Efeito Dominó escrita por Kriss Chan Dattebayo


Capítulo 10
Capítulo 10: Passatempo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente boa! Sinto muito a demora, mas eu tive um problema de falta de inspiração e meio que fiquei um tempo sem escrever essa ou qualquer outra fic... :(

Além, logicamente, do fato das minhas aulas terem começado com tudo mesmo. Eu mal tenho tempo pra entrar no face ou no whats ultimamente. Vem sendo uma correria na minha vida, então... Por favor, me desculpem.

Espero que gostem do capítulo. Ele ficou menor em comparação aos demais, mas no próximo voltaremos a ter capítulos maiores.

Boa leitura! ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640241/chapter/10

― Como se minha noite não pudesse piorar... ― resmunguei em voz baixa. A figura de Idate a minha frente parecia, de fato, uma grande armação do destino para infernizar de vez minha noite. Além do fato de meu dia no emprego ter sido horrível graças a irritante da minha superiora, Matsuri, e o fato de minha recente nota na única matéria que a média não alcança 9.0 pontos ter sido desastrosa, o Senhor Todo Poderoso ainda imaginava que meu dia ainda estava bom demais. ― O que faz aqui?

            Eu já havia tido experiências o suficiente para uma vida com Idate para saber que aquela condução seguia para o lado contrário de sua casa. Baixei meus olhos para os pertences dentro da bolsa. Eu estava certa que a idiota tentativa de encontrar um objeto inexistente ainda era melhor que ficar a mercê dos comentários nenhum pouco produtivo de Idate Morino.

― Imaginei que gostaria de uma companhia. ― disse o moreno. Os olhos em um tom negro-acinzentado brilhavam divertidos. Eu sabia, por experiência própria, que aquilo era apenas mais uma fase de um jogo doentio bancado por Idate. A figura de bom samaritano ou até mesmo de cavalheiro elegante não era capaz de me enganar. Eu conseguia ver através da farsa plantada em sua face e, de uma coisa eu tinha certeza, ele não era nada do que aparentava. ― As ruas são muito desertas há essa hora. Ainda mais, eu sei que você tem medo do escuro ainda.

            Eu havia superado minha escotofobia alguns meses atrás por meio de uma terapia de choque a qual eu mesma me impus. Eu já estava farta de viver assombrada com qualquer ideia de escuridão e bem... Considero que a terapia de choque teve um grande sucesso em reduzir meu pavor. Eu ainda tinha medo, mas agora eu conseguia controla-lo e não deixar que, em grande parte, ele me controlasse. Idate havia descoberto esse meu “segredo” sem que eu pudesse evitar.

― Você está errado... ― sussurrei a resposta. Eu não precisava dar nenhuma resposta para o moreno, mas mesmo assim o impulso surgiu antes que eu tivesse a chance de impedi-lo. Encarei a janela. O prédio da prefeitura, um grande edifício de blocos pesados e avermelhados, erguia-se a minha frente. Suspirei aliviada. A parada ficava a poucas ruas daquele prédio. ― Eu não tenho mais medo de escuro. E não preciso da sua companhia ou de qualquer outra coisa que tenha relação com você.

            Meus dedos esbarraram contra o botão de solicitação de parada. Eu não via problema em caminhar mais alguns metros além do necessário se isso significasse que eu poderia correr para longe dele. O ônibus freou abruptamente. Minha bolsa esbarrou contra o assento a minha frente enquanto eu descia do banco. Um corpo alto materializou-se a minha frente, impedido qualquer ideia de passagem. Suspirei. Meus olhos saltando da face nada divertida de Idate para a figura atrás das portas abertas. Ele era alto. Talvez alguns centímetros a mais que Idate. Os cabelos negros estavam desgrenhados e levemente úmidos. Os olhos negros enviando o pior tipo de olhar para a figura do moreno a minha frente. Eu não esperava vê-lo ali, mas peguei-me agradecendo internamente por sua presença.

