Sombras do Passado escrita por Zusaky


Capítulo 7
VlI


Notas iniciais do capítulo

E finalmente chegamos na metade da história. Ao menos é o que eu programei de início, posso mudar a qualquer hora, mas acredito que não será necessário.

Boa leitura.



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A visita à casa de Sebastian Warllow não foi nada rápida. Ethan havia dito que não o conhecia; Eileen se perguntou de que maneira fariam para tirar alguma informação dele. Sua resposta veio quando seu acompanhante, ao bater na porta da casa e ser atendido por um mordomo, apresentou-se como sendo da Scotland Yard, mostrando uma identificação.

Será que ele era da polícia antes?, pensou ela, mas não comentou nada.

Quando estava em seu tempo atual, no século vinte e um, Eileen assistia diversos filmes de investigações criminais. Quando um sujeito era interrogado, ele sempre acabava falando algo a respeito do crime, ou algo que ajudasse os policiais. Mas aquele homem, Sebastian Warllow, não dava uma informação útil; só sabia falar do quanto amava sua falecida esposa.

Ao se cansar de ouvir as lamúrias do pobre homem, a assassina se levantou e pediu licença aos cavalheiros, lembrando-se dessa vez que estava numa época onde a boa educação era superestimada.

Era acostumada a extrair informações das pessoas não simplesmente falando com elas, mas sim investigando sobre sua vida. Como não dispunha de tecnologia ali, como sua tão querida internet, foi obrigada a tentar vasculhar cada canto da casa. Era uma casa não tão grande, mas a família parecia viver em condições boas o suficiente para ter um mordomo.

Eileen chegou a um corredor mais estreito e viu uma porta branca um pouco rabiscada na parte de baixo. Estranhou de início, uma vez que não ouvira falar que os Warllow possuíam filhos. Ela olhou para trás rapidamente, constatando que teria privacidade o suficiente para que pudesse examinar o quarto.

Vamos ver o que temos por aqui...

Assim que abriu a porta seu semblante mostrou-se extremamente confuso. Era realmente um quarto de crianças, com duas camas arrumadas de maneira impecável e brinquedos guardados numa caixa. Os móveis eram brancos e não havia poeira alguma acumulada ali.

Eileen mais que depressa retornou à sala de convidados quando terminou de analisar o quarto. O Sr. Warllow e Ethan já estavam de pé, como se estivessem apenas se despedindo.

— Sr. Warllow, sei que já o aborrecemos com perguntas demais — falou Eileen com uma falsa angústia na voz, como se realmente estivesse com pena do homem. Ethan arqueou a sobrancelha para a súbita mudança de comportamento, mas ela simplesmente ignorou. — Mas já uma coisa que eu gostaria de saber. Sei que passou por um trauma, então entenderei se não quiser responder mais nada.

— Oh, não, minha querida — disse o homem, esboçando um sorriso fraco em seu rosto cansado. — Ficarei agradecido se puder ajudar vocês a capturarem o monstro que me tirou minha tão querida esposa.

A assassina pensou em como era fácil entrar na mente das pessoas daquela época. Apenas algumas palavras compreensivas eram mais que suficientes para que fizesse os outros de fantoche. Não pareciam ter senso algum de desconfiança.

— Acabei me perdendo pela casa e achei um quarto que acredito ser dos seus filhos — ela falou, de maneira despretensiosa. — Como eles estão passando por esse momento tão difícil? Pobrezinhos.

No mesmo instante em que se calou, ela notou Ethan virar o rosto.

Estava perplexo, mas não podia deixar que o Sr. Warllow notasse aquilo, do contrário toda a encenação de Eileen iria cair por terra. Foi realmente surpreendido ao notar o talento dela para fazer aqueles dramas. Ele sabia que aquilo não era verdade, podia enxergar nos olhos escuros dela.

Poderia ter interrompido tudo aquilo, é claro, mas quando ela citou filhos ele paralisou. Aquele casal não possuía filhos – até onde ele sabia. Então apenas aguardou para ver até onde iria aquilo.

— Ahh, aquilo... — A voz do Sr. Warllow ficou ainda mais triste, se é que era possível. Mas Eileen não se arrependeu; quanto mais rápido resolvesse aquilo tudo, mais rápido iria receber ajuda para achar o cientista. — Alguns anos atrás, mais de uma década, eu e minha Alyssa adotamos um par de crianças. Ela não podia ter filhos, então essa foi a única opção. Infelizmente a adoção não deu certo e tivemos que devolvê-las.

— Devolvê-las? Mas então por que mantiveram o quarto?

