Era Uma Vez... #paralisada escrita por Luhluzinha


Capítulo 4
Capitulo 3 - Era uma vez...


Notas iniciais do capítulo

Oiee, voltei! Espero que gostem! :)



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Capitulo 3 - Era uma vez...

Quando notou que o mordomo havia finalmente entrado, ela contornou o lago e rumou para o estábulo. Já estava encharcada novamente e com uma imensa vontade de chorar. Se sentia perdida de todas as formas possíveis o que para ela era inadmissível.

O estabulo estava quente, mas não cheirava muito bem, os estábulos do Haras eram muito mais bem tratados. Se sentou perto de um cavalo malhado. Alisou seu focinho, sua testa e pescoço branco, notou que suas patas da frente também vestiam meias brancas enquanto todo resto era negro. Era alto e forte, de pelo brilhante. Deixou o livro de lado e começou a fazer uma trança em sua crina, não demorou muito para se sentir mais calma.

A última vez que tinha se sentido tão desamparada foi quando seus pais haviam falecido. Depois nunca mais tinha se permitido entrar em situações que a deixava exposta. Até aquele momento. Pensou contra gosto. Estava se sentindo ofendida, ferida e um tanto desprezada. Por toda a sua vida, acreditou que não se encaixava entre as pessoas e os lugares em que viveu. Mesmo durante o fim do sua infância e adolescência inteira que permaneceu na fazenda de sua tia Nora, fazendo a coisa que mais amava; que era cuidar de cavalos, e até na universidade que pensou que poderia encontrar a sua tribo, ela nunca se deu bem com humanos. Era como se no dia em que seus pais morreram; ela tivesse fechado aquela porta e ninguém mais pudesse abrir. E todos a sua volta a enxergasse como um ser de outro mundo.

Fitou o livro e novamente o abriu.

E para a sua surpresa; tinha algo novo escrito.

04 de Agosto de 1792

Era uma vez, uma jovem que havia desaprendido a amar. Ela havia caído em um ciclo constante de afastar todos aqueles por quem poderia se apaixonar. Dentro dela havia um vazio que adorava cultivar todas as noites antes de dormir. Não estava errada em ser assim, mas estava errada em querer continuar assim.

Para a sua surpresa um belo dia, ela encontrou uma brecha em seu coração.

Oh cara Isabella, se está lendo isso é porque encontrou o meu segredo. Ou talvez ele tenha te encontrado. Não importa como tenha sido, mas que certamente tudo o que conhece irá mudar.

Este livro é capaz de coisas impossíveis. Se prepare para viver e sentir tudo aquilo que sonhou um dia. Algumas coisas não virão como pensa, e assim deve tomar cuidado com o que decide fazer.

No final desta história, você poderá escolher seu final feliz, mas que tenha toda a certeza, porque não pode mudar depois da escolha feita.

Era uma vez, acontece apenas uma única vez.

Com amor,

Titia Nora.

Isabella limpou as lagrimas que escorreu por sua face. Isso era impossível. Uma carta de sua tia Nora? Iria fazer 2 anos que havia partido. Isabella se lembrava muito bem daquele dia que se sentou ao lado dela em uma cama de hospital e esperou ela dar seus últimos suspiros.

Não tão últimos assim, percebeu. Ela tinha dito algo antes de partir.

– Certifique-se de que tenha o amor. Toda história de amor não é necessariamente trágica, algumas vezes ela precisa terminar neste mundo para continuar em outro.

Isabella sorriu. Ela não acreditava em magia, mas estava ali; bem ali na sua frente a prova disso. Também não acreditava em felicidade ou finais felizes fora dos livros. Pobre tia Nora, ela tinha passado a vida em uma solidão. Não havia se casado ou tido filhos, como poderia ter tanta esperança? Seria possível que todas essas coisas estivessem acontecendo, ou não passasse de um sonho?

Sentiu o frio percorrer por seu corpo. Precisava encontrar uma maneira de se aquecer, retirar aquela roupa molhada. Se soubesse ao menos para que lado ficava o vilarejo, poderia ir atrás de uma pensão. Suas poucas joias poderia pagar algum local para se secar e se alimentar e descobrir como entender aquelas palavras de sua tia. Ou então acordar logo deste sonho maluco e pegar uma manta para aplacar o frio.

Olhou as outras páginas do livro. Ainda estavam em branco. Voltou a ler o que sua tia tinha escrito.

Final de que história, já que não havia nenhuma escrita? Aquele livro estava em branco.

O cavalo ao seu lado resmungou, como se chamasse a sua atenção. Foi então que notou que em sua pata traseira esquerda havia um ferimento.

– Oh, certo, certo. Vamos tratar disso.

Se prontificou em fazer o que poderia fazer e a única coisa que sabia naquele momento. Apenas esperava do fundo de seu coração que não estivesse louca, ou em um coma alcoólico.