― Haruno. ― a voz dele cortou o ar. Idate virou o rosto para encará-lo e percebi que a noção de desconhecimento atingiu a face do moreno antes que ele desse um passo para trás e liberasse caminho. Apressei-me em descer os degraus do ônibus e somente percebi que havia prendido a minha respiração quando meus pés atingiram o cascalho da calçada. O vento frio escapou por meus lábios quando vi o ônibus seguir seu próprio caminho. Ergui o rosto e fitei a face do moreno. Sasuke ainda me observava ligeiramente preocupado. ― Está tudo bem? 

― Obrigada... ― sussurrei brevemente. A única expressão que escapou por meus lábios fora essa. Havia uma dúzia de coisas que eu podia dizer, mas a única que escapou foi esse bendito “obrigada”. Arrumei a bolsa sobre o ombro e encarei o chão ao lado do moreno só então percebendo a presença de um animal animado. Bobby, o labrador de pelo preto e reluzente abanava o rabo. ― Hey garoto! ― exclamei deixando que minha mão acariciasse a cabeça do cão. Ele tentou lamber a palma de minhas mãos e sorri minimamente. ― Bem... Eu já vou indo.

― Haruno. ― a voz de Sasuke alcançou meus ouvidos. Encarei-o só então percebendo que ele quase nunca me chamava pelo primeiro nome. Não que eu quisesse que esse comportamento mudasse lógico que não. Mas ainda era estranho... Para dizer a verdade, desde que nós nos vimos pela primeira vez eu apenas o vi referindo-se a uma garota pelo primeiro nome para Hinata. Acredito que isso se deve ao relacionamento de infância que descobri que eles tinham. ― Quem era?

            Eu não imaginava esta perguntava vinda da boca do Uchiha. Para dizer a verdade, eu não imaginava nada vindo da boca dele. Acreditava que ele pouco se importasse com quem fosse o cara do ônibus e que simplesmente falara meu nome por impulso. Bem... Provavelmente ele pouco se importa. Talvez ele apenas tenha achado minha reação para com Idate, ligeiramente estranha. Suspirei lentamente enquanto colocava as mãos dentro dos bolsos da calça. Repentinamente, meus dedos ficaram frios e a necessidade de aquecê-los passou a ser vital. Eu devo acreditar que isso foi apenas um motivo para não ter que responder a pergunta de Sasuke.

― Ninguém... ― sussurrei. Entre a verdade e a mentira, eu preferi a segunda opção. Dizer que Idate é um desgraçado manipulador e idiota não iria fazer muito diferença, afinal, Sasuke nem ao menos o conhecia e pior... Ele não precisava dessa resposta. Ele nem ao menos tinha que tê-la. ― Por que a pergunta?

            Mesmo que eu me convencesse que a resposta do moreno não me interessasse, eu ainda queria ouvir. Precisava saber o porquê dele perguntar isso Eu precisava saber o que ele ganharia sabendo disso. Sabia que estava exagerando. Eu sabia que provavelmente estava imaginado mais do que deveria, mas eu precisava saber.

― Por nada. ― ele murmurou brevemente. ― Até.

 

 

 

[...]

 

 

 

            Encarei a sala de estar. Não era a melhor das cenas para uma manhã de domingo. Não era, nem sequer, uma remota ideia de paisagem dominical. Suspirei lentamente enquanto passava a mão sobre o tecido do pijama amarelado e seguia para a cozinha. Eu não queria fazer nenhum barulho e atrair a atenção do mais novo casal. Certo que eu não havia mais comentado nada sobre o “relacionamento” de meu pai com essa jovem que mais parecia minha irmã. Mas isso também não significava que eu estava feliz com isso e que aceitava o suficiente para fazer com que ele a trouxesse para dentro de casa.

            Coloquei o leite morno dentro da xícara quando a fumaça começou a escapar pela chaleira. Peguei um pacote de biscoitos dentro do armário e encarei o aparelho abandonado sobre o balcão de granito. O fio do carregador estava do mesmo modo que eu havia deixado na noite anterior. Eu havia chegado tão cansada que simplesmente subi para meu quarto e capotei sobre o colchão. Tão cansada que mal havia tido coragem para retirar o telefone da tomada. Peguei o aparelho entre mãos e desbloqueei a tela.

