Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Consegui terminar mais um capítulo! Espero que gostem.
QUERIA APROVEITAR E AGRADECER AS DUAS RECOMENDAÇÕES! MUITO OBRIGADA: ANAID E ANA ALICE!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633978/chapter/12

_Eu sei que você está chateado, mas tenta me entender, ele é o pai dos meninos. – Tentei convence-lo.

Leo e eu estávamos conversando há mais de uma hora, contei tudo o que tinha acontecido, de minhas conversas com Christian e sobre minhas decisões. Leo não gostou nada do que tinha acabado de ouvir.

_ Pai? Você está de brincadeira comigo? Se tem alguém aqui que merece ser o pai desses meninos, sou eu. Eu estou do lado deles desde que nasceram, sou o mais próximo que eles têm a um pai! – Disse um pouco mais alto que o devido.

_ Por favor, não grita, não queremos outro incidente, e os meninos estão no quarto. – Disse seria. Não queria passar de novo por isso.

_ OK, me desculpa, não era minha intensão gritar. Mas eu não entendo como você consegue dar uma chance pra ele, depois de tudo o que ele fez. Como você consegue aceita-lo na sua vida de novo?

_ Não estou aceitando ele na minha vida, e sim na vida dos meninos. Eles têm o direito a conhecer o pai deles, não quero ser eu a tirar isso deles.

Leo sentou no sofá vencido, botou a cabeça entre as mãos e ficou ali, sem dizer uma palavra. Me sentia um pouco culpada por causar esse sofrimento nele, não queria que ele se sentisse assim. Criei coragem e me sentei al lado dele.

_ Leo? – Perguntei segurando seu braço, mas ele pareceu não se importar. _ Amor, por favor, olha para mim. – Disse tentando chamar sua atenção. Pareceu dar certo, porque Leo ergueu a cabeça e olhou para mim. _ Eu sei que tudo isso está sendo difícil, mas você sempre vai fazer parte da vida dos meninos, você é importante pra eles e já tem seu espaço na vida deles, ninguém vai tirar isso de você.

_ Promete?

_ Prometo. – Respondi com convecção.

_ Eu não sei o que faria sem vocês. Vocês são minha vida, minha família, ficaria perdido sem vocês. – Disse angustiado.

_ Não precisa se preocupar com isso, porque você é parte da nossa família também e vai ser sempre assim. – Disse segurando seu rosto e dando um beijo nele. Queria fazer ele se sentir melhor, mais seguro em relação aos meninos e a mim.

_ OK, não vou mentir pra você, eu ainda não gosto nada desta situação, mas entendo seu ponto e vou fazer o possível para não dificultar as coisas. Só não me pesa para ser legal com ele, por que isso é impossível. – Disse um pouco mais animado.

_ Você não precisa ser legal com ele, basta ser minimamente educado. Eu agradeceria isso.

_ Pode deixar. Agora sobre o apartamento... – sabia que ele iria implicar sobre isso, eu mesma não tinha tomado uma decisão sobre isso. _ Eu não estou feliz com isso, mas se é pelo bem os meninos, acho que você deveria aceitar, eu também não gostava do seu antigo apartamento, nem do bairro.

_ Você está falando sério? Acha que eu deveria aceitar? – Perguntei confusa, não esperava isso dele.

_ Sim, gostaria de ser eu a pessoa a proporcionar um melhor lugar pra vocês, mas infelizmente não posso. – Disse triste.

_ Hey! Para com isso, você já nos deu mais do que deveria, desde o momento que nos encontrou naquele parque, você nos deu tudo.

_ Eu te amo. – Proclamou. _ Faria qualquer coisa por você, se eu precisar suportar a presença daquele imbecil, farei isso por você.

_ Obrigada e saiba que eu também te amo. Você e meus filhos são o mais importante que eu tenho, a Kate também é claro. – Disse tentando me corrigir, minha amiga ficaria chateado se me ouvisse dizendo isso, ela também é muito importante para mim.

Leo não disse nada, apenas se levantou me levando junto e me beijou. Um beijo diferente aos outros, este era apaixonado e intenso.

_ Eca! – Disse meu filho entrando na sala. _ Mamãe, eu tô com fome, a Emma também.

Leo e eu rimos juntos e nos separamos, tínhamos passado muito tempo conversando que esqueci dos meninos, já estava tarde e eles deveriam estar dormindo, não com fome.

_ Meu amor, já estar tarde, vocês deveriam estar dormindo. – Respondi, mas meu filho pareceu triste com minha resposta. _ Olha vamos fazer assim, o tio Leo leva vocês pra cama enquanto eu preparo um leitinho pra vocês. O que você acha?