Já na mansão, Alice encarava o seu irmão friamente. Edward estava tentando ignorar o olhar gélido de sua irmã. Ela logo superaria o golpe. Mas além de Alice, havia outra pessoa que parecia acreditar que ele havia tomado a decisão errada. Albert entrou pela terceira vez no recinto e fingiu organizar desta vez as bebidas.

– Albert – disse Alice – viu ao menos para que direção minha convidada foi?

Edward permaneceu com os olhos sob a carta que escrevia, ou que na verdade pensava estar escrevendo.

– O lado oposto ao vilarejo mi Lady.

– Então isso significa que ela realmente não tem ideia de para onde está indo, e a esta hora e nestas condições, mesmo que soubesse, não chegaria a lugar algum e teria que dormir ao relento.

Edward suspirou pesadamente e encarou a irmã.

– Alice, em algum momento irá me agradecer.

– Eu? Definitivamente não irei. Na verdade pensarei mil vezes antes de convidar alguém, e tecer comentários prestigiosos sobre você. Eu garanti a senhorita Swan que sob sua proteção ela nunca mais seria destratada ou passaria por qualquer situação humilhante. Pobrezinha, neste momento deve estar amargamente arrependida por ter confiado em mim.

Edward negou.

– Nunca pedi para tecer comentários prestigiosos sobre mim. Faço o que penso ser o melhor para você Alice, ou acredita que tem sido fácil manter a imagem da família sendo eu homem solteiro, jovem e sem qualquer previsão de matrimônio?

Alice riu de maneira afetada.

– Sim, um sofrimento não é? Ao estralar os dedos você tem uma fila de jovens que daria tudo o que tem para se casar com um Duque. – Edward rolou os olhos e voltou a fitar a carta. Teria que recomeçar novamente. – Mas o assunto não é você. Entretanto, se realmente quer falar sobre isso, acredito que mamãe estaria profundamente decepcionada.

Isso foi o suficiente para Edward voltar a encarar a irmã.

– Ela não é uma moça de família Alice. Você sequer tem ideia de onde veio! – bradou irritado – Quantas vezes vou ter que te dizer que não posso seguir com isso aqui pensando sempre em que nossos pais fariam?

– Santo Deus! – bradou exasperada – Como pode dizer estas coisas com tanta certeza? Se não sei de onde ela veio, como então poderia saber se ela é ou não uma jovem de boa ou má procedência? Não vê o absurdo do que diz? Se você não pode seguir com a benevolência e caridade, eu posso. Albert – disse se virando para o mordomo – Tem ideia de onde a senhorita Swan estaria?

– Acredito que possa ter se abrigado no estabulo, mi Lady.

– Então me traga duas capas, irei ao seu encontro. – Albert obedeceu prontamente.

Edward se levantou furioso.

– Alice, não ouse me contrariar! O que pensa que está fazendo saindo em um tempo desses atrás de uma desconhecida.

– Eu não me importo se ela é uma desconhecida! – bradou de volta – Não consegue ver que essa máscara que colocou nos últimos anos está se tornando você? Ela pode ser irmã, filha, sobrinha de alguém! Gostaria que fizessem o mesmo comigo, simplesmente porque não me conhecem? Todos estamos sujeitos a acidentes, e tristemente ela perdeu a memória! Onde está o seu coração meu irmão?

Albert limpou a garganta e estendeu as duas capas para o Duque. Ele segurou seu olhar ameaçador para a irmã por mais alguns segundos e finalmente pegou as capas. Saiu da biblioteca furioso.

Debaixo da chuva fina, seu temperamento foi abrandando. Alice tinha uma certa razão. Chegava a ser cruel permitir que uma jovem, naquelas condições, e com este tempo tão instável caminhasse sozinha e sem rumo. Quanto mais se aproximava do estabulo, mais calmo e ao mesmo tempo ansioso ficava, o que ele iria dizer para se retratar com a senhorita Swan?

Desculpas não era uma opção, não para um duque como ele.

Ao entrar no estabulo, imediatamente a viu abaixada diante de seu cavalo pouco adestrado que esta manhã o havia derrubado e logo em seguida se ferido.

– O que está fazendo?

Isabella se assustou se desiquilibrando e caindo para trás. Seu vestido mostrou um pouco mais de suas pernas. Edward franziu o cenho, eram bonitas penas. Ela se levantou rapidamente, envergonhada. Não por ter mostrado as penas, mas por ele a ter pego ainda em sua propriedade.

– A senhorita está bem? – ele perguntou a analisando.

– Sim. Eu só resolvi esperar a chuva passar.

Ele suspirou.

– Quanto a isso, acredito que ambos não nos expressamos bem.

