Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Fico muito feliz pelos comentario! Vocês são lindas! Nem sempre posso postar um capítulo por dia, mas vou postar sempre que puder. Espero que gostem dessa capítulo, Christian e Ana ainda tem coisas para falar.



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Acordei com uma vozinha me chamando

_ Mamãe, acolda. – Eu sabia quem era a criaturinha me acordando, era minha pequena, desde a cama dela.

_ Bom dia, meu amor. Tá acordada há muito tempo? – Perguntei. Não fazia a menor ideia de que horas eram, as cortinas estavam fechadas e eu não conseguia ver o dia lá fora.

_ Não, acoldei agolinha mamãe. – Respondeu minha filha coçando os olhinhos.

_ Como está se sentindo? – Pergunte me levantando.

_ Eu to bem, não ta mais doendo, mamãe. – Respondeu feliz.

_ Isso é maravilhoso, já, já você vai poder ir pra casa.

_ Selio??? Eu quero ir pá casa logo.

_ Eu sei, meu amor, mamão também que que você volte logo pra casa, assim vou poder mimar você! – Respondi dando beijinhos nela. Ela soltou uma gargalhada gostosa, daquelas que só crianças conseguem criar.

_ Vejo que já estão acordadas. – Fomos interrompidas pela voz do médico.

_ Bom dia. – disse de forma educada e olhei pra Emma. Ela entendeu que deveria fazer o mesmo. Meus filhos são educados, mas como todo criança de vez em quando precisam de um reforço.

_ Bom dia douto! – Disse quase gritando.

_ Bom dia, princesa. Como acordou hoje? Está se sentindo bem? – Perguntou.

_ Eu to! Já falei pa mamãe que to bem melho e que já posso ir pra casa. – disse minha pequena.

“Que bom, mas antes de ir para casa, precisamos ter certeza que você está bem. – Tentou explicar o médico.

_ Então vou ter que fica mais tempo aqui? – Perguntou triste.

_ Ainda não sei, pequena, lembra dos testes que fizemos em você, naquela maquina esquisita? – Perguntou e minha filha assentiu. _ Bom, temos que esperar os resultados e só depois vou dize se você pode ir pra casa.

_ Vai demola muito?

_ Não, não vai. Eles já devem estar prontos, só precisam ser mandados, prometo que assim que estiver com eles eu volto. – Disse, desta vez olhando pra mim.

_ Muito obrigada, estaremos esperando. – Agradeci e o médico fez sinal de sair, mas lembrei de uma coisa e o detive. _Desculpe, posso perguntar uma coisa? – Ele assentiu. _ Meu filho está morrendo de vontade de visitar a irmã, tem algum problema em trazê-lo aqui?

_ Não há problema, sempre e quando eles se comportem. – Respondeu o médico.

_ Obrigada. – Disse finalmente, deixando o médico ir embora.

_O Noah vem me visita, mamãe? – Perguntou minha filha feliz.

_Vem sim, ele e seu tio Leo, não devem demorar.

_Obaaaaaaa! – Gritou minha filha.

Alguns minutos depois, uma enfermeira entrou com o café da manhã da minha filha. Emma disse que não estava com muita fome, mas eu a convencia a comer pelo menos a metade. Leo e Noah chegaram pouco depois

_Emma! – Gritou meu filho descendo do colo do Leo e correndo em direção da cama. _Cê ta bem? Ainda tá dodói? – Perguntou meu filho pra irmã.

_Eu já tô bem, Noah. – Respondeu minha filha se ajeitando na cama. _Vem cá, Noah. – Disse apontando pro espaço vazio na cama dela.

_Mamãe me ajuda. – Disse olhando pra mim.

_Amor, você não pode subir na cama da sua irmã, ela ainda está dodói, lembra?

_Não tem nenhum problema, é só não fazer bagunça. – Disse uma enfermeira, que tinha acabado de entrar pela porta.

_Obrigada. – Disse e peguei Noah o ajudando a subir na cama.

Os dois começaram a conversar e a brincar com as coisas que Noah tinha trazido de casa enquanto eu e Leo conversávamos.

_Como ela está? O que o médico disse. – Perguntou preocupado.

_Ela está bem, só estamos esperando o resultado dos exames, se tudo sair bem, ela pode voltar pra casa ainda hoje.

_Nossa, que bom, está preocupado.

_Eu também estava, mas a conversa com o médico me deixou bem mais relaxada.