_ Sim!!! Pode ser leite achocolatado, mamãe? – Disse fazendo beicinho.

_ Tudo bem, mas só um pouquinho.

Satisfeito com minha resposta, Noah correu até o quarto sendo seguido por Leo, que ria da nossa negociação. Eu me dirigi até a cozinha para preparar o leite das crianças, quando entrei na cozinha olhei para relógio na parede e percebi que era realmente tarde e me perguntei onde Kate estaria, ela já deveria ter saído do trabalho. Botei o leite pra ferver e fui a procura do meu celular, estava preocupada pela com ela, precisava ligar pra ela. O telefone tocou algumas vezes, mas ninguém atendia, tentei mais uma vez na esperança de falar com ela. O telefone tocou de novo, mas desta vez ela atendeu.

_ Anastásia?

_ Kate! Onde você está? Estava ficando preocupada.

_ Desculpa amiga, esqueci de te ligar, eu não vou dormir em casa hoje... estou acompanhada. – Disse falando baixo. Acompanhada? Eu conhecia a minha amiga e sabia que só podia ser encrenca. Só espero que ela tome cuidado, ela se machuca facilmente.

_ OK, mas tenha cuidado, por favor e me liga amanhã.

_ Tudo bem, amiga. Mas agora aproveitem que eu não estou aí e você e o Leo podem ficar com a minha cama. – Disse em toma malicioso, me deixando vermelha.

_ Boa noite, Kate. Se cuida. – Foi o único que eu respondi.

_ Boa noite divirta-se! – Eu desliguei antes que ela pudesse dizer outra coisa.

Kate realmente tinha problemas, as vezes eu perguntava como conseguia ser amiga dela, mas depois eu lembrava o quanto eu a amava. Terminei de fazer o leite achocolatado das crianças e andei até o quarto. Quando cheguei, encontrei meus dois filhos já enrolados nos cobertores enquanto Leo contava uma história para eles, “Peter Pan e os meninos perdidos” a favorita deles.

_ ... e assim os meninos perdidos conseguiram livrar Peter Pan da caverna, que logo saiu voando em direção ao navio do Capitão Gancho... – contava Leo.

_ Desculpa interromper, mas trousse uma coisa para vocês. – Disse entrando.

_ LEITE! – Gritaram meus dois filhos. Entreguei uma mamadeira para cada um e eles beberam felizes enquanto Leo continuava com a história. A pesar de já não mamarem mais, os meninos ainda tomavam mamadeira de vez em quando, principalmente antes de dormir.

Mesmo antes de terminar a história, meus filhos já estavam dormindo. Leo e eu saímos do quarto sem fazer barulho e fechamos a porta atrás de nós. Fomos até a sala e nos sentamos no sofá, que era minha cama também. Nesse momento lembrei do que a Kate tinha me dito.

_ Liguei pra Kate, ela não vem dormir aqui hoje... disse que podia ficar no quarto dela, para dormir melhor. – Comecei sem graça, eu ia continuar, mas Leo falou antes.

_ Isso é bom, não deve ser muito confortável dormir aqui. Eu deveria ir, para vocês descansar, deve estar cansada. – Disse ficando de pé.

O que eu deveria fazer agora? Eu queira que ele ficasse, mas não tinha coragem de pedir. O que eu falaria para ele? Quer dormir comigo? O único relacionamento íntimo que tive com alguém foi com Christian e foi ele que m tomou a iniciativa, eu não sei o que fazer neste tipo de situação. E eu disse ao Leo pra me espera, ela não tomaria a iniciativa até eu dar um sinal. Mas que sinal?

Leo estava pegando as suas coisas quando eu criei coragem para falar, era agora ou nuca.

_ Está muito tarde, acho melhor você ficar aqui! – Disse rapidamente, sem conseguir olhar para ele. Talvez eu tenha falado um pouquinho alto demais também.

_ Certeza? Tudo bem se eu ficar? – Perguntou.

_ Sim, Kate não está aqui então... – não consegui terminar a frase, espero que ele entenda.

_ Tudo bem, eu fico, já que o sofá vai ficar livre. – Respondeu sorrindo

Droga! Estava começando a duvidar da inteligência do Leo. O que mais eu precisava fazer para ele entender o que eu quero? Eu teria que ser mais direta, mas não sei se consigo, já foi difícil pedir para ele ficar. Coragem, era isso que eu precisava, apenas 5 segundos de coragem. Eu conseguiria.