 

 

Bem vinda ao novo evento do domingo. Espero que tenha lido essa mensagem na noite de sábado e que esteja pronta às 10h. Caso contrário, te arrastarei com pijama e tudo.

Naruto.

 

 

            Franzi o cenho enquanto encarava o relógio no visor. Como Naruto simplesmente informava de que eu iria a um evento na manhã de domingo e o idiota não diz que evento era esse? Beberiquei o leite morno torcendo para não queimar a língua no processo de solver a bebida. Mastiguei um ou dois biscoitos e apressei meus passos escada à cima. Com sorte eu ainda teria chances de cancelar esse evento. Com sorte, a minha cara amassada e imersa em olheiras se aproximaria fisicamente da aparência de um doente. Talvez, na tentativa mais remota dos casos, Naruto simplesmente visse que era melhor deixar-me em casa.

            A ideia mostrou-se falha dez minutos depois. A porta do meu quarto foi escancarada sem aviso prévio. O cobertor fino foi arrancado de meus braços e uma muda qualquer de roupa foi jogada sobre minha cabeça. Quando meu cérebro assimilou a informação, Naruto já resmungava algo como: “Você tem dez minutos para se vestir ou então, Deus que me livre, eu mesmo irei vestir você”., antes que simplesmente batesse a porta contra a parede.

            Cinco minutos depois eu desci as escadas. Naruto, Deidara e Sasori estavam sentados de modo relaxado sobre o sofá. Dos três, Naruto era o mais folgado por permitir-se descansar os pés sobre o encosto de braço da poltrona que ficava do lado. Os olhos azuis do loiro Uzumaki me atravessaram em cheio. Muitos podiam imaginar coisas nada boas entre mim e os três rapazes a minha frente quando passávamos pelas ruas. Eu sabia que cochichavam sobre isso até o dia seguinte, mas o que eu podia fazer? Eu fui criada cercada de homens. O sentimento de harém-invertido era algo presente tanto em mim quanto nos outros.

― O que era? ― a pergunta escapou de meus lábios. Naruto me encarava fixamente e eu sabia que ele fazia uma análise minuciosa da roupa que eu usava. Um simples short jeans desfiado nas pernas e uma camisa de mangas branca desbotada com os dizeres: “E o vento levou...”. ― Por favor, eu não tive tempo de escolher nada melhor... ― a afirmação surgiu enquanto eu me sentia humilhada com a intensidade do olhar do Uzumaki. Sasori e Deidara deixaram uma risada divertida ecoar mais atrás. ― Não me olhe como se eu fosse uma mendiga. Isso machuca...

― Okay, okay... ― sussurrou o loiro erguendo os braços na altura da cabeça. ― Eu vou tentar não parecer muito rico ao seu lado, minha linda e doce Helena...

― Menos... ― sussurrei de volta. ― Mas por que me chamou? Não me diga que é mais um desses programas de homens em que você quer que eu dê uma de amiga homossexual. ― falei e Naruto riu, provavelmente lembrando-se da mesma cena que passava por minha cabeça. ― Por favor, Naruto! Da última vez uma homossexual veio me pedir o meu telefone. Aquilo foi... Ligeiramente vergonhoso. ― para não dizer completamente. ― Você vai me dizer ou não?

― Tcharam! ― ele disse erguendo os braços novamente. Franzi o cenho. Eu conseguia ver que não iria gostar nenhum pouco do que quer que saia de sua boca. ― Sinta-se honrada, jovem! Você irá a um encontro de solteiros!

            Sim, eu realmente estava certa. Eu não iria gostar nenhum pouco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Espero que tenham gostado e entendido meu motivo de atraso. Obrigada a quem leu e nos vemos em breve... (eu espero :D)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Efeito Dominó" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.