta uma confusão no estúdio, uma das modelos... – Gina a interrompe.

– Tudo bem. Leve Rachel para conhecer o lugar, as modelos, dê-lhe a assistência necessária – Gina começa a digitar algo no celular – você tinha razão, ela é muito boa.

Frankie sorri parecendo satisfeita.

Pressiono os lábios e desvio o olhar.

– Assinaremos o contrato amanhã. E logo começaremos as fotos. Tudo que precisar fale com Suzy ou Francesca. OK?

– Sim. – Afirmo assentindo.

– Ótimo – Gina relaxa seu corpo na cadeira – agora vocês podem ir.

Levanto-me e cumprimento Gina agradecendo-a gentilmente, apanho meu álbum e começo acompanhar Frankie na direção da porta.

– Ah, Frankie. – começa Gina assim que Frankie segura na maçaneta.

Nos duas olhamos a mulher que agora nos encara com um sorriso no rosto.

– Vamos jantar hoje à noite?

A voz de Gina soou como um soco na boca do meu estomago, sinto-me enjoada naquele instante mesmo assim engulo a seco e permaneço em silencio. Algo dentro de mim desejou que Frankie recusasse o convite.

Mas não fora o que aconteceu.

– Claro. – Concordou sem muito entusiasmo.

Gina era uma das mulheres de Francesca. Concluo.

***

– Por que você fez isso? – Comecei a questiona-la assim que deixamos a sala de Gina. Cruzávamos o corredor e Frankie andava suavemente ao meu lado, sabia que ignoraria minha pergunta naquele instante então a segurei pelo braço e me certifiquei que mais ninguém estava ali.

– Por que você fez isso, Francesca? – Retornei a perguntar.

Frankie deu de ombros.

– Eu só aceitei o jantar. – Frankie me provocara com um sorriso.

– Não! – bufei – Por que falou de mim para ela? Você nunca sequer viu um trabalho meu. Nos não nos conhecemos... E mesmo assim me indicou para a sua namorada.

– Nos conhecemos o suficiente – suas palavras me fazem lembrar da noite quente que tivemos - Ela não é a minha namorada.

Aquilo me causou um alivio quase que imediato, era como se fosse exatamente isso que precisava ouvir.

Frankie respirou fundo, e naquele momento tocou meu braço de forma com que eu reagisse com um forte arrepio na espinha.

– Rachel, eu só comentei. Eu não imaginava te encontrar aquele dia. Muito menos que a viria aqui.

Os olhos de Frankie me tocam a alma, e naquele momento me torno incapaz de confronta-la.

– Tudo bem. Vamos continuar.

Disse me afastando do seu toque.

Seguimos em silencio até o andar de cima do edifício, após sair do elevador me deparei com pessoas frenéticas indo de um lado para o outro. Mulheres de lingeries de um lado para outro, maquiadores, cabeleireiros a seguiam para finalizar algum detalhe. Mulheres costuravam freneticamente em suas maquinas. Havia lingeries por todas as partes, - levando em consideração a sua decoração no escritório, Gina P tinha um excelente gosto para peças intimas, pois eram lindas - em manequins, modelos e por cima de enormes bancadas.

O lugar era espaçoso e arejado, com vidraças de vidro e uma parede de tijolos vermelhos. Não havia nada de pessoal ou que tivesse a cara de Gina – ou pelo menos que lembrasse seu escritório – ali provavelmente era aonde sua criação tomara forma.

– Você deve se sentir no paraíso. – Me arrependo logo que acabo de dizer.

Mas Frankie não parece ligar, apenas abre um sorriso e me encara.

– Aqui é a parte da confecção, aqui as modelos experimentam as peças antes de elas irem para a coleção de fato.

Concordo em silencio.

Uma mulher mulata de lábios grossas, pele aveludada e olhos marcantes de um mel quase hipnotizante, com cabelo crespo ao melhor estilo black, que deixara ainda mais belíssima, seu corpo vestia uma lingerie vermelha, tinha belas curvas, era sem duvidas uma mulher sexy.

– Olá. Você deve ser a nova fotografa. Eu sou Ally. – Me lançou um sorriso enquanto se apresentava.

Toco em sua mão sorridente. Um sorriso amigável.

As noticias ali certamente corriam, mas eu gostei de já ser reconhecida. Algo em mim estava nascendo, talvez aquela fosse a primeira vez que estava me importando única e exclusivamente comigo.

– Sim, prazer. Meu nome é Rachel.

Os olhos da mulher desviam de mim para Frankie e um sorriso toma seus lábios, ela parece dizer algo com o olhar para Frankie que disfarça desviando o olhar.

– Seja muito bem vinda, Rachel.

Abro um largo sorriso, finalmente eu começaria uma nova etapa em minha vida.

Logo a frente duas mulheres conversavam e trocavam olhares entre si. Tive uma sensação que Frankie fosse o assunto, mas o pensamento logo se desfez quando uma figura alta e barbuda surgiu em minha frente.

– Olá. Rachel, certo?

O dono da voz era um rapaz alto e elegante, seu rosto era quadrado e com barba por fazer, seus olhos eram de um azul intenso – lente de contato, talvez – ele tinha um largo sorriso nos lábios que revelara com facilidade seus dentes branquíssimos.