_ Você pode dormi na cama da Kate. - disse tão rápido que não tive certeza se ele me entendeu.

_ Não seja ridícula, não vou deixar você dormir no sofá pra que eu durma na cama. Posso muito bem dormir aqui.

_ Dá pra parar de ser tapado e entender que eu estou te pedindo pra dormir comigo?! – Disse um pouco alto demais, me arrependendo imediatamente.

Leo ficou chocado olhando para mim, ele sabia que eu não me referia à apenas dormir. Acho que ele não esperava pelo meu surto, eu não esperava pelo meu surto. Mas qualquer um teria surtado diante da burrice do Leo. Lá estava eu dando mais de um sinal de que queria dormir com ele e ele parecia não entender.

Leo demorou alguns minutos para entender o que tinha acontecido e finalmente perceber o que eu queria, se aproximou de mim e levantou meu rosto que estava virado par ao chão.

_ Você tem certeza? Eu disse que iria te esperar o tempo que você quisesse. Não quero que faça isso só para me agradar. – Perguntou calmo.

_ Sim, eu tenho certeza, estou fazendo isso por mim, quero ter uma vida cem por cento normal, quero ser uma namorada cem por cento. – Respondi meio sem graça, mas tudo o que eu dizia era verdade. A pesar de ainda estar com medo, eu queria seguir em frente, queria supera-los.

_ Tudo bem, se é o que você quer.

_ Você fala como se não quisesse.

_ Não, claro que não, amor. Eu quero, claro que eu quero. Mas tenho medo de que você se sinta forçada de alguma forma, não me perdoaria se eu te machucasse.

_ Você não vai. Eu sei o que eu quero, quero uma vida com você, uma vida completa, sem medos nem barreiras.

Depois dessas palavras eu criei coragem para atacar Leo, antes mesmo dele poder responder. Grudei minha boca na dele e minhas mãos foram para sua nuca. Leo demorou um pouco em corresponder, mas segundo depois segurava minha cintura com força. Nosso beijo ia ficando cada vez mais intenso, suas mãos passeavam pelas minhas cosas subindo e descendo, até que elas desceram até minhas coxas, me erguendo. Eu passei as pernas ao redor de seu corpo e ele me prensou contra a parede. Tivemos que parar para poder respirar e aproveitei o momento e pedi para que me levasse ao quarto. Leo não duvidou nem por um segundo e me carregou até o quarto. Eu continuava concentrada em beijar cada pedaço de pele exposta, quando senti ser depositada em cima da cama. Leo se deitou em cima de mim e começou a me beijar de vagar, começando pelo pescoço e descendo pro meu colo.

_ Você sem certeza disto? – Perguntou de novo.

_ Se você perguntar de novo eu vou te bater. – Leo soltou uma pequena risada e continuou.

Quando chegou ao meu decote, Leo segurou a barra da minha blusa, indicando suas intenções, eu levantei meu dorso, permitindo que retira-se minha blusa e logo em seguida meu sutiã teve o mesmo destino. Leu beijou meus seios, um por um, me torturando lentamente. Os amassos continuaram e as roupas foram se perdendo em algum lugar no chão.

_ Se eu te machucar, promete que vai me avisar. – Pediu.

_ Leo, não é como se eu fosse virgem. Tenho dois filhos, lembra?

_ Eu sei, mas já faz um tempo e.... só promete que vai me avisar.

_ Prometo. – E assim, Leo prosseguiu, ele se encaixou em meio de minhas pernas e eu pude sentir ele entrando lentamente como se realmente tivesse medo de me machucar. Os movimentos começaram lentos, mas foram aumentando assim como nossa excitação. Nossos corpos se mexiam em sincronia, nem um de nós dizia nada, apenas barulhos saiam de nossas bocas, gemidos e rosnados. Eu sentia que estava perto e podia perceber que Leo também estava, mas algumas estocadas e eu alcancei o máximo prazer, sendo seguida por Leo que veio depois de mais duas estocadas. Os dois terminamos jogados na cama exaustos, Leo me puxou para cima dele e fiquei com a cabeça sobre seu ombro e meu braço o envolvendo.

_ Você não faz ideia do quanto eu esperei por isso. – Disse finalmente, depois de minutos de silencio.

_ Foi bom? – Perguntei insegura. Eu não era muito experiente e não tinha muita noção do que fazer ou como.

Leo girou seu corpo, deixando seu rosto a centímetros do meu.

_ Você está me perguntando se eu gostei? – Eu apenas balancei a cabeça constrangida. _ Foi mil vezes melhor do que eu imaginei, e eu tenho uma imaginação muito fértil. – Disse rindo. _ Foi incrível, você é incrível. E você. Gostou?

