Eu estou ficando cada vez melhor, não?

—Carmim de Copas

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—Então Evie, eu soube que você gosta de moda – Sorriu a morena sentada em frente a garota, ela tinha um sorriso doce nos seus lábios naturalmente vermelhos, mas ainda sim parecia receosa – Vi alguns trabalhos seus recentemente, você é muito talentosa!

—Obrigada – a morena corou. Era estranha toda aquela situação – E... Eu sempre vejo o seu quadro no Auradon Ai, suas roupas são incríveis!

—Eu sei! – falou a outra, sorrindo grandiosamente – Mas é tão cansativo, eu tenho que mudar de estilista todo o mês... Eles sempre acabam achando que já são fixos e caindo em desgraças fashions!

—Bem, se precisar de ajuda – sorriu Evie.

—Mãe! – gritou uma voz de dentro da casa – Chegamos!

—Ah, querido, venho aqui – gritou Branca, enquanto os filhos saiam de dentro de casa.

—Oi Evie, como vai? – Bruno sorriu, acenando – O que faz aqui?

—Não é óbvio? – Bianca encarou o irmão – Mamãe finalmente resolveu tomar vergonha na cara e conhecer a irmã.

—I-irmã?- o garoto engasgou, enquanto a mãe repreendia B pelo vocabulário.

—Meia irmã querido, sua irmã já deve ter ligado os pontos a algum tempo – Branca suspirou, era difícil viver com dois mini gênios.

—Mas ela está aqui a mais de um ano! – gemeu o garoto – Como você só percebeu agora?

Branca de Neve riu suavemente – Vocês não estavam em Auradon Prep a um ano, e tivemos que tirar... Aquelas férias... No ano passado, lembram?

—É, a gente só voltou para a coroação do Ben – falou Bianca – Espera. Se a Evie é sua irmã mão, ela é nossa tia?

—É sim – sorriu a morena – Na verdade, eu estava justamente convidando ela para passar o Natal com a gente.

—Espera, espera – Bruno encarou as duas irmã, e depois a própria irmã – Se ela é nossa tia, então isso quer dizer...

—Presentes! – ele e a irmã falaram juntos.

—Quatorze anos de presentes! – falou Bianca, e os dois saíram correndo enquanto a mãe os repreendia. Evie riu.

—Desculpe por isso – Branca mexeu desconfortável no cabelo – Eles são uns pestinhas, não é mesmo?

...

—E então, qual é o plano? – perguntou Gart, entrando no quarto e Carmim sem ao menos bater na porta. A ruiva estava com o tronco jogado para fora da cama, de sutiã, olhando para Hannah sentada em uma cadeira com um revista nas mãos. – Vocês querem que eu saia ou...

—Cala a boca – gemeu Carmim, puxando a parte de cima do vestido tomara eu caia e atando atrás da cabeça – Eu quase morri por ter pegado no sono com esse negócio ontem!

—Sabe, se vocês duas estão se pegando podem falar, eu não tenho preconceito nenhum – ele riu, se sentando na outra cadeira ao lado de Hannah – Na verdade, se quiserem companhia...

—Você é nojento – Grunhiu Carmim, acertando a cara dele com uma almofada – E a propósito, não temos nenhum plano ainda, estamos esperando você a meia hora. Onde infernos, você estava?

—Com a Giovanna – falou ele, dando os ombros.

—Giovanna? Não era Camila? – Hannah ergueu uma sobrancelha.

—Não, Camila é a filha de Charlotte, eu estava com ela no Halloween. – falou ele – Giovanna é a ruiva do segundo ano, filha da Gisele, lembra?

—Não faz nem duas semanas desde o Halloween, Gart – gemeu Hannah. – Cada dia que passa eu fico mais feliz por termos terminado.

—Não é como se aquele namorico de vocês no ginásio tivesse sido grande coisa – falou Carmim.

—Você fala isso por que odiava segurar vela – riu Gart – Isso foi o que? Um ano antes do Victor perceber que você... Existia?

—Ah, cala a boca – a outra falou – Nós estamos aqui por um motivo, lembra?

—Ah sim... Então, alguma ideia? – perguntou Hannah, erguendo uma sobrancelha. Os três se encararam.

—E se a gente pendurar a Alison coberta de mel em uma árvore, e enquanto todo mundo tenta ajudar ela a gente entra lá e libera o navio? – perguntou Carmim, com os olhos brilhando.

—Primeiro passo: descobrir onde fica a sala de controle – Falou Hannah, ignorando a amiga.

—Na verdade, eu sei onde é – falou Gart, chamando a atenção das duas – Outro dia eu perguntei pra Pauline como eles escolhiam os alunos que vinham pra Auradon, e ela acabou dando com a língua nos dentes.

—Quem é Pauline? – Perguntou Hannah.

—A filha da Pocahontas - falou Carmim – Espera, ela não tá no primeiro ano?

