Megavi - Outras Vidas escrita por Joana Guerra


Capítulo 2
1755 – O dia em que a terra tremeu


Notas iniciais do capítulo

Bateu uma saudade das minisséries de época da MAA e acabou saindo essa shot mais leve. A música-tema é Uma voz no vento, da Leila Pinheiro.



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“Uma voz no vento

Chama azul do dia

Doce perfume, canção

Uma voz no tempo

Resiste na noite

E as lágrimas fogem de ti

Uma voz no vento

Uma voz me chama

Brisa de amor, doce coração

Uma voz no tempo

Carinho na alma

E as lágrimas fogem de ti”

(Leila Pinheiro – Uma voz no vento)

Lisboa,1755

Davi não sabia explicar a razão da sua decisão de, naquele início do ano do nosso senhor de 1755, trocar a sua cidade natal de Sevilha por Lisboa.

Era certo que Lisboa, por ser uma cidade portuária ao contrário da cidade espanhola, fervilhava de animação por conta de todos os estrangeiros que chegavam e partiam a cada dia.

Não existia quem não se apaixonasse por aquele céu azul que cobria a cidade portuguesa de uma luminosidade única, nem quem ficasse indiferente ao largo rio Tejo, que, como força imutável, serpenteava pela cidade.

Tendo que ganhar a vida de algum jeito, e ainda com algumas boas moedas no alforge, Davi resolveu investir numa venda bem no coração lisboeta.

Emoldurada por um arco de pedra, foi o próprio quem caiou a fachada e recuperou a madeira. Davi tinha aquele dom de quem é capaz de reparar tudo e em pouco tempo já tinha aberto a sua pequena lojinha.

Ainda que no no letreiro se lesse “Tenda do Davi”, os vizinhos não lhe deram hipótese e baptizaram a loja como “A venda do espanhol”.

A lojinha vendia um pouco de tudo, desde pão, queijo, mel, vinho, azeite, fruta e derivados; tudo devidamente arrumado por tipo e tamanho.

O bom moço espanhol não se podia queixar do negócio. Ainda que Davi ficasse sempre constrangido, as mulheres do bairro começaram a correr para a loja, inventando sempre alguma coisa que precisavam comprar.

Parecia que aquelas assanhadas nunca haviam visto um homem. Bem, como aquele talvez nunca tivessem visto. Másculo, de ombros largos e pele morena, Davi se movia pela loja com um sorriso fácil que fascinava toda aquela população feminina. Elas se perdiam quando ele as encarava de frente com aqueles olhos cor de chocolate, brilhantes, aveludados, atrevidos. Em alguns casos bastava uma mirada e a mulher ficava logo perdida.

Davi não ligava a mínima para aquelas loucas, mas aprendeu que talvez não fosse má ideia manter a distância. Algumas daquelas senhoras eram casadas com verdadeiros armários e o espanhol não gostaria de perder os seus amados dentes por conta de uma aventura inconsequente.

Em pouco tempo Davi se tinha apaixonado, mas pela cidade. Quando podia fechar a loja, ele calcorreava cada pequeno recanto e se deixava levar ao sabor do vento.

A cidade era linda, mas como qualquer grande povoação tinha os seus defeitos. Davi se revoltava com o fosso entre ricos e pobres que cada vez parecia crescer mais; com o número elevado de pessoas que passavam fome para que meia dúzia pudessem viver faustosamente.

O bom moço muitas vezes saía de noite com cestas cheias de víveres que distribuía pelos mais necessitados. Mesmo não tendo muito, ele fazia questão de partilhar o que tinha.

Uma noite, quando regressava de um passeio à baixa, encontrou uma cena que só reforçava as suas convicções.

Uma carruagem seguia a alta velocidade pela apertada ruela. Dentro dela seguiam o Conde Jonas Marra e a sua única filha, Megan Lily.

O prepotente Conde regressava de um baile com a sua única família. A jovem Megan era órfã de mãe desde o nascimento e o seu avô materno, o embaixador inglês em Lisboa, havia falecido pouco tempo antes.