– Sim, sou eu. – Assenti olhando para Frankie.

– As noticias voam por aqui – explicou o rapaz tocando minha mão – eu juro que pensei que você seria mais uma amiguinha vulgar da Frankie. Mas você me parece ser tão madura. Diferente. Eu vou adorar trabalhar com você! – Finalizou ele seguindo para um outro canto do lugar.

Amiguinha vulgar? Quantas amiguinhas Frankie já devia ter levado ali? Por Cristo! Penso.

Olho para Frankie sem entender o que tinha acabado de acontecer.

– Não ligue para Cássio ele é assim mesmo. Logo se acostumará. Vem, vou te mostrar o resto do lugar. – Concluiu Frankie me guiando enquanto tocara minha cintura.

Frankie me mostrara todos os lugares dali, a confecção, a sala de criação, o laboratório, até mesmo o estúdio aonde trabalharia futuramente.

O prédio era gigantesco mais nem tudo pertencera a Gina P, Frankie comentara comigo durante o tour que Gina era divorciada de um milionário Frances, e que aquele prédio pertencia a ele. Alguns andares do edifício ficaram para o filho do casal, que tinha uma escola de musica, o restante Gina residia sua marca famosa de lingeries Gina’s P – Moda intima.

O fim do passeio chegou algumas horas depois, Frankie havia me apresentado todos os lugares, e por um instante era como se tivesse se esquecido de tudo que acontecera anteriormente. Como se hoje eu estivesse conhecendo-a de verdade.

– A vista daqui é linda. – Começo enquanto encaramos a cidade no topo do prédio.

O vento que sopra contra meu rosto me causa uma sensação de liberdade, como se eu tivesse pronta a qualquer momento para dar um voo sem volta.

Eu estava me sentindo livre. De fato estava.

– Sim. É. – Concorda, Frankie.

Me viro para encara-la.

– Pensei que você trabalhasse no Hollis.

– Sim, eu trabalho lá como DJ nos fins de semana.

– Entendo. Obrigada.

– Por quê?

– Por isso. – Concluo olhando em volta.

Frankie sorri.

– Você só precisou de um empurrão o mérito é todo seu.

– Mesmo assim. Eu nunca faria isso.

– Mas o que te fez mudar de ideia. – Questionou.

Lembro-me de Allan e suas palavras.

– Eu cansei de desperdiçar minha vida. – Respondo.

Frankie fica em silencio.

Volto a encarar a vista em minha frente, a cidade vista lá de cima parecia ainda mais linda.

– Por que você foi embora sem se despedir? – Frankie começara.

Desvio meu olhar da vista a minha frente e passo a encara-la, os olhos de Frankie estão mais escuros, seu semblante é serio e sua postura é tensa.

Naquele instante sinto um arrependimento me atingir o peito, eu sabia que deveria ter me despedido, mesmo assim eu não fizera. E talvez, só agora eu possa ver que isso incomodou Francesca.

– Frankie...

– Não, Rachel – Ela suspira – eu pensei que você pelo menos me daria um “bom dia”. Foi como se eu tivesse sido um objeto para você.

– Não diga isso!

Frankie fica em silencio.

– Eu não tive coragem de lhe encarar aquela manhã, eu achei que partindo fosse o certo. Mas... – As palavras morrem em minha garganta.

– Mas o quê? – Frankie me questiona.

Finalmente tomo coragem e encaro-a nos olhos.

– Mas não foi. Foi um erro ter ido embora, Frankie. Eu não paro de pensar em você desde então. Eu não sei o que está acontecendo comig...

Frankie me interrompe com um beijo ardente e inesperado, suas mãos tocam minha cintura erguendo meu corpo para junto do seu. Sinto nossos seios se chocarem e naquele instante meu corpo inteiro estremece.

Minhas mãos tocam em sua nuca de uma forma quase desesperadora – eu precisava senti-la – minhas unhas grudam em sua pele arranhando sua pele lentamente. Minha língua se choca contra a sua em um beijo ávido e quase sexual.

Gemo seu nome entre os toques quentes e intensos daquele beijo repleto de saudade e de desejo.

Foi exatamente ali, no topo do prédio que nos despimos, Frankie tirara minha roupa de uma forma quase desesperadora, enquanto eu puxo sua camisa de forma ágil abrindo todos os botões de uma vez.

Frankie sorri.

– Você tem jeito pra isso.

Solto o riso e a silêncio com um beijo nos lábios.

Frankie me puxa pela cintura e encaixa meu corpo em seu colo, passando minhas pernas em sua cintura.

Novamente nos beijamos e agora, Frankie acariciava meu corpo de forma ávida e prazerosa, a palma de sua mão percorria meus peitos e abdome, encostara meu corpo na parede da caixa de água do prédio.

Sinto sua mão adentrar em minha calcinha e naquele momento percebo o quão molhada estou entre as pernas.

Gemo seu nome novamente enquanto ela me penetra com seus dedos.

Olho em seus olhos, e naquele momento sinto que não fora só eu que senti saudades.

Frankie me beija novamente.


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Notas finais do capítulo

Então. Me diga, o que acharam? Até o próximo capitulo.



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