—Podemos voltar ao plano? – perguntou Gart – Obrigada. Então, parece que a sala de comando não é uma, mas três. E cada uma tem uma função diferente. Os três C’s. Controle Básico; Comandos; e Contenção.

—Maravilha – Carmim bufou.

—Então, a primeira é obviamente no Castelo da Fera. Essa é a sala de Comandos. Vigiada por cerca de cem dos guardas mais bem treinados por todos os lados. – ele falou.

—Nossa melhor chance, ainda – suspirou Carmim – Comandos. Deve ser o que a gente precisa, não?

—Provavelmente – concordou Hannah.

—Agora, não surte – falou o garoto para Hannah – A segunda está em Neverland.

—ONDE? – gritou a morena.

—Sabia que ia ser assim – ele suspirou – tem uma Ilha, que conecta Auradon a Neverland. Está abandonada, mas ah barreiras mágicas impedindo a passagem. E infelizmente, a sala de Controle Básica está na verdadeira Neverland.

—Bem, de todo o modo, não parece tão interessante – Suspirou Hannah – Quer dizer, controle básico deve ser o chato, ficar olhando imagens e tudo mais.

—Acredito que sim, eles tem um projeto de implantar uma em Atlantida. – Gart deu os ombros – E depois tem a Sala de Contenção.

—Sala de Contenção – Suspirou Carmim – Provavelmente é para manter os Auradonianos dentro e Auradon. Nossa melhor aposta é o castelo.

—Mas... É impossível! – gemeu Hannah – Nós somos amadores, Carmim! E que desculpas nós vamos dar para entrar no castelo?

—Bem... Quando vai ser a festa de noivado da Bertha? – perguntou Carmim.

—Depois do recesso escolar – falou Gart – Mas, com base em que você acha que ela vai convidar você? Ou qualquer um de nós?

—Deixa que isso eu resolvo – falou Carmim – Agora é melhor vocês irem antes de que alguém apareça.

—Tipo quem? Não sabia que você tinha tantos admiradores... – Riu Gart.

—Eu estava falando de Queenie e Hugo – gemeu a outra.

—Hugo está quebrando a cabeça para arrumar um jeito de mandar uma carta para a mãe – Hannah deu os ombros – E Queenie... Na verdade, eu não vi ela o dia inteiro. Será que está aprontando com os gêmeos?

—Não, eles foram passar o fim de semana em casa – suspirou Carmim.

—Eu vi ela no café, ela disse algo sobre uma audição. – Gart franziu o cenho.

—Droga, a audição pra líder de torcida – Hannah se levantou – Eu prometi que a gente ia!

—Você o que? – Carmim arregalou os olhos – Lá se vai minha bela tarde!

—O que você falou outro dia sobre amigos... e lealdade? – perguntou Gart.

—Tá eu já entendi – a ruiva se levantou.

—Você vai assim? – Hannah apontou para o vestido abarrotado da menina. – Você estava usando isso ontem. E está o maior frio lá fora!

—E dai? – A ruiva pegou o cetro das maravilhas, parando em frente ao espelho e fechando os olhos – Copas!

E então Carmim estava com jeans vermelhos escuros, botas de cano baixo e uma jaqueta de couro preta com detalhes vermelhos de corações , que de longe pareciam manchas de sangue.

—Eu estou ficando cada vez melhor, não? – perguntou ela, sorrindo para os rostos boquiabertos dos amigos.

...

—Você não pode fazer o teste – Alison falou, olhando para Queenie com roupa de ginástica entre uma dúzias de meninas vestidas de forma parecia.

—Por que não? – ela ergueu uma sobrancelha.

—Está no primeiro ano – falou Alison – Alunas do primeiro ano não podem entrar no grupo.

—Mas nós... – Rebecca ao lado dela começou a falar, mas se calou após um olhar.

—Mas você nem me deixou fazer o teste – grunhiu Queenie – Tem outras quatro meninas do primeiro ano, por que só eu não posso fazer o teste?

—Seu físico é incompatível – falou Alison, a medindo com os olhos, e depois riu – Muito gorda.

—Gorda? – os olhos de Queenie se arregalaram, e foi a vez dela medir a loira – Eu sou pelo menos um quilo mais magra do que você, sua galinha nojenta!

—E grossa – Alison anotou na prancheta. – Precisamos de garotas meigas e em forma, não mal educadas como você.

—Bem, a má educada é muito mais graciosa do que você – riu Carmim, se aproximando do grupo e passando um braço pelos ombros de Queenie – O que foi, “Ally”? Com medo da garotinha da ilha ser melhor do que você?

—Tenho medo dela acabar com a reputação de Auradon Prep. na frente de tantos alunos de outras escolas – grunhiu a outra, em voz baixa.

—Dá uma chance pra garota Ally! – gritou Will da plateia, fazendo Hannah sorrir para ele.

—Queenie! Queenie! – gritou Chris, fazendo a namorada o encarar feio enquanto todos nas arquibancadas o seguiam.