— Os poucos dias que ficamos com eles foram o suficiente para minha esposa de apegar. Ela se apegava facilmente às pessoas, sabe? — Eileen assentiu, vendo os olhos dele marejarem ao voltar a falar da mulher. — Ela quis manter o quarto por todo esse tempo. Limpava ela mesma o lugar sempre que podia.

E então o homem caiu em prantos novamente, balbuciando palavras incompreensíveis em meio ao choro. Ethan o amparou e o fez sentar-se novamente em sua poltrona. Ficaram pelo menos vinte minutos com o homem naquele estado. Quando o tempo passou, eles agradeceram pelas informações e se foram, não deixando de orientar o Sr. Warllow a permanecer em casa naquela dura semana e não falasse com ninguém estranho.

— Não sabia que você tinha talento para atuar — disse Ethan, impassível, quando já estavam no lado de fora da casa.

Eileen revirou os olhos, deixando um pequenino sorriso escapar.

— Você está bem falante hoje.

Antes que ele replicasse, porém, uma velha senhora, que parecia morar na casa ao lado, os interrompeu.

— Pobre Sr. Warllow — disse a mulher, olhando para a casa do homem citado. — Se ele ao menos tivesse mantido a adoção, teria alguém para ampará-lo nessa hora tão difícil.

Eileen olhou para a senhora cheia de rugas e logo após para Ethan, que também a fitava. Era muita coincidência aquilo. Ela não deixaria aquela chance escapar por nada. Sentia uma excitação gritante crescer dentro de si.

— Crianças? Eles realmente fizeram uma adoção, minha senhora? — ela indagou, se aproximando da propriedade vizinha.

A velha, que parecia carente de atenção, abriu mais os olhos, tamanha sua surpresa. Estava acostumada a falar as coisas com quem passava por ali, mas era ignorada na maioria das vezes. Pudera, de dez palavras que saiam de sua boca murcha, ao menos oito eram reclamações. Aquilo aqueceu seu coração e ela se empolgou a falar.

— Pareciam mais duas pestes. Não é sem motivo que foram devolvidos por outro casal que morava não muito longe daqui. — Suas narinas dilatavam ao falar. — Os recém falecidos Walker. Longe de mim ser fofoqueira, mas fiquei sabendo que devolveram os pirralhos quando a mulher finalmente conseguiu engravidar, depois de ter desistido após tantas tentativas.

Longe dela ser fofoqueira, pensou Eileen, irônica, mas continuou escutando a história, bem como Ethan, que estava um pouco mais longe.

— Não sei o que aconteceu com as crianças — disse a velha, cruzando os braços e olhando para o céu. — Provavelmente devem ser donas do orfanato que estavam. Nada mais justo, considerando que viveram a vida inteira lá.

E então pôs-se a rir. Eileen estava tão perto da mulher que seus tímpanos pareceram explodir com o estrondo da risada. Ela logo franziu o cenho e se afastou, caminhando em direção ao condutor da carruagem, que abriu a porta para que ela entrasse.

— Você sabe o nome das crianças? — Ethan perguntou rapidamente. — Ou o orfanato...

— Não — respondeu ela de maneira ríspida, antes que ele concluísse a fala. — Elas são amaldiçoadas.

Ethan aceitou a resposta da mulher, sabendo que não iria conseguir mais nada com ela, e foi em direção à carruagem. Mesmo que não demonstrasse, estava ansioso para saber as conclusões de sua parceira.

. . .

— E então, onde consigo mais informações das outras vítimas? — Eileen perguntou assim que a carruagem começou a se mover.

— Não sabia que você estava tão empolgada.

Ela cruzou os braços e o olhou, pronta para responder. Quando o fez, notou que o canto do lábio de Ethan ergueu-se de maneira sutil, em um pequeno sorriso torto. Era a primeira vez que aquilo acontecia na presença dela.

Quando ela percebeu que estava o encarando por tempo até demais, virou o rosto na mesma hora.

— Quanto mais rápido resolvermos isso, mas rápido eu poderei voltar...

Eileen parou subitamente, se amaldiçoando por às vezes falar tanto. Sentiu vontade de socar a si mesma, mas não o fez.

— Voltar? — ele arqueou uma sobrancelha, claramente confuso com a fala dela.

— Apenas responda minha pergunta.

Ethan pareceu pensar por alguns breves segundos. Não era de se meter na vida alheia, mas quanto mais conversava com aquela mulher, mais interessante ela se tornava. E mais confuso ele ficava. Ela estava claramente desconfortável, e ele sabia que iria estressá-la caso insistisse no assunto naquele instante, de modo que apenas se limitou a respondê-la.

— Eu tenho um amigo que escreve algumas colunas para o jornal daqui — disse ele, notando que a moça evitava agora o olhar. — Ele deve ter as edições passadas dos jornais com ele.

— Ótimo.