O tirano Conde Marra discutia mais uma vez com a filha. Jonas não compreendia como era possível, logo ele, ter tido uma filha tão rebelde.

Naquele tempo as jovens eram educadas para serem completamente obedientes, primeiro a um pai e depois a um marido.

Megan Lily desafiava lógica e convenção. Ela era como um cavalo arisco e por isso indomável.

Jonas nem queria acreditar no motivo daquela briga. Qualquer outra jovem nobre aceitaria sem questionar as decisões paternas. Megan Lily não o faria.

O seu pai a queria casar à força com o seu primo Danilo, um sujeito que ela tinha visto apenas uma única vez, mas que apresentava o sobrenome certo para ter a aprovação paterna.

– Você sabe que eu preciso de um sucessor. Esse casamento já é um ponto assente. - comentava Jonas, se segurando por conta do chocalhar da carruagem.

Never!– berrou a filha, sentada no banco em frente - Ou eu me caso por amor ou eu like, nunca me vou casar!

– Megan, não vale a pena você tentar resistir. Esse casamento já está marcado. No primeiro fim de semana de Dezembro suas Majestades vão assistir ao seu casamento na Sé. Já tudo foi tratado.

Bufando, a loira se apercebeu que, pela primeira vez na vida, não tinha como fugir. Em poucos meses a condenariam a uma morte em vida, mesmo sendo inocente de qualquer crime.

Vendo a lua cheia pela janela da carruagem, Megan resolveu fazer um pedido. Um amor para aquecer o seu coração. Uma última chance de felicidade.

Subitamente a carruagem se deteve com um solavanco, como se tivesse passado por cima de algo.

– O que é que se passa? Porque é que paramos? – berrou o Conde Marra, com um mau humor pronunciado.

O que se tinha passado tinha sido que o cocheiro Edmilson, cansado de um longo dia de trabalho, tinha adormecido com as rédeas na mão e inadvertidamente tinha atropelado um pobre sujeito que atravessava a ruela naquele momento.

Dante, o honesto sapateiro do bairro, nem se tinha apercebido daquela carruagem do demo, que passou por cima das suas pernas.

Valeu-lhe o rápido auxílio de Davi, que correu na direção do acidente, tentando improvisar umas talas para cuidar daquele pobre homem.

Irritado, o Conde Marra já exigia que se retirasse aquela criatura da frente da sua carruagem, de modo a ele conseguir seguir para casa, o que só contribuía para a revolta do espanhol:

Usted não compreende que você quase matou esse homem? - gritou o mais jovem.

– Garoto, você sabe com quem está falando? - perguntou o nobre, tentando segurar Megan para ela não sair da carruagem.

As if. Se libertando dos braços paternos, Megan correu apesar do seu pesado vestido de gala e se ajoelhou ao lado do homem caído. Levantando os olhos, Davi viu um anjo loiro que tentava prestar apoio ao homem deitado no chão. Era uma pena ser filha de quem era.

Aflito, Dante tentava pedir desculpa ao poderoso Conde Marra. O seu filho Matias trabalhava nas cocheiras do Palácio Marra e os pobres Ferreira dependiam do salário pago pelo Conde.

– Dante, isso não é certo. - opinava Davi enquanto apertava as talas, sob o olhar comovido de Megan - Esse hombre vai ter que pagar pelas suas despesas de recuperação.

– Deixa, Davi.- pedia Dante num sussurro para não ser ouvido por Jonas - Contra esse tipo de homem não dá para fazer nada.

Se levantando, o jovem espanhol encarou de frente o abastado Conde:

– Ainda vai chegar um dia em que hombres como usted não se vão poder esconder atrás do seu dinero. Um dia em que todos os hombres vão ser iguais, livres e a justiça vai existir para todos.

Fascinada, Megan se deixou encantar por aquele homem. Era como se ele conseguisse verbalizar tudo aquilo que ela tinha entalado na garganta havia tanto tempo.

Já o Conde estava colérico com aquele estranho que o afrontava sem medo:

– E quem é você para me desafiar?

– Davi Reis. - se apresentou o jovem, de peito aberto.