_Ela vai ficar bem, é só continuar com o tratamento e continuar com uma vida tranquila.

_Eu sei. – Leo me abraçou e me deu um beijo na cabeça.

_Eu vou ter que ir ao restaurante na hora do almoço para resolver algumas coisas. Mas você não precisa se preocupar com nada, já ajeitei tudo e você só precisa voltar ao trabalho daqui a duas semanas. – Fiquei surpresa com isso, eu já tinha faltado uma semana. Leo percebeu minha confusão e prosseguiu. _As suas férias ficaram um pouquinho mais longas, espero que você não se importe.

_Claro que não me importo, assim vou poder cuidar de Emma por mais alguns dias. – Leo sorriu pra mim e se virou ficando na minha frente.

_Ana, a gente tinha ficado de conversar, e eu... – Antes que ele pudesse continuar, o celular dele tocou. Ele o pegou e começou a falar, parecia ser um empregado do restaurante e Leo não parecia feliz com o que ouvia. _ Droga! – Disse desligando. _Eu preciso ir pro restaurante agora, deu um problema no ar condicionado. Você vai ficar bem com os dois?

_Claro, pode ir tranquilo.

Leo se despediu dos meus filhos com um beijo e depois de mim, prometendo voltar.

_Ah, Ana? Outra coisa, liga seu celular, tentei te ligar hoje de manhã e ele estava desligado. – Droga, tinha esquecido de ligar de volta.

_Tudo bem, bom trabalho. – ele me beijou e se foi.

Peguei meu celular na minha bolsa e o liguei, apenas a tela ascendeu um monte de ligações e mensagens apareceram. Umas eram de Leo e de Kate, mas a maioria eram do Christian, ele deve estar enlouquecendo, estava surpresa dele não estar ali, neste momento. Achei melhor ligar pra ele antes que ele aparecesse correndo pela porta.

_Anastásia? – Perguntou, antes mesmo deu conseguir dizer alô.

_Ah... oi. – Disse meio sem graça.

_Estive te ligando a manhã inteira. Estava ficando preocupado, estava prestes a ir pro hospital. – Disse rapidamente.

_Desculpa, eu desliguei meu telefone ontem e esqueci de ligar de volta. – Respondi.

_Oh... então está tudo bem? – Perguntou mais calmo.

_Sim, está tudo bem, estou no hospital, acabei de falar com o médico. Ela pode receber alta ainda hoje, só estamos esperando o resultado dos exames. – Fiz um resumo de tudo que tinha falado com o médico. Ele permaneceu em silencio por alguns segundos.

_É um alivio, como ela está? Queria visitar ela hoje, mas algumas coisas se complicaram...

_Ela está bem, muita animada na verdade, Noah veio visita-la, os dois estão brincando no quarto neste exato momento. – Disse feliz, e consegui ouvir uma risada dele pelo telefone.

_Fico feliz em ouvir isso, Uhm... Anastásia, ainda temos que conversar sobre algumas coisas, não terminamos de conversar ontem. – Eu soltei um grande suspiro, sabia que teríamos que resolver algumas coisas. _Eu quero pagar o tratamento da Emma, quero dar aos meus filhos tudo o que eles merecem e perderam todos estes anos, quero contar que sou o pai deles, eu...

_Christian, vamos devagar, ok? Ainda precisamos conversar e Emma ainda está no hospital, só vou ficar tranquila quando ela estiver em casa comigo. – Respondi da forma mais sincera possível.

_Tudo bem, mais isso é outra coisa da qual precisamos conversar, sua casa. – eu sabia ao que ele se referia, com certeza ele sabe que moramos com a Kate.

_Depois, Christian, depois. – Disse começando a ficar frustrada.

_Tudo bem, podemos falar hoje? – Será que não bastava com a nossa conversa de ontem? _Sei que ontem não foi uma conversa muito boa, mas eu quero resolver as coisas o quanto antes. – Disse como se tivesse lido meus pensamentos.

–Acredite eu também quero. – Pensei muito no que iria responder, mas ele tinha razão precisamos resolver as coisas o antes possível. _Ok, podemos conversar hoje, que horas você pode? – Perguntei.

_Tenho que resolver algumas coisas na empresa, mas acho que as 18h vou estar livre.

_Ótimo, eu vou passar o dia no hospital, você pode passar aqui nesse horário.