_ Foi maravilhoso. Estou feliz de ter finalmente perdido o medo e vergonha. Obrigada pela paciência.

_ Não precisa agradecer, amor. Por você eu esperaria o tempo que fosse necessário. – Disse e depois me beijou. _ Agora é melhor você dormir, teve um dia cheio, deve estar cansada.

E eu realmente estava, Leo mal terminou de falar comigo e eu cai no sono, a última coisa que eu lembro é sentir Leo me abraçando por trás e dizer que me ama.

No dia seguinte acordei com o sol batendo em meu rosto, tinha esquecido de fechar as cortinas. Me forcei a abrir os olhos, o clarão que vinha da janela me deixou cega por alguns segundos, mas logo depois pude enxergar o quarto, podia ver roupas jogadas no chão. Tentei me esticar, mas meu corpo estava preso, girei um pouco e me encontrei com o Leo, seu braço me prendia perto dele com força, mas ele continuava dormindo, seu rosto estava calmo, com a boca levemente aberta e o cabelo bagunçado.

Fiquei admirando seu rosto por algum tempo, Leo era realmente lindo, qualquer garota se apaixonaria por ele, eu poderia me apaixonar por ele. O que mais eu queria? Ele é incrível com meus filhos, me ajudou quando mais precisava e ficou o meu lado desde então, me trata como se fosse a coisa mais importante na vida dele. Ele merecia meu amor, eu o daria a ele.

_ Vai ficar me olhando por mais tempo? – Perguntou ainda de olhos fechados.

_ Esteve acordado o tempo todo? – perguntei parando o cafune.

_ Acordei agora, mas não para com o cafune, estava gostoso. – Reclamou.

_ Besta!

_ Bom dia para você também, amor! – Disse sorrindo e finalmente abrindo os olhos.

_ Bom dia, amor! Dormiu bem? – Perguntei erguendo meu torso.

_ Nunca dormi melhor na minha vida! – Disse se erguendo também e me beijando. _ Obrigado pela noite maravilhosa.

_ Não tem o quê agradecer, pra mim também foi incrível.

_ Fico feliz de que tenha sido, mas agora devemos nos levantar, logo, logo teremos duas crianças esfomeadas gritando. – Não consegui não rir de seu comentário. Isso era a cara dos meus filhos, podia imaginar eles gritando por comida e atenção.

_ Mamãe! – Até parecia que podia ouvi-los de verdade. _ Mamãe! – Espera... eu os estava ouvindo mesmo. Droga.

Mas antes que eu pudesse fazer alguma coisa, meus filhos entraram pela porta gritando. Nesse momento lembrei que tanto eu como Leo estávamos nus. Como aquelas crianças podiam ter acordado tão cedo? Foram dormir muito tarde! Olhei para Leo pedindo ajuda, ele entendeu meu medo e pegou a calça que estava bem do lado dele, agradeci por isso, e a colocou por debaixo da coberta.

_ O que vocês acham de irmos fazer o café da manhã? – Perguntou aos meus filhos.

_ Sim! – Respondeu Noah dando pulinhos.

_ Tio, você dormiu com a mamãe? – Perguntou Emma. Estávamos perdidos. O que diríamos a eles?

_ Bom, sua mão teve um pesadelo e eu fiquei cuidando dela. – Respondeu Leo rapidamente.

_ Você teve um pesadelo, mamãe? – Perguntou Noah.

_ Tive, amor. Mas o tio Leo cuidou de mim, assim como eu cuido de vocês quando tem pesadelos.

_ Tudo bem então, agora vamo comé! – Gritou meu pequeno.

Leo pegou os dois no colo e os levou até a cozinha me dando tempo de me arrumar e botar uma roupa, deveria ter fechado a porta ontem. Corri até o banheiro, tomei um banho rápido e botei a mesma roupa de ontem, já que minhas roupas estavam no quarto dos meninos. Fui até a cozinha e encontrei meus filhos sentados em suas cadeiras e Leo fazendo panquecas.

_ Vejo que conseguiram convencer seu padrinho a fazer panquecas. – Disse entrando na cozinha. Meus filhos apenas riram aceitando a culpa.

_ Você sabe que eu não consigo resistir a esses olhinhos, são iguais aos seus. – Leo tentou se desculpar.

_ Bom, nesse caso, eu adoraria umas panquecas também.

_ Estão quase prontas, pode se sentar.