—Deixa ela tentar – Becky deu os ombros, e enquanto Alison bufava anotando algo na prancheta. – Muito bem meninas, os testes consistem em duas partes. A primeira, consiste em seguir movimentos pré-programados em ordem. A segunda, é a apresentação individual. Duas de vocês, serão escolhidas em público. As outras, deverão esperar para receber o resultado no decorrer da próxima semana.

—Muito bem meninas – falou Alison, parando em frente a elas – 1,2,3,4. 1,2,3,4. 4,3,2,1. 4,3,2,1. 1,2,3,4,5,6,7,8. 1,2,3,4,5,6,7,8. Repitam!

Hannah, Gart e Carmim se jogaram na grama, assistindo Queenie imitar com perfeição cada movimento. Ela era realmente boa, anos seguindo e imitando a eles tinha rendido algo. Memória.

—Ela está indo bem, não? – Falou Will, se sentando ao lado de Hannah. – Acho que tem uma chance.

Carmim, sentada um pouco mais para frente com Gart, olhou para trás, para Will ao lado de Hannah e Chris ao lado deste. Havia algo nos olhos dele, que ela não conseguia entender. Ele não estava olhando para seu rosto, e sim para a mão de Gart em seus ombros. Por que Gart não podia ficar sem nenhuma garota por perto, então é claro que sobrara para ela.

—Obrigada por ajudarem ela – falou a ruiva por fim.

—Cacá disse obrigado? – Gart riu, apertando a bochecha da ruiva – Qual o milagre?

—Se me chamar de Cacá de novo, o milagre vai ser continuar vivo – ela o fuzilou com os olhos.

—É verdade – falou Hannah, ignorando os outros dois – Significa muito para ela.

—Ela merecia uma chance – Will deu os ombros. – Sem falar que vocês tem razão.

—Sobre o que? – Carmim perguntou.

—Sobre a Alison estar com medo – Chis falou, sem tirar os olhos do treino. – De Queenie, quero dizer.

—O que meu caro amigo muito distraído neste dia está querendo dizer – suspirou Will, falando mais para Hannah do que para os outros – É que dá pra ver pelo físico de vocês que vocês adquiriram um bom treino vivendo na ilha. Se Queenie for melhor que Alison, as garotas podem pedir uma nova líder. E perder a liderança para uma primeiranista já é ruim. Agora, se esta for Queenie Queen.

—O Status social de Ally vai ficar em risco permanente – completou Chris, enquanto Alison, Becky e as outras integrantes do grupo se reuniam – Hora da decisão.

—Geovanna e Queenie – falou Rebecca – Parabéns, agora vocês são oficialmente do time de lideres de torcida. Por favor, apareçam amanha na sala da Evie para tirar as medidas do uniforme.

Todos se acabaram em palmas.

—Vamos, vamos dar os parabéns – Hannah se levantou, seguindo com Gart e Will até Queenie.

—Você não vai? – perguntou Carmim para Christian, que permaneceu senado na grama.

—Não – ele suspirou, olhando para Alison – Depois eu parabenizo Queenie, se eu fizer isso enquanto ela vê... Será apenas uma dor de cabeça desnecessária.

—Certo – falou Carmim, se sentando de volta.

—Não precisa ficar aqui comigo – ele riu, girando a cartola nas mãos – Pode ir parabenizar sua amiga.

—Não, na verdade... Não gosto desse tipo de coisa. Abraços e parabéns. Nunca sei como dar ou receber. – ela riu – Se eu ficasse aqui sozinha, eu ia parecer insensível. Então... Acho que você é a minha desculpa!

—Uma péssima desculpa, na minha opinião – ele riu.

—Ainda sim, uma desculpa válida – ela deu os ombros, e seguiu o olhar dele até Alison, que ignorava Becky – Ela odeia isso, não é?

—O que? – Chris a encarou interrogativamente.

—Rebecca – A outra falou simplesmente.

—Não exatamente – ele suspirou – Desde o início, Audrey queria Becky no time. Ally sempre foi a segundo opção, e quando Rebecca recusou ela foi chamada. Mas Rebecca sempre tem a voz em tudo, e Alison não pode competir com isso. Ela poderia lutar para ser melhor que Becky se ela estivesse no time, mas não está.

—E você está sempre defendendo ela – falou Carmim com o mesmo tom de voz – Não se cansa?

—Se eu não defende-la, quem vai? – ele perguntou, rindo.

—Acho que Alison é um pessoa que pode muito bem se defender sozinha – suspirou Carmim, enquanto começava a tocar o hino de Auradon – Eu vou indo.

—Por que? – ele ergueu uma sobrancelha.

—Quando as pessoas começam a jurar amor eterno pela pátria, ou por qualquer outra coisa, eu saio – ela sorriu, dando as costas para ele e voltando em direção a escola.

—Copas... – riu Chris, se jogando para trás na grama e jogando a cartola sobre os olhos. Aquela era realmente uma bela tarde de sol.