O que saiu da boca do Conde foi tudo menos uma ameaça velada:

– Se eu fosse você, Davi Reis, eu tomaria mais cuidado ao circular por essas ruelas tão escuras. Nunca se sabe quando é que pode acontecer um acidente. Vamos embora, Megan. – exigiu Jonas, esticando a mão para ela.

Como último ato de desafio e com algum cavalheirismo à mistura, Davi segurou na mão de Megan para a ajudar a subir para a carruagem.

Apertando os dedos dele mais tempo do que era suposto, Megan sorriu para ele e os olhos do espanhol sorriram também.

A carruagem partiu de imediato, ainda que a loira ainda tenha colocado a cabeça de fora da janela para olhar para ele uma última vez, o que fez com que Davi sorrisse.

Quando o espanhol conseguiu levar Dante até à casa dos Ferreira, Matias já estava aflito à espera do pai. Colocando cuidadosamente Dante na cama, o bom moço acabou contando para o filho do sapateiro as peripécias daquela noite. Aliviado ao verificar que Dante iria recuperar e vendo o brilho nos olhos de Davi ao falar sobre Megan, Matias não pode deixar de o advertir:

– Cuidado, Davi. Ela é a filha do Conde Jonas Marra.

Entonces é chave da cadeia, no? – brincou o espanhol, pondo um ponto final na conversa.

Já Megan, quando chegou ao Palácio logo percebeu que não iria conseguir dormir tão cedo. Rodopiando pelo quarto nas pontas dos pés, a loira se deixou cair de costas no colchão de penas de ganso, que se abateu com o seu peso.

Atraída pelo alarido, a sua nanny Dorothy, último resquício da sua ascendência inglesa, entrou no quarto.

– Posso saber porque é que a mocinha ainda não está dormindo?

Se levantando rapidamente, Megan recomeçou a sua dança pelo quarto.

I can´t, nanny. Eu não posso dormir me sentindo assim tão acordada, you know?

Oh, dear. Conheceu outro mocinho, foi? – perguntou Dorothy, se sentando para mais uma vez ouvir as confidências de Megan.

Sorrindo, a loira abraçou a almofada acabando por responder:

Not quite. O Davi é diferente dos outros. Ele tem atitude, you know… e ele já me ganhou like, forever!

Vendo o brilho nos olhos de Megan, Dorothy não teve coragem de lhe explicar que a vida não era assim tão simples.

Nos meses seguintes, Megan não desistiu de tentar chegar perto de Davi. Teimosa como era, não lhe foi difícil descobrir o local da lojinha do espanhol e usando a sua nanny como pau de cabeleira, a filha do Conde começou a fazer compras todos os dias.

Da primeira vez que ela arrastou Dorothy até aquele sítio, acabou passando inadvertidamente por um pequeno vexame.

Escolhendo ao acaso comprar morangos e laranjas, Davi omitiu o riso enquanto pesava a fruta antes de comentar jocosamente:

– E o cesto? Donde está el cesto para levar la fruta?

Se ele julgava que ela ia ficar encabulada por ter sido apanhada em falta, ela lhe mostrou de que fibra era feita.

Oh, Dorothy, você se esqueceu do cesto? - comentou casualmente a loira e a sua nanny encolheu desajeitadamente os ombros. - Sem problema, eu levo tudo no meu xaile.

Abrindo o xaile sobre a banca, Megan sorriu ao “ajudar” Davi a colocar a fruta sobre o tecido. Claro que a ajuda consistiu na loira afagar descaradamente as mãos de Davi enquanto ele depositava a fruta, mas os dois pareciam ignorar o fato.

Não faltaram situações análogas que se repetiram muitas vezes, ainda que Dorothy tivesse começado a levar o referido cesto, por uma questão de modéstia.

Para Davi, ver a loira de resposta rápida se converteu no ponto alto do seu dia, mas ele tinha consciência da inconsciência que era almejar ter algo com a filha do Conde.

Não que ele não conseguisse ver o interesse dela. Aliás, atendendo à quantidade de morangos e laranjas que ela comprava diariamente era de admirar ela ainda não ter tido uma dor de barriga descomunal.