_Perfeito, assim aproveito de vejo a minha princesinha. – Falou e eu quase podia vê-lo sorrindo, aquele sorriso que costumava acabar comigo.

_Tudo bem então espero você aqui. Até logo, Christian.

_Até logo, Anastásia.

Assim desligamos o telefone, fiquei algum tempo olhando pro celular na minha mão, alguma coisa me dizia que a conversa de hoje podia ser ainda pior que a de ontem, se Christian continua sendo a pessoa que era quando ainda estávamos juntos, eu sei que ela não aceitará um não como resposta é há muitas coisas que devemos discutir. Guardei o celular e voltei minha atenção aos meus filhos, eles continuavam da mesma forma. Continuaram brincando até a hora do almoço, quando tive que sair para comprar comida para mim e para Noah, o hospital apenas oferecia comida aos pacientes.

Depois de comer os meninos brincaram mais um pouco, até que eles pegaram no sono. Arrumei os dois na cama para que pudessem dormir mais confortável. Fiquei velando o sono dos meus filhos até que alguém batei na porta, achei que fosse uma enfermeira ou o médico, mas quando vi Christian entrando pela porta, fiquei um pouco surpresa, ele falou que chegaria as 18 horas.

_Oi. – Disse entrando pela porta. _Eu ia ligar, mas estava muito ansioso, consegui resolver as coisas mais cedo e decidi chegar antes. – Falou apressado e olhou para os meninos deitados na cama. _Esperava encontra-los acordados. – Continuou um pouco triste.

_Só estão cochilando, daqui a pouco eles acordam. – Respondi. _Podemos conversar enquanto eles estão dormindo.

_Tudo bem. - Disse, mas em vez dele sair pela porta, se aproximou da cama e deu um beijo na testa de cada um dos meus filhos. Essa cena mexeu comigo, quantas vezes eu sonhei com ver isso, ver Christian cuidando dos filhos, cuidando de mim? Quantas vezes eu desejei que as coisas tivessem sido diferentes? _Podemos ir, vamos na lanchonete da ultimas vez? – Perguntou.

_Pode ser, só preciso fazer algo antes. – Os dois saímos pela porta e eu fui procurar a enfermeira de mais cedo, para avisar que eu teria que sair e pedir pra ela ficar de olho em meus filhos. Ela ficou feliz em cuidar dos meus filhos e disse que qualquer problema ela nos avisava.

Chegamos na lanchonete e sentamos no mesmo lugar da última vez.

_Pode começar, do que você quer conversar? – Fui direto ao ponto.

_Bom, primeiro, eu gostaria de contar aos meninos que eu sou pai deles, eu não sei o que você contou sobre mim... – certeza que ele achava que eu falei pra eles que ele morreu ou algo parecido.

_Eu disse que você mora longe e que não pode visita-los, só isso. Eles não perguntam muito sobre você. – Respondi.

_Ok, então não vai ser um problema tão grande assim, podemos contar juntos, acho que assim vai ser melhor.

_Seria o melhor, mas eu acho que deverias esperar um pouco. – disse um pouco insegura, eu sabia que ele não iria gostar disso.

_Esperar? Esperar o quê? Eu já perdi 3 anos deles, não quero esperar mais. – Respondeu chateado, mas se controlando.

_Eu não estou querendo te proibir nada nem te privar da convivência com eles, só acho que eles e você precisam de um tempo para se conhecer, como uma adaptação. Eu não sei como eles vão receber a notícia, mas acho que vai ser melhor se você já for alguém mais próximo deles. – Expliquei meus motivos.

Ele respirou fundo tentando se controlar, como se estivesse pensando no que eu disse, gostei disso, quer dizer que ele não é mais o mesmo menino birrento, que sempre discutia para conseguir o que queria.

_Tudo bem, mas não quero que seja muito tempo e se for para fazer eles me conhecerem e confiarem em mim, quero passar mais tempo com eles, visitar, levar para passear... Quero fazer parte da vida deles. – Disse finalmente.

_Tudo bom, mas precisamos limites, os meninos já têm uma vida, uma rotina. Não é só porque você apareceu que vou mudar tudo. – Disse querendo deixar as coisas em claro, ele não podia aparecer aqui e querer mudar a vida dos meninos.

–Podemos chegar a um acordo, poderia sair com eles nos finais de semana ou pegar eles na creche e jantar com eles. Sempre com sua autorização, claro. – Ele parecia estar sendo racional, talvez a conversa não fosse tão difícil assim.