Antes de fazer o que Leo me pediu, peguei algumas laranjas para fazer suco, Emma precisa consumir uma certa quantidade de frutas durante o dia e o café da manhã era a refeição mais importante. Peguei algumas frutas que já estavam cortadas na geladeira e botei em potinhos para os meninos.

_ Panquecas são boas, mas vocês precisam comer suas frutas também. – Terminei de fazer o suco de laranja e botei em 4 copos, servindo as crianças primeiro.

_ Panquecas prontas! – Disse Leo botando um parto cheio de panquecas na mesa.

Sentamos todos na mesa e tomamos café da manhã. Emma, como sempre, tinha muito o que contar. Falou sobre as enfermeiras do hospital, a comida e os desenhos que assistiu. E Noah, como sempre, reclamava da falação de Ema. Leo e eu apenas riamos da discussão deles, mesmo quando brigavam eram muito unidos, eu achava engraçado, nunca tive irmãos, mas imagino que é assim que deve ser. Estávamos quase terminando de tomar café quando Kate entrou pela porta.

_ Bom dia, meus amores. – Ela parecia muito feliz. A noite tinha sido boa.

_ Bom dia, tia Kate. – Disseram as crianças juntas.

_ Bom dia Kate. Noite boa? – Perguntei.

_ Ótima! Estou vendo que sua também foi boa. – Disse olhando para o Leo sem camiseta, de forma maliciosa. Eu a recriminei com o olhar, no final das contas, meus filhos estavam bem ali.

_ Bom, vou tomar um banho e ir me arrumar. Algumas pessoas têm que trabalhar. – Resmungou indo em direção de seu quarto. _ Espero que não tenham sujado muito! – Disse rindo antes de entrar no quarto.

_ Ela não tem jeito. – Resmungou Leo.

_ Não mesmo. Você tem, mesmo que ir trabalhar? – perguntei.

_ Tenho, adoraria poder ficar com vocês o dia inteiro, mas tenho que resolver algumas coisas, mas prometo voltar cedo. Nos domingos só servimos almoço, lembra?

_ Eu sei...

_ Não faz assim! Sabe que eu não resisto quando você faz biquinho.

_ Eu não faço biquinho.

_ Claro que faz, igual ao das crianças. Está fazendo agora mesmo. – Disse me beijando.

_ Tudo bem, então é melhor você ir se trocar.

_ Vou ter que esperar que a Kate saia do quarto, minhas rupas estão lá dentro.

_ Eu pego pra você. – Disse indo ao quarto.

Quando entre avistei as roupas de Leo jogadas no chão, me senti constrangida sabendo que Kate tinha visto as roupas no chão. Catei tudo e dobrei as peças fazendo uma pilha.

_ Então você finalmente se rendeu? – Perguntou Kate saindo do banheiro. Eu dei um grito pelo susto.

_ Você quase me matou do susto. – a reprendi.

_ Deixa de ser exagerada. Mas me conta, como foi? – Disse se aproximando de mim.

_ Foi... Bom, eu... Não faz isso comigo... – Choraminguei.

_ Tudo bem, você não vai me contar agora, mas de noite, você não me escapa.

_ Tudo bem, agora tenho que levar as roupas do Leo, ele ainda tem que ir pra casa trocar de roupa. – Disse e saí do quarto.

Meus filhos já não estavam na mesa, no momento se encontravam jogados na sala brincando com seus brinquedos e Leo estava no sofá olhando pra eles.

_ Toma, pode tomar banho do banheiro de visitas. – Disse entregando as roupas ao Leo.

_ Obrigado. Já volto. – Disse indo pegando suas coisas e indo até o banheiro.

_ Do que estão brincado crianças. – Perguntei me sentando com eles.

_ Eu sou uma pincesa e o Noah é um monstlo malvado que tá tentando destluí meus castelo! – Disse minha filha.

_ Eu queria blincar de colida, mas Emma disse que era a vez dela escolher. – Disse Noah emburrado. Era sempre assim, Emma arranjava alguma forma de convencer o irmão de brincar do que ela queria e Noah não consegui dizer que não para ela. Meu pobre menino era facilmente controlado pela irmã.

_ Bom, vocês sempre podem brincar das duas coisas. O monstro pode ser o Rey dos carrinhos e destrói o castelo usando carrinhos de corrida. O que vocês acham? – Dei como ideia.

Parecia uma ideia idiota, mas as crianças têm muita criatividade e não duvido que consigam juntar as duas ideias. Noah adorou e correu para pegar seus carrinhos. Emma resistiu um pouco, mas acabou aceitando. Minha filha é um pouco controladora e mandona as vezes. Ela parecia, muito, fisicamente comigo, mas a personalidade era do pai.