Mas Megan continuava a pertencer a uma esfera que estaria para sempre vedada a um pobre dono de loja de bairro. A loira era um sonho inalcançável e, por isso, ele teria que abdicar dela.

Só que parecia que ele se esquecia disso quando passava em frente do Palácio Marra, procurando decifrar qual o quarto daquela loira maluquinha.

Num dos últimos dias de Outubro, aproveitando a ausência do Conde Marra, Matias introduziu Davi nos estábulos do Palácio. Sozinho com os animais, Davi afagava um cavalo branco que, mansamente se inclinava sobre ele.

Subitamente uma tromba de água caiu com força e os cavalos se começaram a assustar com os trovões que ecoavam lá fora.

Completamente encharcada, uma amazona loira entrou nos estábulos em cima de um jovem cavalo de luzidio pêlo castanho. Davi se precipitou para a ajudar a desmontar e ela aproveitou para se segurar nele.

So, agora você invade o Palácio Marra. Sabia que se eu te entregasse para o meu dad, eu ganharia aí uns mil pontos com ele?

Sí. Pero se você me entregar para o seu padre, você deixa de me ter nas suas mãos, no?- perguntou Davi, não a soltando. - Além disso não me parece que o seu padre saiba que usted andava por aí a cavalo no meio desse temporal, certo?

Rindo, ela o apertou forte quando se ouviu um trovão mesmo por cima das suas cabeças. Era reconfortante sentir a segurança que ela experimentava ao estar nos braços do espanhol.

O seu cavalo castanho acabou relinchando e Megan se soltou de Davi, para reconfortar o bicho e o colocar na sua box.

Relax, Linus.- pedia ela afagando o animal - Essa chuva já vai passar.

Davi acabou fazendo o mesmo com o cavalo branco:

– Calma, Siroco. O sol já vem aí.

Wait, você conhece todos os nossos cavalos? - estranhou a loira.

– Sí, o Matias me apresentou para ellos. Esse se llama Siroco, no?

Yeah. - assentiu Megan, sorrindo.

Pegando num pêlo branco da crina do cavalo, Davi o depositou cuidadosamente nas mãos dela, perguntando casualmente:

Usted sabe o que Siroco significa?

– No.

Soprando levemente na testa e nos cabelos dela, Davi fez questão de explicar:

– Siroco es el vento del sul. Quente e forte, ele corre nas planícies de Sevilha.

Aproveitando um momento que podia não se repetir, eles se beijaram como se o mundo fosse acabar.

Deviam ser muito fortes aqueles tabiques de madeira que suportavam aquelas paredes porque o casal acabou batendo com as costas em vários deles e eles se mantiveram de pé. Porque é que aquele temporal não podia durar para sempre?

O sol acabou reaparecendo com o final da chuva que deu lugar a um arco-íris. Soltando a boca da loira, Davi segurou na face dela com uma mão, enquanto a outra a continuava a abraçar:

– Porque é que nosotros estamos tão longe um do outro?

Retribuindo o carinho, a loira já só tinha um fio de voz:

Oh, Davi. Do longe se faria perto se não houvesse tanto a nos separar. I´m so sorry. Eu vou ser obrigada a casar daqui a um mês. Eu não quero, mas não tenho escolha.

– Foge comigo.- pediu ele a abraçando forte - Eu te levo para bem longe daqui.

No dia 1 de Novembro de 1755 a manhã despontou com um céu azul e um sol resplandecente. Apesar da época do ano fazia calor e como era feriado por ser dia de Todos os Santos, muitos lisboetas já se tinham dirigido para a igreja.

Davi tinha decidido fechar a loja e se misturou no meio da multidão que ocupava as ruas.

Pouco depois das nove e meia se ouviu um ruído medonho que parecia vir das entranhas da terra. Durante minutos que pareceram séculos a cidade ondulou sobre si mesma, numa dança de morte.

Ao barulho de prédios desabando, se juntavam os gritos de pessoas e animais que entravam em pânico.

O chão começou a abrir fendas por onde saíam vapores de enxofre e na ânsia de escapar, as pessoas já se espezinhavam umas às outras.

