Tormento Eterno escrita por Fanatic


Capítulo 8
Tormento Eterno


Notas iniciais do capítulo

Recomendo Born To Die - Lana Del Rey para esta leitura. Sim, segunda-feira vem o último capítulo. Estou tão triste e feliz ao mesmo tempo em finalizar esta fanfic. Claro, se vocês quiserem eu crio uma continuação para ela.

Aqui vem a história, espero que vocês gostem deste capítulo. Pois ele foi feito com a maior dedicação possível.



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Agora uma parte que vocês já conhecem, ou não. Relembrem, pois é de vital importância.

— Sobre o que? — ele perguntou, sem demostrar curiosidade. Isso me pegou de jeito, não sabia como prosseguir. O que eu queria falar era "Sobre a gente".

— Trabalho de Geografia. — falei, como um impulso involuntário.

— Henrique e Fernando, por favor, a aula é de Biologia. Se quiser conversar sobre Geografia, espere o horário dele. Ambos concordamos com a cabeça e não falamos mais.

Era quase noite, estávamos todos voltando para casa. Por desculpa eu fingi amarrar meu cadarço e pedi que Henrique esperasse. Então o momento perfeito surgiu. Eu o vi lá, me olhando e esperando.

— O que você queria falar mesmo? — ele perguntou. Novamente não saiu nada, eu buscava as palavras corretas na mente, apenas um branco.

— Traz o lápis de colorir amanhã, porque o meu quebrou. — falei, com uma pontada no coração.

— Certo, então vou indo. Preciso resolver umas coisas lá em casa. — ele continuou a andar. Eu o observava, não conseguia mover um músculo. A força começou a surgir dentro de mim e então o puxei pelo braço.

— Henrique, eu gosto de você. — falei, senti todo o peso dentro de mim evaporar.

— Também gosto de você cara, você é um amigo de verdade. — ele sorriu para mim, então percebi que ele não entendeu.

— Eu realmente gosto de você, quero dizer, eu acho que... — antes de terminar a frase, Henrique me cortou.

— Putz cara, sério? Não... — ele tentou prender o riso ao perceber minha expressão desolada. Meus olhos começaram a ficar avermelhados e percebi que não aguentaria muito tempo.

— O que você quer dizer? — perguntei para ele, parecia que uma bola de baseball estava presa em minha garganta.

— Nunca vai rolar... Putz cara. — ele se afastou de mim. Eu não consegui acreditar, esse era meu melhor amigo? Duvido muito. Só sei que um grande peso foi tirado de minhas costas, mas um maior foi inserido. O peso de acabar com uma amizade.

Eu estava em meu quarto, havia se passado três semanas. Eu não conseguia olhar para ele. Eu sequer falava com ele, isso me corrompia por dentro. Me consumia em chamas. Eu apenas conseguia pensar nele. Seus olhos negros e penetrantes e sua mão macia. Aquele corpo que era mais quente que o normal, mas eu amava. Vê-lo tão longe me deixou triste.

.

Eu estava sentado em minha cadeira habitual. Desde aquele dia ele não sentava mais ao meu lado. Eu apertava minha perna, estava nervoso. O rodízio de perguntas sobre isto já acabou. Nós éramos inseparáveis, e agora estávamos tão distantes. Isso tudo quer dizer que nosso amor foi por água abaixo. Quando o via, apenas sofria. Eu tentava não chorar, na maioria das vezes conseguia. Mas a maior dificuldade ficava no futuro.

O engraçado é que ele e Rebeca não estão mais juntos, isso foi tão rápido. Talvez não deu certo. Ao menos eles saíram no lucro, antes um prazer passageiro do que um sofrimento eterno. Me sinto num tormento, e luto para ficar de pé. Porém... ele é mais forte. Ele sempre foi e sempre será mais forte que eu. Tento cobrir meu rosto para não ser atingido por algo, mas me cego diante da grande prova.