Os dois começaram a brincar juntando o castelo e as bonecas de Emma, com os carrinhos de Noah. Eles não iriam para a creche hoje, Emma tinha passado por momentos difíceis e precisava descansar e Noah se recusaria a ir sem a irmã. Decidi aproveitar minhas pequenas férias e passar algum tempo com eles em casa.

_ Bom, eu vou indo. – Disse Kate saindo do quarto. _ Tenham um bom dia meus amores. – Disse beijando meus filhos. _ Até mais tarde, Aninha! – Terminou piscando o olho para mim. Eu sabia o que isso significava, ela não me deixaria em paz até que contar o que tinha acontecido.

_ Bom trabalho, Kate. – Disse apenas.

Leo saiu logo depois, teve que sair correndo porque ainda tinha que passar em casa para se trocar. Se despediu das crianças e me deu um beijo antes de sair. Dessa forma, as crianças e eu ficamos sozinhas em casa. Gostava muito desses momentos, eu e meus filhos. Ter eles só para mim, eu sei que as coisas vão mudar e agora vou ter que compartilhar meus bebês com o Christian, por isso iria aproveitar cada momento a sós com eles.

Brincamos durante a manhã, até a hora do almoço. Depois do almoço às crianças me pediram para ir ao parque, mas não achei que fosse uma boa ideia, Emma ainda precisava de repouso, não queria arriscar outra crise. Então decidimos assistir filmes, relutaram um pouco no começo, mas os convenci quando ofereci fazer pipocas pra eles.

Estava preparando a pipoco de meus filhos, quando o meu telefone começou a tocar, o peguei da minha bolsa e vi que era Christian me ligando, suspirei e atendi o telefone.

_ Alô?

_ Oi, Anastásia. Boa tarde.

_ Boa tarde, Christian.

_ Você esta ocupada? – Perguntou.

_ Não, estou preparando pipoca para as crianças, vamos assistir uns filmes.

_Se importa se passar por lá? Estou por perto. – Por perto? Droga, eu queria passar um tempo a sós com meus filhos, mas acho que não seria mais possível. Prometi deixar Christian se aproximar dos filhos.

_ Sem problemas, tenho certeza de que eles vão gostar da visita e ainda não começamos a assistir o filme. – Respondi.

_ Perfeito, estou a caminho. – Disse e desligou o telefone.

Pelo visto teria que suportar a presença de Christian nas nossas vidas mais do que eu imaginava. Saí da cozinha para olhar as crianças e elas continuavam sentadas no chão da sala esperando pelo filme. Voltei para a cozinha e continuei fazendo a pipoca e o suco. Assim que terminei a campainha tocou

_ Oi, Anastásia. – Disse sorrindo. _ Eu queria te apresentar alguém. Esta é a Sophia, minha filha. Sophia, está é Anastásia, uma... amiga do papai. Dá oi pra ela. – Disse falando com a criança.

_ Oi. – Disse tímida, escondendo o rosto no pescoço do pai.

_ Ela é um pouco tímida. – Disse entrado no apartamento. _ Onde estão as crianças? – perguntou.

_ Bem ali. – Disse apontando para elas, que se levantaram e vieram cumprimentar.

_Oi tio Clistian! – Disseram meus filhos.

_Oi, pequenos! Como estão?

_Estou bem. – Respondeu Noah.

_E você, pequena Emma? – Perguntou Christian diretamente à minha filha.

_Estou bem, não tá mais doendo nada. – Disse com um sorriso no rosto.

_Quem é ela, tio? – Perguntou Noah.

_Esta pequena aqui é minha filha, Sophia. – Disse Christian se ajoelhando para ficar na altura das crianças e para que elas pudessem ver melhor a Sophia.

_Oi, Sophia. Você quê blincá com a gente? – Perguntou Noah, mas Sophia escondeu o rosto no pescoço do pai.

_Ela ainda é muito pequena meu, amor, e ela não conhece vocês. Vamos dar um tempo pra ela. – Disse interferindo.

_Tudo bem. – Disse meu filho.

_Vamo asistí o filme, mamãe. – Disse minha filha, me puxando pela barra da blusa.

_Tudo bem, vamos lá. – Disse indo até a teve.

_ Parecem animados. – Disse Christian se levantando e seguindo as crianças até a sala.

_É o filme favorito deles, O Rey Leão. – Respondi com um sorriso no rosto. Eu amava esse filme quando era criança e meio que passei minha paixão à eles.

_É um filme meio antigo, não? – Perguntou.