_Ok, mas temos que conversar muitas coisas antes, Emma tem uma dieta especial e tem algumas restrições também, se quiser passar tempo com eles, vai ter que saber dessas coisas.

_Pode deixar, eu quero conhecer meus filhos e saber disso faz parte. Você pode me fazer uma lista com essas coisas, prometo aprender tudo. - Disse concluindo essa parte, eu apenas acenei com a cabeça. _Agora eu queria falar sobre o tratamento da Emma, eu vou pagar tudo, quero que ela tenha o tratamento adequado da melhor qualidade. Quero que ela melhore o mais rápido possível.

_Não vou me opor a isso. Minha filha já sofreu demais pela falta de um tratamento adequado. Sinta-se à vontade de falar com o médico, eu posso falar com ele e explicar a situação. – Respondi, a pesar de me sentir mal aceitando seu dinheiro, eu sabia que era necessário, Emma merecia o melhor e ele era capaz de proporcionar isso para ela.

_Perfeito, farei isso o antes possível. – Disse satisfeito, ele parecia feliz com minha aceitação, acho que ele também pensou que a conversa séria complicada. _Eu sei que ainda temos muitas coisas para resolver, mas podemos fazer isso aos poucos, só precisava falar de mais uma coisa com você. – Disse, mas parecia desconfortável ou com medo de falar.

_Eu gostaria muito que meus filhos morassem comigo... – quando ele disse isso meu coração começou a bater mais rápido, ele disse que não ia tentar tirar eles de mim, porque isso agora? Eu estava prestes a gritar que ele não tiraria meus filhos de mim, mas ele continuou.

_Mas eu sei que essa não é uma opção negociável, eu sei que você é uma ótima mãe e que disse que não tentaria tirar eles de você, vou manter minha palavra. Só acho que morar com sua amiga não é o melhor. – Nessa eu tinha que concordar com ele, não podíamos morar por mais tempo com a Kate, precisávamos do nosso espaço.

_ O único motivo pelo qual nos mudamos, era porque precisava juntar dinheiro para o tratamento da Emma, mas acho que isso não é mais necessário. Precisamos do nosso espaço e parar de incomodar a Kate. – Respondi concordando com ele.

_Perfeito, então você concorda que devem se mudar, isso é bom... – disse ele feliz. _Já sabe onde vocês vão? Porque eu...

_Posso falar com o dono do nosso antigo apartamento, tenho certeza que ele nos aceita de volta... espero que o apartamento ainda esteja livre. – Falei pensativa.

_De jeito nenhum! – Disse Christian, um pouco alto demais. _Aquilo não pode ser chamado de apartamento e aquele bairro é horrível! – Disse espantado.

_Como demônios você sabe disso? - Perguntei me sentindo idiota no segundo seguinte. Claro que ele sabia, ele sabia de tudo. Maldito riquinho controlador.

_Eu... eu fui dar uma olhada no apartamento uns dias antes do incidente. Queria saber onde meus filhos moravam e devo dizer que não gostei nada do que vi. – Disse a última parte de forma fria.

_Não gostou do que viu? – Perguntei irritada. Quem era ele para julgar a forma em como vivíamos? _Bom, sinto muito que meu antigo apartamento não tenha sido do seu agrado, mas é o que eu posso pagar. – Christian tentou me interromper, mas eu não deixei.

_E deixa eu te dizer, que pode não ser o melhor apartamento do mundo, nem estar dentro do seu padrão de luxo, mas era o melhor que eu podia dar aos meus filhos, sempre dei tudo o que podia pra eles e nunca faltou nada pra eles. – Desabafei de uma vez só.

Christian ficou calado me olhando, ele parecia arrependido.

_Eu sinto muito, não queria te ofender, só estou pensado no bem-estar das crianças e no seu... – disse constrangido. Eu respirei profundo, tentando entender o que ele acabava de dizer. Ele se preocupava por nós, não só pelos meus filhos, mas por mim também. _Eu sei que você fez o melhor que pôde para cuidar das crianças, só acho que vocês merecem um lugar melhor.

_Bom, no momento é só o que eu posso pagar... - respondi, sem saber mais o que dizer.

_Eu posso ajudar com isso, sou dono de alguns apartamentos na cidade, não vejo problema em vocês ficarem em alguns deles, você pode até escolher e...