Mas isso não poderia ficar assim, ou poderia? Talvez eu seja cabeça dura de tentar algo, isso pode ser um suicídio. Não quero me matar, estou dizendo suicídio de tentar falar com ele. Mas irei mesmo assim. O sinal do intervalo tocou, ele tentou se levantar. Eu fui falar com ele, a sala inteira havia descido. Ele ainda estava copiando as atividades do quadro.

— Henrique! — me sentei do lado dele. — Por que você fica fazendo isso? — falei, ele não me olhava. Passou alguns segundos então ele parou de copiar e me olhou.

— É uma coisa você gostar de homens, é outra coisa você gostar de mim! Eu não quero nada com você. — ele disse, um pouco irritado.

— É uma coisa você querer me namorar e é outra coisa você ser meu amigo! — eu bati na mesa, odiava essa ignorância dele.

— Fale logo o que você quer... — ele guardou seus pertences.

— O que eu quero é que você volte a ser o Henrique de antes. Aquele Henrique que... — eu parei de falar, a próxima palavra talvez o ofendesse.

— Aquele Henrique que o quê? — ele olhou em meus olhos, e novamente seus olhos negros e penetrantes me derreteram.

— Aquele Henrique que me fez descobrir que é o amor. Aquele que me apaixonei. — senti o rosto dele corar, e ele apertou a mão.

— Só não te dou um soco em consideração da nossa amizade. — isso foi neutro, ele ainda era meu amigo.

— Está tudo bem pra você? Não importa se não ficarei com você, apenas não quero te perder. — eu me afastei um pouco dele, dando espaço para ele sair.

— Isso é muito estranho, cara. Até mais, se cuida. — ele me deixou no escuro. Então se levantou e partiu pela porta que dava ao corredor. Eu sabia que ele nunca mais me veria do mesmo jeito.

Caminhei até a janela da sala branca, a cada passo fazia um barulho que quebrava o silêncio do lugar. O sol batia e o vento balançava meus cabelos. Percebi que era a hora de cortá-los.

— Por favor, apenas faz isso passar. — falei para o sol. O sol que eu compartilhava todas as alegrias e tristezas que passava com Henrique e Bruno. As lágrimas saíram de meus olhos, dessa vez apenas causavam uma tempestade de tristeza dentro de mim. Faz um tempo que morri, só agora me dei conta.

Esse dia está tão insano. Tudo está conspirando para me fazer triste. Bruno entrou na sala, me vendo chorar. Suas bochechas coraram.

— Me desculpa, eu dei um péssimo conselho e você o seguiu. — ele disse, se aproximando. Eu apenas fui até ele o abracei, com todas as minhas forças. Eu chorava, e muito. Não faziamos barulho, isso iria alertar todo mundo. Assim permanecemos por uns minutos, então me separei dele.

— Você sempre foi um bom amigo, por que você me trata tão bem? — Perguntei, me sentando na cadeira ao lado da janela. Ele sentou na mesa à minha frente.

— Algumas pessoas precisam ser ajudadas, outras precisam ajudar. — ele disse, sorrindo. Aquele sorriso era confortante, ele era como meu anjo da guarda. Me faz bem, me faz feliz. Uma pena que eu não gosto dele ao invés do Henrique.

— Me diz, se eu gostasse de você... eh... qual seria sua reação? — falei, tentando mudar de assunto.

— Você sabe que sou hétero. — ele disse, se levantando. Eu pensei que ele iria sair da sala, mas ele caminhou até mim, se abaixou e me encostou seus lábios no meu. Isso foi estranho, não foi ruim. Foi... como um curativo para toda essa dor.

— Eu continuaria com você até fim. Mas não iria rolar nada. — ele então ficou de pé e saiu da sala. Me deixando sozinho, não estava mais triste. Eu penso que talvez exista um outro alguém para mim. Talvez Henrique foi a pessoa errada. Sabe como dizem, eu tenho a falsa impressão quase todas as vezes.


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Notas finais do capítulo

Aqui estou, sentado e olhando para a tela. Não sei o que sentir, apenas sei que meu trabalho é finalizar esta fic. Prometo o melhor capítulo que vocês lerão. Espero que entendam que nem tudo é eterno. Adorei compartilhar esta emoção com vocês, abraços.

Apep/Stink



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