_Era um dos meus favoritos, eles acabaram gostando também. Não cansam de assistir.

As crianças sentaram no chão, em cima de umas almofadas que coloquei pra elas. Christian, com Sofia no colo, e eu nos sentamos no sofá. Apertei play e o filme começou.

_Quer sentar com eles, princesa? – Perguntou Christian à Sofia e ela respondeu se remexendo no colo dele _ Acho que isso é um sim. – Disse rindo.

Sofia desceu do colo do pai e sentou ao lado dos meninos, que abriram uma espaço pra ela no meio das almofadas. Eu acho que eles se deram bem, seriam bons irmãos.

_ Parece que eles se deram bem. – disse Christian chamando minha atenção.

_ Assim parece. – Respondi.

_ Eu fui falar com o médico hoje, já acertei tudo com ele. O tratamento da Emma está todo pago. Também consegui que outros especialistas vejam o caso dela, sempre é bom ter outras opiniões.

_ Obrigada. – Respondi baixinho para não interromper o filme dos meninos.

_ Não precisa agradecer, ela é minha filha. Quero o melhor pra ela.

Ficamos em silencia por alguns minutos, apenas assistindo o filme, devo admitir que eu também não cansava desse filme. Tirei minha concentração do filme por alguns minutos e observei as crianças. Emma e Noah pareciam confortáveis com Sofia e ela também parecia estar feliz no meio deles. Ela era linda, cabelos loiros e olhos azuis, mas não a mesma tonalidade que os de Christian e Noah. Na verdade ela não parecia muito com ele.

_ Ela é linda, mas devo dizer que não parece muito com você. – Ele riu do meu comentário.

_ Ela é a cara da mãe. A única coisa boa que resultou do meu casamento. – Fiquei um pouco triste por ele, mas não posso negar que uma parte de mim se senti bem sabendo que o casamento dele não tinha dado certo.

_ A custodia dela é da mãe? – Perguntei.

_ Compartilhada, mas estou lutando para ter a custodia completa. – Ouvir isso me chocou, eu sei que ele prometeu não tirar meus filhos de mim, mas estava disposto a separar a filha da mãe, isso era muita maldade.

_ Quer mesmo separara uma criança de mãe. Você não pode fazer isso, é muita maldade. Não sei o que aconteceu no seu casamento, mas nada justifica o que quer fazer. – Disse desconcertada.

_ Você não entende, ela não é como você, uma mãe disposta a fazer de tudo pelos filhos dar a vida por eles. Elena é uma mulher egoísta e mesquinha, que só mantem a guarda dela para mim irritar e me manter amarrado. Ela nem cuida da filha, uma babá cuida dela o dia todo, nem uma fralda ela nunca trocou. Até duvido do amor que ela sente pela Sofia. – Disse com raiva e rancor.

_ Desculpa, eu não sabia. – Disse constrangida. _É só que eu não consigo imaginar uma mãe que não ame os filhos e cuide deles.

_ Isso é porque você é uma mãe incrível. – Disse olhando diretamente pra mim, o que me deixou sem graça, pude sentir meu rosto se esquentando, com certeza ele já estava vermelho. _Vejo que você ainda cora quando é elogiada, sempre achei isso lindo. – Ele tinha decidido me deixar envergonhada, só podia. Antes que eu pudesse responder, meu telefone tocou novamente.

_ Oi, amor. – Disse Leo do outro lado da linha.

_ Oi, amor. – Respondi baixinho, me levantando do sofá e indo até a cozinha. _Tudo bem?

_ Sim, só queria saber como vocês estavam.

_ Estamos bem, os meninos estão assistindo um filme e comendo pipoca.

_ Adoraria estar ai com vocês.

_ E nós adoraríamos que você estivesse aqui. Ainda tem muitas coisas para resolver?

_ Acho que vou ter que ficar mais um pouco aqui. Tenho que fazer os pedidos e organizar o pagamento dos funcionários, mas prometo passar de noite para vê-los.

_ Ótimo! Vamos estar esperando por você.

_Se cuida e cuide de meus pequenos! – Disse brincalhão.

_ Sim senhor! – Leo riu de minha resposta.

_ Até mais tarde amor, se cuida!

_ Até. Te amo! – Depois disso desligamos o telefone e eu voltei ao sofá.

_ Seu namorado? – Perguntou Christian, um pouco sério demais. Qual era o problema dele? Ele me largou para casar com outra e fica chateado porque tenho um namorado? Decidi ignorar sua irritação e respondi normalmente.

_ Sim, ele só ligava para saber se estávamos bem.