Ele deu as instruções para o condutor. Após isso, a carruagem mergulhou no mais puro silêncio. O barulho na rua já era grande naquela manhã, mas Eileen notou um barulho maior ainda quando seu estômago roncou. Não havia comido nada na noite anterior e ainda não tomara café da manhã. Ela se assustou com aquilo e imediatamente fitou o homem à sua frente, que também a olhava.

Ethan olhou em seu relógio, constatando que ainda eram nove da manhã. Geralmente fazia seu desjejum pelas dez horas, mas talvez Eileen estivesse acostumada a comer mais cedo. Ele quis falar alguma coisa, mas simplesmente não conseguiu. Não era de seu feitio ficar tão embaraçado daquele jeito, sem saber o que fazer, e aquilo estava acontecendo muito na presença dela.

Ao ver que ele travava uma batalha dentro de si apenas por causa de seu estômago roncando, Eileen decidiu, enfim, quebrar aquela tensão.

— Qual é a da sua irmã, hm? — ela comentou a primeira coisa que apareceu em sua cabeça.

— Como?

— Sua irmã. Ela não parece ter gostado de mim.

Ele pareceu mais confortável com o atual assunto e relaxou no banco.

— Louisa pode parecer uma pessoa ruim para quem não a conhece muito bem — disse ele, olhando pela janela da carruagem, mas para nenhum lugar específico. — É teimosa e fala demais. Mais que você, aliás, Srta. Hawkins.

E então ele soltou um sorriso, desses de mostrar os dentes, enquanto contava mais coisas sobre Louisa.

O jeito como ele falava da irmã havia afetado Eileen. No mesmo instante a voz risonha e infantil de seu irmão entraram em sua cabeça sem permissão alguma. Sua mãe trabalhava por toda a noite em uma profissão que muitos diriam não ser digna, passando a dormir durante a maior parte do dia; o que fez com que Eileen, mesmo ainda jovem, tivesse que tomar conta de Caleb.

Ainda lembrava-se do dia em que ele havia nascido. Os cabelos loiros e os olhos azuis obviamente não tinham sido herdados da mãe, mas sim do pai, que a abandonara antes mesmo de saber da gravidez – assim havia sido contado por Kalel. Tinha apenas quatro anos quando ele nasceu, mas já sentiu-se infeliz com a chegada daquela criança que se assemelhava tanto com o homem covarde que os abandonara.

A infelicidade de Eileen não havia durado nem ao menos um ano. O pequeno Caleb a conquistara inesperadamente, entrando pouco a pouco em seu coração. Quando notou, já estava encantada pelo irmão. Faria de tudo por ele. Qualquer coisa.

— Você parece mesmo gostar dela — ela comentou após um tempo em silêncio.

— Ela é a única família que me restou.

. . .

Quando a carruagem parou, Eileen nem ao menos se dignou a olhar para fora. Ethan saiu rapidamente, convidando-a para ir com ele, mas ela mais que prontamente recusou o pedido. Ele, então, disse que não tardaria a voltar.

E não havia demorado, de fato.

Quando retornou à carruagem, carregava embaixo do braço diversas folhas de papel, que ofereceu à Eileen assim que voltaram a se mover.

— Foi rápido — ela comentou, enquanto folheava todas as publicações.

— Sim. — Ele confirmou com a cabeça. — Aaron não estava lá, mas a irmã dele achou rapidamente as edições que pedi.

Eileen ficou calada ao ouvir a resposta e continuou procurando pela edição do dia. Quando achou, pôs-se a ler, largando o resto dos papéis no estofado ao seu lado. Logo na manchete estava noticiado o assassinato da noite anterior.

"Assassino em série faz mais uma vítima!"

Ler a primeira palavra fez com que Eileen se lembrasse do ódio que Ethan tinha pelos assassinos, sendo ela uma. Uma sensação ruim a acometeu ao pensar naquilo, então ela logo tratou de se concentrar somente no que estava à sua frente.

De frente para ela, Ethan, de braços cruzados, apenas observava. Sempre lia os jornais do dia, então tinha certeza de que Eileen não acharia nada de muito importante lá. Ela pegava uma edição, passava os olhos escuros por outra, procurava alguma outra; totalmente em silêncio.

Ele imaginou se ela era uma espécie de policial disfarçada em outra cidade estranha, mas logo descartou essa possibilidade. Se assim o fosse, poderia ter apresentado algum distintivo quando tinha sido presa. Arriscou alguma outra profissão para ela – que não era do tipo que só ficava em casa –, mas foi em vão. Ele sabia, porém, que ela provavelmente tinha um talento para investigações, estava no olhar sagaz dela.