­_De jeito nenhum. – Respondi rapidamente, isso não iria dar certo. _Entendo que você queria ajudar as crianças e fazer parte da vida delas, mas aceitar um apartamento de você está fora de questão.

_Posso saber porque? – Perguntou parecendo irritado. _O apartamento seria dos meus filhos, eu botaria ao nome deles. – Continuou.

_Não. – Respondi. Eu sabia que estava sendo um pouco irracional, mas algo me dizia que seria uma ideia terrível aceitar isso.

_Porque é tão difícil aceitar ajuda? Ou será que é por causa do seu namoradinho? Você acha que ele não vai gostar, é isso – e lá estava ele agindo como o idiota que sempre foi.

_Você é um imbecil, sabia? – Rosnei pra ele. _O que decido ou não fazer é por minha conta, pelo bem dos meus filhos e pelo meu. – Respondi com raiva.

_Tem certeza que é pelo bem das crianças ou é só seu orgulho falando? – Eu fiquei calada, não tinha certeza do que responder. _Estou oferecendo um ambiente melhor para as crianças, mais espaço, um bairro tranquilo e seguro. É tudo o que eu quero pra eles. Por favor, pense nisso. – Insistiu.

Talvez ele tivesse razão, talvez fosse apenas meu orgulho gritando para não aceitar mais nada dele. Mas não seria demais aceitar um apartamento dele? Ele disse que era para os meninos, mas... eu não sabia mais o que pensar.

_Ok, eu vou pensar, ok? Só me dá um tempo.

_Tudo bem, só não demore muito, posso te mandar umas fotos dos apartamentos, assim você pode escolher...

_Eu disse que preciso de um tempo, Christian! - Disse um pouco irritada.

_Desculpa, me avisa quando tomar uma decisão, mas saiba que eu não vou desistir neste ponto, eu quero muito que meus filhos morem em lugar tranquilo e seguro. – Concluiu.

_Acho que por hoje deu, vamos voltar, os meninos devem estar acordando, já devem estar levando o jantar da Emma e Noah precisa comer também.

_Tudo bem... – disse inseguro, ele parecia querer dizer mais alguma coisa. _Eu preciso te contar uma coisa, acho que você deveria saber.

_Tudo bem, pode falar. – Devo admitir que fiquei com um pouco de medo sobre o que ele iria dizer.

_Eu tenho uma filha, outra filha. – As suas palavras bateram em mim como uma onda de agua fria. Ele tinha uma filha, uma filha com outra mulher.

Claro que ele tinha, eu seria idiota se pensasse o contrário. A gente não tinha falado sobre isso, mas até onde eu sei ele é casado, era normal ele ter uma filha com a mulher dele. Só não esperava que a notícia me chocasse dessa forma.

_Ela tem um ano, eu gostaria que Noah e Emma a conhecessem, no final das contas eles são irmãos. – Irmã? Era isso que ela era, e essa menina não tinha culpa dos erros do pai, não tinha nada contra ela e acho que se meus filhos tem uma irmã, eles merecem conhece-la.

_Tudo bem, mesmo porque se eles forem passar tempo com você, ela estará lá. - Assim como sua mulher, completei mentalmente.

_Bom, nem sempre... – respondeu um pouco triste, não entendia o porquê. _Ela, não mora comigo, não o tempo todo, pelo menos. Eu estou me separando da mãe dela.

_Uhn... desculpa eu não sabia... sinto muito.

_Não precisa se desculpar, meu casamento foi um engano desde o começo. Sophia foi a única coisa boa sobre meu casamento. – Disse um pouco melancólico. Eu não queria continuar com essa conversa, não queria abrir esse tipo de assunto, não podia.

_Bom, então tudo bem, acho que já falamos tudo o que deveríamos, temos que voltar. – Disse antes de que ele pudesse continuar. Christian apenas assentiu com a cabeça e andou comigo de volta ao quarto.

Os dois voltamos andando até o quarto de minha filha. Ambos, ainda, dormiam, mas precisavam acordar para comer, então decidi acorda-los. Fiz o mesmo que faço todas as manhas, os acordei com beijos. Os dois abriram os olhinhos e sorriram pra mim.

_Oi, mamãe. – Disseram ao mesmo tempo.

_Oi, meus amores, é hora de acordar, os dois tem que comer.

_Comida? – Perguntou meu pequeno monstrinho. _To com fome, mamãe. - Disse em seguida.

_Imagino que sim, monstrinho, vamos levantar.