Isabella limpou as mãos no vestido. Ele observou estranhando o ato. Damas não limpavam as mãos em seus vestidos.

– Não acredito que o que tivemos foi dificuldade de expressão. Você soube muito bem se expressar, assim como eu.

Ele fez uma careta para o “você”. Que jeito que falar era aquele? Que maneira de comportamento era aquela? De onde essa jovem havia saído?

– Penso que seja melhor que volte para dentro, ou ninguém obterá paz esta noite.

– Veio se desculpar ou tentar se sentir melhor? – Isabella questionou cruzando os braços.

Quinze minutos atrás ele não se importava realmente, mas depois de ter andado naquele tempo, ele não teria paz em saber que existia uma jovem moça caminhando por suas terras naquelas circunstâncias. Por mais imprópria que ela fosse.

Tentou desviar do assunto.

– O que estava fazendo com meu cavalo?

Isabella se virou para o animal.

– Ele estava ferido, deve ter prendido a pata em algum aglomerado de pedras, onde cortou a pele e distendeu o musculo. Como o corte foi superficial e não necessitou de pontos, criei uma pressão para amenizar a dor. Amanhã estará bem melhor.

Edward analisou Isabella mais uma vez, um tanto admirado agora por seu conhecimento, mas mesmo assim, cavalos e cuidar de cavalos não eram assunto para uma dama que se prezasse.

– Foi hoje de manhã, ele não está completamente adestrado, quando passei por um riacho ele se assustou e se feriu. – Omitiu a parte em que caiu do animal.

– Jura que ele não é adestrado? Nunca vi animal mais obediente e cooperativo. – disse surpresa.

– Talvez ele saiba reconhecer melhor uma dama do que o seu próprio dono. – Edward disse finalmente se rendendo, ele queria voltar o quanto antes – já lidou com outros cavalos?

– É com isso que ganho a vida, meu senhor. – disse sorrindo sem poder perder a oportunidade.

Os dois se encararam, ela segurou o olhar dele como se não tivesse medo. Isso fez com que ele desfizesse sua costumeira carranca. Aquela carranca que havia criado o habito de cultivar depois que foi obrigado a assumir o ducado e o título.

– Então a minha única forma de pagamento por seus serviços, é convida-la para que fique esta noite – e relutantemente completou - e o período que for necessário para que recupere a memória.

Isabella desfez o sorriso. Recuperar a memória? Alice tinha mesmo acreditado nisso?

– Eu não quero nenhum tipo de pagamento, não fiz com essa intenção! Posso muito bem passar a noite aqui, não quero criar mais problemas para a sua família.

Que ser humano peculiar, o duque pensou. O que diriam se soubessem que ele abrigou uma senhorita quase nua em seu estabulo?

– Eu jamais poderia permitir que durma em um estabulo. – abriu a capa e estendeu para que ela viesse se vestir – Senhorita Swan poderia fazer o favor de me acompanhar?

Ela não queria acompanha-lo para lugar nenhum. Ele tinha sido desagradável o suficiente, e Isabella podia ver por trás daquela atitude o verdadeiro motivo de estar ali: A irmã. Ele estava lutando contra todo o seu preconceito e repulsa naquele ato. Podia ver que ele não havia mudado de ideia sobre ela, mas que fazia aquilo porque era o correto a se fazer.

O modo de como ele ficava distante dela, dizia muito, dizia o quanto ele se sentia superior. Ele poderia ter se surpreendido pelo fato dela saber cuidar de cavalos, mas aquilo naquela época apenas significava que ela realmente não era uma dama e sim uma mulher criada fora dos padrões.

De tantos lugares que poderia ter viajado no tempo, ela foi justamente para Inglaterra, cruzou um oceano e alguns séculos para ter que lidar com o homem mais mesquinho que já tinha visto.

Entretanto estava com fome, com frio e cansada. Ela era capaz de engolir o seu orgulho por aquela noite; amanhã cedo iria embora para descobrir qual seria a finalidade daquilo tudo, e aonde poderia ter um final feliz naquela história de horror.

Caminhou até ele e vestiu a capa rapidamente. O tecido macio e quente a fez estremecer por uns instantes.

– Seus lábios estão roxos. – ele notou finalmente. Retirou a sua capa e a cobriu. – Isso irá te manter melhor aquecida até voltarmos.

Isabella assentiu sem mais nada a dizer. Agarrou o livro e caminhou para saída. O duque antes de segui-la notou a trança na crina de Cometa, franziu o cenho em vez de sorrir.

Trailer da fanfic link: https://www.youtube.com/watch?v=Bg4mSwLbOpY


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Notas finais do capítulo

OMG! O duque de Devonshire não poderia ser mais detestável! hahah
comentem, recomente e assistam o trailer que eu me aventurei a fazer da fanfic! hahaha

XoXo XuXu's! :*



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