_ Muito gentil de sua parte... – Disse parecendo mais um insulto do que um elogio.

_ Gentil? Ele não faz isso por ser gentil. Faz isso por que realmente se importa por nós. – Respondi seria, não iria deixar Christian insultar o Leo dessa forma.

_ Eu acho que ele se importa demais, no final das contas ele nem é o pai. – Disse com desprezo. Essa eu não iria suportar. Quem ele achava que era para falar assim do Leo? Me levantei do sofá e fiz um sinal para que ele me seguisse. Christian se levantou emburrado e me seguiu até a cozinha.

_ Você só pode estar brincando. Vai ficar implicando com ele? Deixa eu te dizer uma coisa. Caso não tenha ficado claro, Leo é meu namorado e a pessoa que salvou minha vida e a dos meus filhos. Ele pode não ser o pai, mas se importa como se fosse. Se vamos continuar com isso, eu exijo respeito por ele, não vou suportar seus comentários idiotas. – Christian pareceu entender e ficar meio constrangido.

_ Tudo bem, me desculpe. Só não gosto da ideia dele com meus filhos. Eu deveria ter estado lá, eu deveria ter feito parte da vida deles este tempo todo. Acho que no fundo eu só sinto inveja dele. – Disse olhando para o chão. Eu sabia que ele estava sendo sincero, mas também podia sentir que havia algo mais.

_Isso é culpa sua, não venha jogar seus erros pra cima dos outros. – Respondi ainda irritada.

_ Eu sei, me desculpe. Prometo que não vai mais acontecer.

_Assim espero. – Disse seria e voltei pra sala.

Voltamos para a sala e sentamos no sofá para terminar de assistir o filme. As crianças riam e batiam palmas durante o filme, até a Sofia. Christian não disse mais nada, apenas olhava para as crianças e ria quando elas faziam alguma coisa engraçada ou fofa. Para quando o filme terminou, Sofia já estava dormindo em cima de uma das almofadas, Emma e Noah pareciam querer seguir o mesmo caminho.

_Acho que elas estão cansadas. – Disse.

_Sim, é melhor levar a Sofia pra casa. – Disse se levantando e pegando a pequena no colo. Eu o ajudei a pegar as coisas que tinha trazido e o guiei até a porta. _Eu queria falar com você sobre algo, antes de ir.

_ Ok, pode falar.

_ Você pensou no que falamos? – Perguntou. Tínhamos falado de muitas coisas, não tinha certeza sobre o que ele estava falando exatamente. _ Sobre o apartamento que ofereci para vocês. – Responde minha pergunta mental.

_ Ah, sobre isso. Bom eu pensei. – Respondi, eu já sabia o que deveria fazer. Não podíamos ficar mais tempo na casa de Kate, ela precisava de espaço e não tínhamos mais motivos para permanecer lá. E o apartamento onde morávamos antes está fora de questão, mesmo porque o mesmo já foi alugado... _ Eu vou aceitar. – Disse finalmente, Christian faltou dar pulinhos de alegria. _ Mas saiba que eu faço isso pelas crianças, eu não quero nada seu, então o apartamento ficará no nome deles e também não quero nada muito extravagante, não precisamos de nada muito grande. – Disse rapidamente antes que ele começasse a ter ideias erradas.

_ Tudo bem, só o fato de você ter aceitado já me deixa muito feliz. – Disse com um sorriso no rosto. _ Amanhã mesmo eu passo aqui e trago as fotos dos apartamentos. – Apartamentos? Ele tinha falado que tinha algumas propriedades, me pergunto quantas seriam.

_ Ok, quero aproveitar minhas férias para arrumar a mudança.

_ Ótimo, posso ajudar com a mudança se quiserem.

_ Não vai ser necessário, não temos muitas coisas. – Respondi.

_ Mesmo assim, eu quero ajudar e quero estar lá quando as crianças forem conheçam o apartamento.

_ Tudo bem. – Respondi sabendo que não tinha nada que eu pudesse fazer pra impedi-lo.

Christian pegou suas coisas e foi embora. Eu peguei as crianças, que já estavam quase dormidas, e decidi dar um banho nelas antes de dormir. Leo chegou pouco depois de ter botado as crianças na cama e ficou triste por não poder ter contado uma história pra eles. Ficamos namorando no sofá até tarde e logo ele teve que ir embora. Ao ver Leo saindo pela porta comecei a perceber alguns benefícios em ter um apartamento só nosso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, alguns caítulos estão ficando muito grandes. Queria saber a opinião de vocês. Posso tentar diminuir. Esperando seus comentario.