_O moço malvado! – Gritou meu filho, de forma alegre, quando viu Christian.

_Noah! – O reprendi.

_Tudo bem. – Disse Christian se aproximando. _Mas eu prefiro que me chamem Christian. – Disse sorrindo pra eles.

_Ok. - Responderam meus filhos. _Você veio visitar a Emma? – Perguntou Noah.

_Sim, mas também vim ver você e conversar com a sua mãe. – Respondeu.

_Você veio me ver? Mas eu não to dodói. – Perguntou meu filho. Christian riu de sua resposta.

_Não, mas eu gostei muito de você e queria visitar vocês de novo. – Meus filhos sorriram ao ouvir isso, os dois adoram fazer novos amigos.

Uma enfermeira entrou pela porta carregando uma bandeja com o jantar da Emma.

_Espero que esteja com fome, Emma.” – Disse carinhosa.

_Eu to! – Disse meu filho em resposta, o que fez todos nós rir.

_Eu sei meu filho, mas essa é a comida especial de Emma, você vai comer outra coisa. – Respondi.

_O que você acha de ir comprar alguma coisa pra comer, enquanto a sua mãe fica com a Emma? – Perguntou Christian.

_Sim! – Respondeu Noah, euforicamente. “Posso ir, mamãe?

Pensei um pouco antes de responder. Ainda não sei se posso confiar no Christian cem por cento. Ele parecia se importar com as crianças e querer realmente fazer parte da vida deles, mas não sei como ele agiria sozinho com eles. Tudo bem, não iria ser por muito tempo... Droga, não tem como deter o inevitável, então vamos lá.

_Claro que pode, amor. Obedece ao Christian e nada de comer besteira, ok? – Disse pegando-o no colo. Christian se aproximou e o pegou. Os dois saíram sorrindo, Christian parecia animado por ter um momento com o filho dele e Noah, ele estava feliz por comer.

Eu fiquei com minha filha conferindo que comesse tudo, o médico disse que preciso controlar a dieta dela. Emma comeu entre conversas e brincadeiras, era sempre assim, eu fazia de tudo pra que ela comesse sem reclamações. Pouco antes de Emma terminar de comer Leo entrou pela porta.

_Oi, minhas lindas. – Disse sorrindo.

_Oi, tio Leo! – Respondeu minha filha. Ele se aproximou e deu um beijo na testa dela pra depois me beijar nos lábio.

_Onde está o Noah?

_Ele foi comprar comida com o tio Christian. – Respondeu minha filha inocentemente. Meu coração quase parou, eu sabia que Leo não iria gostar nada disso. Mas no momento, ele apenas sorriu pra minha filha e me lançou um olhar significativo. Emma terminou de comer com o Leo e eu apenas fiquei olhando pra eles. Quando ela terminou de comer Christian e Naoh apareceram pela porta, os dois estavam sorrindo e conversando.

_Trouxemos lasanha pra você. – Minha comida favorita, pensei.

Logo após de dizer isso, Christian notou a presença de Leo e ficou um pouco tenso. Mas mesmo assim se aproximou a mim e me entregou a marmita com a lasanha.

_Oi tio Leo. – Disse meu filho. _A gente não comprou comida pra você.

_Não se preocupe, eu já comi. – Respondeu sorrindo pro meu filho.

_Tudo bem. – Respondeu pro Leo. _Mamãe come logo – disse meu filho, que não estava mais nos braços do Christian, e sim na cama da irmã.

_Vou comer, meu filho. – Respondi sorrindo pra ele.

Me sentei em uma cadeira e comecei a comer. O clima dentro do quarto estava tão pesado que poderia ser cortado por uma faca. A tensão entre Leo e Christian era palpável, mas meus filhos pareciam não notar, e eu agradecia por isso. Christian sentou na cama com os meninos, ignorando os olhares de ódio de Leo, enquanto ele se sentou do meu lado tentando ignorar a presença de Christian.

Enquanto comia, podia escutar as risadas de meus filhos e de Christian, eles pareciam estar se divertindo, ele tinha jeito com crianças. O que era entendível, já que ele tinha uma filha. Terminei de comer e joguei a embalagem no cesto.

_ Você está bem? Não falou nada desde que chego. – Perguntei ao Leo quando voltei à poltrona.

_ O que ele está fazendo aqui? – Perguntou sério.

_ Ele veio visitar os meninos, Leo. Já falamos sobre isso, ele tem direitos.

