Era Uma Vez... #paralisada escrita por Luhluzinha


Capítulo 3
Capitulo 2 - O Duque de Devonshire


Notas iniciais do capítulo

Oie! Voltei! Vamos pra mais um capitulo?



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Capitulo 2 - O Duque de Devonshire

Isabella estava em um estado catatônico. Ela poderia realmente estar em 1792, mas acreditar que estava lá, era praticamente impossível. Desceram da carruagem e uma chuva fina ainda caia. Talvez ela não entendesse muito bem o que era um ducado, mas ela sabia quando estava diante de um castelo. Mesmo Alice insistindo que era apenas uma mansão e que o castelo de Devonshire não era ali.

As imensas portas de madeira se abriram para que entrassem, e ali tinha um conjunto de 12 empregados esperando. Alice foi distribuindo suas ordens enquanto Isabella tentava ignorar o olhar de pavor diante de sua roupa e seu estado.

– Albert, esta é a senhorita Swan, a quem resgatei em minha viagem de volta de minha visita aos Pottercasts. Peça que preparem um banho quente e separe um dos meus vestidos para ela, e por favor, avise meu irmão que estamos na biblioteca a sua espera.

Isabella permanecia olhando em volta abismada com o tamanho daquela entrada, a mobília rustica e nova, o luxo dos lustres e da prataria exposta, dos quadros retratados, dos tapetes e castiçais.

– Venha – disse Alice se virando para ela – Meu irmão irá nos receber.

Isabella se abraçou no livro. Poderia se dizer que representava uma figura frágil e no momento era. Nunca esteve tão desamparada como naquele instante. Seguiu Alice pelos corredores atravessando salões e salas. O que ela se lembrava dessa época? Dos costumes? Etiquetas? Regras? Muito pouco ou quase nada sabia sobre 1792. Poderiam estar em guerra? Era época Napoleônica? Inicio da revolução industrial?

Passaram por uma sala repleta de vitrais e pode ver ao longe algo que se parecia com um estabulo. A ideia de ter cavalos e outros animais a acalmou. Ela sempre se dava melhor com animais do que com gente, se caso desse errado alguma coisa, já saberia para onde correr.

Alice empurrou uma porta dupla abrindo para a biblioteca. Isabella já havia pensado que tinha visto uma biblioteca imensa, que a sua universidade tinha o maior acervo, mas estava enganada. O Duque tinha a maior biblioteca do mundo! As prateleiras iam do chão ao teto, e o teto não era baixo como as casas do século XXI, poderia jurar que tinha uns 5 a 7 metros de altura.

Alice colocou um copo de bebida em suas mãos. Já não estava bêbada o suficiente? Mesmo assim sorveu o conteúdo com muita sede, tudo a sua volta era surreal.

Ouviu passos vindo do corredor. Passos largos e fortes, como se alguém estivesse furioso. A porta se abriu e ali surgiu o Duque de Devonshire. Isabella esperava talvez um homem baixinho e gordinho, com um bigode, de temperamento raivoso; como nos filmes e livros. Duques sempre eram baixos e gordos. Mas este que estava a sua frente poderia facilmente ter 1,90 m de altura, de barba aparada e olhos verdes brilhantes como os de Alice. Seu corpo era atlético demonstrando que praticava algum esporte, e surpreendente jovem.

– Alice, do que se trata isso? – disse fechando a porta e sua expressão tornando carrancuda ao fitar Isabella. Ele não tinha ficado surpreso, constrangido ou ultrajado como os funcionários; ele parecia furioso.

– Esta é a senhorita Swan. Eu a encontrei desamparada na estrada da nossa propriedade, parece que não se lembra do que aconteceu e alega estar perdida.

– Não se lembra de como perdeu metade da roupa? – ele perguntou cético e Isabella franziu o cenho. Ele estaria julgando sua aparência?

– Edward! – bradou Alice corando e adquirindo a cor de uma cereja – Não vê que ela foi atacada e perdeu tudo o que tinha?

– O que eu vejo Alice, é a sua inocência me dando nos nervos! – se virou para Isabella sem rodeios – Te darei algum dinheiro e providenciarei para que parta imediatamente para o vilarejo, dali pode voltar a sua vida. Altamente desonesto da sua parte enganar uma jovem de tão bom coração, senhorita Swan, se é que este realmente seria seu nome.

Algo dentro de Isabella acordou como um leão faminto. Ele não poderia realmente estar julgando sua pessoa apenas por sua aparência.

– Espere um segundo. – encontrou a sua voz que por um tempo também esteve perdida dentro dela - O que te leva a crer que quero seu dinheiro e ainda por cima estou enganando sua irmã?

– Ora, não ocupe meu tempo. Estive em Londres, conheço mulheres como você; sei como ganham a vida, o que fazem para sobreviver. Duas moedas de ouro é o suficiente para você?

Alice levou as mãos ao rosto tamanho era seu constrangimento. Isabella levantou a cabeça com seu orgulho ferido. Mas é claro que a olhariam pavorosos. Mostrar as penas no século XVIII era um escândalo. Ele estava tomando a ideia de que ela era uma prostituta.

– Engula o seu dinheiro. Eu não sou uma prostituta. – ele contraiu os olhos. Qual era o nome que davam na época? – Eu não sou uma cortesã, acompanhante, seja lá do que você chama. – Isabella sabia o que havia despertado nela, seu lado furioso, seu amor próprio, jamais permitiria que nenhum homem a tratasse mal, sendo ele do século que fosse. – Me desculpe Alice, mas eu estava certa em não querer a sua ajuda, mas mesmo assim, obrigada pela preocupação! – se virou para o Duque a olhava surpreso - Agora se você me der licença. – disse com desprezo.

Isabella colocou o copo com mais força do que o necessário ao lado das moedas que o Duque havia oferecido, para manter a sua dignidade tentou lembrar em que direção ficava a saída. A primeira sala, o corredor de quadros de animais, a sala dos vitrais, virava a direita...

Estacou ali. Direita ou esquerda.

Olhou para trás. Estava inconscientemente abraçada ao livro novamente.

– Senhorita Swan, o seu banho está pronto.

O mordomo se materializou em sua frente, Isabella deu um salto.

– Albe.. Senhor Albert. – disse aliviada – Obrigada, mas não poderei ficar. Poderia me mostrar a saída? Estou com certa dificuldade.

– E para onde iria? A chuva não parou todavia. – ele disse surpreso.

– Depois eu resolvo para onde vou. No momento a meta é sair deste labirinto.

O mordomo iria insistir que ela não deveria se submeter ao mal tempo, naqueles trajes, sem se alimentar ou se aquecer; mas algo no olhar de Isabella fez com que ele a obedecesse.

– Por aqui. – ele disse mostrando o caminho.

Quando saiu do castelo, casa, mansão, já não importava mais; percebeu que o mordomo permaneceu a observando do beiral da porta. Que sorte a dela, fazer uma viagem no tempo, e cair bem em um dia de temporal, na casa de um homem temperamental.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?

Queria agradecer a Ana, pela linda capa que fez, e por estar acompanhando a Fic! Obrigada parceira de Nyah! hahaha

Não esqueçam de dizerem o que estão achando!
XOXO :*