Tentou imaginá-la com um marido e filhos, mas a única imagem que se formou em sua mente foi da moça sozinha, sem mais ninguém com ela. Por breves instantes, sentiu pena dela, mas logo um espelho imaginário projetou-se na sua frente e ele acabou vendo-se da mesma maneira que ela. Tinha Louisa, claro, mas ela o visitava apenas algumas vezes, já que o clima mórbido de Londres não a agradava.

Ele estava tão sozinho quanto Eileen.

. . .

Eileen havia se esquecido completamente da presença de Louisa na casa. Por mais que não fosse de seu feitio, implorou a Sra. Adelaide para que a deixasse comer no quarto, mas a mulher foi firme quando pediu que a convidada se dirigir à copa.

A assassina se esforçou e, com um pequeno e falso sorriso na face, foi até o lugar, encontrando Ethan e a irmã já sentados.

— Oh, Eileen, estávamos apenas te esperando para começar — falou Louisa, mas com um tom de voz diferente do que Eileen ouvira pela primeira vez. Era algo que mais se aproximava de ser amável. Ela logo pensou que talvez Ethan tivesse falado algo para a irmã, mas não podia ter certeza.

— Gentileza sua, Srta. Caulfield.

— Deixe de tanta formalidade, minha cara. — Louisa cortou um pequeno pedaço de um filé de peixe. — Estamos entre amigos, não é?

Eileen não respondeu, apenas sentou-se na mesa. Ao observar as coisas servidas ela se perguntou se aquilo era realmente um café da manhã ou se eles tinham resolvido servir um almoço logo. Havia filé peixe e salmão, algumas ervas, queijos, rabanete, e mais coisas que Eileen não reconheceu.

Quem raios come essas coisas pela manhã?

Foi então que ouviu seu estômago se remexer novamente, lembrando-se da fome que estava. Ela imitou a ação dos dois irmãos e pôs-se a comer. Não sabia quem tinha feito, mas se deliciou com o sabor. Mas não foi somente nisso que sua mente se focou. A história de todos aqueles assassinatos só saiu de sua cabeça quando ouviu uma voz ressoar.

— Ainda continua trabalhando com aquele cara louco? Aquele Nicholas alguma coisa... — Louisa perguntou, olhando para o irmão com uma expressão amarga no rosto. — Vai acabar ficando que nem ele.

— Nikola Tesla — corrigiu Ethan. Sua irmã revirou os olhos para aquilo. — E não estou trabalhando com ele, saiba você, apenas auxiliando na pesquisa enquanto ele está fora.

Eileen parou de escutar a conversa dos dois e passou a se concentrar naquele nome. Nikola Tesla. O gênio que desenvolveu o mais aprofundado dos estudos sobre corrente alternada, tendo como rival – se assim pudesse dizer – ninguém menos que Thomas Edison, que, ao contrário de Tesla, defendia a corrente contínua.

Ela não sabia muita coisa sobre física ou coisas como aquela, mas tinha lá o conhecimento do básico, ao menos para reconhecer tal nome. Imaginou o que aconteceria caso encontrasse Tesla por ali e contasse a ele tudo o que tinha no futuro. Talvez acabasse por mudar toda a história construída com base nas teses dele, ou algum fenômeno a impedisse que contatá-lo, impedindo qualquer mudança drástica.

Não dou a mínima.

A única coisa que queria era voltar e esquecer tudo aquilo.

Quando voltou a prestar atenção na conversa, o tema já era outro. Ela não se importou em interrompê-los com um outro assunto que já ocupava sua mente.

— Quantos orfanatos há por aqui? — indagou, tentando não soar tão ansiosa quanto estava.

— Talvez uns quatro. — Ethan a olhou, curioso pela pergunta feita.

— Três, se descartarmos o Safe Harbor. Caso não se lembre, meu querido, ele foi engolido pelas chamas algumas semanas atrás — corrigiu Louisa, feliz por poder dar o troco no irmão. Ele não notou a provocação dela, então tudo o que ela fez foi passar a se dirigir a Eileen. — Por que a pergunta?

Eileen pensou rapidamente naquilo. Não queria compartilhar suas suspeitas com a irmã de Ethan ali. Já era suficientemente difícil confiar naquele homem desconhecido – não tão mais desconhecido naquele momento.

— Nada. Só curiosidade.

E então voltou sua atenção para o prato, ansiando encerrar logo aquele assunto. Mais tarde, ainda naquele dia, tentaria roubar Ethan da irmã e tentar terminar logo tudo aquilo.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu adoro colocar essas velhas fofoqueiras na histórias, elas quase sempre acabam por soltar algo interessante (ou não, né). Mas e então, gostaram? Acharam muito corrido ou o ritmo está ok? Anyway, espero que tenham gostado. :3



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