_ Não, ainda não falamos sobre nada, até o momento estou apenas aceitando suas decisões, mesmo achando que não são as melhores. – Disse quase rosnando.

_ Não quero brigar com você, já disse que vamos conversar sobre isso, mas você vai ter que se acostumar com a presença dele, Leo. Eu nunca pensei que ele fosse fazer parte da vida dos meninos, mas agora ele faz, não posso simplesmente ignora-lo e fingir que nada aconteceu.

_ Ele não presta, Anastásia. Quer mesmo que ele seja parte da vida das crianças? – Perguntou sério.

_ Nós não sabemos disso, se passaram 3 anos. Ele pode ter sido um imbecil comigo, mas não quer dizer que ele será assim com as crianças. Ele tem uma filha. – disse como último argumento.

_ Só não quero que ele destrua tudo.

_ Ele não vai, não vou deixar. Nós conversamos hoje, e chegamos a alguns acordos. – Sabia que isso o deixaria chateado, mas ele precisava saber.

_ Falaram? E posso saber sobre o quê?

_ Sobre os meninos. Prometo te contar tudo depois. – ele assentiu, mas podia ver que ele não se conformara com minhas palavras.

Christian e as crianças se mantiveram aleias a nossa conversa, agradecia que o quarto fosse grande o bastante. Leo e eu conversamos mais um pouco, principalmente sobre o restaurante, enquanto Christian continuava a brincar com as crianças. O médico apareceu pouco depois segurando uma pasta.

_ Boa tarde, desculpem a demora, um dos meus pacientes teve uma recaída. Mas já estou com os resultados da pequena Emma e fico feliz em dizer que está tudo bem e que ela já pode ir pra casa. – Essa foi uma das melhores notícias que já escutei.

Ouvi meus filhos gritarem de alegria, Christian e Leo pareciam igualmente felizes pela notícia.

_ Eu posso ir pá casa hoje? – Perguntou minha filha.

_ Pode sim, eu já assinei a alta, uma enfermeira deve passar daqui a pouco para tirar a sonda.

_ Muito obrigada, doutor. – Agradeci.

_ De nada, só faço meu trabalho. Agora eu preciso ir ver meus outros pacientes. Nos vemos no próximo tratamento da Emma. Boa noite. – O médico estava saindo, mas Christian o deteve.

_ Desculpe doutor, mas eu gostaria de falar com o senhor sobre o tratamento da minha fi... da Emana. – Se corrigiu rapidamente.

_ Bom, pode vir aqui amanhã e estarei disposto a falar com o senhor. Mas só se a Senhorita Steele autorizar.

_ Tudo bem, ele vai lhe explicar tudo amanhã, mas eu autorizo.

_ Nesse caso eu o espero amanhã, senhor...

_ Grey, Christian Grey.

_ Muito bem então, nos vemos amanhã senhor Grey. – Disse o médico antes de se retirar.

Despois que o médico saiu o clima dentro do quarto voltou a ficar tenso. Christian voltou a falar com as crianças, animado por saber que Emma sairia do hospital. Leo continuava emburrado devido à presença dele no quarto e eu tentava não me deixar afetar pela situação. A enfermeira não demorou muito em chegar, retirou a sonda da minha filha e disse que ela poderia trocar de roupa e que já estava liberada, eu só precisava assinar alguns papeis e podíamos ir pra casa.

Christian ficou até a hora que saímos do hospital, sem se separar das crianças. Quando fomos embora ele se despediu um pouco triste por ter que se separar dos filhos, mas eu o animei dizendo que ele poderia visita-los e que conversaríamos sobre eles saírem juntos. Leo, obviamente, não gostou muito disso, mas não disse nada no momento. Chegamos na casa de Kate e as crianças correram para o quarto, eu e Leo ficamos na sala.

_ Acho que precisamos conversar. – Disse sério.

_ Eu sei.

A conversa com Christian tinha sido tensa, mas eu sabia que a conversa com Leo seria ainda pior, ele parecia realmente chateado com tudo o que tinha acontecido, e eu não podia culpa-lo por isso, no final das contas ele era uma parte importante da minha vida e da dos meninos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Eu vi alguns comentarios que falam que a Ana é muito boazinha, mas a verdade é que ela é mesmo! hahahahha Ela pode até estar sendo boazinha em relação as crianças, mas ele é o pai e ela quer levar as coisas de boa.