Beijando a medalha de São Cristóvão que Megan lhe tinha dado, Davi se tentou proteger dos escombros que caíam em sua volta.

Finalmente o barulho pareceu cessar e Davi se levantou, constatando que tinha conseguido escapar com pequenos arranhões, mas que tudo em volta estava irreconhecível.

A destruição tinha sido total e não era possível observar nenhum ponto de referência, estando os escombros pejados de corpos. Pior, tinham começado a deflagrar incêndios que ameaçavam destruir o pouco remanescente.

Recuperando o sentido de equilíbrio, o pensamento de Davi era só um:

– Megan…- balbuciou o espanhol, tentando descortinar o caminho para o Palácio Marra.

Quando ele chegou naquilo que tinha sido momentos antes a fachada do Palácio Marra, o edifício já tinha sido tomado pelo fogo.

Cá fora, Matias e Dante tentavam prestar auxílio a Dorothy que tinha inalado muito fumo.

Donde está a Megan?- perguntou o bom moço esbaforido.

Oh, no! A minha baby e o Conde ainda estão lá dentro. - explicou a nanny.

Os Ferreira ainda tentaram demover Davi de entrar no Palácio porque era morte na certa, mas Davi não hesitou. Da primeira vez que entrou conseguiu arrastar para a saída um desacordado Conde Jonas e à segunda tentativa tirou Megan dos escombros.

– Esse demônio está inconsciente, mas respira. – constatou Dante sobre o corpo de Jonas – Daqui a pouco ele acorda e ainda é capaz de ele nos culpar pelo terramoto.

Já Megan parecia não ter sinal de vida. Chorando sobre ela, Davi não conseguia ouvir o seu coração bater.

– Acorda, mi amor. - pedia ele a abraçando.- Por favor acorda.

Tarde demais. Para o mundo a filha do Conde Marra estava morta.

Setúbal, quatro anos depois

Quem passasse naquela praia e visse aquele jovem pescador que desembarcava de um pequeno bote nunca iria adivinhar que a vida dele já tinha dado muitas voltas até chegar ali.

A sua pele morena já tinha algumas marcas pela exposição continuada ao sol e as mãos calejadas mostravam que se tratava de um homem de trabalho.

Sem sapatos, ele colocou diretamente os pés sobre a areia molhada e, com a ajuda dos seus amigos, puxou o bote até ficar acima do alcance da maré cheia.

Colocando a sacola de pano sobre o ombro, ele se encaminhou para o topo da praia onde uma figura recortada pelo sol o esperava.

Da mão da mulher se desprendeu uma criança que correu até ele e saltou no seu colo. Rindo, a loira afagou o ventre proeminente e veio ter com eles.

– O nosso hijo é pior do que você. – comentou Davi sorrindo ao ser asfixiado pelo abraço do garotinho.

No. O nosso filho é like, uma mistura de nós dois, por isso vai ser sempre melhor em tudo. – contrapôs Megan, beijando os dois.

Quando, no dia do terramoto, ela acordou nos braços de Davi frente à sua casa que colapsava, a loira resolveu aproveitar a oportunidade para fazer nascer uma nova Megan.

Com o auxílio de Dorothy e dos Ferreira, ela forjou a própria morte e fugiu com Davi, ela a galope no seu cavalo Linus e ele montado em Siroco.

Eles tinham encontrado um lar em Setúbal, Davi trabalhando como humilde pescador e ela como a mãe de uma família que se adivinhava vir a ser numerosa.

Abraçando a sua doidinha e o filho, Davi a beijou novamente, fazendo correr o braço pelas roupas simples de Megan.

– Arrependida? – perguntou o espanhol, ciente de tudo o que ela tinha abdicado, anos antes.

Retribuindo o beijo, ela não pode deixar de responder sorrindo, vendo tanto amor nos olhos dos homens da vida dela:

– Ninguém se arrepende de ser feliz, Davi.


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Notas finais do capítulo

Senhoras, por favor não levem a mal a brincadeira. Se eu fosse à loja do Davi, eu também perdia a cabeça.



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